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Implementação e funcionamento do programa

No documento TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: O CUSTO X (páginas 64-67)

3 MÉTODO

3.2 Implementação e funcionamento do programa

O protocolo de TAN realizado na maternidade foi de forma universal e em duas etapas; ou seja, no caso de falha na triagem, foi agendado um re-teste, efetuado no período de 15 a 30 dias. No caso de nova falha, foi agendado diagnóstico audiológico no CeAC, sem nenhum ônus para a família, assim como a seleção de aparelhos de surdez e início da intervenção fonoaudiológica nos casos de confirmação de PA permanente. A política de identificação de perda auditiva estabelecida foi de perdas de tipo neurossensoriais para os neonatos sem IRPA, e para os neonatos com IRPA perdas de tipo neurossensorial e perdas de tipo neuropatia auditiva.

A coleta dos dados foi realizada no período de 9 meses, de maio de 2006 a janeiro de 2007, havendo nessa ocasião um total de 2.060 nascimentos.

A triagem foi realizada por alunos de pós-graduação (mestrado, especialização e aprimoramento) da PUC/SP, além de fonoaudiólogos voluntários, com a coordenação e supervisão de uma fonoaudióloga discente da PUC-SP e com experiência em TANU.

Após treinamento prático dos fonoaudiólogos, que ocorreu no período de março a abril de 2006, iniciou-se o programa. O treinamento

consistiu em idas à maternidade de grupos de alunos acompanhados por monitores para conhecimento do local, da rotina do hospital e do protocolo para TAN implantada. Para isso, os alunos manusearam o equipamento, realizaram entrevistas com pais, triagem em neonatos e preenchimento dos relatórios e cadernetas de saúde das crianças avaliadas. O número total de alunos fonoaudiólogos foi de 15, subdivididos de dois a três profissionais em cada dia da semana, e plantões nos fins de semana e feriados.

A maternidade é dividida em duas alas, o alojamento conjunto e o berçário. A seguir será descrita a rotina estabelecida no alojamento conjunto da maternidade:

1. Realização do senso diário, que consistiu em registrar em um livro ata todos os nascimentos ocorridos, com os mesmos critérios (numeração e informações) do livro de registro de nascimentos que se encontra no berçário da maternidade, sob a supervisão de uma enfermeira chefe; 2. Preenchimento das fichas de identificação dos neonatos com os seguintes

dados: - nome da mãe - idade da mãe - número de filhos - endereço - cep - telefone

- UBS onde o neonato será vacinado - peso

- apgar

- idade gestacional

- riscos do neonato para perda auditiva

- resultados do teste, re-teste, retorno e dados de encaminhamento para diagnóstico

3. Entrevista com as mães para coleta dos dados das fichas e informações ausentes no livro de registro de nascimentos, tais como riscos de hereditariedade e infecções congênitas; endereço e telefone;

4. Informação às mães sobre o teste e o pedido de autorização para a realização da TAN e para a participação na pesquisa por meio de termo de consentimento;

5. Após o consentimento da mãe, o neonato foi encaminhado para a sala de triagem, onde o exame era realizado conforme protocolo estabelecido no programa, que será descrito a seguir;

6. RN foi testado antes da alta hospitalar em condição clínica estável; 7. Entrega dos resultados dos exames para as mães;

8. Registro do resultado na caderneta de saúde do neonato e no prontuário hospitalar do mesmo;

9. Registro do resultado no livro de registro de nascimentos existente no berçário da maternidade e no livro ata do programa.

A rotina para os neonatos internados no berçário foi semelhante - as mães também foram entrevistadas, e os recém-nascidos foram testados quando estavam em condições de saúde estáveis, normalmente próximo à alta hospitalar. Desse modo, diariamente houve uma verificação das condições desses neonatos, com enfermeiras e médicos, para a realização do exame. Como a alta poderia ocorrer a qualquer momento do dia, a verificação foi realizada para que se minimizasse o número de neonatos perdidos. Os resultados dos exames também foram entregues às mães e registrados na caderneta de saúde e no prontuário hospitalar do neonato.

Ao entregar os exames para todas as mães, tanto do alojamento conjunto quanto do berçário, estas foram informadas sobre o resultado, a necessidade ou não de retorno e os cuidados com a saúde auditiva do neonato e da família, tais como: o cuidado com o uso de cotonetes, não usar medicações caseiras, manter a família longe de sons em forte intensidade, procurar médico em caso de dores de ouvido e atenção ao desenvolvimento auditivo geral.

Caso o neonato tivesse de retornar devido à falha no exame, isso ocorreu na maternidade em aproximadamente 15 dias após a alta hospitalar. No retorno, foram realizados apenas os exames em que o neonato falhou antes

da alta hospitalar. Os resultados foram entregues às mães, e estas foram orientadas quanto ao desenvolvimento auditivo e cuidados com a audição. No caso de falha foi agendado um encaminhamento para o centro de referência para diagnóstico em aproximadamente 15 dias após o retorno.

No centro de referência, o neonato e a mãe foram recebidos pela equipe de fonoaudiólogas e otorrinolaringologista. Primeiro foi repetida a TAN e, no caso de permanência da falha, foi realizado o diagnóstico contendo os seguintes procedimentos: Avaliação Otorrinolaringológica, PEATE-A, EOAT, EOAPD, Imitanciometria e Avaliação Comportamental (BOA com instrumentos e warble tone em sala tratada acusticamente). Quando diagnosticada uma perda auditiva, o lactente era encaminhado para indicação de AASI e terapia fonoaudiológica. Se não diagnosticada nenhuma alteração auditiva, os pais eram orientados quanto ao desenvolvimento auditivo e os cuidados com a audição.

3.3 Caracterização dos neonatos nascidos entre maio/2006 e janeiro/2007

No documento TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: O CUSTO X (páginas 64-67)

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