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INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA NAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE

No documento Currículo, inclusão e educação escolar (páginas 132-143)

ARAPIRACA-AL

Concepções e práticas pedagógicas

Elizete Santos Balbino Jaqueline da Cruz Zacarias Lyciane Maria Vasconcelos Lima Milena Silva Magalhães

Mirelly Karlla da Silva Resumo

Este trabalho foi oriundo de um projeto de iniciação a pesquisa cientifica financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas – FAPEAL em parceria com a Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL, que apresentou como discussão a inclusão de alunos com deficiência e TEA no contexto das escolas públicas no município de Arapiraca – AL. Esta temática, tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores, pois traz consigo uma série de desafios para o professor, surgindo assim, a necessidade de construir saberes teóricos e práticos que deem as condições para que o futuro professor saiba lidar com esses alunos e possam assim, promover um ambiente inclusivo. Esta pesquisa tem por objetivo analisar o processo de inclusão de pessoas com deficiência e TEA no contexto das escolas públicas municipais de Arapiraca-AL, considerando as concepções e práticas pedagógicas dos professores envolvidos. A metodologia utilizada foi a pesquisa quanti-qualitativa e os dados foram coletados através de questionários e entrevistas. Participaram dessa pesquisa nove professoras de escolas da rede pública municipal da cidade de Arapiraca – AL, que atuam com alunos com deficiência e TEA. Os resultados mostraram que é necessário uma reflexão do professor e de todos que fazem parte da escola para transformar as práticas e a própria escola. Para isso, torna-se urgente redimensionar o que se entende por inclusão escolar, a partir dos gestores do poder público e, ainda, pensar que os professores precisam de condições que vão além da construção de suas práticas cotidianas. É preciso o entendimento e a sensibilidade que podem ser sedimentadas através de experiências e de saberes compartilhados e vivenciados que interfiram tanto para solucionar problemas diversos relacionados ao processo de ensino aprendizagem de todos os alunos, quanto para promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos educadores.

Palavras-Chave: Alunos; Deficiência; Escola; Inclusão; TEA. Introdução

Os assuntos relacionados à educação inclusiva de alunos com deficiência e TEA vêm ocupando um espaço crescente nas pesquisas e, em especial, aquelas com ênfase na formação docente. Isso se deve ao fato de que a presença desses alunos nas salas de ensino regular das instituições públicas e particulares de ensino se

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torna cada vez mais frequente, o que torna sua discussão relevante e urgente face as demandas em torno dessa temática.

Esta pesquisa teve por objetivo analisar o processo de inclusão de pessoas com deficiência e TEA no contexto das escolas públicas municipais de Arapiraca-AL, considerando as concepções e práticas pedagógicas dos professores envolvidos. Assim, optou-se pela pesquisa quati-qualitativa. A quantitativa por permitir que os dados coletados sejam quantificáveis, ou seja, significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Quanto à abordagem qualitativa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (MORESI, 2003).

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: questionários e entrevistas aplicados com professoras das escolas da rede pública situadas na zona urbana do município de Arapiraca-AL que tenham em suas salas de aula alunos com deficiência e TEA. O questionário previamente elaborado, contendo questões fechadas e semiabertas foi escolhido, pois é uma “[...] técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.” (GIL, 1999, p. 128).

As entrevistas semiestruturadas se constituem como um instrumento de extrema importância podendo ser realizadas por um entrevistador, que pode ser o pesquisador principal, ou por grupos de entrevistadores, treinados pelo pesquisador principal ou por toda a equipe (VIEIRA, 2009).

Para a compreensão do estudo falamos sobre os desafios dos alunos com deficiência e TEA; em seguida sobre as práticas pedagógicas dos professores frente à inclusão escolar dos alunos com TEA e, por fim, na análise dos dados coletados, as informações serão organizadas utilizando-se estratégias facilitadoras do trabalho, o que significa dizer que, sobretudo, frente às entrevistas e questionários aplicados, a intenção é buscar fazer a leitura segundo as temáticas que afloraram daquilo que serão dito pelos docentes acerca da inclusão de alunos com deficiência e TEA.

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Alunos com deficiência e transtorno de espectro autista – TEA: a inclusão e seus desafios

O direito à educação inclusiva vem se efetivando a partir das mudanças sociais e legais que ocorreram ao longo dos anos. Neste sentido, Dischinger; Machado (2006, p, 34) corroboram com esse pensamento ao afirmar que: “O direito das crianças com deficiência de terem acesso à escola regular foi reafirmado na Declaração de Salamanca, firmada durante a Conferência Mundial de Educação Especial, realizada pela ONU, em 1994.”

A inclusão no contexto educacional, vem defender o direito de todos os alunos desenvolverem e concretizarem as suas potencialidades, bem como de se apropriarem de competências que lhes permitam exercer o seu direito de cidadania, através de uma educação de qualidade, talhada a partir de suas necessidades, interesses e características (FREIRE, 2008).

Nessa perspectiva, é função da escola buscar adaptar-se as necessidades de seus alunos, de modo a favorecer sua aprendizagem, reconhecendo que possuem especificidades distintas entre si, e não devem ser segregados por isso. Entretanto, a maioria dos professores e escolas, de modo geral, sentem-se despreparados para lidar com a presença desses estudantes, e mais ainda, para promover uma educação que seja, de fato, inclusiva.

Segundo Mantoan (2009, p. 17) “os professores [...] consideram-se incompetentes para lidar com as diferenças em sala de aula, especificamente para atender os alunos com deficiência.” A justificativa para essa realidade pode ser atribuída a diversos fatores, como as salas de aula com um número excessivo de alunos, o não envolvimento por parte das famílias e/ou equipe escolar no processo de inclusão, a formação inicial que não abrange assuntos relacionados a essa temática, dentre outros.

Por outro lado, a efetivação do processo inclusivo não se restringe apenas a solução de tais questões, uma vez que é infinitamente mais amplo que elas, pois está diretamente relacionado ao convívio entre pessoas com deficiência e/ou TEA diferentes entre si, em aspectos comportamentais, cognitivo e motor, e isso exige, por parte dos profissionais envolvidos com a educação formais das mesmas,

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constantes reflexões, tendo em vista que seus alunos podem não aprender da mesma forma.

Vivemos em uma época de proposição de constantes mudanças. Mudanças arquitetônicas, mas, sobretudo, mudanças atitudinais. Não basta adaptar prédios e instituições com rampas, elevadores e outros recursos. É preciso modificar a forma de atender e de tratar as pessoas com deficiência; a forma de ensinar e, consequentemente, de aprender; modificar, essencialmente, a forma de conviver com essas pessoas, tornando-as parte dos diversos contextos (BUDEL; MEIER, 2012).

Incluir um estudante com deficiência e/ou TEA na escola regular sem que haja modificações na maneira de transmissão de conteúdo, avaliação da aprendizagem, ou alterações no currículo, de modo a apresentar aos alunos temáticas que os beneficiem, e garantir apenas que estejam integrados à sala de aula, e não inclusos. A inclusão requer discussões que não podem ocorrer no vazio social e, no âmbito escolar, a formação dos professores não podem ocorrer sem referência aos contextos sociais em que irão ensinar, muito menos sem a preparação para as parcerias que a educação inclusiva exige, seja com os pais, seja com os serviços especializados na comunidade (serviços de saúde, serviços sociais). Essa talvez seja a mais importante barreira a ser quebrada, de modo a favorecer o compartilhamento de informações e a superação das lacunas entre os diferentes serviços e as famílias (PAN, 2013).

Diante disso, compreendemos que a inclusão de alunos com deficiência e/ou TEA não pode ser unicamente responsabilidade do professor, ou da escola, já que tais alunos são, sobretudo, cidadãos que recebem influências dos ambientes aos quais são inseridos.

As práticas pedagógicas dos professores frente à inclusão escolar dos alunos com TEA

O processo inclusivo de crianças com TEA está ganhando mais espaço no meio educacional. Contudo, para que a inclusão ocorra de um modo coeso é de suma importância que os professores encontrem-se devidamente preparados para receber estes discentes no ensino regular e assim, trabalhar seus conteúdos com flexibilidade pedagógica.

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Salientamos que, a inclusão não se restringe apenas em receber estes alunos no âmbito educacional, pois para que realmente proceda à efetivação da política inclusiva faz-se necessário que a escola encontre-se apta a trabalhar as peculiaridades destes educandos.

Seguindo esse viés, é de suma importância que o quadro docente esteja devidamente informado acerca das singularidades inerentes do transtorno que podem vir a prejudicar a obtenção da aprendizagem dos alunos com TEA.

É imprescindível também que o educador e qualquer outro profissional que trabalhe junto a crianças com TEA seja um conhecedor do transtorno e de suas características principais. Porém, tais conhecimentos devem servir como sustento positivo para que assim, sejam realizadas adaptações nos planejamentos, ações e práticas pedagógicas com maior facilidade e não como desculpas para o abandono à causa (ORRÚ, 2003).

Antes de preparar as atividades que serão trabalhadas é fundamental que o docente realize um período de observação com o intuito de identificar quais são as habilidades e os entraves educacionais do discente, o diálogo e trabalho em união com os pais proporcionarão informações enriquecedoras sobre os hábitos, comportamentos, preferências e dificuldades da criança com TEA.

Sendo assim, obter uma boa adaptação destes alunos na sala de aula regular exige um empenho multilateral entre a escola como um todo e o educando com sua família. Os pais devem colaborar com a formação educacional dos seus filhos e a escola deve organizar-se e se estruturar, para que dessa forma possa oferecer reais condições de aprendizagem (SCHELLING; CHIARO, 2013).

De fato, todas as referências colhidas do discente através dos relatos proferidos por seus familiares contribuirão imensamente para que o educador em comunhão com a instituição de ensino se organizem.

Segundo Cunha (2013) o primeiro passo do professor deverá ser o de desenvolver a capacidade de concentração na criança, pois o que mais impede o seu aprendizado é ausência de atenção ao comando. É claro que os estágios de aprendizagem de qualquer aluno não obedecem a regras fixas, principalmente na realidade do autismo, o professor deverá contar com sua sensibilidade para conduzir todo o processo.

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O professor terá a incumbência de estar inovando suas práticas, tendo sempre flexibilidade e compreensão em sala de aula, estando consciente de que o processo que se constitui em educar uma criança com autismo é complexo, mas é possível desde que ele trabalhe de forma organizada, também é importante que os alunos com autismo tenham uma rotina no cotidiano escolar, a sala deve ser adaptada de uma forma que contribua diretamente para a aquisição do aprendizado destes (SILVA; BALBINO; SANTOS, 2015).

A respeito das práticas educacionais, o docente poderá fazer adaptações nas atividades de acordo com os desenhos animados preferidos, cores prediletas, músicas, jogos de quebra-cabeças, brincadeiras que as crianças gostam. Reforçamos também que, a utilização de aplicativos que estejam versados ao ensino pedagógico enriquecerá a aprendizagem do aluno.

Não podemos esquecer a grande relevância das dicas auditivas que ajudam a envolver a criança com TEA no processo, fazendo-a acompanhar o que está sendo realizado. Pensar que na comunicação não existe o óbvio, às vezes, deixamos de fazer um comentário porque imaginamos que a criança já sabe, mas na maioria das vezes as crianças não conseguem prever o que vem depois. Nesse sentido, o professor poderá pegar na mão e ensinar o movimento. Lembrando que essa ajuda é temporária e que deve ser diminuída gradativamente. Um exemplo claro é no caso da escrita das letras quando além do modelo escrito damos ajuda física e dizemos os movimentos que serão desempenhados: letra A- sobe, desce, corta (FRUCHI, 2015).

Por fim, ressaltamos que as adequações pedagógicas são direcionadas para alunos específicos e, recomenda-se que sejam utilizadas para um único aluno, pois a atividade que obteve sucesso com determinando aluno poderá não obter com outro porque o TEA abarca diversas singularidades.

Resultados e discussões

As discussões que iremos apresentar versam sobre os seguintes eixos: Planejamento de conteúdo; procedimentos metodológicos; dificuldade dos alunos; apoio pedagógico da escola; desafios para a inclusão e sugestões para melhorar a inclusão escolar.

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Entretanto, antes de abordarmos os eixos acima mencionados iremos situar as professoras entrevistas acerca de dois pontos que consideramos relevantes para o estudo em pauta, são eles: O tempo em que as docentes atuam frente às crianças com deficiência e/ou transtornos e quantos alunos elas trabalham atualmente.

Em relação ao primeiro ponto, quatro docentes informaram que trabalham com alunos com deficiência e/ou transtornos há apenas alguns meses; três docentes trabalham de 3 a 8 anos e apenas uma docente trabalha há 26 anos. Esses números nos revelam que a maioria ainda está com pouco tempo de atuação frente às crianças com deficiência e que muito ainda precisa ser apreendido no sentido de garantir um arcabouço teórico-prático que possa atender às demandas oriundas dos alunos que apresentam singularidades no processo de aprendizagem.

No segundo ponto abordado, todas as professoras trabalham com crianças com deficiência, como também com TEA.

Inicialmente, perguntamos as docentes como são planejados os conteúdos trabalhados com os alunos com deficiência e TEA, uma das entrevistadas respondeu que:

Primeiro observei o diagnóstico dela feita por a sua professora anterior, fiz pesquisas, procurei ajuda com a minha irmã que é Psicóloga e a partir de todo o conhecimento que obtive faço atividades de acordo com o nível que ela se encontra (VERA, 2015). Com base no discurso da professora podemos compreender que, ela trabalha com seus educandos, porém realizam adaptações pedagógicas nas suas atividades objetivando suprir as carências educacionais de seus discentes com deficiência e TEA.

Indagamos as educadoras sobre como é a metodologia de ensino que as referidas usam no dia a dia com seus alunos e a professora respondeu:

Todos os dias são contadas leituras deleite, esses alunos são estimulados a participarem, prestando atenção na história, falando o nome dos personagens, no decorrer do dia, após as explicações, são passadas atividades, nesse momento, sento para realizar uma atividade diferenciada com esses alunos, mas não fora do contexto que os outros alunos vivenciam (NATÁLIA, 2015).

Diante do relato da docente ressalta-se que esta tem um nítido cuidado e compreensão perante as peculiaridades dos alunos com deficiência e TEA principalmente, quando esta explana acerca das atividades que os discentes

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preferem e a respeito das adequações nos métodos que são realizadas visando à integração da realidade dos discentes.

Cada aluno com deficiência é um ser único, com características próprias e por isso responde às intervenções de forma diferente, particular e no seu tempo, desse modo, o professor deve lançar um olhar individualizado e compreensivo para com este discente (MENEZES, 2012).

Dando continuidade aos questionamentos, as interrogamos a respeito das dificuldades que seus alunos com deficiência e TEA sentem no cotidiano escolar e se a escola toma algumas medidas para auxiliá-las e as docentes proferiram:

Acredito que a socialização, ela era mais sociável, mas não acontece a socialização. Antes ela conversava mais, atualmente tenho conversado com a mãe dela sobre isso, estamos vendo como podemos melhorar a vida dela nessa questão (TEREZA, 2015). Ela tem muita dificuldade, de manter o foco, de prestar atenção em mim e no que eu mostro a ela em relação a material. Por exemplo, quando vamos fazer atividades de pintura, ela fica fazendo gestos repetitivos com o lápis. (LÚCIA, 2015).

No caso do meu aluno, ele consegue entrar na sala tranquilamente e convive com os colegas, mas eu percebi que ele não consegue entrar em outras salas se eu não for junto. Estou tentando trabalhar isso, eu sei que muda a rotina dele (MARIA, 2015).

De acordo com a explanação da primeira docente, a dificuldade da sua aluna concentra-se mais na questão da socialização, mas a mesma já está dialogando com a mãe da aluna para que em união possa ser desenvolvido um trabalho versado a proporcionar a referida aluna oportunidades de socialização. Com relação ao depoimento da segunda educadora, podemos compreender que a criança possui dificuldades acentuadas correspondentes a atenção. Neste caso, é importante que a docente realize um trabalho articulado com a professora do AEE e também com os pais da discente. Já a terceira professora, salienta em seu relato que seu aluno reage bem ao ambiente da sala de aula, mas o mesmo não entra em outras salas se ela não estiver com ele, a docente enfatiza que está tentando trabalhar nesta questão, entretanto, estar ciente que para o aluno é um processo complexo porque envolve a rotina do mesmo.

Questionamos as professoras acerca da disponibilidade da escola no que se refere aos materiais de apoio pedagógico e se elas costumam utilizá-los em sala de aula. As respostas foram as seguintes:

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Sim, com jogos, cópias das atividades que preciso. Também temos a horta, que eu levo eles para ver a forma de contar e observar, eles gostam. A escola também permite os alunos conhecerem outros espaços além da escola (ANA, 2015).

Sim, ela disponibiliza um bom acervo de materiais como, livros, jogos que dá para trabalhar durante as aulas e sempre tento trazer alguma dinâmica, alguma coisa diferente para trabalhar com eles (PAULA, 2015).

Percebemos que as escolas em questão, não apenas possuem materiais de apoio pedagógico, como também os professores podem fazer uso dos mesmos conforme suas necessidades.

Conhecer os principais recursos e estratégia para o atendimento escolar de alunos com deficiência é responsabilidade do professor, mas no exercício de sua profissão a escola deverá prover condições necessárias para garantir que os estudantes tenham acesso ao currículo e aos recursos pedagógicos (KLEINA, 2012).

No que diz respeito ao maior desafio encontrado na inclusão de alunos com deficiência ou TEA, as docentes nos relataram:

Eu acredito que o maior desafio na verdade é o não acompanhamento de fato dos pais das crianças com deficiência. Se realmente houvesse o comprometimento por parte deles talvez a realidade de muitas crianças fossem diferente (APARECIDA, 2015). O maior desafio é a questão da formação que nós não temos para trabalhar com esse aluno. Porque para mim não está sendo uma tarefa difícil, [...] Então o maior problema é a nossa formação mesmo que é precária (JOANA, 2015).

Entendemos que as docentes elencam diversos fatores que se constituem como desafios para o desenvolvimento da inclusão escolar de seus alunos com deficiência e/ou TEA. Dentre eles, as mesmas apontam a ausência do apoio familiar na vida escolar dos estudantes, a formação docente e o não acompanhamento desses alunos por parte de outros profissionais, que podem contribuir significativamente no desenvolvimento dos mesmos.

Questionamos se a entrevistada possui alguma sugestão para melhorar o processo de inclusão escolar de alunos com eficiência ou TEA e, se sim, quais seriam eles:

É preciso que sejam disponibilizados mais informações, capacitações de como se trabalhar com esse aluno, pois é um grande desafio que temos que lidar (VERA, 2015).

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A propagação de mais informações a respeito das diversas deficiência, percebemos, com isso, que a sociedade como um todo deve que exercer as responsabilidades sobre seus cidadãos, pois o processo inclusivo não é um movimento isolado socialmente, ao contrário, o que alcançamos hoje é fruto das diversas mobilizações e reflexões que ocorreram no passado e precisão ser constantes.

Conclusão

A inclusão escolar de alunos com deficiência e TEA é realmente um processo que vem ocorrendo gradativamente. Contudo, sabemos que para a efetivação desta muitos fatores que permeiam o meio educacional devem ser trabalhados coletivamente para que deste modo, a mesma obtenha melhorias significativas que poderão possibilitar progressos reais no que concerne a qualidade da educação e, consequentemente, no desenvolvimento do ensino-aprendizagem de todos os alunos independente de suas características.

Frente ao exposto, fica a certeza de que pesquisas e estudos dessa natureza contribuem de forma significativa para a reflexão de como o professor, que com o apoio de todos que fazem parte do contexto escolar, pode transformar as práticas e a própria escola em ambiente inclusivos e que tanto o apoio da família quanto a

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