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Os §§ 1º, 2º e 5º do art. 156 do novo CPC/20152 determinam que os peritos sejam nomeados

entre os profissionais legalmente habilitados e registrados em seus respectivos órgãos de classe, em um cadastro mantido pelo Tribunal Estadual ao qual o juiz esteja vinculado. O rol de profissionais cadastrados deve ser composto por nomes indicados por consulta pública (inclusive internet) ou indicações de instituições (ex.: OAB, órgão de classe – no caso, Conselho Regional de Psicologia). Os documentos para o cadastro devem ficar à disposição dos interessados (§ 2º do art. 157 do novo CPC/2015), para que o juiz possa distribuir-lhes os processos de forma equitativa. Somente nas localidades onde não houver cadastro disponibilizado pelo Tribunal, a nomeação ocorrerá de forma tradicional, pela livre escolha do juiz, mas deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente capacitado e qualificado para a realização da perícia, conforme se observa no dispositivo legal:

“Art. 156 – novo CPC/2015. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico.

§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.

§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem

dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. (...)

§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.

Art. 157 – novo CPC/2015. (...) (...)

§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento.”

Os incisos II e III do § 2º do art. 465 do novo CPC/2015 determinam que o perito, quando nomeado, deve apresentar, no prazo de 5 (cinco) dias, o seu currículo com comprovação de especialização e os seus contatos profissionais, para onde deverão ser encaminhadas as intimações, a saber:

“Art. 465 – novo CPC/2015. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.

(...)

§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: (...)

II – currículo, com comprovação de especialização;

III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.”

Quando a questão controvertida for de menor complexidade, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento da parte, substituir o perito por um especialista detentor de conhecimento técnico ou científico, que será arguido na sua área de conhecimento, e este profissional poderá dispor de todos os recursos tecnológicos de imagem e som a seu dispor, para esclarecer os pontos controvertidos da causa (conforme §§ 2º a 4º do art. 464 do novo CPC/2015), a saber:

“Art. 464 – novo CPC/2015. (...) (...)

§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor complexidade.

§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.

§ 4º Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.”

O art. 471, incisos I e II do novo CPC/2015, determina a livre escolha do perito pelas partes, nos casos que possam ser resolvidos por autocomposição. O objetivo do legislador talvez seja dar mais autonomia às partes para nomear o perito, especialmente nos casos de autocomposição (mediação, conciliação)3, e menos por imposição do juiz (um terceiro que, como vimos anteriormente, retira das

“Art. 471 – novo CPC/2015. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento, desde que:

I – sejam plenamente capazes;

II – a causa possa ser resolvida por autocomposição.”

Referindo-se, porém, ao aspecto do conhecimento técnico, Arruda Alvim (2014) esclarece que o legislador quis significar um conhecimento especial, como o de um agricultor, que não seja necessariamente científico. O conhecimento científico resulta de estudo realizado por uma pessoa com qualificação formal, como o médico, o engenheiro, o contador etc.

Apesar de, pela nova legislação processual, o juiz deixar de nomear diretamente o perito (na maioria dos casos), ele deve ser um profissional da confiança do juízo. Esta confiança é decorrente não apenas do compromisso4, mas de sua capacidade técnica (uma vez que passa a ser indicado por

instituições e até por seu próprio órgão de classe), ou seja, da aptidão, habilidade, idoneidade e conhecimentos específicos para exercer com competência a função pericial que lhe é atribuída (AMARAL SANTOS, 2012). Além disso, como perito particular (nomeado pelas partes ou pelo Juízo)5 ou como profissional dos quadros do Judiciário, o perito temfé pública, isto é, seus

procedimentos e conclusões devem se pautar pela fidedignidade das informações e pela moral e ética, como expressão da verdade.

O § 3º do referido art. 156 determina que os Tribunais deverão realizar reavaliações periódicas dos peritos cadastrados, considerando-se a formação profissional, a atualização profissional e a experiência, in verbis:

“Art. 156 – novo CPC/2015. (...) (...)

§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.”

Segundo NEVES (2015, p. 158), tal medida poderá ser de difícil aplicação, porque não abrange apenas o perito (e que será importante que a sociedade conheça aqueles que se mostram ultrapassados ou ineptos para o encargo), mas também outros serventuários da justiça, como juízes, promotores e defensores públicos, cujo desligamento encontra entraves legais. De qualquer forma, o autor considera ser uma medida nobre, especialmente para o perito, uma vez que objetiva a excelência da qualificação profissional.

Conforme art. 465 do novo CPC/2015, o juiz deverá determinar o objeto da perícia e o prazo para entrega do laudo. Uma vez nomeado, o perito deverá fornecer, em 5 dias, a proposta de honorários, o currículo e dados pessoais para as intimações. E, pelo caput do art. 466 do novo CPC/2015, deverá cumprir seu encargo com a devida diligência e responsabilidade, conforme se verificam nos referidos artigos, in verbis:

“Art. 465 – novo CPC/2015. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.

(...)

§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I – proposta de honorários;

III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.”

“Art. 466 – novo CPC/2015. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso.”

2.3 O PERITO PSICÓLOGO DAS VARAS DE FAMÍLIA E VARAS DE