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2 HABERMAS: REFLEXÕES ACERCA DA CENTRALIDADE DO TRABALHO

2.1 HABERMAS: A TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA

O projeto moderno é um modelo paradoxal e, por isso, se expressa como insuficiente ao apontar o caminho de uma razão esclarecida que possa garantir as promessas de uma sociedade moderna: livre, igual e fraterna. A virada linguística de Habermas se define pelo abandono do seu esforço inicial, que podemos denominar de ​primeira fase ​de pesquisa, na qual manteve o intento de desenvolver argumentos sob o viés da teoria do conhecimento.

Habermas abandonou o veio da teoria do conhecimento7, e adotou o

posicionamento teórico baseado no plano da autorreflexão racional pelo viés do pragmatismo unido à racionalidade comunicativa, desencadeando a potencialização do entendimento linguístico que media a ação. Esse empreendimento permitiu uma nova leitura paradigmática: a racionalidade comunicativa intersubjetiva. Abandonou o viés dos estudos que o aproximava de seus colegas da Escola de Frankfurt, que mantiveram o foco de críticas contra as ideologias da racionalidade humana, nos mesmos moldes daqueles que se guiavam pelo viés da filosofia da consciência.

linguagem rompe com o paradigma da consciência no momento em que entende que os sinais linguísticos não serviam mais somente “como instrumento e

equipamento de representações”, superando assim a relação sujeito-objeto.

7​De acordo com Honneth (1981), Habermas entende que o conceito de razão sob o viés da filosofia ​da

história continuava se apropriando do conceito racional burguês, mas sob o viés da crítica marxista, procura libertar e alavancar o potencial racional do desenvolvimento das forças produtivas.

51 Além disso, Habermas (1990b) realça que alguns enfrentamentos se

delineiam a partir do momento em que a linguagem é reconhecida como instrumento exterior ao pensamento. Para defender sua tese, desenvolve uma trajetória de sistematização da teoria do agir comunicativo que engloba os estudos da semântica, da semiótica, dos jogos de linguagem e do logocentrismo.

A reviravolta resultante da proposta de Habermas se sustenta no esforço humano de reconhecer de modo pragmático o próprio potencial racional; capacidade que se expressa no conceito de ação linguística. No lugar da descrença do potencial da razão humana, Habermas (1990a) aposta na possibilidade de uma construção racional por parte daqueles que são os sujeitos interessados e envolvidos em cada situação social.

O trabalho da desconstrução não é só conceitual, pois não se guia apenas por um entusiasmo, mas, é resultado de consequências definíveis quando o

paradigma da consciência de si e da autorreferência de um sujeito que conhece e age isoladamente, é substituído por outro, pelo paradigma da intercompreensão, isto é, da relação intersubjetiva de indivíduos que, socializados através da comunicação, se reconhecem mutuamente. Só então surge a crítica do pensamento ordenador da

razão centrada no sujeito de forma determinada – nomeadamente como crítica ao logocentrismo ocidental a qual diagnostica não um excesso, mas um déficit da razão. Este posicionamento, em lugar de dar cartas à modernidade, retoma “o contradiscurso inerente a esta modernidade e a conduz para fora da frente de combate sem saída entre Hegel e Nietzsche” (HABERMAS, 1990a, p. 288).

Habermas (1990a, p. 81) justifica que a teoria do agir comunicativo estabelece uma relação interna entre ​práxis ​e racionalidade: “Ela investiga os pressupostos de racionalidade da ​práxis ​comunicacional quotidiana e eleva o

conteúdo normativo do agir orientado para a compreensão mútua à conceitualidade da racionalidade comunicacional”.

A racionalidade da ação comunicativa desenvolve discursos, entendimentos, acordos e consensos sobre o mundo. “A racionalidade não tem tanto a ver com a posse do saber do que com o modo como os sujeitos capazes de falar e agir empregam o saber” (HABERMAS, 1990b, p. 69). É pela linguagem que o homem configura o mundo, elaborando sentidos e compreensões que permanecem válidas pelo seu reconhecimento razoável em uma determinada sociedade.

52 Compreendemos que o entendimento entre sujeitos, favorece o exercício da

autonomia e da emancipação.

A racionalidade dos processos de entendimento mede-se pelo conjunto de condições de validade exigidas para atos de fala, por pretensões de validez, que se manifestam através de atos de fala e por razões para o resgate discursivo dessas pretensões (HABERMAS, 1990b, p. 70).

A linguagem pode ser compreendida como um ato de liberdade do humano que, ao agir no mundo aperfeiçoa suas ações compartilhadas e amplia os

entendimentos acerca do bem comum. Neste sentido, as atividades educacionais possibilitam alargar os entendimentos sobre o mundo humano, suas instituições e práticas sociais.

Se partirmos do uso comunicativo do saber proposicional em atos de fala descobriremos a ideia da racionalidade orientada para o entendimento, que a teoria do significado pode explicitar ao apoiar-se nas condições para a aceitabilidade de ações de fala. Subjaz a esse entendimento, a experiência intuitiva da força da fala argumentativa, que funda o consenso e é livremente unificadora. “A racionalidade dos processos de entendimento mede-se pelo conjunto de condições de validade exigidas para atos de fala, e por razões para o resgate discursivo dessas

pretensões” (HABERMAS, 1990b, p. 69-70).

A racionalidade comunicacional permite que as aprendizagens sejam elaboradas a partir da integração social intersubjetiva. A finalidade dessa ação comunicativa não é teleológica, mas a expressão da tentativa de explicitar

dimensões humanas e sociais, a fim de colocá-las sob o exame do entendimento e do consenso.

A ação comunicativa não é um ponto de chegada, e nem uma metodologia, mas uma racionalidade da aprendizagem que se orienta comunicativamente pelo entendimento linguístico. Compreendemos a ação comunicativa como reconstrução das estruturas do mundo da vida: ação de aprender e validar expectativas de uma vida melhor. A abertura linguística não é direcionada para fins, pois não persegue a elaboração de verdades ao modo do que se propõe em uma teoria do

conhecimento, mas, por sua vez, procura elaborar sentidos humano e social para a sociabilidade. Não se age comunicacionalmente para justificar ou projetar as ações humanas fundamentando-as em uma verdade pré-definida.

53 O resgate da razão por meio da reviravolta linguística propõe a

processualidade comunicativa, que é capaz de construir e reconstruir conhecimentos por meio dos discursos que acontecem no mundo da vida.

A linguagem deixa de ser vista apenas como ​práxis​, tal como entendida pela Filosofia da Práxis, pois passa a unir os elementos linguísticos e pragmáticos em uma única estrutura comunicativa. A comunicação intersubjetiva, constituída por ações cotidianas estruturadas pela fala, expressa o patamar de igualdade dos discursos e dos posicionamentos. De acordo com Habermas (apud MARQUES, 1993), as ações são coordenadas por atos de fala que pretensamente se sustentam em argumentos verdadeiros e válidos. Isso implica que cada proposição precisa manter uma razoabilidade lógica verdadeira, que precisa ser corroborada por meio do diálogo.

Mesmo que cada sujeito tenha o intuito de que a própria fala contenha

verdade(s), poderão formar-se ideias e posicionamentos difusos, que oportunamente serão filtrados e comprovados por meio da interação que se guia pela

problematização, tematização e explicitação dos argumentos por meio de discursos. Nesse sentido, conforme Habermas (1988a), a razão comunicativa se

constitui entre sujeitos que compartilham um mundo da vida em comum sustentado em suas experiências, crenças, tradições, valores, critérios e conceitos, formando uma espécie de pano de fundo pelo qual fluem suas ações faladas.

Habermas (1988b) explicita ainda que os procedimentos de falas

argumentativas podem ser considerados como processos que se esforçam por se aproximar de condições ideais. O melhor argumento é sempre buscado como esforço cooperativo de buscar a verdade, sem a intensão rasa de somente querer

neutralizar o argumento do outro, como, por vontade de se sobrepor. As argumentações se diferenciam também pelo tipo de pretensão que se quer defender, tendo por referência o contexto de ação institucional no qual estão

situadas. Nem todo espaço público cria democraticamente suas próprias condições normativas e, consequentemente, as decisões respeitam o direito vigente, porém nem sempre se caracterizam como moralmente válidas. Por outro lado, o ideal comunicativo compreende que os argumentos deveriam justificar-se em uma moral universal que respeita os múltiplos contextos sociais. Os argumentos são

sustentados e proferidos tendo em vista uma pretensão de saber a verdade, e

54 consideram que existem diferentes campos de argumentação intersubjetivos

formados por diversos e diferentes grupos sociais.

A ação social considera a existência de cooperação entre sujeitos que executam em conjunto um plano em comum e, neste plano, podemos compreender o trabalho social. É importante compreender que desde as sociedades mais simples o trabalho é apenas um tipo de ação humana. É uma das possibilidades humanas de interagir. E para entender como são possíveis as ações acontecerem na

sociedade, não podemos nos esquivar de querer compreender a sociedade que se pauta em ações sociais (HABERMAS, 2010).

Habermas (2010) afirma que os mecanismos que coordenam e estabelecem regularidade e estabilidade, em forma de padrões, para as ações de interação social seguem regras validadas por acordos comunicacionais, que não se interrompem de forma contingente ou repentina.

A teoria sociológica da ação se distancia da teoria filosófica da ação que se guia por premissas ao modo da Filosofia da Consciência, que por sua vez

compreende o sujeito solitário que, ao confrontar-se com a totalidade de tudo o que existe, usa de sua capacidade de conhecimento objetivo para sistematizar suas próprias percepções, para depois praticar ações. A Filosofia da Consciência entende que um sujeito precisa ter uma apreensão, em forma de conhecimento previamente organizado, antes de praticar uma ação. O sujeito não pratica nenhuma ação antes de ter uma apreensão absoluta da coisa. Esse tipo de raciocínio lógico pode ser compreendido como um conhecimento totalizante.

De acordo com Habermas (2010), uma teoria sociológica da

intersubjetividade segue um determinado ordenamento. Primeiramente, precisamos entender dois mecanismos de coordenação que alicerçam a possibilidade de uma ação social: O acordo mútuo e a influência.

O acordo mútuo depende de um saber que se lança ao modo de uma ação proposital, que contempla a interpretação e um conhecimento provisório coincidente entre os participantes da ação social. Neste sentido, precisa haver pelo menos um ponto de referência em comum, mediado pela comunicação linguística, entre os participantes da ação. Este saber compartilhado pode ser validado provisoriamente, para que assim se crie um vínculo intersubjetivo. Este vínculo permite interações. As convicções intersubjetivas necessárias para o vínculo necessitam de aceitações.

55 As influências acontecem unilateralmente de um sujeito direcionado ao outro. Mas, as motivações que se baseiam em convicções subjetivas, não são mecanicamente válidas. Para compor um saber comum, cada convicção

influenciada, em forma de convicção subjetiva, precisa, posteriormente, passar pelo crivo de tornar-se uma referência em comum. A influência não é válida quando induz posicionamento do outro ao meu favor, sem ele ter se convencido. O problema da

influência é que ela usa de mecanismos de validação que se preocupa com os ​fins ​e não com os ​meios​. Por isso, a indução tendo em vista o êxito, aceita que o outro reconheça minha convicção como a dele, independentemente dos recursos que eu uso. Para atingir o acordo o outro valida um saber, e compartilha comigo um acordo mútuo sustentando sua validade, posso usar de dinheiro, da violência ou das

palavras. ​Habermas (2010) compreende que há uma contradição entre estes dois mecanismos de coordenação da ação social, pois um acordo mútuo deve ser livre de imposições e coerções, caso contrário pode esconder os processos que o

constituíram e, consequentemente, sua característica constituinte ser inválida. As decisões subjetivas permitem facilmente a manipulação quando tem em vista alcançar um êxito. Habermas (2010) salienta que esta linha de raciocínio que se pauta na ação teleológica foi sistematizada por Aristóteles, e permanece o centro da teoria filosófica da ação. Neste sentido, se faz necessário diferenciar a teoria da ação social que se move por uma espécie de projeção do eu sobre o outro, tendo em vista o êxito, daquela ação linguística pragmática que enfatiza o consenso racionalmente validado entre sujeitos.

Quando o que importa é o êxito, os outros sujeitos são considerados meios ou empecilhos. Pelo contrário, a interação não aceitará esses recursos como válidos para atuar dentro dos mecanismos de coordenação das ações comunicativas, pois considera importante a pretensão de validade moral que reconheça a importância do outro decidir por ele mesmo e ao mesmo tempo se preocupar com os impactos dos resultados de suas ações sobre o meio social. O acordo válido é aquele que

contempla uma interação em que um sujeito percebe a dependência que tem em relação ao outro.

limites da influência que se guia pelo êxito, quer explicar como se constitui a ordem que guia a ação social.

56 A criação de uma situação desejada ou a realização de um fim pode ser alcançada quando o ator escolhe os meios promissores e os aplica de modo apropriado. A estrutura teleológica é composta de: plano de ação, interpretação da situação e decisão entre alternativas de ação. Esta estrutura constitui todos os conceitos de ação.

Os conceitos de ação social diferenciam-se por meio da forma como

abordam a coordenação das ações individuais: pelo efeito empírico do Ego sobre o Alter (orientam-se para o êxito), ou pelo acordo entre Ego e Alter (orientam-se para o entendimento). Somente o modelo estratégico de ação explica as regras para o êxito sem especificar as condições de acordo. Enquanto outras formas de ação

contemplam a participação interativa, a ação regulada por normas pressupõe que os envolvidos formem um consenso sobre valores; a ação dramatúrgica apoia-se na relação consensual entre participantes que são atores e o próprio público; e, a relação mediada pela linguagem (interacionismo simbólico) requer estabelecimento de consenso, seja por meio da interpretação de papéis que se projetam, seja por interpretação cooperativa.

As teorias de troca e de poder são entendidas por Habermas (2010) como ações orientadas para o êxito (estratégico) que se autocomplementam. As teorias não empiristas se orientam por processos de entendimento mútuo e dão abertura para acreditar que as metodologias são suficientes para resolver todos os problemas humanos e sociais.

ator escolhe e calcula os meios e os fins maximizando os benefícios e as

expectativas. Deste conceito de ação estratégica não se pode derivar um conceito de ordem social.

Padrões de interação também podem resultar da articulação de cálculos, tendo em vista gerarem benefícios egocêntricos. Caso as relações entre sujeitos se orientam somente para o êxito e se regulam pelo poder ou pelo dinheiro, a

sociedade se guia pela ordem instrumental. Neste caso, o mercado ou o domínio é que coordenam as decisões. Ordens puramente econômicas ou subordinadas à política de poder são duas formas de coordenação que instrumentalizam os sujeitos que se relacionam para usar meios para um êxito.

Os argumentos de Habermas (2010) apontam que Durkheim, Weber e Parsons enfatizam a instabilidade das ordens instrumentais e o curto prazo de

57 validação das ordens sociais articuladas entre os sujeitos. Deste modo expressa-se a dificuldade em torno da validação da normatização destas ordens de acordo com validades, pois as teorias do poder e da troca continuam a influenciar a

normatização. Uma possível saída apontada é considerar os estudos de Blau (apud HABERMAS, 2010) sobre a questão da justiça indenizatória motivada pelas trocas e de Dahrendorf (apud HABERMAS, 2010) sobre a teoria dos conflitos mediados pela legitimação institucionalizada. Temos que reconhecer que o poder e a troca são componentes normativos que destacam de uma ordem instrumental, porém, constituem corpos estranhos na ação estratégica, pois já são normativos em si mesmos, independente de consensos.

O funcionalismo sistêmico pode ser compreendido como uma interação regulada por meios, e, de acordo com Habermas (2010), substitui o conceito de ação

estratégica. “A ordem social é representada segundo o modelo dos sistemas de limites constantes” (HABERMAS, 2010, p. 143), ou seja, a ordem social não depende da perspectiva conceitual da ação social. O conceito de ação social “é moldado pelo entendimento da teoria dos sistemas, do meio de comunicação ou de regulação” (HABERMAS, 2010, p. 143).

Quando a regulação se dá por expressões simbólicas elas podem informar ou podem induzir, diferente do que acontece nas expressões gramaticais. A

regulação se dá por meio de molde (ou situação padrão) “na qual as ações de ​Alter sejam consertadas com as ações de ​Ego​” (HABERMAS, 2010, p. 143-144).

A sociedade sistêmica não precisa ser normatizada por leis

consensualmente definidas, pois se regula por meios automáticos do dinheiro. Até mesmo as interações são reguladas pelo meio do dinheiro, e passam a pertencer à razão estratégica mediada pelo mercado. A interação regulada desta forma

incorpora-se ao conceito de sociedade proposto pela teoria dos sistemas, e não necessita de conceitos normativos além daqueles que permitem o seu

funcionalismo.

As interações estratégicas, de imediato, parecem que são mediadas pela linguagem, porém, por isso não extrapolam a condição de meio para alcançar êxito, contendo em si uma espécie de norma que não necessita de outra mediação

comunicativa. O uso da linguagem no dia a dia pode carregar em si um ​telos ​e, por isso, pode deixar passar despercebidas algumas intenções manipuladoras.

58 A ação não estratégica usa a linguagem orientada para o entendimento, embora como componente de coordenação das ações. Quando a ação é regulada por normas o entendimento representa um acordo atualizado. Existem três tipos de

ações não estratégicas: as ações reguladas por normas, as ações dramatúrgicas e o interacionismo simbólico.

A ação regulada por normas é aquela que se orienta por uma ordem social que pressupõe normas reconhecidas por um grupo ou institucionalizadas. As instituições se sustentam pela força da correlação entre valores institucionais e interesses subjetivos. Não há espaço para os sujeitos construírem posicionamentos, apenas reproduzirem discursos e se adequam àquilo que já está organizado

institucionalmente. O sujeito encontra-se hipersocializado.

A ação dramatúrgica é aquela na qual o sujeito controla e condiciona suas imagens ao público, manipulando a sua própria apresentação aos outros. A

interação é regulada pelo próprio sujeito em relação àquilo que quer demonstrar ao outro. Esta abertura criativa torna-se frágil por seu pluralismo subjetivo

autoafirmativo, que não se guia por norma nenhuma. É o outro extremo em relação à ação regulada por normas. O sujeito encontra-se subsocializado.

No interacionismo simbólico cada sujeito assume papéis sociais pelo mecanismo de aprendizagem processual que permite a formação da identidade. Cria-se uma via de mão dupla entre identidade e socialização. Desta maneira, cria- se uma possibilidade de meio termo em relação à representativa e à pluralidade das identidades e o funcionamento da linguagem ultrapassa a comunicação mecânica.

De acordo com Habermas (2010), a etnometodologia compreende processos de ação social que se guiam por ações locutórias representadas por representações e conversações. As ações locutórias reforçam a interpretação fictícia que se dissolve em desagregações, pois o ordenamento depende das normas

predispostas de uma sociedade estruturada. As ações locutórias se fundamentam em abordagens fenomenológicas e hermenêuticas.

O interacionismo simbólico e a etnometodologia possibilitam iluminar algumas ideias sobre a coordenação da ação, tendo em vista o entendimento. Porém, as concepções que compreendem os sujeitos assumindo papéis ou

negociando interpretações não abandonam a compreensão da comunicação como ferramenta para os processos de socialização, porém expressam os resultados em

59 suas predeterminações da processualidade das etapas de desenvolvimento material ao longo da História.

2.2 COMPREENSÕES TOTALIZANTES: INSUFICIÊNCIAS DA FILOSOFIA DA