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QUALIDADE DE CONFORTO AMBIENTAL DOS PROJETOS COM CLIMATIZAÇÃO MISTA

NGITUDINAL [SQU

4.2. HISTÓRIA

Desde o início da formação da Cidade, a Região da Barra da Tijuca sempre esteve ligada à história do Rio de Janeiro, apesar de ser a mais nova das regiões, em termos de desenvolvimento e ocupação. [http://www.rio.rj.gov.br/planoestrategico/Historico.html, em 19/04/2004 às 19:05].

85 Dentre outros, é explicado como: 4. Palavra que, por abuso, se escreve ou pronuncia erradamente. [Michaelis Moderno dicionário da língua portuguesa].

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O caso das Subzonas A-2 e A-18 da Barra da Tijuca no Período de 1 960 a 2004.

Após a expulsão dos franceses, Mem de Sá nomeou, Salvador Correia de Sá, capitão e governador da Cidade (1 567-1572), que recebeu como beneficio da guerra, as terras que hoje constituem o Município. Já como governador do Rio

de Janeiro, Salvador Correia de Sá doou

terras a dois colonizadores portugueses que participaram da luta: Jerônimo

Fernandes e Julio Rangel de Macedo

que receberam sesmarias que partiam

de Jacarepaguá e chegavam até a atual Barra da Tijuca.

Em 1 594, quase no final do último período de seu governo ( 1 578-1598), Salvador Correia de Sá transferiu o amplo território que hoje corresponde a Jacarepaguá e a Barra da Tijuca a seus dois filhos, Gonçalo

Figura 57 - A Pedra da Panela e a planície alagadiça da Barra até a serra de Guaratiba. Hildebrandt, 1844: "antes tudo era mar e ilhas, depois o oceano recuou. O

lugar, como Vênus, nasceu das águas".

Fonte: Pinheiro, 2001: 51.

e Martim. Gonçalo ficou com as terras que hoje correspondem aos atuais bairros da Freguesia, Taquara, Camarim até Campinho, e a maior parte da Barra da Tijuca. A área de Martim Correia de Sá ia desde Camarim, atravessava Vargem Pequena e Vargem Grande e chegava ao Recreio dos Bandeirantes, alcançando a extensa faixa litorânea.

As duas partes tiveram uma evolução desigual. Nas terras da planície de Jacarepaguá, foram instalados engenhos e fazendas, em função do terreno plano e dos mananciais de água, o que proporcionou um desenvolvimento econômico baseado em atividades rurais. A área praiana, por outro lado, não teve desenvolvimento regular e crescente, justamente por não ser adequada nem para o plantio nem para a criação de gado. Localizados entre lagoas e alagados, os areais eram mais propícios a atividades de pesca e lazer.

Posteriormente, Vitória filha de Gonçalo, ao se casar com o Governador do Paraguai, Luiz Cespedes Xeria, recebeu como dote parte das terras do seu pai. Essas terras recebidas alcançavam, aproximadamente, desde os contrafortes da Serra de Guaratiba até o arroio Pavuna (hoje um rio poluído, mal tratado, vizinho a um grande empreendimento imobiliário, denominado Rio 2).

Após a morte de Gonçalo, suas herdeiras, venderam a Correia de Sá e a Benevides, à parte que lhes cabia na herança, ficando o sobrinho e primo, respectivamente, dono de toda a área, exceto àquelas dadas como dote à Vitória, que as preservou. Vitória, muito ligada á Igreja, não teve filhos e, ao morrer, em 1667, deixou tudo que possuía na área para os Monges Beneditinos.

Nas agora terras do Mosteiro predominavam as lavouras de cana de açúcar, produto altamente comercializável àquela época, e assim prosseguiu até que a abolição da escravatura acabou tornando dificil a situação econômico-financeira dos monges beneditinos, quando foram vendidas por seu abade à "Companhia Engenho Central de Assucar e Álcool da Cana de Jacarepaguá", da família Teles Barreto de Menezes, que em forma de pagamento de dívidas, em seguida passou-as ao Banco

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A influência da evolução dos Códigos Edilícios na qualidade ambiental dos projetos residenciais multifamiliares:

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O caso das Subzonas A-2 e A-18 da Barra da Tijuca no Período de 1 960 a 2004.

Crédito Móvel, sobre o qual pesam muitas acusações, que dão motivo, até hoje, de demandas na justiça.

Posteriormente, em 1900, essas mesmas terras foram vendidas à empresa Saneadora Territorial e Agrícola S.A., ainda hoje grande proprietária de terrenos na área, assim como a Carvalho Hosken, a ESTA e a Pasquale Neto. Assim a Barra, desde seus primórdios manifestou-se a vocação local de ter poucos proprietários, como os Sá, os Telles de Menezes e, principalmente, os beneditinos. A concentração de grandes extensões de terras em mãos de poucos foi uma das causas do lento crescimento da Região. [http://www.rio.rj.gov. br/planoestrategico/Historico.html].

Do lado de Sá e Benevides, eram também extensas as plantações de cana, para produção de açúcar, sendo que, em ambos os casos, os engenhos, cujo total chegava a onze, sendo por isso o lugar conhecido pelo nome de "planície dos onze engenhos". Todos usavam como força motriz propulsora dos rios que desciam das serras vizinhas.

A exportação dos produtos obtidos da cana de açúcar era normalmente feita por via marítima, pelo Canal da lagoa da Tijuca, mais precisamente, pela barra da lagoa da Tijuca Assim, toda a área da Baixada, que, no início da colonização, pertenceu á família Correia de Sá, foi, com o correr dos anos, disputada pelos descendentes e sucessores, quando começaram a vendê-la, aos pedaços, de modo desordenado, fato que originou questões de direito à propriedade, envolvendo muitos interesses, até hoje.

Nas propriedades primitivas de Correia de Sá e Benevides está a maior parte do bairro da Barra da Tijuca, sobretudo na que, mais tarde, foi conhecida por Fazenda da Restinga, redividida em glebas, designadas pelas letras do alfabeto de A até H, que ocupavam a área da lagoa da Tijuca até o mar, tendo como limite longitudinal, aproximadamente, a atual Avenida Ayrton Senna.

A dificuldade de acesso foi um dos motivos responsável pela lenta evolução da Barra da Tijuca. A ocupação mais significativa na época colonial começou por Jacarepaguá, justamente porque o acesso podia ser feito, embora de forma lenta, através da antiga estrada dos benedetinos. As características do meio geográfico dificultaram o acesso da Região ao centro da Cidade. Outros caminhos já existentes, como a antiga Estrada Real de Santa Cruz e os canais navegáveis de Irajá, acabaram atraindo a expansão da Cidade, irradiada a partir do seu centro, favorecendo os subúrbios e as zonas leste e sul.

O sistema de transportes foi outro aspecto que diferenciou a Barra da Tijuca das demais regiões. No caso da Barra, o meio de locomoção utilizado foi o veículo automóvel e não o sistema sobre trilhos, como bondes e trens. Este fato é evidenciado pelo grande número de estradas abertas antes mesmo que a Região se adensasse, como as estradas dos Bandeirantes, do Joá, de Furnas, das Canoas, da Gávea, entre outras. Estas estradas começaram a surgir desde o século XIX, para atender a localidades distantes e de difícil acesso.

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O caso das Subzonas A-2 e A-18 da Barra da Tijuca no Período de 1960 a 2004.

Figura 58 - Antiga estrada da Gávea Fonte: Cohen, 1998: 123.

Figura 59 -Primeiros ônibus Estrada dos Bandeirantes Fonte: Pinheiros, 2001 : 70.

Até as primeiras décadas do século XX, os movimentos de ocupação se mostraram inconsistentes, pontuando apenas pequenas casas de veraneio no Recreio. A ocupação da Barra da Tijuca se deu pelas extremidades. No sentido Zona Sul, surgiram novas vias de acesso, como a Avenida Niemeyer ( 1920) e a Estrada de Fumas, que se juntavam para alcançar a Barra da Tijuca, contornando a Pedra da Gávea. Em 1939, foi construída uma ponte sobre a Lagoa da Tijuca. A obra foi executada por particulares para atender aos loteamentos Jardim Oceânico e Tijucamar e - no outro extremo - ao loteamento de duas grandes glebas no Recreio dos Bandeirantes, que então pertencia ao inglês Joseph W. Fi'nch.

Município do Rio de Janeiro Uso do Solo - 1 974

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Figura 60 - Mapa do Município do Rio de Janeiro com Uso do solo em 1974. Fonte: IPP - Armazém dos dados

Durante longos anos, portanto, poucos se importaram em saber a quem pertencia este ou aquele local, mas com a gradativa ocupação, com marcante característica predatória, os interesses comerciais se tomaram maiores acentuadamente, quando começaram a ser construídas as vias de penetração

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A influência da evolução dos Códigos Edilicios na qualidade ambiental dos projetos residenciais multifarniliares: 1 1 7 O caso das Subzonas A-2 e A-18 da Barra da Tijuca no Período de 1 960 a 2004.

ligando Jacarepaguá a Barra da Tijuca e internamente com a implantação de vias dentro da própria região, tomando-se avassala.dora com a inauguração das vias eleva.das e dos túneis que ligam com a Zona Sul.

Historicamente, a Barra da Tijuca. sempre esteve liga.da à Zona Norte e à Tijuca.. Esse fator foi decisivo para a sua ocupação. Atraídos pelas águas límpidas de suas praias oceânicas pouco freqüenta.das, os mora.dores dos bairros de ambas as regiões preferiam seguir até a Barra da Tijuca., a qual, segundo o dito popular, foi uma "invenção tijuca.na.". Isso pode ser consta.ta.do devido ao fato de quase todos os grandes investimentos anteriores à década de 60 terem sido destina.dos às vias de a.cesso ligando estas regiões, como a Estrada Gra.ja.ú-Ja.ca.repa.guá, Av. Menezes Cortes, concluída. em

195 1 pelo prefeito Mendes de Mora.es.

Até 1960, quase todas as melhorias para a Região eram executa.das com o objetivo de fazer escoar a parca produção rural ainda existente e para a.tender a.o lazer da população. Em 1969, quando o governa.dor Francisco Negrão de Lima convidou o urba.nista. Lúcio Costa para elaborar o Pia.no Piloto da Barra, uma nova fronteira. de expansão imobiliária. se abriu e a partir daí a ocupação da Barra se deu de forma definitiva.

Figura 61 -Foto da Barra em 1930

Fonte: Cohen. 2004: 120.

Figura 62 -Foto da Barra em 1970

Fonte: Pub-Rio, 1997. Fonte: [http://www.morarnet.eom.br/Galeria.html] Figura 63 -Foto da Barra em 1990