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estão registrados e já acessam o grupo criado no

Edmodo, o pesquisador envia uma pergunta logo

no início da oficina: ―O que você entende por Letramento Digital?‖ Estabelece-se o tempo de 5 minutos para responderem a pergunta.

Após terem respondido a pergunta inicial, o pesquisador introduz o tópico ―Letramento Digital e ensino de L.E.‖ por meio de uma apresentação preparada no site do PowToon. Na apresentação, o pesquisador apresenta definições sobre L.D. sob dois pontos de vista: na perspectiva instrumental, do conhecer e saber usar as TICs, e também na perspectiva do letramento como uma prática social que permite acesso ao mundo digital. O pesquisador enfatizou que a preocupação com o letramento digital já se faz presente em vários países, e que no Reino Unido, por exemplo, a disciplina Letramento Digital percorre, de forma interdisciplinar, todo o currículo do ensino fundamental e do ensino médio. Para exemplificar, o apresentador acessa o site http://www.digital-literacy.org.uk/Home.aspx. Durante a apresentação, os participantes interagiram com comentários e perguntas.

No terceiro momento da oficina, os participantes têm a oportunidade de explorar diversos sites com potencial pedagógico. É a fase mais longa da atividade (40 min) e considerada pelo pesquisador como a mais importante, pois vai ao encontro do objetivo desta primeira oficina: espera-se que os participantes se familiarizem com diversas ferramentas disponíveis na internet, reunidas através do site scoopit, e que possam explorá-las, sem restrições, enxergando as possibilidades pedagógicas de uso de tais ferramentas sob a lente do letramento digital. Com isso, os participantes estariam assumindo de forma ativa a construção de seu próprio conhecimento, que, como dito por Freire (1996), saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a própria produção ou a sua construção.

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Ao pesquisador cabe assumir o papel de mediador – ao caminhar pela sala ele motiva, observa, instiga, escuta, interage, auxilia, aprende, troca conhecimento, faz e responde perguntas (notas do diário de campo do pesquisador, 2015).

Dados coletados:

Assim como realizado no início da oficina, ao final dela, o pesquisador solicitou aos participantes que respondam novamente a pergunta: ―O que você entende por Letramento Digital?‖. As respostas dadas pelos participantes encontram-se no Anexo 4.

Com base nos discursos coletados nos dois momentos da oficina elaboramos nuvens de palavras49 que sintetizam os discursos e entendimentos dos participantes sobre letramento digital, apresentados nos quadros abaixo:

Quadro 6: Discurso inicial

49 Nuvem de palavras criado no site www.tagcrowd.com (30x1) Quadro 7: Discurso final

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Análise da nuvem de palavras.

Nota-se que os participantes, de forma geral, mudaram seus discursos em relação ao mesmo questionamento: ―o que você entende por L.D.?‖. Ao serem questionados no início da oficina, os respondentes associaram o letramento digital com o uso instrumental das mídias, ou seja, como ferramentas de apoio à aprendizagem. Isso fica evidenciado pelas escolhas lexicais utilizadas nas respostas, que mostram a ocorrência e predominância das palavras ―saber‖, ―utilizar‖, ―ferramentas‖ em suas respostas.

Ao final da oficina os sujeitos da pesquisa foram novamente questionados com a mesma pergunta inicial. As suas respostas levam a crer que ocorreu uma ampliação e aprofundamento da ideia inicial que tinham sobre letramento digital, (ainda que em nível de discurso) ao perceber-se a adição das palavras ―conhecimento‖, ―saber‖, ―usar‖, ―maneira‖ ―consciente‖ em suas respostas.

Como desdobramento da oficina realizada no dia 14 de agosto de 2015 nos parece que além de ter ocorrido uma ampliação e aprofundamento da ideia inicial que os participantes tinham sobre letramento digital, a oficina também motivou vários professores em formação a considerar o uso pedagógico das mídias durante a prática no estágio de docência supervisionado, como veremos na próxima seção na apresentação dos resultados.

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4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com base na pesquisa descrita, as perspectivas teóricas de formação inicial docente em língua inglesa com vista à inclusão de mídias no processo ensino e aprendizagem da respectiva L.E. e a metodologia aplicada, os dados obtidos neste relatório são resultados da análise de um ou mais dos diversos instrumentos utilizados.

Para tal análise, deixaremos de lado, em certa medida, a impessoalidade do discurso para narrar a experiência singular que o pesquisador vivenciou durante o percurso investigativo da pesquisa. Inicialmente, apresentaremos os sujeitos da pesquisa, a fim de respondermos o primeiro objetivo específico do presente trabalho, que é ―identificar o perfil midiático dos professores em formação: o consumo e usos pessoais que estes fazem das mídias, como se percebem como usuários destas, e como aprendem a utilizá-las‖. Posteriormente, apresentaremos a oficina ―Letramento Digital e ensino de L.E‖, assim como explicações sobre a motivação e razões para ministrá-la. Por fim, para respondermos os demais objetivos específicos estabelecidos nesse trabalho, que são: i) identificar quais os critérios que os professores em formação utilizam para escolha de uma determinada mídia como apoio pedagógico, e as percepções e efeitos do uso desta; ii) observar possíveis movimentos de prática reflexiva do professor aprendiz durante o practicum e iii) avaliar as estratégias utilizadas durante o

practicum que favoreçam a familiaridade e a inclusão das mídias no

contexto pedagógico pelos professores-aprendizes, recorremos a análise das observações de aulas dos professores em formação durante e estágio de docência supervisionado, amparado e validado por outros instrumentos utilizados nesta investigação.

4.1 Caracterização dos Participantes da Pesquisa

Os nomes dos sujeitos envolvidos foram substituídos para preservar o sigilo e ética da pesquisa. Além disso, como escolha pessoal e política do pesquisador em relação à equidade de gênero, é feito um esforço para que essa distinção não seja evidente na narrativa dos relatos. Mesmo assim, ao referirmos aos sujeitos da pesquisa utilizaremos por convenção substantivos masculinos conforme a língua Portuguesa para simplificar a narrativa, mas sem que isso implique que o sujeito citado seja do sexo masculino.

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Professores orientadores do estágio supervisionado são identificados pelas iniciais P.C. 1 e P.C. 2 (Practicum

Coordinator).

Professores do Colégio de Aplicação (2) são identificados pelas iniciais P.C.A. 1 e P.C.A. 2.

Os 14 professores em formação são identificados por Teacher 1 – Teacher 14, ou de forma abreviada, T.1 a T.14.

4.1.1 Breve descrição dos participantes50

Practicum Coordinator 1: Graduação em Comunicação Social

(1987), Mestrado em Letras pela UFSM (1997) e doutorado em Educação pela UFRGS (2010). Presentemente atua como Professor Adjunto III do Departamento de Metodologia do Ensino, do Centro de Ciências da Educação da UFSC. Experiência profissional no ensino de inglês na educação básica e, na educação superior, na área de Educação com ênfase em formação docente inicial e continuada atuando principalmente nos seguintes temas: língua estrangeira, educação, avaliação, formação docente, novas tecnologias de informação, políticas educacionais e pedagogia universitária, particularmente no que se refere à relação entre universidade e escola na formação de professores.

Practicum Coordinator 2: Graduação em Licenciatura em

Letras Português e Inglês pela UFSC (1973), mestrado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela UFSC (1983) e doutorado em Educação pela UFRGS (2007). Presentemente atua como Professor Associado nível 4 da UFSC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Formação de Professores atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores da Educação Básica, políticas públicas para a educação, avaliação institucional e docência universitária.

P.C.A. 1. Graduação em Letras - Inglês pela Universidade do Planalto Catarinense (1991) e mestrado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela UFSC (2009). Presentemente atua como professor do Colégio de Aplicação da UFSC. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: metodologia do ensino da língua estrangeira, inglês como língua

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estrangeira, literatura afrocanadense, literatura afrobrasileira, literatura comparada e intertextualidade.

P.C.A. 2. Bacharelado e Licenciatura em Letras/Inglês e Literaturas Correspondentes pela UFSC. Mestre em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários pela UFSC e doutorando da mesma instituição em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários. Presentemente atua em caráter temporário (ACT) como professor do Colégio de Aplicação da UFSC. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Inglesa, Linguística Aplicada e Aprendizagem e Ensino. Faz parte do Grupo de Pesquisa AQUILES: Aquisição de Inglês como Língua Estrangeira: Questões teóricas, pedagógicas e de metodologia de pesquisa.

Teachers 1 a 14: Licenciandos de Letras (Inglês e Literaturas afins) pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Faz-se importante ressalvar a atuação conjunta dos dois Professores Coordenadores, P.C.1 e P.C. 2, nos encontros coletivos e reuniões semanais ocorridos aos longo dos dois semestres de estágio supervisionado. No entanto, na divisão do coletivo dos estagiários (14) em pequenos grupos (6) para o practicum, cada um dos Practicum

Coordinator ficou encarregado de um número de grupos, definido e

acordado entre si e com os licenciandos. Dessa forma, P.C.1 e P.C. 2 puderam oferecer atendimento mais personalizado e atento aos seus grupos de alunos nos planejamentos de aulas, elaboração de atividades, acompanhamento das práticas de seus grupos, feedbacks, e auxílio em tantas outras atividades exigidas na formação docente.

4.2 Perfil Midiático dos participantes

Nosso intuito, neste espaço, é apresentar os dados recolhidos através do questionário on-line ―Perfil Midiático‖, instrumento elaborado para a investigação, articulando a análise estatística com a interpretação de dados, o que permite complementar e enriquecer a apresentação com interpretações explicativas dos resultados. Para tal, iremos seguir a estrutura do questionário e iniciar esta análise dos participantes pela sua identificação, seguido pelo perfil e consumo midiático. Por fim, apresentaremos os dados relacionados à posição dos participantes em relação ao uso de mídias em contextos pedagógicos.

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