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6 AVALIAÇÃO DAS PESQUISAS REALIZADAS

6.2 PESQUISA ENVIADA AOS BATALHÕES DE POLÍCIA DO EXÉRCITO

Foram enviadas pesquisas aos seguintes Batalhões de Polícia do Exército: 1º BPE – Rio de Janeiro – RJ, 2º BPE – São Paulo - SP, 3º BPE - Porto Alegre - RS, 4º BPE – Recife – PE, BPE de Brasília – DF.

No item 1, foi perguntado qual é o nível de operacionalidade, para o emprego em Op GLO, que a OM atinge ao início da Fase de Adestramento Básico. Foi respondido a seguinte:

Tabela 3 – Nível operacional em GLO na Fase de Adestramento Básico

Índice Incidência Baixa 0 Média 2 Alta 2 Plena 1 Fonte: o autor

A tabela indica que 02 OM PE atingem o nível ALTA operacionalidade no início da fase de adestramento básico para Op GLO, 02 atingem nível médio e apenas 1 OM atinge o nível PLENA no início da mesma fase.

A segunda questão tratava de qual fração constituída que a OM dispõe para emprego imediato em Op GLO, em nível de operacionalidade plena, sendo respondida da seguinte forma:

Tabela 4 – Efetivo das OM PE para emprego imediato em Op GLO

Índice Incidência Toda a OM 0 Entre 1/3 e 2/3 da OM 4 Menos que 1/3 1 Nenhuma tropa 0 Fonte: o autor

A maioria das OM PE afirmou que entre 1/3 e 2/3 da OM possuem nível de operacionalidade PLENA para ser empregada de imediato em Op de GLO. O 4º BPE informou que tem menos que 1/3 da OM em condições plenas de emprego imediato.

No item 3, foi perguntado qual o nível de fornecimento/ reposição dos ANL e seus componentes (munições e acessórios) que a OM é contemplada em quantidade e periodicidade. Foi respondido o seguinte:

Tabela 5 – Índice de quantidade de fornecimento/reposição de ANL

Índice Incidência

Plena – acima de 80% 0

Parcial – entre 50 e 80% 0

Deficiente – abaixo de 30% 5

Fonte: o autor

Todas as OM PE foram unânimes em afirmar que o nível de fornecimento e de reposição é deficiente, ficando abaixo de 30% da dotação.

Tabela 6 – Índice de periodicidade de fornecimento/reposição de ANL

Índice Incidência Semestral 0 Anual 1 De 1 a 3 anos 0 Irregular 4 Fonte: o autor

A maioria das OM PE afirmou que a periodicidade de fornecimento e de reposição é irregular, não podendo precisar em qual período do ano é recebido o ANL. O 2º BPE informou que a periodicidade de fornecimento e de reposição é anual.

No item quatro, foi perguntado: a OM quando empregada em Op GLO utiliza ou utilizou ANL com que freqüência? Foi solicitado para se considerar os últimos 05 anos.

Tabela 7 – Índice de freqüência de emprego de ANL

Índice Incidência Sempre 1 Normalmente 2 Raramente 2 Nunca aconteceu 0 Fonte: o autor

As OM PE tiveram opiniões divergentes e, até para surpresa, o 2º BPE e o 3º BPE informaram que raramente utilizam ou utilizaram ANL em Op GLO. Os demais afirmaram que sempre e normalmente utilizam desse recurso em suas Op.

No item cinco foi perguntado se os integrantes da OM, empregados em frações constituídas ou até mesmo em Patrulhas (duplas) em área de risco, já deixaram de tomar uma ação mais coercitiva frente a uma situação de risco eminente ou ficaram em dúvida quanto às Regras de Engajamento, em Op GLO, devido aos efeitos que o armamento e munição de dotação (letais) do EB poderiam causar na população? Responderam que:

Tabela 8 – Índice de restrição de emprego de armamentos letais

Índice Incidência

Mais de cinco vezes 2

Menos de cinco vezes 1

Nunca aconteceu 2

Fonte: o autor

As OM PE tiveram opiniões divergentes, sendo que o 2º BPE e o 4º BPE informaram que nunca aconteceu de haver dúvida no uso de armamento letal. Os demais afirmaram que sempre e normalmente utilizam desse recurso em suas Op.

O sexto quesito perguntava se: a instrução de quadros da sua OM contempla o preparo e emprego de meios não-letais em Op de GLO, em qual intensidade? Foi obtido como resposta o seguinte:

Tabela 9 – Índice de intensidade de instrução com armamentos não-letais

Índice Incidência Baixa 1 Média 2 Alta 1 Plena 1 Fonte: o autor

A tabela indica que 02 OM PE atingem o nível de MÉDIA intensidade no preparo e no emprego de meios não-letais na instrução de quadros. Somente o 2º BPE afirmou ser de baixa intensidade o preparo de seus quadros. Nos níveis ALTA e PLENA intensidade observa-se que a OM tem maior prioridade para o preparo e emprego de seus quadros com ANL.

A sétima pergunta: de forma genérica, o Sr. considera que os reflexos do emprego dos ANL para a tropa em Op GLO mais evidenciados foram? Foi obtida a seguinte resposta:

Tabela 10 – Índice de reflexo em Op GLO com armamentos não-letais

Índice Incidência Potencialmente positivos 1 Positivos 4 Neutralidade 0 Negativo 0 Potencialmente negativo 0 Fonte: o autor

A maioria das OM PE considera positivos os reflexos para a tropa que emprega ANL em Op GLO. O BPEB considerou, para esse caso, potencialmente positivo.

O oitavo quesito: no curso das Op GLO já vivenciadas, onde houve emprego dos ANL, a repercussão junto aos meios de imprensa e à comunidade local foi? Obteve-se o seguinte:

Tabela 11 – Grau de repercução no uso de armamentos não-letais

Índice Incidência Potencialmente positivos 0 Positivos 2 Neutralidade 3 Negativo 0 Potencialmente negativo 0 Fonte: o autor

A tabela demonstra que as repercussões junto à imprensa e à comunidade são de neutralidade com tendências positivas para o emprego de ANL em Op GLO.

A nona pergunta faz referência que na avaliação da OM o emprego dos ANL tem qual efeito no curso das Op GLO? Foi respondido que:

Tabela 12 – Grau de efeito dos armamentos não-letais em Op GLO

Índice Incidência Decisivo 5 Importante 0 Neutro 0 Negativo 0 Fonte: o autor

Todas as OM PE foram unânimes em afirmar que o efeito dos ANL no curso das Op GLO é decisivo.

O décimo quesito foi dirigido ao comandante da OM, com o seguinte teor: A opinião pública nacional está preparada para aceitar o emprego de armas não- letais no Brasil, uma vez que serão mais presentes e que algumas machucam bastante, como as balas de borracha? Foi respondido o seguinte:

Tabela 13 – Opinião de aceitação de ANL pela opinião pública

Índice Incidência

Concordo Plenamente 1

Concordo 3

Não tenho opinião formada 0

Discordo 1

Discordo Plenamente 0

Fonte: o autor

A maioria dos comandantes respondeu que concorda que a opinião pública nacional está preparada para aceitar o emprego de armas não-letais.

Na questão 11, foi perguntado aos comandantes: o Sr acha que, pela relação de confiança que a sociedade brasileira dispensa ao EB, o emprego de armas não- letais no Brasil já traz ou trará quais efeitos? Obteve-se como resposta o seguinte:

Tabela 14 – Opinião de efeito dos armamentos não-letais na sociedade

Índice Incidência

Totalmente positivo 2

Positivo 3

Não tenho opinião formada 0

Negativo 0

Totalmente negativa 0

Fonte: o autor

A maioria dos comandantes respondeu que os efeitos das armas não-letais na sociedade brasileira é positiva com tendência a ser totalmente positiva.

A décima segunda questão perguntava aos comandantes: O Sr acha que, atualmente, a sociedade brasileira está preparada para assistir e apoiar o emprego do “braço armado” do EB, utilizando basicamente armamento letal em Op GLO? Foi respondido que:

Tabela 15 – Opinião sobre o uso de armamento letal em Op GLO

Índice Incidência

Concordo Plenamente 0

Concordo 2

Não tenho opinião formada 0

Discordo 1

Discordo Plenamente 2

Fonte: o autor

A opinião dos comandantes foi divergente, tendo a maioria afirmado que discorda com tendência a discordo totalmente sobre o uso de armas letais em Op GLO perante a sociedade brasileira.

6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa demonstrou que a maioria dos oficiais conhece e aprova o emprego de armamento não-letal pelo EB em Op GLO.

A cadeia logística de suprimento não tem fornecido a quantidade de armamento não-letal com a regularidade desejada, na opinião dos oficiais da ECEME. Este fato é corroborado pelas informações prestadas pelas OM PE, conforme a tabela 5, demonstrando que o fornecimento e a reposição do armamento não-letal fica abaixo dos 30% da dotação prevista. Pode-se afirmar que o reflexo imediato desses dados é no baixo e médio adestramento dos quadros das OM PE, conforme a tabela 9, pois a carência de material influi diretamente na intensidade do preparo da tropa.

A maioria dos oficiais é favorável à criação de um núcleo gerenciador de armamento não-letal para melhorar e otimizar o fornecimento e aquisição desse material. Foi sugerido, também, que o melhor órgão para organizar esse núcleo gerenciador é a Base de Apoio Logístico do Exército.

Na opinião dos oficiais é possível manter em estoque os artefatos não-letais, apesar da validade ser bem menor do que as munições letais e não permitirem uma revalidação. Um correto gerenciamento de estoque possibilita ter a munição não- letal em muito boas condições de emprego.

A maioria das OM PE considera positivos os reflexos para a tropa advindos do emprego de ANL em Op GLO, pois conforme a tabela 12 o grau de efeito é totalmente decisivo, proporcionando credibilidade e confiança na resolução dos conflitos e tranqüilidade para a tropa empregada.

Por fim, na opinião dos comandantes das OM PE, o uso de ANL pelas tropas em Op GLO tem apresentado efeitos positivos tanto para a sociedade brasileira como para a imprensa, aumentando a credibilidade dessas operações. No entanto, o uso exclusivo de armas letais, nesse tipo de operação, tem sido considerado agressivo à opinião pública.

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