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Nos incidentes de remição, de revisão, de actualização e de caducidade, assim como nos demais processos especiais conexos

AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA JUSTIÇA LABORAL

2. AS ATRIBUIÇÕES SEGUNDO A EXPERIÊNCIA INSPECTIVA

2.2 A Intervenção nos processos emergentes de acidente de trabalho e de doença profissional

2.2.2 Na fase contenciosa

2.2.2.5 Nos incidentes de remição, de revisão, de actualização e de caducidade, assim como nos demais processos especiais conexos

Neste âmbito, como em toda a intervenção nesta sede, o importante é a pronúncia oportuna e pronta sobre os requerimentos de remição parcial, quando não subscritos pelo MP, controlar adequadamente os cálculos do capital de remição efectuados pela secretaria e agendar com celeridade a respectiva entrega, que o magistrado deve dirigir pessoalmente, como a lei impõe.

Aliás, a marcação das datas de entrega do capital pode ser agendada logo na tentativa de conciliação, sob condição de homologação judicial dos acordos alcançados, notificando-se nessa acto todos os intervenientes, com cálculo imediato do capital, quando a reparação se traduza num capital de remição correspondente a uma dada pensão vitalícia.

Relativamente às actualizações, importa promover com oportunidade as relativas a pensões da responsabilidade total ou parcial das entidades empregadoras, apresentando os pertinentes requerimentos, sendo recomendável a organização de um ficheiro ou qualquer outra forma de controlo onde se anotem todas as pensões actualizáveis e as suas sucessivas actualizações, assim se evitando algum casuísmo observado em diversos serviços judiciais, muitas vezes dependente da reclamação dos próprios sinistrados, quando tarda o recebimento actualizada das prestações que lhes são devidas, e sempre sem qualquer garantia de abrangência de todo o universo das pensões actualizáveis ainda não caducadas.

Também o controlo das actualizações comunicadas pelas seguradoras e pelo FAT, quanto àquelas por que tais entidades são responsáveis, justifica um modo semelhante de organização, combatendo uma certa tendência que se vai generalizando para o armazenamento descontrolado das comunicações feitas por essas entidades assumido pelas secções de processos em maços não devidamente catalogados e arquivados e muitas vezes sem despacho de controlo dos magistrados, o que impede qualquer pretensão de efectiva verificação da respectiva correcção e promoção da rectificação dos valores comunicados, se errados.

Ou, noutros casos, para a sistemática junção dessas comunicações aos processos a que respeitam, seguida de abertura de vista e conclusão para despacho dos magistrados, o que redunda numa desnecessária carga acrescida e inútil de burocracia e de trabalho, na medida em que a experiência demonstra que, por regra, essas actualizações são correcta e tempestivamente efectuadas, para além da eterna pendência dos processos principais e da multiplicação artificial de incidentes registados e tributados.

Importante é igualmente promover o reforço das cauções devidas pelas entidades empregadoras, seguindo-se todos os procedimentos necessários à efectivação desse reforço, incluindo a instauração de execução para esse efeito.

Nos casos em que não exista qualquer forma de organização daquele género, podem os magistrados entretanto colocados nesses serviços providenciar nesse sentido, aproveitando todas as intervenções que neste âmbito lhes sejam suscitadas para criarem e inserir num ficheiro as pensões actualizáveis, mediante inscrição sistemática das fixadas “ex novo”, e inscrição paulatina das antigas, aproveitando as informações recebidas nas comunicações das da responsabilidade total e parcial das seguradoras e do FAT ou quando é suscitado incidente de caducidade de alguma pensão que depois se vem a verificar ser actualizável, mas nunca ter sofrido essa actualização, altura em que a ela se procede, ao mesmo tempo que se regista como finda.

Embora de difícil execução, mais ainda nesta fase de transição generalizada de processos dos antigos tribunais do trabalho para as secções do trabalho das instâncias centrais das novas comarcas, recomenda-se um esforço suplementar no sentido de paulatinamente se ir construindo um registo/arquivo completo das pensões actualizáveis, com o que se salvaguardará a posição de todos os sinistrados e dos próprios serviços.

Em termos procedimentais, uma vez que este incidente se não encontra regulado no CPT ou em qualquer outro diploma, os modos de actuação vão variando, nuns casos seguindo a prática de tudo decorrer nos processos, noutros neles nada constando, nem sequer havendo a garantia de que algum controlo tenha efectivamente acontecido.

Pela minha parte propendo a aceitar como melhor prática a de registar nas fichas todas as actualizações sucessivamente decretadas, levando ao processo apenas os casos das pensões da responsabilidade das entidades patronais, até porque aí a decisão judicial se apresenta constitutiva de novas obrigações e legitima as medidas coercivas que se venha a justificar para o respectivo cumprimento, assim como aquelas da responsabilidade das seguradoras e do FAT cuja correcção se imponha, pelas mesmas razões, tudo se processando segundo as regras próprias dos incidentes.

Quanto às da responsabilidade destas entidades oportunamente comunicadas e não carecidas de qualquer correcção, feito aquele registo, devem ser arquivadas em pasta própria por decisão judicial, sob promoção do MP, sem necessidade de junção e movimentação do processo correspondente.

Quanto às revisões, cabe ao MP requerê-las a pedido dos sinistrados e/ou beneficiários legais dentro dos prazos e segundo os limites da lei, mesmo quando inexiste processo judicial prévio, por ter sido concedida alta ao sinistrado antes dos 12 meses de incapacidades temporárias e sem desvalorização permanente, também aí se justificando a atenção e actuação sublinhadas quanto ao controlo das perícias médico-legais singulares e colegiais, assim como das decisões judiciais subsequentes.

O mesmo sucedendo em relação à caducidade das pensões, em regra suscitada pelas entidades responsáveis, designadamente pelas seguradoras, principalmente por morte do sinistrado e de alguns beneficiários legais ou por maioridade e finalização dos estudos de outros beneficiários legais.

Importa aqui, uma pronúncia célere e fundada sobre o pedido, promovendo-se, quando for o caso, no sentido de o requerente fazer a prova do pagamento de todas as prestações vencidas e de os requeridos fazerem a prova de que mantêm o direito à pensão, nomeadamente quanto à frequência de um dado grau do ensino.

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