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4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ARRANJOS PRODUTIVOS

4.4 PROGRAMA DE APOIO A COMPETITIVIDADE DAS MICRO E

4.4.1 Histórico do Programa

A Confederação Nacional da Indústria – CNI realizou a primeira edição do Procompi no ano de 1998, adotando como estratégia e o apoio a setores industriais ligados a Sindicatos das Federações Estaduais da Indústria, ou seja, ainda se atuava apenas com a lógica setorial.

Com foco nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, o programa começava a indicar a sua expansão pelos seus resultados positivos, sendo que a segunda versão do Programa, no ano de 2004, chegou a ter 55 projetos aprovados em 19 estados da federação e 17 setores econômicos distintos.

Vale ressaltar que nesta segunda versão fora introduzida uma nova estratégia, a atuação em Arranjos Produtivos Locais.

A relevância das iniciativas de natureza setorial, que têm caracterizado esse programa desde o seu início, não pode ser ignorada. Ainda assim, é oportuno estabelecer uma nova frente de atuação complementar com o objetivo de apoiar iniciativas de estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APL). [...] Assim, o presente Programa deverá contemplar tanto projetos setoriais específicos, quanto projetos na linha de arranjos produtivos locais. (SEBRAE, 2004, p. 7).

Esta inovação no programa se deveu principalmente pela entrada do novo parceiro nacional, o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa – Sebrae. O manual de orientações do programa argumenta:

Com esse passo, a CNI e as suas Federações buscarão uma maior integração com outras instituições e órgãos que têm crescentemente atuado nesse campo, que se apresenta como um importante indutor do desenvolvimento econômico e social e da redução das desigualdades regionais. [...] Assim, este Programa se soma às iniciativas já implementadas pelo SEBRAE na linha de APLs (SEBRAE, 2004, p. 7).

Neste ano, portanto, o Procompi passa a se configurar como uma política de apoio a Arranjos Produtivos Locais, objeto desta análise. Há de observar a convergência no plano nacional com a elaboração do PPA (2004-2007) e com a

criação do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais – GTP APL, mencionado em capítulo anterior.

No Estado do Rio Grande do Norte foram aprovados três projetos, sendo dois setoriais (Água Mineral e Bonelaria) e um Arranjo Produtivo Local (Cerâmica). Importante perceber então que o projeto, que hoje é desenvolvido com a abordagem em Arranjos Produtivos Locais, de fato, começou como um projeto com a abordagem setorial.

A não continuidade do projeto na área de Bonés, e a mudança do projeto de água mineral para a abordagem em Arranjo Produtivo Local, fez com que, no Estado do Rio Grande do Norte, a terceira edição não contemplasse mais projetos setoriais, ficando apenas projetos de apoio a APLs.

Esta terceira edição se iniciou no ano de 2007, com término previsto para o ano de 2009. Na página eletrônica do Instituto Euvaldo Lodgi, identifica-se que foram selecionados cinco projetos, conforme quadro abaixo:

Quadro 18: Apls apoiados pelo IEL no Estado do Rio Grande do Norte APL Número de Indústrias Territorialidade Água Mineral da

Grande Natal 15 Natal, Parnamirim, Macaíba e Extremoz Cerâmica

Estrutural do Apodi – Assú

21 Municípios de Assú, Itajá, Ipanguaçu, Parelhas, São Gonçalo do Amarante, Ceará Mirim, Goianinha, Governador Dix-Sept Rosado e Apodi, localizados no Vale do Apodi- Assú

Móveis de Natal e Região

Metropolitana

19 Natal, Parnamirim, Macaíba, São José de Mipibu e São Gonçalo do Amarante

Panificação da

Grande Natal 20 Natal, Parnamirim, Macaíba e Extremoz Telha Cerâmica do

Seridó 23 Municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Parelhas, Jardim de Piranhas, Santana do Seridó e Tangará, localizados na Região do Seridó Potiguar. Fonte:http://www.rn.iel.org.br//index.php?option=com_content&task=category&sectioni d=6&id=27&Itemid=34

Posteriormente fora realizada a inclusão de um último APL, o de Polpa, Sucos de Fruta e Água de Coco, que devido as suas características acaba por ser um elo importante para o fortalecimento da cadeia produtiva do agronegócio do Estado, da mesma forma que também se integra de forma tangencial ao APL de Água Mineral da Grande Natal. Entretanto, não se percebeu qualquer tipo de interlocução entre os empresários destes APLs.

No caso do APL de Água Mineral, observa-se a agregação de valor ao produto em outra linha, partindo para produtos industrializados como refrigerantes, e sorvetes.

Desta forma, a terceira versão do Programa de Apoio a Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias – Procompi desenvolveu seis projetos no Estado do Rio Grande do Norte. O resumo dos resultados pretendidos em cada projeto, bem como os parceiros envolvidos é apresentado no quadro logo abaixo:

Quadro 19: Relação dos principais programas, projetos e ações de apoio a APLs implementadas pelo IEL/RN

APL Resultados Pretendidos Principais Parceiros Panificação

da Grande Natal

· aumentar o faturamento das empresas em 10% ao ano; · aumentar o volume de vendas em 5% ao ano;

· capacitar 80% dos empresários participantes do projeto; · capacitar 20% dos trabalhadores das empresas do APL; · aumentar a produtividade em 5% ao ano.

- Sebrae/RN - Senai/RN - Sesi/RN - Ufrn - Sindipan Água Mineral da Grande Natal

· elevar a produção em 5% ao ano; · reduzir o desperdício em 10% ao ano;

· ampliar a carteira de clientes em 10% ao ano.

- Sebrae/RN - Senai/RN - Sesi/RN - Ufrn - Sincramirn Cerâmica Estrutural do Apodi – Assú

· aumentar em 5% a rentabilidade decorrente do uso racional de energia;

· elevar em 5% o volume de vendas; · reduzir em 10% o desperdício de produtos · elevar em 5% a produtividade. - Sebrae/RN - Senai/RN - Sesi/RN - Ufrn - Sindicer Móveis de Natal e Região Metropolitana

· aumentar o faturamento das empresas em 5% ao ano; · aumentar o volume de vendas em 5% ao ano;

· aumentar as linhas de produtos em 5% ao ano; · aumentar o volume físico de produção em 5% ao ano; · reduzir o refugo em 10% ao ano.

- Sebrae/RN - Senai/RN - Sesi/RN - Ufrn - Sindimóveis Telha Cerâmica do Seridó

· aumentar o faturamento das empresas em 5% ao ano; · aumentar o volume de vendas em 10%;

· aumentar a produtividade das empresas em 10%; · reduzir o desperdício/perdas em 10% ao ano.

- Sebrae/RN - Senai/RN - Sesi/RN - Ufrn - Sindicer Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco

· aumentar o faturamento das empresas em 10%; · aumentar o volume de vendas em 10%;

· aumentar a produtividade das empresas em 5%.

- Sebrae/RN - Senai/RN - Sesi/RN - Ufrn - Sindifrutas Fonte: Apolinário et. al. (2009. c, p. 69)

Há de se destacar que em todos os APLs as seguintes instituições estão presentes: Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae), Serviço Nacional e Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Ufrn). Adicionalmente,

cada projeto específico tem o seu sindicato compondo o núcleo gestor, ampliando a governança da política pública.