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Indicadores de eficiência dos IFETs

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CAPÍTULO 3 – DAS ESCOLAS TÉCNICAS AOS INSTITUTOS FEDERAIS

3.2 Novo lugar do desenvolvimento científico e tecnológico nacional e estadual

3.2.2 Indicadores de eficiência dos IFETs

Conforme a previsão legal, os IFETs prestam contas anualmente ao Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), e aos órgãos de controle (Tribunal de Contas da União e Controladoria- Geral da União). Nesse ato, apresentam-se vários indicadores de desempenho das referidas instituições, entretanto, para os objetivos deste trabalho, descrevem-se apenas quatro, dos quais três de entrada e um, de saída:

I. Indicadores de entrada (inputs):

Indicador 1 – Gastos correntes por aluno matriculado Indicador 2 – Índice de titulação do corpo docente

Indicador 3 – Relação da quantidade de alunos por professor II. Indicador de saída (output):

Indicador 4 – Relação de concluintes por alunos matriculados

Esses quatro indicadores de desempenho referem-se ao ano de 2009, quando foram implantados os IFETs, e 2010, término do período de análise deste trabalho. Os dados podem ser conferidos na Tabela 13 a seguir.

Tabela 13 - Indicadores de desempenho dos IFETs por região – Brasil – 2009 e 2010 Região/ Indicadores Indicador 1 (R$) Indicador 2 (unid.) Indicador 3 (unid.) Indicador 4 (%) 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 Centro-Oeste 12.603,52 7.374,47 3,5 3,5 22,5 17,6 11,2 13,1 Nordeste 11.810,54 9.573,70 3,3 3,2 20,1 16,7 13,3 12,5 Norte 10.948,48 8.933,53 3,1 3,0 19,6 19,1 16,1 12,9 Sudeste 11.009,73 8.127,29 3,5 3,5 17,7 19,7 16,4 12,8 Sul 9.779,48 7.720,22 3,6 3,7 18,6 17,9 14,3 12,9 Média Nacional 11.230,35 8.345,84 3,4 3,4 19,7 18,2 14,3 12,8 Fonte: Elaborada pela autora, com base em dados da Setec (BRASIL, 2011).

O Indicador 1 tem como objetivo quantificar os gastos por aluno, por região e para o país. Para tanto, consideraram-se todos os gastos correntes, exceto com investimento, capital, precatórios, inativos e pensionistas registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), divididos pelo número de alunos em cada ano correspondente ao total de matrículas no mesmo ano (BRASIL, 2011).

Nesse período de implantação da rede de IFETs, a média nacional de gastos por aluno caiu de R$ 11.723,35 para R$ 8.345,84, pois,

Apesar de o gasto corrente total ter [sido] elevado de 2009 para 2010, passando de R$ 2,425 milhões para R$ 3,477 milhões, o número de alunos matriculados expandiu em proporção bem maior, passando de 230.764 alunos, em 2009, para 417.854, em 2010, resultado do processo de expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que passou de 140 para 354 escolas em todo o país. (BRASIL, 2011, p. 23)

A tendência nacional, portanto, é que haja diminuição do custo/aluno nos IFETs à medida que a rede se consolide e atinja as metas potenciais de oferta de vagas. Ou seja, a implantação dos IFETs, inclusive em estados ainda desprovidos dessas instituições, o aumento do número de unidades e a ampliação da oferta de vagas para o Ensino a Distância impactaram e podem continuar impactando esse indicador ao garantir maior ingresso de alunos. Essa situação se repete em quase todos os estados de 2009 a 2010, quando foi finalizada a segunda fase de expansão da REPCT.

A Região Centro-Oeste possuía nove instituições em funcionamento até 2002, número que subiu para 26 unidades em 2010. Segundo dados da Setec (BRASIL, 2011),

De 2003 a 2010 foram implantadas 17 unidades, correspondendo a um aumento de 89% de unidades na região. Portanto, o gasto por aluno na região saiu dos R$ 12.603, em 2009, quando tinha 12.713 alunos matriculados, para R$ 7.374, em 2010, quando registrou 31.388 alunos. (p. 23)

É importante salientar que a diminuição do gasto corrente é um ponto positivo, pois funciona como um indicativo de melhor e mais eficaz aplicação dos recursos orçamentários destinados ao custeio e à manutenção dos IFETs. Além disso, representa ainda o esforço para o atendimento das metas e dos objetivos traçados pela rede e por seus órgãos vinculados para os fins de estruturação, organização e atuação dos institutos federais, conforme dispõe a lei de sua criação.

O Indicador 2 tem como objetivo quantificar o índice de titulação do corpo docente, tanto os efetivos como os temporários. Para tanto, a titulação do corpo docente é classificada em cinco subgrupos: graduação, aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado, aos quais, para cálculo do indicador, são atribuídos, respectivamente, os pesos 1, 2, 3, 4 e 5 (BRASIL, 2011). Conforme visto anteriormente na Tabela 13, houve uma tendência de aproximação do valor médio

(3,4) da titulação do corpo docente de cada uma das regiões e a média nacional em 2009 e 2010, o que deixa clara a existência de um maior número de professores com titulação de especialista (peso 3) e de mestre (peso 4), em relação ao total de efetivos e substitutos em exercício na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

O Indicador 3 tem como objetivo quantificar o número de alunos por docente em tempo integral. Para o cálculo do indicador, considera-se o número total de matrículas nos anos em análise e de docentes em tempo integral (efetivos ou com contratos temporários) que desenvolvem atividades exclusivamente acadêmicas, sob o regime de trabalho de 40 horas semanais. Se o professor estiver em regime de trabalho de 20h, o número de matriculas será multiplicado por 0,5, e se estiver em regime de 40h ou Dedicação Exclusiva, por 1 (BRASIL, 2011).

Considerando a natureza específica da formação profissional, na qual as atividades práticas ocupam expressiva parcela da carga horária prevista para os cursos, é admissível imaginar que índices muito elevados desse indicador não sejam desejáveis para a garantia da qualidade do ensino. Observe-se que a média desse indicador diminuiu nacional e regionalmente nos dois anos analisados, com exceção na Região Sudeste.

Entretanto, para que cumpra importante papel na comunidade acadêmica, a relação desejável para esse indicador e já pactuado entre as instituições e o governo é de 20 alunos por professor, na expectativa de que com esse índice se elevará a qualidade da educação profissional, tornando seus processos mais eficientes e eficazes nessa nova institucionalidade que inclui pesquisa, inovação e extensão (BRASIL, 2011). Desse modo, com algumas exceções, as instituições estão fora do alcance da faixa esperada, muito embora se tenha que levar em conta que a expansão da REPCT ainda não está consolidada, para assim gerar a contratação de novos professores e a implantação de novas unidades e de novos cursos, dentre outras.

O Indicador 4 tem como objetivo quantificar a taxa de concluintes em relação ao total de alunos matriculados. Para tanto, considera-se o número total de matrículas no ano em análise e o de concluintes que integralizaram os créditos e estão aptos a colar grau. Esse indicador deve passar por uma reflexão inicial antes

da análise propriamente dita. É evidente o fato de que, em uma instituição de ensino, a distribuição uniforme de alunos nas várias etapas do curso se desfaz por força de transferências, evasões, desistências, reprovações, dentre outras ocorrências do mundo acadêmico. Assim, a medida da relação de concluintes/alunos pode ser tomada como uma das possíveis avaliações sobre a quantidade de discentes que consegue alcançar o fim do itinerário formativo (BRASIL, 2011).

A média nacional mostrou uma queda desse indicador, exceto na Região Centro-Oeste, onde passou de 11,2% para 13,1%. Isso mostra a jovialidade da REPCT, pois existem muitos cursos novos e muitas implantações de unidades ocorrendo. Esse percentual prova que a relação de concluintes por alunos matriculados caiu, enquanto os cursos não entraram em regime permanente de ingressos e formandos.

As instituições novas como IFAC, IFAP, IFRO e IFMS sequer registram dados desse indicador, uma vez que o primeiro processo de ingresso de alunos foi realizado no final do ano de 2009 ou início do ano de 2010. A exceção está por conta do IFB (instituição criada a partir da expansão), tendo em vista a expressiva oferta de cursos de formação inicial e continuada (curta duração) e as ofertas de cursos técnicos do Campus Planaltina, federalizado em 2007, e incorporado ao IFB (BRASIL, 2011, p. 12).

Em relação à média nacional, o fato de o percentual do corpo discente ter caído de 14,1% para 12,8% não significa necessariamente dizer que o número de concluintes foi reduzido na rede federal, uma vez que o quantitativo nominal de concluintes está se elevando. Todavia, há de se ressaltar que esse crescimento ocorreu em taxas inferiores às relativas ao crescimento de ingressantes nos anos de 2009 e 2010 (BRASIL, 2011).

Mas a dificuldade premente de analisar globalmente esse indicador decorre da real situação da rede federal, conforme já mencionado anteriormente, pois o governo afirma que não diminuirá a atenção a esse aspecto da gestão. Para tanto, reafirma o compromisso dos IFETs para o alcance da média de 80% de eficácia na formação e que o acompanhamento desse indicador deverá ser realizado tanto de forma global (média de eficácia da instituição) quanto individual (por curso), para que problemas pontuais possam ser sanados (BRASIL, 2011).

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