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CAPÍTULO 5 – A COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS EXPORTADORAS DE CALÇADOS DA PARAÍBA.

6.1 O PAPEL DA INFRA ESTRUTRA INSTITUCIONAL.

6.1.1 Governo Federal

A atuação da instituição governamental a nível Federal sobre o setor calçadista é percebido por meio da adoção de programas como Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP); Programa Revitaliza e um Fórum de competitividade da Cadeia Produtiva de Couro, Calçados e Artefatos com o objetivo de alavancar recursos para priorizar investimento nos segmentos produtivos calçadistas que se caracterizam por ter um perfil dinâmico e competitivo (BNDES, 2008).

6.1.1.1 A Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP)

O PDP tem como propósito suprir os gargalos que impedem o desempenho competitivo favorável dos segmentos produtivos nacionais, por meio da adoção de medidas prioritárias efetivadas através de parcerias público-privada, instituições financeiras, esferas governamentais e empresariado abrangendo cinco áreas: Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas; Expansão das Exportações; Integração Produtiva com América Latina e com a África; Regionalização ou descentralização espacial da produção no país e a Produção ambientalmente sustentável.

Esse programa tem uma visão sistêmica, ou seja, abrange todos os setores que estão relacionados com a esfera produtiva, tecnológica, financeira, inovativa, pessoal, organizacional e fiscal-tributária.

As metas propostas pelo PDP são: ter uma posição de destaque no mercado regional e nacional, em termos de taxa de crescimento da produção, volume exportado e valor exportado. Para atingir essas propostas, se faz necessário, investimentos em marcas, designs, para atribuir qualidade e valor agregado ao produto; capacitar os empresários para que eles sejam empreendedores e tenham um desempenho atuante e eficiente na conquista de nichos de mercado; adensar a cadeia produtiva e abranger a pauta de exportação através da diversificação dos produtos.

A efetivação dessas metas a partir dos desafios propostos, para serem efetivados, necessita de apoio institucional, advindo da FINEP; MIDIC; Agêncoa Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); APEX; SEBRAE/SENAI, BNDES; INMETRO; Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (MIDIC, 2008).

Os desafios e as diretrizes propostas pelo PDP para estimular a competitividade do setor calçadista no horizonte de tempo de longo prazo são apresentadas no quadro 03.

Quadro 03

Estratégias da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para fortalecer a Competitividade do Setor de Calçados: desafios, diretrizes e órgão responsável.

DESAFIOS DIRETRIZES ORGÃO RESPONSÁVEL

Promover as empresas e produtos brasileiros no exterior, consolidar a marca Brazilian Footwaer, Brazilian Leather e By Brasil. MDIC APEX INPI Fortalecer marcas, design e

imagem do calçado brasileiro no mercado

internacional. Expandir financiamento para novos negócios e bens intangíveis (design, marcas e estratégias de comercialização) BNDES; FNEP; SEBRAE; INPI

Capacitação de MPE’s para atuação em todos os nichos de mercado.

 Promover

capacitação em tecnologia industrial para desenvolver designs, fortalecimento de marcas e difusão de normas técnicas;

 Apoiar os APLs de calçados através da

certificação internacional em gestão da qualidade, meio ambiente, segurança do trabalho e responsabilidade social. MDIC; INMETRO; SEBRAE; IPI Pesquisa, desenvolvimento e inovação na cadeia produtiva

 Promover cooperação empresa-universidade;  Incorporar tecnologias estratégicas (TICs, biotecnologia e nanotecnologia) na cadeia produtiva. MCT; FINEP; SEBRAE; EMBRAPA; INPI. Estímulo à comercialização

no mercado doméstico. Fomentar estratégias, Marca Brasil e produtos de maior valor agregado.

MDIC; APEX.

Fonte: BNDES, 2008.

De acordo com a exposição das metas e das diretrizes a serem tomadas pelos agentes econômicos pra estimular a competitividade do setor calçadista percebe-se que todas as

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medidas e instrumentos estão voltados para a aquisição de atributos qualitativos e valorização dos empreendimentos produtivos que tem características endógenas e dinâmicas como territorialidade, capital social, aglomerações produtivas e path-dependece.

6.1.1.2 Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Couro, Calçados e Artefatos

O fórum teve inicio em 17 de Março de 2001 com o objetivo de facilitar a comunicação do Governo Federal com os segmentos produtivos e atender por meio de políticas públicas, as necessidades específicas de cada setor das cadeias produtivas, inclusive o setor de calçados (MDIC, 2008).

A organização do fórum através de sistemas de Grupos de Trabalho (GTs) que engloba vários integrantes (esferas governamentais, instituições, setor privado, empresário) de maneira descentralizada para melhor atender as necessidades específicas de cada setor. Os grupos integrantes dividem responsabilidades como:

• Inovação e Desenvolvimento Tecnológico - grupo relacionado com temas como Design, Organização dos Sistemas Setoriais de Inovação e Difusão tecnológica, Universidade Coorporativa e Financiamento para cursos de Capacitação Tecnológica. Os responsáveis por esta área são as instituições: Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (ABRAMEQ); Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (ASSINTECAL) e Secretaria de Tecnologia Industrial (STI), vinculada ao MDIC;

• Inserção Externa - promove o setor de calçados através de ações de apoio às exportações (financiamento, simplificação de procedimento e desoneração tributária), de estímulo à criação de centros de distribuição no exterior, de imposto de exportação do Wet- Blue, de negociações internacionais, de promoção comercial, de apoio à inserção em cadeias internacionais de suprimentos, apoio à consolidação da imagem do Brasil e de marcas brasileiras no exterior. Essas ações são coordenadas por instituições como Abicalçados e Câmara de Comércio Exterior (Camex).

• Modernização Industrial - grupo responsável pela modernização dos Arranjos Produtivos Locais (APL) promovendo financiamento para aumento da capacidade; modernização de equipamentos; melhoria na qualidade do couro; programas de melhoria da gestão da qualidade e ambiental. Essa atuação está sobre a responsabilidade de duas instituições ASSINTECAL e MDIC.

6.1.1.3 Programa Revitaliza

Programa que abrange três linhas de financiamento como Capital de Giro, Investimento e Exportação (pré-embarque), proveniente dos recursos vindo do BNDES e Tesouro Nacional. Os setores produtivos beneficiários são calçados, artefatos de couro, têxtil, confecção e móveis que tem um faturamento anual de R$ 300 Milhões (BNDES, 2008).

O valor total necessário a efetivação desse programa é de R$ 3 Bilhões, proveniente dos recursos do BNDES com uma parcela de R$ 2 Bilhões e dos recursos do FAT com uma parcela de R$ 1 Bilhão. Uma das propostas desse programa contempla a concessão de bônus por adimplência sobre os juros que implica na diminuição das taxas efetivas expostas no quadro a seguir:

Quadro 04

Linhas de Financiamentos do BNDES: capital de giro, investimento e exportação. Taxa de Juros

Tipo Taxa Efetiva Taxa com 20% Prazo Carência

Capital de Giro 8,5% 6,8% Até 36 meses Até 18 meses

Investimento 7,0% 5,6% Até 8 anos Até 3 anos

Exportação 7,0% 5,6% Até 36 meses Até 18 meses.

Fonte: BNDES, 2008.