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IMUNOLOGIA DA REJEIÇÃO EM TRANSPLANTES DE FÍGADO IMUNOLOGY REJECTION OF LIVER TRANSPLANTATION

Yalis Fleck da Silveira – Centro Universitário Filadélfia - UniFil

Orientadora: Prof Msc Rosália Hernandes Fernandes Vivan – Centro Universitário Filadélfia – UniFil

RESUMO:

O transplante é um procedimento por meio do qual célula e/ou tecidos são retirados de um indivíduo (doador) e transferidos para outro paciente (receptor), é o mais complexo procedimento da cirurgia moderna apresentando grandes possibilidades de insucesso. Este estudo teve como objetivo abordar as principais justificativas imunológicas da rejeição do transplante hepático e para tanto, foi feito levantamento bibliográfico em livros e artigos científicos. A partir da pesquisa, conclui-se que para evitar o processo de rejeição e perda do enxerto deve ser feito um acompanhamento clínico e laboratorial do paciente durante todas as fases do processo a fim de suprimir as causas imunológicas da rejeição garantindo a sobrevida do paciente.

PALAVRAS-CHAVE: Imunologia dos transplantes. Rejeição em transplantes. Transplantes hepáticos. Transplante de fígado.

ABSTRACT:

The transplant is a procedure by which cells or tissues are removed from one individual (donor) and transferred to another one (receiver), is the most complicated procedure of modern surgery presented a lot possibilities of failure. The aim of this study was broach the main immunological justifications for rejection of liver transplantation and for that, this paper gives a survey of bibliographic material compost of books and scientific articles. The study conclusion that to prevent the process o rejection and graft loss must be made must be made a clinical and laboratory monitoring of patients during all phases of the process in order to eliminate the cause of the immune rejection ensuring the survival of the patient.

KEYWORDS: Immunology of transplants. Liver transplantation. Liver transplant. Rejection in transplants.

DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento deste trabalho partiu da necessidade de estudos sobre o tema uma vez que o número de transplantes hepáticos tem crescido de maneira rápida no país, fazendo com que o estudo dos fatores geradores de sucesso e insucesso sejam descritos e analisados a fim de garantir maior possibilidade de aceitação do enxerto e aumento da sobrevida do paciente.

De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, de dezembro de 2006, catalogado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), na última década foram realizados cerca de 79.000 transplantes no país, dentre os quais 14% destes foram de fígado. O transplante hepático constitui um tratamento eficaz para hepatopatias crônicas, sendo, portanto, uma alternativa de tratamento indicada nos

casos terminais, onde a mortalidade com tratamentos conservadores pode atingir até 70% ao final de 12 meses (CASTRO-E-SILVA JR et al, 2012).

Apesar do considerável progresso com o número e quantidade de drogas imunossupressoras utilizadas para prevenção e tratamento em casos de transplante, a ocorrência de reações de rejeição, ocasionadas pela resposta desenvolvida pelo sistema imune do receptor contra o enxerto, continua a representar o principal obstáculo ao sucesso dos transplantes de órgãos vascularizados. A menos que doador e receptor sejam geneticamente idênticos, os antígenos do enxerto são capazes de desencadear uma forte resposta imunológica e, consequentemente, destrutiva do mesmo, processo denominado de rejeição (FARIA et al, 2008 ; VOLTARELLI et al, 2009).

O tipo mais frequente de rejeição em receptores de órgãos sólidos é a rejeição aguda que é geralmente revertida com terapia imunossupressora, já as alterações crônicas, que são em geral, consequências da rejeição aguda, não respondem a nenhum tratamento, representando o maior desafio no transplante de órgãos sólidos. A resposta imune ao enxerto é dividida em fase de sensibilização (na qual os linfócitos reativos aos antígenos de histocompatibilidade do doador são ativados, proliferam e se diferenciam em células efetoras) e fase efetora (na qual ocorre ataque do sistema imune contra o enxerto) (VOLTARELLI et al, 2009).

O processo de rejeição depende do reconhecimento pelo hospedeiro do tecido enxertado como estranho e os antígenos responsáveis por esta rejeição em seres humanos são aqueles do sistema de antígenos de histocompatibilidade principal (HLA). Estas reações podem ser mediadas por células T ou por anticorpos. Por serem extremamente polimórficas na população, as diferenças genéticas em qualquer locus do HLA contribuem para a rejeição imune do enxerto. Assim, em geral quanto menor a quantidade de loci incompatíveis, maiores as chances de que o enxerto seja aceito (GORCZYNSKI e STANLEY, 2001, VOLTARELLI et al, 2009, ROBBINS et al, 2000).

Os transplantes de fígado são resistentes à rejeição desde que qualquer episódio inicial de rejeição aguda seja debelado; para os tecidos bem compatibilizados e incompatíveis os índices de sobrevida em longo prazo são semelhantes e 80% dos pacientes sobrevivem por mais de um ano. Deste modo, verifica-se a extrema importância do entendimento e identificação de todos os

fatores que contribuem para a ocorrência de doença crônica do enxerto. (GORCZYNSKI; STANLEY, 2001).

BIBLIOGRAFIA

CASTRO-E-SILVA JR, Orlando de et al . Transplante de fígado: indicação e sobrevida. Acta Cir. Bras., São Paulo, 2012. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502002000900018&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 jul. 2012.

FARIA, Bruno A. et al . Ação dos linfócitos T regulatórios em transplantes. Rev.

Bras. Hematol. Hemoter., São José do Rio Preto, v. 30, n. 4, Aug. 2008 .

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842008000400015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 jul. 2012.

GORCZYNSKI, Reginald; STANLEY, Jacqueline. Imunologia Clínica. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso editores, 2001, p. 323-347.

ROBBINS, Stanley L; COTRAN, Ramzi S., KUMAR, Vinay; COLLINS, Tucker.

Patologia estrutural e funcional. 6. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

185-189; 760-799.

VOLTARELLI, Julio C. et al. Imunologia clínica na prática médica. São Paulo: Atheneu, 2009.

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