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Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)

CAPÍTULO 5 – A COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS EXPORTADORAS DE CALÇADOS DA PARAÍBA.

6.1 O PAPEL DA INFRA ESTRUTRA INSTITUCIONAL.

6.1.5 Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)

Os cursos e serviços disponibilizados pelo SEBRAE têm grande representatividade sobre os micro-empreendimentos do setor de calçados da Paraíba. Na pesquisa de campo todos os empresários dos pequenos empreendimentos atribuíram avaliação positiva aos serviços do SEBRAE.

Dentre os serviços de apoio às MPE’s destacam-se o Projeto COMPETIR83 que é resultante de uma parceria entre SENAI e SEBRAE e uma instituição internacional Alemã (GTZ) 84 que tem como propósito beneficiar a competitividade dos segmentos produtivos, inclusive o setor de calçados.

Os serviços oferecidos pelo SEBRAE são os vinculados a questões organizacionais como gestão, aprendizado e inovação, qualificação da mão-de-obra, oficinas gerenciais e promoção comercial.

A atuação do SEBRAE/PB é organizar rodada de discussões, excussões85 com empresários do segmento calçadista com o propósito: trazer o comprador adequado de acordo com o tipo de empresa e o produto fabricado por ela; informar sobre o mercado e disponibilizar informações sobre o comportamento e a tendência do setor.

83 Gerenciado pelo SICTCT e tem como propósito estimular o setor calçadista através da participação em feiras

nacionais e internacionais

84 Cooperação técnica Alemã, empresa pública de direito privado, foi criada em 1974 com o objetivo de

gerenciar os projetos de cooperação técnica.

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Atualmente a estratégia do SEBRAE está em promover o aglomerado produtivo calçadista de Campina Grande e Patos através da exposição em nível regional como forma de amadurecimento dos empresários a adquirir capacitação para expor seu produto no cenário internacional. O patrocínio desse projeto advém de duas instituições: Apoio de Promoção às Exportações (APEX) e ABICALÇADOS com um orçamento de R$ 150 a R$ 300 mil reais.

Esse posicionamento do SEBRAE é bem visto pelos empresários como um aparato institucional para minimizar a complexidade do mercado e possibilitar uma melhor atuação das empresas. E, está de acordo com a nova política industrial de desenvolvimento produtivo e organizacional86 porque estimula os empresários dos pequenos empreendimentos a se capacitarem a produzir com qualidade.

Apresentado a infra-estrutura institucional que contempla o setor calçadista paraibano percebe-se que o grau de atuação e importância delas é diferenciado. Por exemplo, a instituição que é responsável pela promoção de gestão empresarial dos empreendimentos de micro e pequeno porte, o SEBRAE, tem um papel atuante nesse segmento produtivo por se articular com as demais instituições do setor como APEX, ABICALÇADOS, Governo do Estado, FIEP, entre outros, a promover a participação das unidades produtivas em feiras no mercado interno e externo.

Além de atuante, essa instituição se mostra muito necessária, porque estimula os agentes empresariais a desenvolver um espírito empreendedor capaz de negociar com clientes internacionais. Mas, a atuação intensa do SEBRAE de preparar os empresários a ter um espírito empreendedor não garante a inserção das empresas ao mercado externo de maneira dinâmica e competitiva, pois o papel de promoção comercial é executado de maneira ineficiente pela instituição CIN/PB que por não interagir de maneira intensa com as empresas calçadistas não tem conhecimento das necessidades demandadas por este segmento e, consequentemente não tem capacidade de adotar instrumentos para impedir que as empresas de pequeno e grande porte percam parcela de mercado internacional.

Analisando o posicionamento das esferas governamentais percebe-se que a atuação do Governo Federal está de acordo com o novo modelo produtivo e organizacional vigente no mercado, mas se faz necessário a adoção de medidas que propicie a concretização das propostas estabelecidas nos programas. Em relação a esfera governamental em nível Estadual observa-se a necessidade de reestruturação do instrumento utilizado na promoção industrial devido aos indícios de finalização do mesmo e o fato de não garantirem a dinâmica

86 Estimular as MPE’s e capacita-las a desenvolverem atributos competitivos (qualidade, valor agregado e

competitiva nem do Estado nem do Setor.

Das instituições associadas a FIEP percebe-se que, por exemplo, o SENAI tem um posicionamento atuante por preparar a mão-de-obra a ser obsorvida pelas empresas através da oferta de serviços como assistência técnica.

O papel dessa instituição também se constitui como necessário por promover a qualificação profissional e melhorar a produtividade das empresas porque os profissionais ao serem contratados já serão dotados de conhecimento técnico para exercer determinada função na empresa, além de minimizar o custo financeiro e de tempo que as empresas teriam ao capacitar esses indivíduos.

As ações atribuídas ao SESI que são a promoção de ações de saúde, educação, responsabilidade social e ambiental não estão sendo verificadas nos empreendimentos de pequeno porte o que implica em baixa produtividade da mão-de-obra e baixa qualidade dos produtos consequentemente não as tornam competitivas.

No caso das empresas de grande porte todas as atribuições são percebidas o que as torna capaz de desenvolver seu processo produtivo de maneira eficiente e que adquiram eficiência competitiva.

Esse fato mostra que a instituição não é atuante, porque ela se mostra incapacitada a desenvolver as atribuições que são de sua responsabilidade de maneira abrangente, mas é muito necessário para garantir a diferenciação da produção e a aquisição de atributos competitivos como qualidade, marca, inovações no produto e no processo produtivo, como forma de agregar valor ao produto, a fim de expandir a oferta dos produtos no mercado internacional e atender a demandadores sofisticados e exigentes.

Instituição como a Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e outras que tem como propósito a interação entre instituições de ensino e empresas através de oferecimento de estágios, tem um posicionamento necessário, mas a atuação dessa instituição poderia ser mais ampla em relação ao oferecimento de estágio para estimular a formação de pesquisadores para desenvolver serviços técnicos que permita a aquisição de eficiência produtiva e competitiva do setor.

Diante dos fatos apresentados percebe-se que as instituições que tem o papel de promover investimentos em infra-estrutura institucional direcionadas ao setor apresentam potencialidades, mas devido ao fato de estarem desarticuladas e não estarem cumprindo de maneira eficiente todas as atribuições que são de suas responsabilidades não estão garantindo o desenvolvimento sustentável do setor calçadista paraibano.

A proposta para reverter essa situação é uma cooperação articulada entre estratégias empresariais, políticas púbçlicas e parcerias pública-privada que torne o ambiente sistêmico

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mais favorável a competitividade empresarial e o fortalecimento dos elementos que garante o desenvolvimento a exemplo do investimento no capital social sob o aparato institucional denso e inter-relacionado.