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5 LICITAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

5.2 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

5.2.2 Hipóteses de inexigibilidade

O artigo 25 indica três hipóteses em que há inviabilidade de competição, sem excluir outras:

a. O inciso I diz que a aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

b. A contratação de serviços técnicos enumerados no artigo 13, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação, (inciso II); somente para prestação de serviços; e

c. A contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública (inciso III).

Cabe ressaltar que a Lei nº 8.666/93 dispõe ainda:

Art. 26. As dispensas previstas nos incisos III a XV do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do § 2º do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados dentro de 3 (três) dias à autoridade superior para ratificação e publicação na imprensa oficial no prazo de 5 (cinco) dias, como condição de eficácia dos atos.

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;

II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço.

5.3 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

A Lei 8.666/93 prevê cinco modalidades de licitação, no artigo 22: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. A Medida Provisória nº 2.026, de 4 de maio de 2000, criou o pregão como nova modalidade de licitação. No artigo 23 da Lei 8.666/93 são indicados os critérios de aplicação das modalidades e da interpretação conjunta dos artigos 22 e 23 deduzem-se as regras a serem seguidas.

5.3.1 Concorrência

É a modalidade de licitação que se realiza com ampla publicidade para assegurar a participação de quaisquer interessados que preencham os requisitos previstos no edital.

A concorrência é obrigatória para obras e serviços de engenharia de valor superior a um milhão e quinhentos mil reais ( atualizado na forma do artigo 120, com a redação dada pela Lei nº 9.648/98); para as compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a seiscentos e cinqüenta mil reais, (também atualizado); para compra e alienação de bens imóveis, qualquer que seja seu valor, ressalvado o disposto no artigo 19, que admite concorrência ou leilão para alienação de bens adquiridos em procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento.

É obrigatória também para concessões de direito real de uso, para licitações internacionais, para alienação de bens móveis de valor superior ao previsto no artigo 23 II, b e para o registro de preços, ressalvada a possibilidade de utilização do pregão, conforme artigos 11 e 12 da Lei nº 10.520/02.

5.3.2 Tomada de Preços

É a modalidade de licitação realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (artigo 22 p.2º).

5.3.3 Convite

É a modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do ramo pertinente a seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, e da qual podem participar também aqueles que, não sendo convidados, estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das propostas (artigo 22 p.3º). É a única modalidade de licitação em que a lei não exige publicação de edital, já que a convocação se faz por escrito, com antecedência de 5 dias úteis, por meio da chamada carta convite.

5.3.4 Concurso

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores (art. 22 p. 4º). Deverá se assegurar a publicidade por publicação de edital com pelo menos 45 dias de antecedência.

5.3.5 Leilão

Essa modalidade ocorre entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis que não sirvam à Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis conforme art. 19, para aquele que fizer o maior lance, sendo este igual ou superior ao valor da avaliação (art.22 p. 5º).

5.3.6 Pregão

Utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. O parágrafo 1º do artigo 2º da Lei nº 10.520/2002 permite que o pregão seja realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia de informação, nos termos de regulamentação específica constante do Decreto nº 5.450, de 31de maio de 2005.

A modalidade licitatória chamada pregão eletrônico é uma das modalidades mais utilizadas pelo EB para realizar contratos administrativos de bens e serviços comuns, independente do valor estimado, foi criada através da lei federal 10.520/2002. O pregão eletrônico foi criado visando, basicamente, a aumentar a quantidade de participantes e baratear o processo licitatório. É um método que amplia a disputa licitatória, permitindo a participação de várias empresas de diversos estados, na medida em que dispensa a presença dos contendentes. Se trata de uma modalidade ágil, transparente e que possibilita uma negociação eficaz entre os licitantes. Tem contribuído muito para o EB, pois não exige a presença de representante da empresa e as compras podem ser realizadas de qualquer parte do País, tendo apenas de atender às obrigações da lei e cumprimento do edital.

5.4 ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO

O art. 49 da Lei nº 8.666/93 prevê a possibilidade de revogação da licitação por interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, bem como a obrigatoriedade de sua anulação por ilegalidade. Nesse último caso podendo agir de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

A anulação da licitação não gera obrigação de indenizar, ressalvada a hipótese da ilegalidade ser imputável à própria Administração. Neste caso, deverá ela promover a responsabilidade de quem lhe deu causa.

5.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A munição não-letal é adquirida por pregão eletrônico pela D Abst para os materiais que possuem mais de um fabricante. A inexibilidade é utilizada para aquisição de materiais fornecidos por um único fabricante. O EB, por pertencer à administração pública federal, encontra dificuldades para adquirir seus materiais, pois não se pode restringir a um fabricante enquanto se tem outros concorrentes que trabalham com o mesmo tipo de material. Como efeito, a padronização do material

varia de acordo com o fabricante, mesmo atendendo às especificações do edital de licitação. No caso do armamento não-letal, principalmente das granadas de efeitos químicos, spray de OC/CS e munições químicas a empresa CONDOR Tecnologias Não-Letais é o único fabricante nacional, homologado e com os produtos certificados pelo EB. De acordo com informações do Tenente Coronel Carlos Pontual de Lemos, do COTER, a falta de padronização das empresas das munições não-letais conduz a se realizar o processo licitatório usando a referência da empresa CONDOR, o que gera impugnação por parte de outras empresas. Cabe destacar que essas empresas participam do processo licitatório como forncedoras e não como fabricantes, permitindo que os materiais licitados possam vir de outros países, como Paraguai, Uruguai, China, Indonésia e outros que representam no Brasil. Destaca-se, ainda, que essa forma de aquisição não se caracteriza como compra internacional, pois a compra de materiais do exterior é gerenciada pela CEBW e com procedimento específico para essa compra. O fato de uma empresa impugnar o processo licitatório atrasa todo o cronograma de aquisição das diretorias responsáveis.

De acordo com o artigo 24 da Lei 8.666/93, em caso de guerra ou grave pertubação da ordem é dispensada a licitação. No caso do surgimento de uma situação que necessite o emprego da F Ter em Op GLO, ficando caracterizada a situação anterior, é possível adquirir o armamento não-letal por dispensa de licitação, podendo escolher o fabricante sem sofrer impugnação. Atualmente, o EB tem adquirido o armamento não-letal para emprego em Op GLO utilizando-se desse recurso, pois não se configurando a grave pertubação da ordem terá que seguir todos os procedimentos licitatórios.

Conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa, o Ministério da Defesa irá propor modificações na legislação referente ao regime jurídico e econômico especial para compras de produtos de defesa junto às empresas nacionais, com propostas de modificação da Lei 8.666 de junho de 1993. Essa modificação da lei, dando prioridade às indústrias nacionais, vai facilitar a aquisição e a padronização de materiais para o EB. Irá, também, incentivar a criação de novas empresas para desenvolverem produtos de defesa para as FA.

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