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Dos 14 pesquisados, 8 (57%) têm menos de 25 anos de idade, 2 (14%) têm entre 26 e 31 anos, 3 (21%) entre 32 e 40 anos, e 1 (7%) acima de 41 anos.

Perfil e Consumo Midiático

Tal como os dados coletados no questionário nos mostram, os pesquisados possuem disponibilidade e facilidade de estarem conectados à internet. Com a possibilidade de ser marcado mais de uma opção no questionário, os dados nos mostram que todos têm acesso em seus domicílios, e grande parte (9) afirma estar sempre conectada à internet móvel via telefone celular ou smartphone. Os demais participantes (5) a acessam com muita frequência.

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Em relação ao consumo midiático, percebeu-se pelos dados coletados a familiaridade com a cultura digital e os usos cotidianos das mídias pelos participantes da pesquisa. O acesso à informação, por exemplo, se dá principalmente pelo meio digital, conforme mostram os gráficos que se seguem:

Gráfico 4: Acesso à informação impressa

Gráfico 3: Frequência de acesso à rede via smartphone

nunca 36% muito raramente 29% raramente 21% ocasionalmente 7% com muita frequência 7% sempre 0%

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A cultura digital dos participantes, a cibercultura, também foi evidenciada nos consumos e fins que estes fazem das mídias no dia-a- dia.

Na participação em rede sociais digitais como o Facebook, nove (57 %) afirmaram acessar sempre, quatro (28 %) acessam com muita frequência, e um (7 %) muito raramente. Somente um pesquisado relatou nunca acessar a rede social. Além da interação social no meio digital, outros hábitos são constatados que corroboram em demonstrar a presença digital cotidiana dos professores em formação tais como assistir filmes on-line (Netflix e sites similares), e escutar áudio em dispositivos móveis, como mostram os gráficos 6 e 7:

Gráfico 6: Acesso a filmes on-line

nunca 0% muito raramente 0% raramente 0% ocasionalmente 28% com muita frequência 36% sempre 36%

frequência que lê notícias online

Gráfico 5: Acesso à informação no meio digital

nunca 0% muito raramente 0% raramente0% ocasionalmente 22% com muita frequência 21% sempre 57%

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O que se infere com tal resultado parcial é que a inserção dentro da cultura digital é flexível e adaptável. Uma interpretação para tal pressuposto é que os participantes da pesquisa substituíram, ou então, migraram para diferentes hábitos de consumo digital na medida em que novas mídias foram atualizadas (updated) ou inventadas, o que ocorreu (e ainda ocorre) com grande velocidade. Vejamos, por exemplo, a mudança de hábito em relação ao consumo de mídias digitais de entretenimento: filmes on-line foram preferidos em vez de filmes em mídia rígida (DVD, Blu-ray) pela facilidade de acesso e disponibilidade de títulos. De forma similar, dispositivos de áudio portáteis e móveis, em formato mp3 ou similar, e que possibilitam os usuários escolherem seus próprios conteúdos, foram mais utilizados que os rádios em FM, como nos mostram os gráficos 8 e 9:

Gráfico 7: Uso de dispositivos digitais de áudio

Gráfico 7: Filmes em DVD ou Blu-ray nunca 0% muito raramente 0% raramente0% ocasionalmente 14% com muita frequência 36% sempre 50%

frequência que escutam Mp3, Mp4, i-pod...

nunca 7% muito raramente 43% raramente 14% ocasionalmente 22% com muita frequência 14% sempre 0%

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O gráfico 10 a seguir apresenta a visão dos participantes como usuários das mídias, ou seja, a auto-imagem que possuem em relação aos seus conhecimentos e usos das mídias.

Do universo de 14 participantes, seis deles responderam se considerar experientes e um afirmou participar de forma produtiva no ambiente digital. Os demais pesquisados se acharam satisfeitos com o letramento digital que possuem (4), e três (21%), contudo, reconheceram possuir um conhecimento básico das mídias e exprimiram a necessidade de aprender mais.

Gráfico 8: Uso do rádio

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O modo que aprendem a utilizar as mídias é um dado importante: ele nos mostra que a maioria dos participantes aprende a utilizar as mídias por meio da autodidaxia, seja assistindo tutoriais ou acessando fóruns especializados na internet. Outra forma de aprendizagem constatada se dá por meio de auxílio de colegas, amigos e familiares. Nenhum dos respondentes afirmou ter participado de cursos institucionais on-line, e tampouco ter participado em cursos presenciais, apesar de demonstrarem pouca dificuldade de realizar tal atividade, conforme o gráfico 11:

Apesar dos dados apontarem a autodidaxia como método preferencial no qual os participantes recorrem em seu letramento digital, a grande maioria dos respondentes, no entanto, acredita ser importante haver uma formação para o uso de mídias e tecnologias durante a licenciatura. Apenas um (7 %) pesquisado indicou ser desnecessário haver a educação formal para as mídias baseado na premissa que os futuros professores já possuem tal conhecimento.

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Na posição de usuários de mídias, em termos gerais, e como se apresentam os gráficos abaixo, os participantes encontram pouca ou nenhuma dificuldade em navegar na internet, ou em utilizar alguns recursos midiáticos nesse ambiente:

Gráfico 12: Busca de informação na rede

Gráfico 11: Importância de formação para o uso de mídias

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Gráfico 13: Uso de e-mails

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Como usuários, consumidores de mídias, as informações colhidas apontam para pouca ou nenhuma dificuldade em navegar ou acessar conteúdos da web usando o mecanismo de busca, configurar

Gráfico 15: Configurar opções de segurança

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opções de segurança contra vírus, ou utilizar programas comunicacionais. Os dados do questionário, no entanto, mostram uma defasagem de conhecimento dos participantes em relação à produção de conteúdos midiáticos: Os pesquisados consomem mais conteúdos midiáticos do que os produzem. Tal constatação é observada pelo baixo número de participantes que já produziram e publicaram conteúdos na

web. Essa limitação de conhecimento das possibilidades que as

ferramentas digitais oferecem pode implicar uma delimitação do futuro professor em escolher e utilizar determinada mídia que seja mais adequada ao propósito pedagógico estabelecido. Kenski (2003) ao complementar esse fato afirma que ―A autonomia do professor na escolha e utilização do melhor meio para realizar o seu melhor ensino complementa-se com a exploração crítica das formas como uma mesma informação pode ser veiculada nas diferentes mídias‖ (KENSKI, 2003, p.100).

Gráfico 17: Produção e compartilhamento de vídeos na internet

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Gráfico 19: Criação e atualização de Blogs

Gráfico 20: Produção e publicidade na internet

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De forma sintética, a análise do perfil midiático dos participantes até o momento demonstrou que são em sua maioria jovens, abaixo de 25 anos, dispõem de acesso à internet e participam ativamente na cibercultura. Em relação à auto-imagem, metade dos respondentes percebem-se como usuários experientes, quatro (28 %) encontram-se satisfeitos com o conhecimento que possuem e três respondentes (21 %) reconhecem a necessidade de saber mais. Em sua maioria participam da cultura digital ativamente como usuários e consumidores. No entanto, inquiridos sobre a participação como produtores de conteúdos midiáticos, é grande o número dos que encontram limitações ou nunca realizaram atividades de criação, edição e publicação na web. Vejamos, a seguir, a posição dos participantes em relação ao uso de mídias em contextos pedagógicos.

4.3 Práticas Didáticas

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Perguntados sobre os possíveis efeitos do uso das mídias no trabalho docente, todos os respondentes atribuíram à internet a possibilidade de acesso a materiais mais diversificados ou de melhor qualidade, e reconheceram vantagens relacionadas à possibilidade de maior colaboração com colegas da mesma instituição (64 %) ou fora dela (85 %). Um grande número de participantes (92 %) reconheceu a necessidade de adoção de novos métodos de ensino na utilização das mídias em sala de aula, e seis participantes argumentaram que a adoção das mídias venha a acarretar no aumento da carga de trabalho do professor:

Se por um lado, a amostragem quantitativa nos mostrou um quadro favorável à integração digital em sala de aula por parte dos futuros professores, por outro, nos discursos dos participantes foi possível perceber uma gama de sentimentos que não são traduzidos em números, mas que refletem e esmiúçam aspectos naturais à condição humana, como aflições, anseios e convicções.

Percebeu-se no discurso do Teacher 8 a insegurança ao lidar com as novas tecnologias em sala de aula quando citou: ―Eu vejo com receio a adoção de mídias no meu trabalho como professora por ser

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tratar de algo muito novo ainda. Adaptar para a sala de aula nunca é simples e pode ser contraproducente se mal aplicado além de mais trabalhoso‖. Teacher 7 reconheceu suas limitações concernentes ao letramento digital e as dificuldades de conhecer e dominar tais recursos, porém acredita que conhecê-los pode beneficiar a si e seus alunos:

Há recursos e programas que desconheço ou ouvi falar vagamente. Acredito que quanto mais conhecimento eu tiver sobre estes recursos melhor para mim e meus alunos, pois terei mais acesso a conteúdos e informações, o que pode deixar a aula bem mais rica e interessante. Em contrapartida, no entanto, leva-se tempo para conhecer e dominar tais recursos, uma vez que há grande variedade na net e as vezes não sei nem por onde começar. Então acho que a princípio essa busca por novos recursos pode aumentar o meu tempo de planejamento e preparação das aulas, uma vez que não tenho tanto conhecimento. À medida que for aprendendo essas tecnologias, por exemplo, de editar um vídeo ou fazer um filminho, talvez haja uma diminuição na carga de trabalho (TEACHER 7).

Teacher 11 nos trouxe em seu discurso uma visão mais otimista sobre a integração das mídias em sala de aula. Em sua resposta franca, percebemos que abordou vários aspectos mencionados no questionário, percebido pela escolha lexical e temas relacionados, o que nos leva a crer que o questionário colaborou para a ação reflexiva sobre o tema, o que é positivo, já que esse era o objetivo secundário de sua aplicação:

Creio que a internet facilita o maior acesso a diversos materiais, pois muitas pessoas compartilham ideias na rede e jogam suas produções pessoais ou até mesmo dicas de sites ou materiais que elas usam. Há também a possibilidade de compartilhar com os colegas de trabalho materiais diversos de maneira mais ágil, tendo também a possibilidade de trabalhar juntos, mas cada em um sua casa, por programas como "Google Docs"... Eu assinalei ambas "Aumento da carga de trabalho" e "Diminuir a carga de

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