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GINÁSTICAS NO CEARÁ: PANORAMA ESTADUAL, REGIONAL E NACIONAL

4. GINÁSTICA NO CEARÁ

4.3 GINÁSTICAS NO CEARÁ: PANORAMA ESTADUAL, REGIONAL E NACIONAL

A Ginástica no Ceará é um movimento recente quando comparado aos demais Estados brasileiros. No Brasil, a primeira federação estadual de Ginástica no Brasil, Federação Rio-grandense de Ginástica foi fundada em 1942, seguida pela Federação Paulista de Ginástica em 1948 e pela Federação Metropolitana de Ginástica do Rio de Janeiro, em 1950 (PÚBLIO, 2002). Já a Federação Cearense das Ginástica, como visto anteriormente foi oficialmente fundada em 2009, quase sessenta anos após a primeira federação estadual de Ginástica.

Em relação ao Nordeste, a Federação Maranhense de Ginástica, foi a primeira a ser fundada, em 18 de novembro de 1985 (MELO, 2017), seguida pela Federação Baiana de Ginástica, fundada em fevereiro de 1991 (FBG, 2017), Federação Paraibana de Ginástica, fundada em novembro de 2005, tendo sido a FCG a penúltima federação nordestina de Ginástica a ser fundada, sucedida pela Federação de Ginástica do Piauí, fundada em 23 de julho de 2011 (LUSTOSA FILHO, 2011; FGP, 2017).32

Embora a Ginástica seja uma prática relativamente nova no Ceará e tendo grande impulso a partir da migração de profissionais advindos de outras Regiões do Brasil, esta aparece no cenário nacional, conforme análise dos registros da CBG (2011-2017). Deste modo, passamos a seguir a apresentar a análise os movimentos estaduais, regionais e nacionais das Ginásticas desenvolvidas no Ceará, levando em conta principalmente os registros da FCG e da CBG, instituições promotoras e reguladoras na prática nas esferas estadual e nacional, respectivamente.

Nos registros de ambas as instituições encontramos informações como número de ginastas participantes das competições, clubes representados, além de resultados obtidos pelos ginastas. Ao todo, analisamos 26 eventos da FCG e 193 eventos da CBG, de acordo com os Quadros 9 e 10.

32 As federações que não possuíam as informações de fundação em sites ou páginas na internet foram consultadas

por meio de emails, disponíveis no site da CBG (Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Pernambuco e Paraíba) até o fechamento deste trabalho apenas a Federação Paraibana de Ginástica havia respondido.

Quadro 9 – Registros de eventos da FCG analisados

Ginástica Total de eventos (2011-2017)

Ginástica Acrobática 0

Ginástica Aeróbica Esportiva 0

Ginástica Artística Feminina 3

Ginástica Artística Masculina 2

Ginástica Rítmica 19

Ginástica de Trampolim 0

Ginástica Para Todos 2

Total de eventos analisados: 26

Dados: FCG (2017b; 2017c; 2017d)

Quadro 10 – Registros de eventos da CBG analisados

Ginástica Total de eventos (2011-2017)

Ginástica Acrobática 10

Ginástica Aeróbica Esportiva 11

Ginástica Artística Feminina 48

Ginástica Artística Masculina 48

Ginástica Rítmica 55

Ginástica de Trampolim 19

Ginástica Para Todos 2

Total de eventos analisados: 193 Dados: CBG (2015; 2018a; 2018b; 2018c; 2018d; 2018e)

Desta maneira, iniciamos nossa análise estadual a partir dos registros da FCG relacionando-os aos demais documentos encontrados por anos e modalidades, os quais foram disponibilizados de 2011 a 2016, e o ano de 2017 estava disponível no grupo do Facebook da FCG (FCG, 2017e). Com relação aos resultados anuais, estes foram solicitados à Federação e recebidos via email.

De início, observamos nos registros da FCG que os calendários de alguns anos previam mais competições do que os resultados encontrados. Neste sentido, é possível que estas competições não tenham ocorrido ou que seus registros não foram preservados. Já em outros anos, havia mais eventos que os encontrados no calendário. Destacamos também a partir da correlação dos calendários com os eventos registrados que o Campeonato Cearense de Ginástica Rítmica esteve no calendário da FCG e foram realizados durante todo o período disponível para análise, revelando certa consolidação da modalidade nos movimentos internos de fomento à prática. Já a GPT e GAF aparecem em um movimento mais recente em relação aos eventos de GR. Apresentamos a seguir as análises dos eventos disponibilizados para cada modalidade.

Tanto os registros da FCG quanto os da CBG citados nos Quadro 9 e Quadro 10, foram analisadas todas as categorias e níveis presentes em cada competição para cada modalidade. Até 2016, a CBG possuía dois eventos nacionais: Campeonato Brasileiro (CB) e Torneio Nacional (TN). Conforme elucidado por Schiavon (2009), os Campeonatos Brasileiros

da CBG até 2016 eram divididos nas categorias A e B, sendo o nível B tecnicamente inferior ao nível A.

Os Torneios Nacionais são eventos com exigência técnica menor que a categoria B dos Campeonatos Brasileiros. Este tipo de evento foi idealizado para estimular a participação e o desenvolvimento de “entidades que não acompanhavam o nível técnico dos principais clubes do país, principalmente estados do Nordeste, Norte e Centro-oeste” (SCHIAVON, 2009, p.49). A fim de melhor compreender as discussões sobre as categorias nas quais os ginastas cearenses e também da região Nordeste participam, o Quadro 10 elucida as idades para participação em cada categoria. Podendo, de acordo com a CBG (2015), haver alterações relacionadas ao próprio regulamento de cada modalidade. No entanto, os regulamentos estaduais analisados seguiram as diretrizes nacionais, quando não, foram criadas categorias ainda menores a fim de fomentar a iniciação e a competição de modalidades como a Ginástica Rítmica dentro do Estado.

A seguir apresentamos o regulamento geral da Confederação Brasileira de Ginástica para todas as modalidades por ela regulamentadas (Quadro 11):

Quadro 11- Categorias por idade cronológica CBG

Modalidade Pré- Infantil Infantil Infanto- juvenil Juvenil Intermediá rio Adulta Júnior B Júnior Elite GAM 9 a 11 anos 11 a 14 anos - 14 a 17 anos - 15 anos em diante - - - GAF 9 a 10 anos 10 a 12 anos - 12 a 15 anos - 13 anos em diante - - - GR 9 a 10 anos 11 a 12 anos - 13 a 15 anos - 16 anos em diante - - - GAE - 9 a 11 anos 12 e 14 anos 15 a 17 anos - A partir de 18 anos - - - GTR 9 a 10 anos 11 e 12 anos 13 e 14 anos 15 e 16 anos - A partir de 17 anos 11 a 12 anos 13 a 17 anos A partir de 17 anos GAC 9 a 15 anos 11 a 16 anos - 12 a 18 anos 13 a 19 anos Acima de 15 anos - - -

Fonte: Regulamento geral CBG (2015)

As análises dos resultados dos eventos de ambas as instituições, indicaram a ausência de eventos estaduais de Ginástica Acrobática, Aeróbica e de Trampolim e por consequência não apareciam também no cenário nacional nas competições organizadas pela

CBG (CBG, 2018a; 2018b; 2018d). Também não houve participação de ginastas cearenses em competições nacionais para as modalidades GAM (CBG, 2018c).

Com relação à Ginástica Acrobática e à Ginástica de Trampolim, especificamente, não houve participação de nenhuma equipe do Nordeste em competições nacionais nos registros da CBG de 2011 a 2017. Deste modo, é possível que o Ceará, assim como os demais estados do Nordeste, não possuam trabalhos consolidados no desenvolvimento destas modalidades, indicando que esta ausência não é apenas uma questão cearense, mas de desenvolvimento no Nordeste em eventos nacionais.

No caso da GPT, não foi possível saber sobre os estados brasileiros participantes dos eventos nacionais como o “Gym Brasil”, por exemplo, por meio da CBG, já que as instituições não mantêm estes registros de forma pública, porém, por meio de registros do Gymnarteiros, da FCG e o estudo de Carvalho e colaboradores (2016) preenchemos a lacuna deixada pela ausência de sistematização dos dados desta prática pela CBG que será apresentado a seguir.

Portanto, para as práticas de GPT, GAF e GR, foram encontrados ginastas cearense participando e competindo em diversos anos de eventos organizados pela FCG e pela CBG. A seguir, iremos apresentar a quantidade e periodicidade de ginastas cearenses para cada modalidade, traçando uma linha do tempo que permitirá a visualização de como se deu a participação das ginastas cearenses no cenário desde o movimento estadual até a participação nacional, e no caso da GPT, internacional, no período pesquisado (últimos sete anos), o qual tivemos acesso.

4.3.1 Ginástica Artística

Na GA, observamos um movimento estadual mais recente em relação à GR e à GPT. Foram encontrados quatro eventos estaduais da modalidade durante o período analisado, tendo início no ano de 2016. Quanto ao número de participantes, já no primeiro ano do evento, o Campeonato Cearense de GA e Copa Estreantes de GA (masculino e feminino), identificamos um número de ginastas superior à média dos eventos de GR (55 ginastas), o que indica um interesse cearense pela prática dessa modalidade também. Deste total de ginastas, apenas quatro eram atletas de GAM.

Em 2017, foi realizado o Campeonato Estadual de GAF e Torneio Estadual de ambas as modalidades: GAF e GAM. Com relação à GAF, observamos uma maior participação no Torneio Estadual do que no Campeonato Estadual no referido ano. Já na modalidade

masculina, observamos a participação de apenas três atletas, cada um em uma categoria (faixa etária) distinta.

Gráfico 1 - Participação de ginastas cearenses em competições estaduais de Ginástica Artística Feminina e Masculina

Fonte: FCG (2017b)

Quanto às categorias nas quais mais atletas participam, observamos que as categorias iniciais (Mirim I, Pré-Infantil II e Infantil I) foram as que mais tiveram ginastas competindo nesses dois anos, tendo apenas duas ginastas em cada uma das seguintes categorias Mirim II, Juvenil I e Adulto.

Participaram do Campeonato Cearense de Ginástica Artística e Copa Estreante de Ginástica Artística 2016 duas equipes: Galpão Central do Corpo e Estácio FIC, o que, de acordo com os documentos analisados, mostra os dois espaços existentes para a prática de Ginástica Artística em nível competitivo no Ceará, e apenas entidades da Capital, ainda sem instituições do interior cearense.

A partir do Gráfico 8, de maneira geral, notamos o interesse e continuidade na participação de atletas de GAF nas competições estaduais, o que pode significar um avanço no desenvolvimento da modalidade, a medida em que se observa o interesse e aderência dessa sociedade na prática. Sendo uma modalidade recente, de acordo com estas análises, necessita de mais impulsos do que a GR, já estabelecida, que de acordo com o caminho histórico traçado, necessitou de diversos eventos de massificação e demonstração a fim de se “popularizar” e inserir na sociedade cearense. Não foi observada a continuidade em relação à categoria por

0 0 0 5 16 0 0 1 2 9 2 15 1 4 6 4 1 6 1 5 2 1 1 1 9 1 1 4 2 C A M P E O N A T O C E A R E N S E D E G A E C O P A E S T R E A N T E D E G A F 2 0 1 6 C A M P E O N A T O C E A R E N S E D E G A E C O P A E S T R E A N T E D E G A M 2 0 1 6 C A M P E O N A T O C E A R E N S E D E G A F 2 0 1 7 T O R N E I O E S T R E A N T E S D E G A F 2 0 1 7 T O R N E I O C E A R E N S E E S T R E A N T E S D E G A M 2 0 1 7

Pré-Mirim Mirim I Mirim II Pré-Infantil I

Pré-Infantil II Infantil I Infantil II Juvenil I

considerarmos que a modalidade é ainda recente no estado e não houve tempo suficiente para avaliar a formação e permanência dos atletas ao longo dos anos.

Em conformidade com o cenário estadual, o Gráfico 1 ilustra a participação cearense em eventos nacionais de GAF e a ausência da GAM. Deste modo, podemos observar uma participação recente, iniciada em 2013 e ativa até 2015, sendo descontinuada nos anos seguintes. Observamos também que o pico desta participação se deu em 2015 com sete ginastas. Nesta análise, foram levados em conta tanto os Campeonatos Brasileiros quanto os Torneios Nacionais.

Gráfico 2 - Ginastas cearenses em eventos nacionais de GAF 2011-2017

Fonte: CBG (2018c)

Já o Quadro 12 a seguir, traz em detalhes esta participação, destacando pontos como os locais de realização das competições em que ginastas cearenses participaram, o número de atletas, evento, entidade representado, entre outras informações em sequência analisadas.

0 0 2 5 7 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7

Quadro 12 - Resultados da participação de ginastas cearenses em eventos nacionais de GAF

Evento Atleta Entidade Categoria/Nível Total de atletas

participantes Colocação da atleta XXIII Torneio Nacional 2013 - São Luís/MA

Fabíola Rufino de Souza

C.T. Estácio FIC

Pré-Infantil Iniciante/Individual Geral 42 37

Equipe/Iniciante 140 129

Vitória dos Santos Rabelo Juvenil Intermediário/Individual Geral 7 7

Equipe/Intermediário 17 16

XXVIII Torneio Nacional 2014 – Aracaju/SE

2014

Mariana Jae Lee Oliveira

C.T Estácio FIC

Infantil iniciante/Individual geral 28

10

Giulia Barroso Parente 23

Fabíola Rufino de Souza 26

Victória dos Santos Rabelo Juvenil intermediário/ Individual geral 7 7

Rhayra Benicio Rebouças Adulto intermediário 2 1

Campeonato Brasileiro 2015 – Belo Horizonte/MG

2015

Victória Rabelo Galpão Central do Corpo Adulto/Individual geral Categoria: 13-15 29 13 XXVIII Torneio Nacional 2015 - Porto Alegre/RS 2015 Beatriz Souza Galpão Central do Corpo

Pré-infantil Iniciante / Individual geral 82 68 Luiza Mendonça

Infantil Iniciante / individual geral 67 65

Fabíola Rufino de Souza 46

Giulia Barroso Parente Iniciante juvenil/individual geral 49 22

Vitória dos Santos Rabelo Avançado juvenil/individual geral 18 18

Rhayra Benicio Rebouças Adulto Intermediário 10 1

Na primeira participação cearense, realizada no Torneio Nacional de Ginástica Artística de 2013, duas atletas do Centro de Treinamento Estácio FIC, competiram nas categorias Pré-infantil e Juvenil (nível iniciante), obtendo resultados ainda pouco competitivos, como apontado no Quadro 12. Já no ano seguinte (2014), o número de ginastas subiu de duas para cinco ginastas, as quais competiram nas categorias infantil (nível iniciante), Juvenil e Adulto (nível intermediário). Observamos que as ginastas que já haviam competido em 2013 obtiveram resultados inferiores em relação ao ano anterior, enquanto as novas atletas obtiveram melhores resultados em relação às veteranas.

Outro ponto a ser destacado diz respeito ao aumento do aparente interesse pela competição, que notadamente aumenta o número de participantes, inclusive de ginastas “mais velhas”, como é o caso da atleta Rhayra Benício Rebouças, que inicia nas competições na categoria Adulto Intermediário do Torneio Nacional, obtendo em sua participação o primeiro lugar. Ao longo do período observado, Rhayra foi a ginasta cearense mais bem colocada em competições nacionais, obtendo novamente a primeira colocação no Torneio Nacional de 2015. Ainda de acordo com o Quadro 12, em 2015 houve participação de ginastas cearenses em ambos os eventos nacionais, porém com destaque para o Torneio Nacional. No CB, apenas uma atleta competiu, Victória Rabelo, que mudou de entidade, do CT Estácio FIC para a Central do Corpo. Esta transferência, ao que tudo indica, tem relação com a transferência do treinador de Victória, Robson Marques.

Victória finalizou a competição em 13º lugar dentre as 29 atletas participantes na categoria adulto33, tendo se classificado por aparelho sempre na última colocação. Neste mesmo tipo de evento, CB, o Estado de São Paulo, por exemplo, apresenta uma média de 12 meninas competindo, enquanto o Rio de Janeiro apresenta uma média de sete ginastas e Paraná seis nesta mesma categoria (LIMA, 2016), o que revela que apesar de alguns importantes passos terem sido dados para as práticas ginásticas no estado do Ceará, ainda há muito o que desenvolver no estado para que as cearenses possam disputar classificações ou ter maior participação.

Já no Torneio Nacional ocorrido no mesmo ano em Porto Alegre - RS participaram seis atletas cearenses, todas de um mesmo clube, Galpão Central do Corpo (Quadro 12), devido à migração de atletas entre 2014 e 2015 entre entidades (CT Estácio FIC e Galpão Central do Corpo), já mencionada anteriormente. Em 2015, destacamos a permanência de quatro atletas

33 Na categoria adulta no ciclo de 2013-2016, apesar de ser oficialmente a partir de 16 anos, permite que ginastas a partir de 13 anos participem e separa a classificação individual geral (soma de todos os aparelhos) entre: 1. Ginastas de 13 a 15 anos; 2. Ginastas com 16 anos ou mais (sempre considerando ano que completa a idade).

em eventos competitivos, além do primeiro lugar na categoria Adulto intermediário no Torneio Nacional, da atleta Rhayra Rebouças.

Destes eventos, dois foram realizados em Estados da Região Nordeste e os demais nas Regiões Sul (1) e Região Sudeste (1).

Quanto aos resultados obtidos, a ginasta Rhayra Rebouças, que participou dos Torneios Nacionais de GA de 2014 e 2015, na categoria adulto intermediário, obteve a melhor colocação cearense, obtendo o primeiro lugar nacional de sua categoria em ambas as participações. Essa colocação vem ao encontro do potencial de desenvolvimento do Ceará, que possui interesse na ginástica competitiva, mas ainda encontra dificuldades estruturais para tal, estando mais relacionada ao nível do Torneio Nacional do que de Campeonato Brasileiro.

Porém, mesmo sem classificações significativas do ponto de vista nacional em Campeonatos Brasileiros, a participação em competições nacionais torna-se importante nesse processo de desenvolvimento como um importante espaço formativo para atletas como destacam Schiavon, Toledo e Ayoub (2017, p. 215):

[...] se bem conduzida, a competição pode trazer boas experiências que não serão vividas em outros contextos “não competitivos”, como a possibilidade de reconhecer que, apesar da dedicação, outras pessoas podem ser melhores, a humildade de valorizar o esforço do outro, a alegria de após tanto esforço alcançar um objetivo traçado (preferencialmente por todos os envolvidos: atletas – pais – técnicos), a dedicação aos treinamentos por um objetivo maior, a tolerância em momentos que não são só feitos de alegria, assim como na vida.

Os documentos analisados e ora expostos apontam indícios de dificuldades de relativas ao pequeno número de entidades que oportunizam a chegada às competições nacionais (Quadro 12), a necessidade de mudança entre entidades em função do treinador, o que pode significar um pequeno número de treinadores de GAF e, de acordo com os resultados obtidos pelas ginastas, um nível técnico ainda inferior ao nacional34.

Assim, destacamos as possíveis dificuldades e os avanços que simbolizam estas participações iniciais em competições nacionais. A seguir, trataremos da Ginástica Rítmica, a qual, junto à GAF foram as únicas modalidades competitivas presentes em eventos nacionais.

Quando analisada em relação à região Nordeste, a Ginástica Artística Feminina, só não aparece em competições nacionais no estado do Piauí. Assim, o Gráfico 3 mostra a análise

34 Sabemos que as competições são um recorte da atuação dos atletas, porém, a afirmativa do nível técnico inferior ao nível nacional parte da análise, a qual revela colocações que se aproximaram dos últimos lugares.

realizada nos registros da CBG com relação a esta modalidade no Nordeste, localizando o Ceará nesse contexto.

Gráfico 3 - Quantidade de anos em que os estados do Nordeste estiveram ativos em competições nacionais de GAF (2011-217)

Fonte: CBG (2018c)

O Gráfico 3 mostra a quantidade de anos em que cada estado esteve ativo em competições nacionais entre os anos de 2011 e 2017. Os Campeonatos Estaduais acontecem uma vez ao ano (em cada categoria, dependendo o número de ginastas no estado), então é possível verificar que Pernambuco foi o estado que permaneceu mais anos ativo em competições nacionais da modalidade, perfazendo todos os anos de análise. Em seguida, aparecem Sergipe, que só não competiu em 2011 e 2015, e Maranhão que passou a participar em 2013 e apresenta continuidade até a atualidade. Alagoas (2011, 2012, 2013, 2015), Paraíba (2013, 2014, 2015, 2017) e Bahia (2011, 2012, 2013, 2014) participaram por 4 anos. Assim, os estados que menos estiveram ativos foram o Ceará e o Rio Grande do Norte.

Quanto ao tipo de competição (TN ou CB), apenas Pernambuco e Ceará participaram do Campeonato Brasileiro da modalidade, enquanto os demais estados participaram do Torneio Nacional. Ainda, em última análise deste quesito, Pernambuco apresentou continuidade não só na participação nacional, mas na participação em CB, o que pode significar um trabalho de continuidade e elevação do nível técnico da modalidade neste

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