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A INCLUSÃO DA SUSTENTABILIDADE NAS POLÍTICAS DE MEIO AMBIENTE NO BRASIL

Nesse documento, o desenvolvimento sustentável desenvolvimento sustentável desenvolvimento sustentável desenvolvimento sustentável é trazido como desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, em nível local, nacional, regional

5.2 A INCLUSÃO DA SUSTENTABILIDADE NAS POLÍTICAS DE MEIO AMBIENTE NO BRASIL

5.2.1 AGENDA 21 NACIONAL

A construção da Agenda 21 Brasileira foi conduzida pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional – CPDS. O objetivo dessa Agenda era redefinir o modelo de desenvolvimento do país, introduzindo o conceito de sustentabilidade e qualificando-o com as potencialidades e as vulnerabilidades do Brasil no quadro internacional (CPDS, 2004). Os temas centrais foram escolhidos de “forma a compreender a complexidade do país e suas regiões dentro do conceito da sustentabilidade ampliada. São eles: gestão dos recursos naturais, agricultura sustentável, cidades sustentáveis, infra- estrutura e integração regional, redução das desigualdades sociais e ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável.” (CPDS, 2004, p.8).

Era objetivo a construção de um documento que tivesse ampla participação da sociedade, e que levasse em consideração as especificidades locais. Participaram do processo de elaboração 3900 representantes (39% eram nordestinos) de organizações civis, governamentais e do setor empresarial, que debateram mais de cinco mil propostas, até chegar ao documento final (CPDS, 2004).

As proposições da Agenda 21 foram agrupadas em cinco dimensões da sustentabilidade, a saber: “a geoambiental, a social, a econômica, a político-institucional e a da informação e do conhecimento” (CPDS, 2004, p.16). Para cada uma dessas dimensões foram eleitas linhas estratégicas de ação, que foram resumidas na Tab. 4.

A agenda 21 Brasileira visa a promoção da sustentabilidade, levando a sociedade a e modificar de forma lenta, passando de uma sociedade de transição para uma sociedade desejada. Em busca dessa sociedade desejada, em busca da sustentabilidade deve-se tentar retirar os entraves ao desenvolvimento. Neste capítulo apresentamos um discurso do presidente que esclarece que os entraves ao desenvolvimento são os indígenas e os ambientalistas.

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QUADRO 5 – Linhas Estratégias estruturadoras da Agenda 21 Brasileira segundo as diferentes dimensões da sustentabilidade (CPDS, 2004, p. 20-21)

São dois os princípios norteadores dessa Agenda, o princípio da ética da sustentabilidade e a afirmação de uma identidade brasileira. A concentração de renda é considerada um obstáculo para a sustentabilidade. Para se atingir a

sustentabilidade sustentabilidade sustentabilidade sustentabilidade

ambiental

ambiental

ambiental

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sugere-se a priorização do uso coletivo do espaço urbano e rural sobre o uso privado. Os recursos naturais devem ser usados de acordo com sua capacidade de suporte e tenta-se estabelecer valor aos recursos naturais (internalização), dando ênfase à regulação dos recursos naturais e gestão dos resíduos, erradicação da pobreza, promoção da saúde, maior participação social nas decisões políticas, busca da equidade social, mudança nos padrões de produção e consumo, bem como a reforma agrária, deve-se ainda promover a difusão da informação e do conhecimento e qualificar pessoas para atuarem nessa área (CPDS, 2004).

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5.2.2. POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, LEI 6938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981

“A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana […]” (Artigo 2º). Tem por princípios, o meio ambiente como um patrimônio público e que deve ser protegido e os recursos ambientais usados de forma racional. O meio ambiente deve ainda, ser zoneado e os recursos usados de forma planejada. De modo que é importante o incentivo aos estudos ambientais e também a educação ambiental no intuito de capacitar as pessoas a participarem efetivamente de todos os processos relacionados ao meio ambiente.

Em seu artigo 3º trazem definições de meio ambiente, degradação ambiental, poluição, poluidor e recursos ambientais. O meio ambiente é entendido como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Art. 3º, inciso I).

Através da PNMA, dá-se instrumentos para a efetiva proteção do meio ambiente, mas desde que não se constituam entraves ao desenvolvimento, tais como, a Avaliação de Impacto Ambiental – AIA, o Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente – SINIMA e o zoneamento ambiental. Ao poder executivo é dada a imcubência de incentivar pesquisas em redução de poluição e uso racional dos recursos ambientais. Institui também como instrumento a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujos recursos arrecadados servirão unicamente para atividades de controle ambiental.

Na PNMA percebe-se uma boa compreensão do que seja o meio ambeinte e uma série de instrumentos que se bem utilizados poderiam ajudar a minimizar a degradação do meio ambiente pelo homem. Esse documento trata da proteção do meio ambiente sem abordar em nenhum de seus artigos o conceito de sustentabilidade e apesar de ter sido alvo de modificações por legislações posteriores a 1992, esse conceito não foi incluído.

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5.2.3 LEI QUE INSTITUI O SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, LEI 9985, DE 18 DE JULHO DE 2000

A lei do SNUC faz parte de uma das fases da PNMA, que foi chamada por (Sánchez, 2006) por recursos naturais. Esse sistema tem por objetivos a proteção da biodiversidade, de áreas naturais e áreas de interesse paisagístico, bem como recuperar áreas degradadas. Também deve “promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais” (Art. 4º, inciso IV) e “valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica” (Art. 4º, inciso XI).

O artigo 2º dessa legislação traz alguns conceitos importantes para a compreensão desta lei, como unidade de conservação, conservação de natureza, diversidade biológica, proteção integral e também uso sustentável e extrativismo. Três desses conceitos usam a sustentabilidade para defini-los. O primeiro deles, a conservação da natureza significa: “o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação da natureza, a manutenção, a

utilização sustentávelutilização sustentávelutilização sustentávelutilização sustentável

, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício em

bases sustentáveisbases sustentáveisbases sustentáveisbases sustentáveis

, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;” (Art. 2º, inciso II). Neste conceito encontramos a idéia de utilização sustentável e a idéia de base sustentável. Neste mesmo artigo o

uso sustentáveluso sustentáveluso sustentáveluso sustentável

é definido como: “exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;” (Art. 2º, inciso XI) e por fim, o extrativismo é definido como “sistema de exploração baseado na coleta e extração, de

modo sustentávelmodo sustentávelmodo sustentávelmodo sustentável

, de recursos naturais renováveis;” (Art. 2º, inciso XII).

As diretrizes dessa legislação se baseiam na participação da população, tanto na criação, implantação e gestão das unidades de conservação quanto na revisão da política ambiental do meio ambiental. Além disso, devem assegurar, quando possível, “a sustentabilidade econômica das unidades de conservação” (Art. 5º, inciso VI) e que também “considerem as condições e necessidades das populações locais no desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso sustentável dos recursos naturais” (Art. 5º, inciso IX).

É importante que o conceito de uso sustentável esteja bem definido, pois as unidades de conservação se dividem em dois tipos, as de proteção integral e as de uso sustentável.

120 120 120 120 5. A sustentabilidade em seus vários níveis de uso

Ambas se diferenciam pelos seus objetivos que no primeiro caso, é a preservação da natureza, admitindo-se apenas o uso indireto dos recursos naturais, já no segundo caso, o objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável. A conservação da natureza tem em seu conceito a idéia de utilização sustentável e o conceito de uso sustentável tem em seu conceito a idéia de conservação da natureza, de forma que ambas parecem ser sinônimas. A forma de conceituar é distinta, mas ambas levarão a ações similares com relação à natureza. Ambos se relacionam com o manejo/exploração do ambiente de forma a garantir a integridade do mesmo e levando a justiça social e igualdade econômica.

4.3 AUMENTANDO AS LENTES DE ANÁLISE: A SUSTENTABILIDADE NO ESTADO