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Importância da Supervisão na Prática Pedagógica

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 59-63)

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

3.4. Importância da Supervisão na Prática Pedagógica

“A Supervisão pode definir-se como atuação de monitorização sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e experimentação nas suas dimensões analítica e interpessoal, de observação como estratégia de formação e de didática como campo especializado de reflexão/experimentação pelo professor.Desta definição decorrem os seguintes pressupostos: o objeto da supervisão é a prática pedagógica do professor; a função primordial da supervisão é a monitorização dessa prática; os processos centrais da supervisão são a reflexão e a experimentação”.

(Vieira, 1993) A supervisão no contexto do EP é conduzida pelo Orientador da Faculdade e pelo Professor Cooperante da respetiva escola sobre o estagiário, desempenhando, ambos, o papel de supervisores, tal como regulamentado pelo respetivo mestrado. O estagiário tem um conjunto extenso de tarefas a realizar, para as quais necessita de uma orientação e supervisão de quem tem o conhecimento dessas funções. Assim, quer o OF, quer o PC têm atribuições, em certa medida distintas, mas confluindo nos objetivos a alcançar pelo estudante estagiário. Quero com isto dizer que há todo um trabalho

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colaborativo entre as três partes, que contribuem para o sucesso do estagiário, e para a aprendizagem mútua.

O supervisor deverá ser um colega, pese embora a diferença de estatuto e de experiência, estabelecendo uma relação madura, colaborativa, ativa e dinâmica que vise ajudar o estagiário a desenvolver as suas capacidades e competências, a analisar o seu próprio ensino e a sua atuação enquanto professor, na interpretação e reflexão dos dados recolhidos e na busca das melhores soluções para as dificuldades e problemas emergentes da sua atuação enquanto professor, promovendo constantemente um clima de encorajamento e de reforço positivo. Daqui depreende-se que o supervisor não deverá fornecer receitas ao estagiário, mas sim estimular o seu espírito crítico, reflexivo e de investigação-ação, que o tornem mais responsável e o conduzam ao desenvolvimento pessoal e profissional(Alarcão e Tavares, 1987).

O Professor Cooperante, por desempenhar um papel mais presente na convivência da prática diária com o estagiário, terá mais influência na sua formação ao nível prático, na medida em que contribui diretamente para a melhoria da sua capacidade de atuação e de reflexão sobre aquilo que é realizado, assim como ajuda a torná-lo mais autónomo nas suas decisões e capaz de se adaptar aos contextos imprevisíveis e adversos que emergem nas aulas e nos contextos social e profissional (Albuquerque et al., 2008).

O Orientador da Faculdade será, sobretudo, um guia, um pedagogo e, tal como a próprio nome indica, um orientador que, não deixando de estar envolvido na PES, terá mais influência a nível teórico, no apoio da conceção dos vários documentos a produzir pelo estagiário, como o PFI e o RE, no delineamento de prazos e de tarefas a cumprir, entre outros aspetos. No entanto, este possui um conhecimento tácito e de expertise pela experiência adquirida, que lhe permite avaliar e aprovar o desempenho da PES e propor a classificação do Estudante Estagiário conforme consta no ponto 7 do Artigo 6º do regulamento da UC de EP do mestrado em EEFEBS, nos momentos que se dirige à escola para efetuar essa avaliação.

A função do supervisor, neste caso do OF e do PC, não deverá ser tão diretiva, prescritiva nem normativa, que retire a capacidade de autonomia do

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estagiário e a sua responsabilização no processo de estágio, mas antes colaborativa, facilitadora e promotora de boas práticas nas relações interpessoais, fazendo, assim, com que a supervisão a que o estagiário é submetido, passe a uma auto-supervisão (Alarcão e Tavares, 1987).

Sobre aquilo que foi desenvolvido e realizado, é importante referir que, ao iniciar este meu EP, facilmente me apercebi do quão importante foi a supervisão na prática pedagógica, desde a inclusão no GDEF, à prática letiva, não esquecendo a produção de um conjunto de documentos orientadores dessa prática, com sentido crítico e reflexivo. O PC Francisco Magalhães desempenhou um papel vital nos aspetos supracitados e na minha formação profissional. Foi uma pessoa que partilhou comigo e com o meu NE as suas experiências e sabedoria, que contribuiu bastante para o desenvolvimento e produção de todo um trabalho de ordem teórica, fundamental para me preparar do melhor modo para a prática letiva.

Assim, das primeiras coisas que me foram requisitadas, foi a criação de um Diário de Bordo, no qual pudesse refletir, com sentido crítico, sobre tudo aquilo que era debatido e solicitado nas reuniões, de modo a estar devidamente preparado para o ensino das respetivas modalidades no início do ano letivo. Inicialmente, o PC teve um papel mais interventivo, mas concedendo-me sempre espaço para refletir de modo a encontrar a solução mais adequada para os problemas que me iam surgindo. Foi, sem dúvida, uma pessoa bastante humana, com grande sentido de responsabilidade e espírito colaborativo, bastante exigente, em prol do que era melhor para mim e para o nosso NE. Aliás, nunca me forneceu receitas, apenas me lançou algumas pontes/vias, para que pudesse ser eu a trilhar o meu próprio caminho, errar e aprender com os meus erros, estando lá para dar a sua opinião sobre o porquê de algumas opções não terem resultado tão bem.

O OF, o Professor José Virgílio, também se revelou uma pessoa fundamental neste processo de estágio com a sua supervisão. Os conselhos e sugestões que me foi dando, assim como os momentos de avaliação efetuados sobre a minha prática, tendo sido honesto, frontal, justo e com um elevado sentido crítico, situando-me quanto àquilo em que estive bem e reforçando

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aquilo em que estive menos bem, foram, sem dúvida, fundamentais. Isto, para que pudesse consciencializar-me daquilo que há para melhorar, para que no final do ano letivo, pudesse ser uma pessoa melhor, mais competente, confiante e capaz para enfrentar este desafio e esta escolha que eu fiz de ser professor.

De modo a obter um conhecimento mais profundo sobre o meu desempenho enquanto professor, foi, igualmente, fundamental a observação que os restantes colegas do NE efetuaram sobre as minhas aulas, pois segundo Bento (1987, p. 165) “como avaliador cada professor deve guardar uma certa distância em relação a si mesmo. A autocrítica é difícil. Por isso é aconselhável a participação de outros (que não sejam propriamente uns estranhos) na análise/avaliação”. De igual modo, as minhas observações às aulas dos meus colegas e de outros professores, também contribuíram para o meu desenvolvimento, na medida em que me permitiram percecionar, com um outro olhar (de fora), o modo como atuavam. Assim, pude perceber como interagiam com os alunos, se adotavam uma postura dinâmica ou estática, o modo como organizavam as suas aulas, como geriam as tarefas de transição, os feedbacks que prestavam aos alunos, os exercícios que propunham para a aula e a sua interligação nas três partes da mesma (inicial, fundamental e final), entre muitos outros aspetos relacionados com a prática letiva.

Em suma, é importante saber ouvir os outros e perceber os meus erros por uma outra fonte, a qual possui um conhecimento especializado, no caso dos supervisores, e que terá uma opinião mais real e concreta daquilo que é e foi a minha prática, contribuindo para o meu desenvolvimento pessoal e profissional, através dos feedbacks emitidos e dos conselhos prestados para essa melhoria.

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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 59-63)