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Para as pesquisadoras Alessandra de Souza dos Santos e Mara Regina Martins

Jacomeli, “apesar dos esforços coletivos e individuais que propõe desenvolver pesquisas

sobre grupos escolares [...] ainda é insignificante o número de instituições que

são/foram objetos de análise” (SANTOS e JACOMELI, p. 12). A fim de dar

visibilidade aos Estados que foram contemplaram com as pesquisas sobre Grupos

Escolares apresentamos a tabela a seguir:

Tabela 1 – Estudos sobre Grupos Escolares por Estado no período de 2000 a 2010

ESTADOS TESES DISSERTAÇÕES

Minas Gerais 2 7 Paraíba 1 1 Piauí 1 2 Paraná, 1 5 Mato Grosso 2 3 São Paulo 2 8 Mato Grosso do Sul 1 Ceará 1 Santa Catarina 1 Rio Grande do Norte 1 Sergipe 2 Rio de Janeiro 1 TOTAL GERAL= 33

Fonte: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/Teses.do

Dos Estados da Federação brasileira, o que mais possui trabalhos referentes aos

Grupos Escolares é São Paulo, com oito dissertações de Mestrado e duas teses de

Doutorado. Ocupando a segunda posição está Minas Gerais com sete dissertações e

duas teses. Em terceiro lugar o Estado do Paraná com cinco dissertações e uma tese

doutoral. Em quarto lugar figura Mato Grosso com três dissertações e duas teses; em

quinto lugar Piauí com duas dissertações e uma tese; em sexto, Paraíba com uma

Dissertação e uma tese, seguido de Sergipe com duas dissertações. Com apenas um

trabalho de Mestrado cada, figuram em sétimo lugar os Estados de Mato Grosso do Sul,

Ceará, Santa Catariana, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Os Estados do Acre,

Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Maranhão, Pará,

Pernambuco, Rondônia, Rorâima, Tocantins e Rio Grande do Sul, aparentemente não

possuem trabalho de Pós Graduação stricto sensu sobre os Grupos Escolares.

4 Grupos Escolares como tema periférico em trabalhos acadêmicos (2000-2009)

A diversidade de trabalhos catalogados durante a primeira década do século 21

evidencia uma série de enfoques metodológicos e históricos. Para Santos e Jacomeli

(2006), ao se pesquisar um “tema como ‘grupos escolares’ não se pode afirmar que

todas as pesquisas terão o mesmo resultado, já que existem várias interpretações para

esse mesmo objeto, além de possuírem especificidades próprias que os distinguem”

(SANTOS e JACOMELI, 2006, p. 3). Nesta perspectiva, tendo analisado os trabalhos

que tomaram os Grupos Escolares como tema específico de trabalho, perscrutamos

também, aquelas dissertações e teses que apesar de não se deterem nos Grupos

Escolares como objeto de pesquisa, perpassaram a referida temática. Em muitos casos,

quando os pesquisadores se debruçam em analisar o ensino primário brasileiro, torna-se

quase que impossível não se esbarrar na criação de Grupos Escolares, dada sua difusão

pelo país durante o período de sua vigência e dado a influência que os mesmos

exerceram no ensino primário desde a proclamação da República em 1889 até 1970 com

a sua abolição, por meio da Lei 5692/71.

4.1 Anos de 2000 e 2001

No ano de 2000 e 2001, os trabalhos que perpassaram a temática ‘Grupos

Escolares’ somaram cinco pesquisas, sendo quatro teses e apenas uma Dissertação,

conforme pode se observado Quadro 16.

Quadro 16– Grupos Escolares como tema periférico -2000-2001

AUTOR TÍTULO ANO EDITORA/

INSTITUIÇ ÃO CONTEÚDO Eliane Terezinha Peres (tese) Aprendendo formas de pensar, de sentir e de agir - a Escola como oficina da vida: Discursos

Pedagógicos e Práticas Escolares da Escola Pública.

2000 UFMG Aborda as bases do modelo

educacional implantado no Estado do Rio Grande do Sul, e de forma circunstancial adentra a temática dos Grupos Escolares. Paulo de Nóbrega (Dissertação) Ensino público, nacionalidade e controle social: política oligárquica em Santa Catarina na Primeira República: 1900-1922.

2000 UFSC Aborda as questões relativas às reformas do ensino público no Estado de Santa Carina, durante a Primeira República. centrou-se discussões em torno das políticas educacionais oligárquicas vigentes no período citado. Heloisa Occhiuze dos Santos (tese) Municipalização do Ensino em São Paulo: Vicissitudes do Ideário de Anísio Teixeira .

2000 USP Perscruta a trajetória de Anísio ao longo das suas atividades na vida pública, objetivando a investigação do ideário pedagógico municipalista por ele delineado. Sua abordagem perpassa ações marcantes vinculadas ao processo de democratização das oportunidades educacionais no estado de São Paulo, como : a criação dos grupos escolares em 1893, das Delegacias de Ensino em 1920 e das Divisões Regionais do Ensino em 1969. Lilian Rose Margotto (tese) A Psicologia Chega à Escola: o saber psicológico nos periódicos educacionais (São Paulo -1890-1930).

2001 USP Investigação sobre a forma pela qual se deu a apropriação da psicologia pelos autores que escreviam nos periódicos paulistas destinados aos professores durante a Primeira República. Valkley Xavier Teixeira de Holanda (tese) A Expansão do Ensino no Rio Grande do Norte (1910-1920): Presença de professoras.

2001 UFRN Estudo sobre a participação das normalistas no processo de expansão do ensino público primário no Rio Grande do Norte no período compreendido entre 1910 e 1920.

Fonte: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/Teses.do

Na perspectiva de José Luis Sanfelice, a produção de um trabalho

historiográfico sobre instituições escolares serve para interpretar o “[...] sentido daquilo

que elas formaram, educaram, instruíram, criaram e fundaram [...]” (SANFELICE,

2006, p.24-25). Sendo assim, os trabalhos catalogados no Quadro 16, apesar de não se

deterem nos GE como objeto de pesquisa, possibilitaram conhecer os cenário no qual se

desenvolveu parte do processo educacional nos Estados de São Paulo, Rio Grande do

Norte e Rio Grande do Sul, contribuindo de forma determinante para o mapeamento

daquelas instituições escolares que forjaram o desenvolvimento do processo

educacional republicano.