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4. PRODUÇÕES DISCENTES

4.2 Grupo controle-análise descritiva

A análise descritiva, conforme categorias já explicitadas na seção 5.1 levou à elaboração de alguns quadros que elencam essas categorias. O quadro 1 do grupo controle ilustra Para efetuar o levantamento dos elementos constitutivos das crônicas produzidas, procedeu-se à análise e ao levantamento das categorias descritivas que compõem esta pesquisa. O levantamento foi realizado por meio de quadros que elencam essas categorias (categorias já explicitadas anteriormente). Para exemplificação, são apresentados alguns desses quadros e, em seguida, as análises descritivas de algumas crônicas.

Grupo controle - 8.ª L - Primeira Versão

Aluno Mundo Tipo de discurso

Nar

rar Expor Impli cado Autônomo Interati vo Teóri co Nar rar (nar rati vo) Relato interati vo Misto- Teórico Interati vo Outro- poético- não considera do AB AM CC CG DP FP GF GV HM JC JM JV KR L MF M MD PC PK PP RL RY RU TB W YV Quadro1

O quadro da primeira versão dos textos dos alunos do grupo controle permite visualizar quais aspectos predominam quanto ao mundo discursivo construído e quanto aos tipos de discurso.

Os textos produzidos pelos alunos apresentam predominantemente – dadas as operações constitutivas dos mundos discursivos - relação com o mundo do expor implicado, pois as coordenadas são conjuntas às de ação de linguagem. A relação de implicação se deve ao fato de o texto produzido pelo aluno considerar o conteúdo temático e o mundo ordinário em que se desenvolve a ação de linguagem: de

persuadir, de criticar, de denunciar e, em função dessa intenção, realiza um texto que coloca em cena recursos próprios do discurso misto. Dos 26 textos produzidos, deixam de optar pelo discurso misto-teórico/interativo apenas 04 alunos. A organização do tipo de discurso desses alunos não corresponde em sua totalidade, a nenhuma das categorias criadas por Bronckart, por isso, esses textos não foram objeto de análise.

Tendo em vista o que diz Bronckart (1999) quanto à constituição dos mundos discursivos e às operações constitutivas deles, os alunos enquanto agentes tomam decisões sobre o modo de representar esses mundos, ou seja, os produtores dos textos organizam o conteúdo temático de acordo com as instâncias de agentividade inscritas: espaço, tempo de produção e parâmetros físicos da ação de linguagem, optando pelo mundo discursivo do expor. Este mundo expressa a intenção de expor um ponto-de-vista sobre um tema considerado relevante e, às vezes, polêmico. As sequências mais empregadas na composição desses mundos são: descritivas, explicativas e argumentativas, com predomínio das formas verbais do presente, do futuro e nominais de infinitivo.

Essas escolhas decorrem do contexto de produção e refletem, em certa medida, as leituras com as quais os alunos entraram em contato, ao longo das sequências didáticas. Outro fator que contribuiu para essa escolha, relaciona-se à proposta de trabalho e ao tema: comentar, colocar em evidência algum aspecto da cidade – algum acontecimento da cidade, algum lugar pitoresco, algum aspecto pitoresco que seja considerado relevante e possa provocar o interesse do leitor. Durante os módulos, os alunos entraram em contato com várias crônicas que continham alguns desses elementos, e foram organizadas em sequências descritivas, explicativas e argumentativas com o objetivo de dar a ver e persuadir o leitor a compartilhar do mesmo ponto de vista do autor, ou pelo menos, fazer refletir sobre o fato. O contato com esses textos e o contexto de produção foram determinantes, para que a maioria dos alunos, organizasse seus textos a partir do mundo do expor e do tipo de discurso do expor. Os tipos de sequências predominantes nesses textos resultam de uma decisão consciente dos alunos sobre a organização dos mundos discursivos, fato que se constata no quadro 2, a seguir:

Observa-se que os textos dos alunos, em sua totalidade (100%), optaram pelo mundo do expor implicado. A relação de implicação se deve ao fato de o produtor do texto encontrar-se num processo específico, em condições específicas.

O quadro 3 apresenta o percentual de alunos que fizeram opção pelo discurso misto (teórico interativo): 85%. Esse tipo de discurso reflete uma configuração que

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Narrar

Grupo controle

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% Interativo 0%

Grupo controle

se que os textos dos alunos, em sua totalidade (100%), optaram pelo mundo do expor implicado. A relação de implicação se deve ao fato de o produtor do

se num processo específico, em condições específicas.

quadro 3 apresenta o percentual de alunos que fizeram opção pelo discurso misto (teórico interativo): 85%. Esse tipo de discurso reflete uma configuração que

Narrar Expor Implicado Autônomo

0%

100% 100%

Grupo controle - 8.ª L - Primeira Versão

Mundo

Interativo Teórico Narrar Relato interativo Misto teórico interativo 0% 0% 0% 85%

Grupo controle - 8.ª L - Primeira Versão

Tipo de discurso

Quadro 2

se que os textos dos alunos, em sua totalidade (100%), optaram pelo mundo do expor implicado. A relação de implicação se deve ao fato de o produtor do

se num processo específico, em condições específicas.

Quadro 3

quadro 3 apresenta o percentual de alunos que fizeram opção pelo discurso misto (teórico interativo): 85%. Esse tipo de discurso reflete uma configuração que

Autônomo 0%

Primeira Versão

Outro 15%

Primeira Versão

expressa o projeto discursivo do aluno, isto é, o modo como o produtor do texto organiza o conteúdo temático que pode ser sintetizado por meio de um resumo, de uma síntese das ideias discutidas, do encadeamento das ações. O conteúdo temático do texto dos alunos diz respeito a algum aspecto específico da cidade: relação-qualidade de vida e paisagens da cidade; evolução e desenvolvimento da cidade - o que a cidade tem a oferecer ao turista; necessidade de desenvolvimento e qualidade de vida; aspectos pitorescos. Esse conteúdo é percebido a partir da análise dos mecanismos de textualização, constituídos pelas isotopias e pelas retomadas nominais que são organizadas e visíveis nos tipos de discurso e de sequências que formam a infra-estrutura textual.

Para identificar os tipos de sequências que caracterizam a crônica, é preciso considerar a influência dos aspectos citados anteriormente e, também, observar como são encaixadas as sequências.

Nas crônicas analisadas, há a presença constante de sequências descritivas. Observa-se que o aspecto descritivo apresenta uma intenção que vai além do mostrar, do dar a ver, a sequência descritiva que normalmente funciona em um texto como pano de fundo para descrição de eventos, ações ou personagens, funcionará, nas crônicas analisadas, com uma intenção argumentativa, pois o produtor ao atribuir uma qualidade ao objeto que é tema-título do texto, não o faz aleatoriamente, mas intencionalmente. Há, assim,complementarmente, uma intenção argumentativa ou explicativa.

No caso das crônicas produzidas pelos alunos, essa relação de dependência pode ser esquematizada da seguinte forma: apresentação do tema + enumeração dos atributossustentação de uma posiçãomanutenção do posicionamento + retomada-conclusão . Esse tipo de organização fica visível em sequências como as abaixo exemplificadas, retiradas de crônicas produzidas pelos alunos da 8ª série e autores escolhidos para integrar as sequências. Esses textos articulam sequências descritivo-explicativas com argumentativas, misturando assim as sequências e tipos de discursos.

São Vicente(tema-título)

aquela imensa praia com diversas ilhas,

não é uma cidade tão calma assim, é muito viva

pessoas jogando bola na areia, caminhando nas águas, teleférico,

as belas praias, ótimos restaurantes.

Retomada-conclusão

É realmente um lugar marcante.

A forma de planificação escolhida pelo produtor mistura tipos de sequências que revelam como o aluno representa a cidade e como hierarquiza o que deseja mostrar ao leitor, levando-o a compartilhar sua visão. Essa organização reflete a intenção de persuadir o leitor a compartilhar a mesma posição. As sequências explicativas e argumentativas estão encaixadas às descritivas ou vice-versa. O gênero é produzido e adaptado às necessidades do produtor do texto, visando à criação também de diferentes efeitos de sentido.

Conforme Bronckart, uma sequência argumentativa é organizada numa sucessão de quatro fases: fase de premissa (dados) - constatação inicial; fase de apresentação dos argumentos que orientam para uma conclusão (exemplos, justificativas); fase de apresentação de contra-argumentos, restrições em relação à orientação argumentativa, os argumentos podem ser ratificados ou refutados por justificativas; fase de conclusão que resume e integra os efeitos dos argumentos e contra-argumentos. A crônica “Os que ficam” apresenta sequências que podem ser identificadas com esse tipo de organização: encaixes de sequências explicativas, argumentativas e descritivas. O autor define o que é a praia, partindo de uma afirmação inicial que é sustentada por um raciocínio comparativo que enumera os atributos da praia comparando-a a uma democracia.

OS QUE FICAM

(...)Praia é uma república em que todos são iguais perante o Sol.

Nenhuma democracia social é tão adiantada quanto a praia, onde as raças não apenas convivem como fazem tudo para se tornarem iguais. Suam, literalmente, para diminuir suas diferenças.

Os brancos tentam ficar marrons, embora às vezes só fiquem vermelhos, os marrons ficam pretos e os pretos já estão prontos.

A praia também é a democracia econômica com que tantos sonham. É difícil distinguir o rico do pobre sem roupa. Muitas vezes a única diferença entre o biquini de uma granfina e o biquini de uma suburbana é a etiqueta, e você não pode ficar pedindo para ver a etiqueta da moça. Mesmo que, muitas vezes, o biquini seja só a etiqueta.

A não ser no detalhe - uma barriga mais próspera, um par de óculos

escuros obviamente mais caro - não há como ostentar riqueza na praia. Não existem guarda-sóis-mansões e guarda-sóis populares, ou sombra de luxo e sombra conjugada. E o mesmo isopor que traz o champanha traz a farofa. Na praia todo mundo é posseiro e ninguém é proprietário, e não há conflitos territoriais. A não ser os causados por boladas do frescobol, que são resolvidos no grito.

De maneira semelhante, um dos alunos organiza sua crônica, sem a ironia e acidez da crônica “Os que ficam”, mas obedecendo a uma organização que se aproxima dela. O tema é a praia e a indiferença de seus moradores (a não valorização de seus atributos) fato comentado e considerado pelo(a) aluno (a) como relevante e polêmico, pois apresenta a praia a partir de sua representação e, em seguida, descreve os atributos da praia, principalmente os positivos, visando à persuasão do leitor. É preciso observar que o aluno encaixa sequências descritivas que servem à defesa do ponto de vista adotado

Paz na Praia

As pessoas que moram em São Vicente, talvez, não percebam a diferença que a praia faz na nossa vida.

2 Todos os dias são dias de rotina.Temos que ir à escola ou ao trabalho e encaramos essa cidade como outra qualquer. Mas não é **. Em qual outro lugar podemos respirar um ar puro como o que vem do horizonte marítimo? 3 As pessoas, ao verem a praia, encontram paz e alegria. Alegria de saber que em cada raio de sol que cresce no horizonte, é como um fogo de artifício.

4 Na praia, ninguém fica triste. Todos nós ficamos livres do stress que nos cerca diante dos nossos desafios. Na praia, não há desafios.

5 Nem sempre ** é calma. Com a chegada do verão, todos vêm para cá em busca de tudo que é bom na vida.

6 Talvez, se ** fôssemos morar em uma cidade grande como São Paulo,** daríamos mais valor ao que nos foi dado. A felicidade.

No texto produzido, percebe-se uma constatação inicial que expressa a opinião do autor: “As pessoas de São Vicente, talvez, não percebam a diferença que a praia faz na nossa vida”.

Em seguida, ele insere os atributos e justificativas que servem à defesa de seu posicionamento:

Praia ninguém fica triste; Todos são livres; felicidade ar puro

horizonte marítimo raio de sol

O autor finaliza o texto retomando o dito e concluindo: “Talvez, se fôssemos morar em uma cidade grande como São Paulo, daríamos mais valor ao que nos foi dado. A felicidade.”

Na crônica ”Paz na Praia”, observa-se o hidridismo na organização das sequências apresentadas: sequências explicativas, argumentativas e descritivas. A exposição e a enumeração de atributos e explicitação de motivos são expressos por meio de encaixamentos produzidos pelo produtor que expressa seu ponto de vista sobre a praia e a cidade em que vive, deixando claramente expressa sua intenção explicar e persuadir. Fica, portanto, explícito que o tipo de discurso é misto.

Para Bronckart, a sequência explicativa origina-se a partir de uma incompletude, de uma problematização presumida pelo produtor do discurso sobre o conhecimento, as atitudes, os sentimentos do interlocutor. Há, portanto, necessidade de prover-se uma explicação, apresentando-se causas e razões da afirmação inicial. O raciocínio explicativo apresenta uma fase de constatação inicial – introdução do tema incontestável; uma fase de problematização e explicitação dos motivos; uma fase de resolução, que traz informações que respondem às questões colocadas; uma fase de avaliação ou conclusão, que completa a formulação inicial.

As sequências resultam de uma re-estruturação do conteúdo temático, que é organizado pelo produtor do texto de forma lógica em macroestruturas semânticas. Estas são organizadas linearmente para formar um todo coerente que expressa o efeito de sentido que o produtor do texto pretende criar, fazendo emergir no texto as marcas de autoria e estilo que ficam evidentes quando se observa o aspecto dialógico do gênero. A crônica, em sua essência é dialógica, pois apresenta um hibridismo natural, um diálogo permanente do autor com o leitor, do gênero com outros gêneros e entre esferas comunicativas. Esse diálogo fica evidente quando se observa a presença de elementos próprios do poema, da notíca, do editorial, do “folder” turístico, do ensaio e de textos didáticos.

Para descrever a crônica produzida pelos alunos e enumerar os elementos que anteriormente foram observados nas crônicas dos autores estudados, construiu- se um quadro que elenca algumas das categorias que caracterizam o gênero, funcionando como parâmetro do gênero, permitindo visualizar a presença ou ausência desses elementos nos textos. Das categorias representativas que refletem aspectos linguísticos e discursivos, destacam-se: temática do cotidiano; tipo de linguagem usada; atitude crítica; humor; marcas explícitas da opinião do produtor; ironia; dialogismo – interlocução explícita marcada pela presença de pronomes; remissões a outros textos por aspectos formais ou pelo conteúdo temático; organização sintética expressa por número reduzido de parágrafos; tipo de suporte; presença de vozes que expressam pontos de vistas diferentes; presença de figuras de linguagem: de palavras, de sintaxe.

Descrição dos elementos que fazem parte do gênero crônica-parâmetros do gênero-primeira versão dos textos dos alunos da 8.ª L

Aluno Tema Coti diano L. Fo r m al L. In- for mal e for mal Cri tici da de Opin ião ex plí ci ta Hu m or Iro ni a Di al o gis m o In ter lo cu çã o N. º de Pa rá gr af os Suporte de origem Re Jor Int Rá V o z e s Re mi ss õe s a ou tro s te xt os Fo rm a Rem issõ es a ou tros tex tos Com teúd o Pre sen ça de figu ras de sinta xe: aná fora, para lelis mo e inver são E Nu m e ra çã o O utr as fi gu ra s A.B. 3 A.M. 4 C.C. 4 C.G. 3 D.P. 2 F.P. 6 G.F. 3 G.V. 3 H.M. 4 J.C. J.M. 5 J.V. 6 K.R. L. 3 M.F. 4 M. 6 M.D. 2 P.C. P.K. 4 P.P. 2 R.L. 6 R.Y. R.U. 1 T.B. 4 W. 1 Y.V. 1 Quadro 4

Quanto ao tema, observa

tema, fazendo referência a algum aspecto do cotidiano da cidade, discutindo propondo uma reflexão. A manutenção do tema expressa o trabalho realizado durante o processo inicial q

Foram aceitas também as sugestões dadas pelos alunos para a organização da revista – aspectos que dizem respeito à formatação da revista.

Quanto à linguagem usada, 81% dos alunos mistura a linguagem

a informal, empregando esta última como estratégia para se aproximar do leitor e fazê-lo identificar-se com o tema. Esse aspecto foi observado no módulo quando se buscou enfatizar os mecanismos usados com vistas ao envolvimento do leitor.

A atitude crítica do aluno fica evidente em 85% dos textos, o que evidencia a reflexão sobre o tema e um posicionamento diante dele. Esse aspecto foi trabalhado nos módulos, no momento em que se fazia a leitura dos textos. Nesses momentos ressaltaram-se as marcas, as evidências do posicionamento do autor e sua opinião, buscando revelar o grau de criticidade em relação tema tratado. As reflexões

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 100% 19% 81%

Primeira versão dos textos dos alunos

Quanto ao tema, observa-se que 100% dos alunos são fiéis à proposta e ao tema, fazendo referência a algum aspecto do cotidiano da cidade, discutindo propondo uma reflexão. A manutenção do tema expressa o trabalho realizado durante o processo inicial quando foram explicados a proposta e os procedimentos. Foram aceitas também as sugestões dadas pelos alunos para a organização da

aspectos que dizem respeito à formatação da revista.

Quanto à linguagem usada, 81% dos alunos mistura a linguagem

a informal, empregando esta última como estratégia para se aproximar do leitor e se com o tema. Esse aspecto foi observado no módulo quando se buscou enfatizar os mecanismos usados com vistas ao envolvimento do leitor.

tude crítica do aluno fica evidente em 85% dos textos, o que evidencia a reflexão sobre o tema e um posicionamento diante dele. Esse aspecto foi trabalhado nos módulos, no momento em que se fazia a leitura dos textos. Nesses momentos

cas, as evidências do posicionamento do autor e sua opinião, buscando revelar o grau de criticidade em relação tema tratado. As reflexões

81%85% 100% 4% 38% 100% 15% 23% 42% 19% 100% 0% 0% 0%

Primeira versão dos textos dos alunos

Aspectos gerais - Gênero Crônica

Quadro 5

se que 100% dos alunos são fiéis à proposta e ao tema, fazendo referência a algum aspecto do cotidiano da cidade, discutindo-o, e propondo uma reflexão. A manutenção do tema expressa o trabalho realizado uando foram explicados a proposta e os procedimentos. Foram aceitas também as sugestões dadas pelos alunos para a organização da

Quanto à linguagem usada, 81% dos alunos mistura a linguagem formal com a informal, empregando esta última como estratégia para se aproximar do leitor e se com o tema. Esse aspecto foi observado no módulo quando se buscou enfatizar os mecanismos usados com vistas ao envolvimento do leitor.

tude crítica do aluno fica evidente em 85% dos textos, o que evidencia a reflexão sobre o tema e um posicionamento diante dele. Esse aspecto foi trabalhado nos módulos, no momento em que se fazia a leitura dos textos. Nesses momentos

cas, as evidências do posicionamento do autor e sua opinião, buscando revelar o grau de criticidade em relação tema tratado. As reflexões

0% 92% 23% 4% 23% 96% 42%

Primeira versão dos textos dos alunos - 8.ª L

realizadas pelos alunos deram-lhes elementos para a re-escrita do texto – produção que levou em consideração os módulos e sequências didáticas, além do quadro produzido que os auxiliou a controlar aspectos relevantes para a produção de seu texto.

Traços que revelam a presença do humor ficaram evidentes em apenas 4% dos textos, aspecto da produção que não transparece nos textos dos alunos, embora tenha sido observado no módulo em que se discutiu a relação texto verbal e não verbal e o humor que emerge no léxico usado na crônica “Em defesa das nádegas”. Esse aspecto pode não ter sido considerado relevante pelos alunos pelo fato de terem um projeto discursivo que visava a ressaltar, com seriedade, aspectos considerados relevantes da cidade. Há, porém, a presença da ironia em 38% dos textos, indicando a assimilação dos mecanismos de linguagem empregados pelos cronistas de “Em defesa das nádegas” e “Os que ficam”. Isso talvez possa ser explicado pela atitude crítica do aluno e também por tentar manter um certo cuidado com a linguagem para não chocar o leitor – uma estratégia de preservação de faces. Durante o processo de leitura nos módulos, procurou-se evidenciar a ironia resultante da estratégia de dizer o contrário do que se pensa ou do que se quer que seja pensado. Ressaltou-se a ambigüidade dos sentidos construídos na relação texto/leitor, nos jogos de palavras, na duplicidade das vozes, nas marcas de contradição entre texto e contexto. Destacou-se também que o uso da figura, indício que revela um estilo, uma atitude do autor.

O dialogismo, a interlocução explícita marcada pela presença de pronomes e de verbos foi um dos aspectos mais trabalhados e que está presente em 100% dos textos. Esse aspecto ficou evidente nos textos dos alunos pela presença explícita do pronome “você” e do pronome “nós”.

Remissões a outros textos, por meio da presença de marcas que registram algum aspecto relacionado ao conteúdo temático (4%), à presença de léxico ou de organização sintática (23%) refletem escolhas dos alunos que, de alguma forma, confirmam a assimilação e adoção desse recurso - o intertexto como estratégia para