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A história da coleta de dados é apresentada de modo cronológico. A opção por essa ordem se deu por conta de minha proposta de pesquisa. Trabalho com narrativas e histórias de vida. Minha pesquisa se constituiu também como uma narrativa que implicou um constante olhar para o que havia acontecido, considerá-lo e, então, tomar-se decisões quanto ao que se faria a seguir. É, portanto, na ordem cronológica do acontecimento das ações que passo a apresentar a história da construção dos instrumentos da coleta.

Inicio por 13 de maio de 2014, data em que entrevistei PS6. Esse encontro aconteceu das 15h03 às 16h06 no local de trabalho onde PS6 é o/a proprietário/a58. Minha intenção era coletar os dados no que diz respeito à posição individual do PS quanto às questões de interesse desta pesquisa.

Essa sessão durou aproximadamente uma hora e dezesseis minutos. Para as entrevistas individuais, optei por gravações em áudio. Resolvi não fazer anotações para não constranger os PS. Filio-me, neste ponto, a Liberali (2003) que afirma que, como normalmente acontece em seções narrativas, aos poucos o entrevistado se acostuma e esquece que está sendo gravado, podendo ser mais autêntico (Liberali, 2003). Desse ponto de vista, as anotações poderiam lembrar o entrevistado o tempo todo de que o que dizia estava sendo registrado. Isso poderia tê-lo incomodado e poderia ter influído em sua linha de pensamento.

No dia 02 de julho de 2014, houve uma reunião entre os C59 do Projeto e os PS do PIBID, à qual estive presente. Essa reunião aconteceu na sala de vídeo da Casa de Cultura Britânica da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas em Maceió, doravante referida como CCB. A reunião, inicialmente programada para ser realizada das 09h às 11h, aconteceu das 09h30 às 10h45. Nesse primeiro dia, fiz anotações sobre o que foi falado, não me preocupando com a exatidão da fala. Foi a oportunidade para um primeiro contato com os professores. A partir desse contato, pude refletir e me organizar para prosseguir com a pesquisa. Tendo em mente a entrevista com PS6 e o primeiro encontro com todos os PS e a Coordenação do PIBID Inglês, estudei a teoria que foi apresentada no início desta seção e que

58 Por uma questão ética, sempre que o uso do artigo masculino ou feminino puder dar pistas da identidade do PS, utilizarei ‘o/a’ para apagar essa pista e manter o anonimato do PS ou C.

59 Como informado na primeira nota de rodapé, uso C para referir-me aos Coordenadores do Subprojeto Inglê PIBID da UFAL.

me orientou quanto à organização da coleta de dados. Já havia lido algo, mas voltei à teoria para estudá-la considerando a experiência que acabara de relatar. Investi o segundo semestre de 2014 nessa ação.

No primeiro semestre de 2015, em 18 de março, criei um grupo no Facebook, ao qual chamei Diário – Daniel Cruz. Desse grupo participaram minha orientadora, Profa. Dra. Roseanne R. Tavares e meu coorientador, Prof. Dr. Paulo Rogério Stella. A proposta foi abrir um espaço para que eu pudesse fazer anotações do andamento de minha pesquisa com reflexões sobre o que estava fazendo, apontamentos de possíveis caminhos a serem seguidos e propostas para o andamento de minha pesquisa. Meus orientadores puderam, então, fazer sugestões, comentários e dar orientações quanto a como seguir com o trabalho. Como o interesse do grupo era restrito, foi criado como grupo fechado.

O próximo passo foi a abertura de outro grupo no Facebook, em 15 de abril de 2015, ao qual chamei de PIBID – Profs Supervisores, destinado à comunicação com os PS do PIBID. Este também foi criado como grupo fechado e dele participaram somente os PS e eu mesmo.

Procurei marcar os encontros com os PS com uma semana de antecedência. Pareceu-me interessante observar como a frequência dos PS caía ao longo do tempo. Isso pode ser constatado analisando-se os quadros que preparei para acompanhá-la (Apêndice A). Os encontros que aconteceram desde o início desta pesquisa, sempre na CCB, às quartas-feiras das 14h às 16h: 02.07.2014, 25.03.2015, 22.04.2015, 19.08.2015, 14.10.2015 e 25.11.2015.

Em 21 de outubro de 2015 convidei PS1 para uma entrevista individual. Essa entrevista aconteceu das 14h às 16h na sala 05 da CCB e foi gravada em áudio com duração de pouco mais de uma hora e trinta e dois minutos. Para essa entrevista, do mesmo modo que fiz na entrevista individual com PS6, resolvi não fazer anotações para evitar constrangimentos.

A próxima entrevista planejada aconteceria com PS5. No último encontro que tive com o grupo, no dia 25 de novembro de 2015, ao qual somente PS5 compareceu, marcamos essa entrevista individual. O encontro com o grupo aconteceu numa quarta-feira, dia 25 de novembro de 2015, e a entrevista foi marcada para a sexta-feira seguinte, dia 27 de novembro às 16h30 na CCB. A data, o local e o horário foram escolhidos por PS5, que preferiu assim porque já teria que ir à CCB pois frequentava um curso de língua inglesa na instituição.

No próprio dia 27, dia em que nos encontraríamos para a entrevista individual, PS5 manda mensagem via Inbox do Facebook solicitando remarcação da entrevista para a quarta- feira seguinte, dia 02 de dezembro, por conta de motivos pessoais. Novos problemas surgiram e não tivemos essa entrevista individual. PS2 e PS3 compareceram a poucos encontros. Dou prosseguimento à pesquisa com as conversas individuais que tive com PS6 e PS1.

Organizei uma Tabela Cronológica da Coleta dos Dados (Apêndice B). Essa tabela apresenta três colunas, oferecendo: a data em que o evento acontece, o evento e, finalmente, observações quanto ao evento. A seguir, dou um exemplo de como está organizada a tabela, apresentando os dados relativos à primeira linha da mesma, que se refere à data de 13 de maio de 2014. Por questões técnicas, a data está apresentada na ordem ano.mês.dia (AA.MM.DD). No exemplo abaixo, lemos 2014 (ano), 05 (mês de maio) e 13 (dia). Segue o exemplo:

Data Evento Obs.

2014.05.13 Entrevista individual

com PS6. Arquivo em áudio (mp3). Local: em seu estabelecimento comercial particular Horário: 15h03 às 16h06.

Desse modo, concluo esta seção em que apresentei meu processo metodológico e passo à próxima seção, em que analiso a documentação legal que institui o PIBID.

3 O CONTEXTO LEGAL

Esta seção trata do contexto legal que organiza o PIBID-Inglês. Nesta seção, focalizo meu primeiro objetivo específico, que é o de conhecer o contexto legal em que o subprojeto PIBID Letras-Inglês da Ufal se insere para saber quais representações a legislação a que o PIBID se submete constrói para o PS. Desse modo, esta seção contribui parcialmente para atender a meu objetivo geral, que é compreender a relação entre o PIBID e a realidade do trabalho dos professores de língua inglesa na escola pública da Grande Maceió.

Esta análise tem uma base discursiva por acreditar que os sentidos são construídos na língua em uso, portanto, em um contexto sócio-histórico-ideológico. É dessa perspectiva que abordo os documentos que organizam o PIBID-Inglês. Chamo de documentos aos textos outros que não os coletados nos encontros entre mim e os PS. São eles:

• o decreto 7.219, de 24 de junho de 2010 da Presidência da República, que regulamento o PIBID60;

• a apresentação do PIBID oferecida no sítio do MEC61; • a apresentação do PIBID oferecida no site da CAPES62;

• a resolução interna da UFAL63, que organiza o PIBID institucionalmente; • o formulário para caracterização do subprojeto PIBID Letras-Inglês da Ufal64; • os dois editais abertos até este momento para seleção de estudantes bolsistas, um de 201465 e outro de 201566;

• o estudo avaliativo do PIBID produzido pela Fundação Carlos Chagas em 201467. 60 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7219.htm>. Acesso: 02.03.2016. 61 <http://portal.mec.gov.br/pibid>. Acesso em 06.02.2016. 62 <http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid>. Acesso em 06.02.2016. 63<http://www.ufal.edu.br/estudante/graduacao/normas/RCO%20n%2088%20de%2014%2012%2009%20PIBID .pdf/view>. Acesso em 08.02.2016.

64 O formulário para caracterização do subprojeto Letras Inglês foi cedido em caráter sigiloso, por se constituir em documentação institucional interna e apresentar dados pessoais que me comprometi a não divulgar.

65 <http://www.ufal.edu.br/utilidades/concursos-e-editais/graduacao/programa-institucional-de-bolsas-de- iniciacao-a-docencia-pibid/selecao-de-licenciandos-2013-pibid-ufal/@@download/file>. Acesso em 09.02.2016. 66 <http://www.ufal.edu.br/utilidades/concursos-e-editais/graduacao/selecao-pibid/edital-de-selecao- pibid/@@download/file>. Acesso em 09.02.2016. 67<http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/24112014-pibid-arquivoAnexado.pdf>. Acesso em 24.02.2016.

Faço um caminho de fora para dentro do projeto, rastreando os documentos cronologicamente: inicio pelo Decreto Presidencial, seguindo pelo MEC, passando à CAPES e chegando à UFAL, terminando no subprojeto. Importa a este trabalho a consideração da documentação a que acabamos de fazer referência para alcançar meus objetivos. Quero chegar às representações que os documentos legais que instituem e orientam o PIBID constroem para o PS do PIBID-Inglês, já que essas representações são fundantes da própria existência do PIBID.

3.1 A identidade do PS do PIBID a partir do decreto 7219 de 24 de junho de 2010 da