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Para dar início a um diálogo que busca compreender como as infâncias foram sendo representadas em um contexto histórico, recorro à pesquisa realizada por Phillipe Ariès (1981), apresentada no livro História Social da Criança e da Família .O autor criou uma narrativa evidenciando que a infância nem sempre foi compreendida como hoje a concebemos. De acordo com o pesquisador, "até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la" (ARIÉS, 1981, p. 51). Ao estudar a iconografia do período medieval, Ariés observou que até meados do século XIII as crianças não eram pintadas nos quadros de família, nem nos acontecimentos sociais. Quando isso ocorria, eram mostradas como adultos em miniatura. As vestes eram as mesmas dos adultos e o porte físico, com músculos, porém em tamanhos menores, demonstrava como a sociedade do século referido percebia, segundo Ariès, que a infância não existia.

Além dos quadros de família, o autor também observou registros literários e obras de arte que encenavam a bíblia. Nestas últimas obras, o menino Jesus, quando representado em sua infância, aparecia nos braços de Maria como um adulto, apenas em tamanho menor. A recusa em representar a infância na arte

medieval demonstra que não havia cuidados especiais com relação à criança, nem se acreditava na necessidade de prestar cuidados específicos a esse período. A mortalidade infantil era muito elevada e o sentimento era de que essa etapa da vida não precisava ser lembrada, pois era um período de transição que logo passaria. Nesse cenário, a criança participava de todas as atividades sociais reservadas aos adultos, como o trabalho e as festas.

É no século XIII que começa a aparecer, na arte medieval, alguns tipos de crianças com representações mais próximas do pensamento moderno do século XIX – tal como a conhecemos. Primeiramente aparecem as crianças como anjos, com traços graciosos e arredondados. É importante frisar que o menino Jesus seria, até o século XIV, a única representação de infância na arte iconográfica. Esta seria a segunda forma de representação da infância mais recorrente. Por último, na fase gótica, a criança nua seria apresentada como inocente e pura. A partir do século XV as crianças começam a ser pintadas em quadros de família - mostrando suas brincadeiras e seu espírito alegre, ou em esfinges funerárias. A leitura que Ariès (1982) realiza dessas duas formas de representar a infância é que nessas obras as crianças estavam sendo lembradas e reconhecidas como indivíduos diferentes dos adultos.

As cenas de infância pintadas nos quadros e refletidas nos vitrais, bem como os registros do rei Luiz XIII que descrevia cenas da infância, são expressões do surgimento do sentimento de que a infância era um período de vida específico, com corpo, hábitos e fala próprios da criança pequena. É sob essa perspectiva que Ariés fundamenta sua pesquisa. O sentimento de infância e de família são construções forjadas no fim da Idade Média que se consolidam ao longo dos séculos da Modernidade.

Phillipe Ariès é um dos autores de referência para o estudo da infância e sua teoria vem dialogando com muitas pesquisas neste campo. Porém, é importante destacar que houve uma abertura de novos caminhos para entender as infâncias e, com isso, pesquisas nas áreas da filosofia e da sociologia contrapõem a visão proposta por Ariès.

O estudo realizado por Kuhlmann Jr. (2015) questiona algumas das assertivas trazidas por Ariès. O autor reúne pesquisas de historiadores como Jacques Gélis, Daniele Alexandre-Bidón, Pierre Richè e Colin Heywood para analisar as representações das infâncias na Idade Média. Estes estudos mostram que o

sentimento de amor, cuidados com a saúde e educação religiosa das crianças eram uma preocupação da família já na Idade Média.

Vale destacar que Kuhlmann Jr. acredita que há pouco material documentado sobre a infância do período medieval, especialmente pelas condições socioeconômicas da maior parte da população. Já a infância da nobreza não pode ser analisada de maneira linear e simplista, uma vez que as representações sobre infância devem passar por uma análise mais apurada das condições de gênero, relações sociais, organização familiar, fatores culturais, fatores regionais e condições de saúde.

Os autores citados por Kuhlmann Jr. concordam que os materiais utilizados por Ariès, como o diário do Rei Luis XIII, favorecem uma visão sobre a criança específica da nobreza, desconsiderando e desvalorizando outras representações infantis. As narrativas acerca de uma infância como um período distinto da vida e que carece de cuidados, possivelmente ocorreu em todos os períodos da história (KUHLMANN, 2015).

O ponto que quero chamar a atenção, e por isso iniciei com Ariès, é que ele coloca a infância como um constructo social, nos impulsiona a refletir sobre os aspectos históricos e culturais de uma infância que foi forjada. A esse respeito, Bujes (2002) fala sobre o caráter fabricado da infância. A autora mostra como os enunciados sobre a infância orientam práticas de educação, orientação, atenção das crianças pequenas. Essas narrativas, na medida em que se valem de concepções sobre o que é ser criança, “modelam certos modos de ser criança, de viver esta idade e de nela ‘descobrir o mundo’”(BUJES, 2002, p. 20).

Essa infância fabricada e forjada, decorrente de processos culturais complexos, traz na historicidade elementos importantes para pensarmos sobre sua constituição. Nesse sentido, busquei referenciais em autores contemporâneos, especialmente ligados à Filosofia, à Sociologia e aos Estudos Culturais, buscando entender que infâncias são essas que estão sendo constituídas na contemporaneidade. Neste caminho, recorri a Kohan (2008) que busca problematizar a “infância da infância”, ou seja, procura na etimologia6

da palavra, as primeiras explicações sobre este conceito.

O autor aponta que o termo pode ter surgido há mais de vinte séculos,

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remontando ao período da cultura romana. Infância é uma palavra originária do latim

infans, termo utilizado para fazer referência à incapacidade de certos grupos de

pessoas de testemunhar em tribunais, haja vista a pouca idade ou em decorrência de alguma deficiência. Infan seria o termo utilizado para indicar as pessoas que não poderiam participar da vida pública, pelo menos no que se referia às questões legais. Desta forma, o termo estava associado à norma e ao direito (KOHAN 2008).

As crianças estavam associadas aos grupos de pessoas socialmente não habilitadas, os excluídos. De maneira que a infância está marcada desde a sua etimologia por uma falta não menor, uma falta que não pode faltar, uma ausência julgada inadmissível, a partir da qual uma linguagem, um direito e uma política dominantes consagram uma exclusão (KOHAN, 2008, p. 41).

A infância representava uma categoria de indivíduos excluídos, deficientes, estrangeiros, ignorantes e faltosos.

O propósito de Kohan (2008) é deslocar o lugar constituído para a infância, mudar a perspectiva de que se trata de um período de falta. O filósofo convoca um novo olhar para marcar a infância pelo que ela é, no sentido de uma presença e não da ausência; no sentido da afirmação e não da negação; no sentido da sua capacidade e não da sua incapacidade.

A perspectiva da infância como um período de falta está fortemente representada nos ideários pedagógicos da Modernidade. Especialmente na segunda metade do século XIX, as diversas “ciências” produziram saberes que buscaram capturar a infância, explicar-lhe suas características, naturalizar sua existência.

Mas não foi apenas na Modernidade que a infância, tal como a conhecemos atualmente, foi constituída. Kohan (2008) traz o pensamento de Platão sobre a necessidade de educar as crianças. Para o filósofo grego, a transformação política para uma sociedade mais justa, passa necessariamente pela educação das crianças. Para Platão as crianças eram cidadãos em potencial, devendo os adultos dar forma a esse “material” maleável, imprimindo as “formas” que se desejasse. Desta maneira, as crianças eram vistas com inferioridade, por não estarem aptas a participarem ativamente da sociedade, por serem inexperientes para a vida política. Por outro lado, eram a possível salvação em razão de uma sociedade mais justa.

A infância entra, assim, num dispositivo bastante particular. Ela é o material das utopias, dos sonhos políticos dos filósofos e dos educadores. Há um modelo de ser humano já posto, transcendente, imutável, eterno, e educar a

infância com vistas a esse modelo é considerado o melhor para elas e para o mundo (KOHAN, 2008, p. 43).

O filósofo contemporâneo Kohan remete-se ao pensamento de Aristóteles, discípulo de Platão, para traçar as linhas de como nos é familiar, nos dias atuais, a concepção de infância convocada pelos filósofos gregos. Para Aristóteles toda a criança era inacabada, naturalmente imperfeita, especialmente porque se deixava levar pelos sentimentos, enquanto que sua completude se daria somente quando adulto, pois teria condições de agir segundo a razão. A criança não deveria ter lugar de participação social, política, num cenário em que ficava evidente a exclusão da infância da participação na sociedade.

Platão e Aristóteles abrem um lugar para infância que, em certa medida, ficou consagrado. A infância é representada como uma possibilidade evolutiva do ser humano. O ideário Iluminista reavivou as vozes desses filósofos da Grécia Antiga, evocando um bem-estar que só poderiam ser confirmados pela razão e pelo saber científico. A infância seria um período de “pouca luz”, não operado pela razão e, portando, necessitada de ação educativa. Além disso, era representada como um período cronologicamente estabelecido, em uma perspectiva linear, sendo condição do período inicial da vida humana. A esse respeito Kohan discorre que

A infância, como etapa da vida, adquire sentido em função de sua projeção de um tempo contínuo e sucessivo. A intervenção educacional tem um papel preponderante nessa linha que é pensada desde a lógica da formação da infância. Ela adquire sentido na medida em que as crianças não têm um ser muito definido. Assim, a educação terá a marca de uma projeção ético-política definida para o bem dos que atualmente habitam a infância, para assegurar seu futuro, para fazê-los partícipes de um mundo melhor. A educação é um instrumento para realizar tais reformas e sonhos (KOHAN, 2008, p. 52).

A sociologia também vem elaborando estudos que tratam de vislumbrar a infância como um constructo social. Manuel Sarmento (2008) aborda a ideia de uma renovação contemporânea na área da Sociologia da Infância. Esta área de estudos é muito recente (final do século XX) e se dedica ao estudo da/s infância/s. Nesse curto percurso histórico, esta área da Sociologia ganha expressão e cria conceitos variados em relação à infância, decorrente de diversas abordagens teóricas. As mudanças epistemológicas atribuídas à Sociologia da Infância decorrem, então, das variadas formas de compreender a relação da infância com a sociedade.

Cada vez mais as crianças têm sido objeto de atenção e cuidados específicos. A Sociologia ocupou-se em estudar a infância sob óticas diferentes. Uma delas, e primeiramente apontada pelo autor, diz respeito à “subalternidade da infância relativamente ao mundo dos adultos” (SARMENTO, 2008, p. 19). O autor se refere, ainda, a uma invisibilização da infância, muitas vezes categorizada como “pré-social”. Esta visão posiciona os sujeitos como entes não sociais, estando ligados a ideia de incompletude e dependência. Por um considerável período de tempo, as crianças têm sido marginalizadas, menorizadas e desconsideradas pelo discurso sociológico.

Uma nova narrativa sociológica emerge, em um movimento de revisão crítica sobreas concepções de infância. A nova teoria compreende as crianças como “atores no processo de socialização e não como destinatários passivos da socialização do adulto” (SARMENTO, 2008, p. 20).

Isto ocorre em virtude das relações de saberes e valores sociais, que passam a ser compreendidos como complexas interações em que a criança não é mais vista como simples receptor dos saberes dos adultos. A criança intervém junto aos adultos e participa ativamente na construção da cultura.

Para além das lentes que Ariès estabeleceu em seu estudo iconográfico sobre o surgimento do sentimento de infância na Modernidade, Sarmento (2008) afirma que a infância é atravessada por contradições e desigualdades, uma vez que as imagens sociais construídas sobre a infância estão permeadas por questões de gênero, contexto social, etnia, universo linguístico e religioso – da mesma forma como afirma Kuhlmann Jr (2015).

Mesmo considerando as diferentes vertentes da Sociologia em relação ao entendimento da infância, de modo geral ela compreende a infância como uma construção social. Sua definição está relacionada aos aspectos culturais específicos das sociedades em diferentes tempos históricos. Assim, assume entendimento não natural, mas histórico e social.

A esse respeito Larrosa(1998) refere-se a um aparato de saberes em relação à infância, que estão presentes na psicologia, na sociologia, nas revistas, na televisão, nos livros das bibliotecas e em vários outros meios de propagação do saber. Uma rede de especialistas organizando narrativas sobre os modos peculiares de ser criança, buscando “descortinar” os modos de pensar e sentir desses sujeitos. Há uma infinidade de objetos, roupas, filmes e todo um universo preparado

especificamente para atender às peculiaridades da infância. Diante deste cenário, a infância passa a ser algo que nossos saberes e instituições já capturaram: “algo que podemos explicar e nomear, algo sobre o qual podemos intervir, algo que podemos acolher” (LARROSA, 1998, p. 230).

O autor argumenta que a infância é como o “outro”, aquele desconhecido que tentamos conhecer, este outro que nos inquieta e nos causa dúvidas, pois desestabiliza a segurança dos nossos saberes. Na tentativa de minimizar o desconforto causado pelo enigma do outro infantil, especialistas de várias áreas atuam no sentido de explicar esse desconhecido. Esse movimento reduz explicações sobre a infância para enquadrá-la dentro do universo daquilo que já conhecemos, ou melhor, do que já criamos a seu respeito. A infância também é uma novidade. Ainda não conseguimos esperar para escutar o que esse novo tem a nos dizer. Projetamos nesse sujeito que determinamos ser frágil, todos os nossos desejos, fantasias, expectativas.

No contexto de atribuir projetos para o futuro da infância que nos parece incompleta, criamos instituições capazes de educar a infância para aquilo que projetamos nela. A escola é o espaço destinado à educação da infância. A educação é, sob esta perspectiva, a forma como a sociedade responde à chegada do novo, dos que nascem (LARROSA, 1998). Para garantir a segurança dos saberes já construídos, somos tendenciosos em reduzir a infância ao que conhecemos, encaixando-a em classificações que criamos.

O totalitarismo aparece na escrita do autor como um movimento que busca ordem e estabilidade, seguranças nas certezas. Provavelmente o terror pela novidade, a insegurança que o enigma da infância provoca, reduz a infância aos limites de destruição da novidade. Desta forma, criam-se narrativas que buscam normalizar e homogeneizar as crianças, determinando o que é “normal” e “anormal”. O totalitarismo sufoca o enigma daquilo que se mostra desconhecido. Oculta as inquietações que a novidade do nascimento de um sujeito único pode provocar.

Por fim, Larrosa (1998) expressa que “o verdadeiro a que aspira aquele que nasce, constitui-se, portanto, em algo que temos que ser capazes de receber e de escutar”. E se a educação é entendida como a forma de receber os que nascem, pergunta o autor, “não seria o caso de, então, deixar acontecer a verdade que traz consigo aquele que nasce?” (LARROSA, 1998, p. 244).

em uma realidade mais próxima da qual me proponho a pesquisar, e aproveitando a

deixa de Larrosa sobre a educação da infância, interessei-me pela pesquisa de

Momo (2014). A autora pesquisou crianças de escolas públicas da Educação Infantil do município de Porto Alegre, problematizando os modos de viver a infância na contemporaneidade. Uma infância fortemente interpelada pela mídia e pelo consumo, que vem trazendo outros contornos para o conceito de infâncias. Observa que professores e professoras sentem e percebem que na contemporaneidade são visíveis as mudanças ocorridas nos modos de conceber a infância, nos modos de ser criança.

A autora destaca que a infância, tal como a conhecemos na atualidade, é o resultado de um longo e complexo processo, que determinou as condições para narrar as infâncias de determinadas formas. Essa infância, inventada e criada, apresenta as crianças como inocentes, frágeis, bondosas, maleáveis. Nesse sentido, a autora concebe a infância, assim como os autores com os quais estou dialogando, como uma construção social, histórica e cultural. Os modos de ser criança estão intimamente relacionados ao contexto histórico e cultural de cada tempo e lugar.

Vale ressaltar que com o advento da Modernidade, e em um processo gradativo, inúmeras áreas do saber foram criadas e ganharam relevante destaque, como a Medicina moderna, a Biologia, a Psicologia, a Pedagogia. Nesse cenário, e especialmente estas áreas do conhecimento, detiveram-se em explicar a infância. Universalizou-se o sentido de infância, já que todas as crianças, na perspectiva das áreas mencionadas, passariam por determinadas fases de desenvolvimento, independentemente do tempo e do lugar.

Momo (2014), apoiada nos Estudos Culturais, tem se ocupado em problematizar os modos de viver as infâncias, considerando as mudanças globais do pós segunda guerra mundial, dando destaque à mídia e ao consumo. A condição pós-moderna é especialmente caracterizada pela possibilidade de conhecer e aprender fora da escola, da família ou da Igreja. As instâncias educativas se ampliam e as crianças vivem cercadas por pedagogias que ensinam a viver no mundo contemporâneo. Essas pedagogias não estão na escola, mas em todos os espaços sociais, como cinema, TV, bibliotecas virtuais, jornais, revistas, brinquedos, etc. As infâncias contemporâneas são constituídas por crianças que assistem televisão, escutam rádio, acessam conteúdo na internet, ou seja, interagem ativamente com os aspectos da cultura.

Momo (2014) cita Postman (1999) para dar destaque a uma infância que vem sofrendo rupturas nos modos de ser representada e narrada, pois novos modos de ser criança estão entrando em voga. A televisão e o acesso à tecnologia e à internet tornaram o que antes era proibido para as crianças, em informações acessíveis e disponíveis. O consumo, a vontade de ter tudo e a fusão com as preferências dos adultos podem estar marcando o fim da infância, tal como foi constituída em sua arquitetura moderna.

A autora nomeia de infâncias pós-modernas as formas distintas e múltiplas de se viver as infâncias, especialmente se considerarmos que as fronteiras entre o universo adulto e o universo da infância estão sendo borradas. As crianças são sujeitos que participam da vida social, pois elas não estão afastadas do contexto da cultura que

Caracteriza-se pela velocidade, pela aceleração, pela efemeridade e pela provisoriedade. É efetivamente uma ‘cultura de passagem’ que serve para dar sustentação a lógica da sociedade do consumo que precisa que novas informações/ideias/produtos sejam constantemente produzidas e colocadas em circulação(MOMO, 2014, p. 14).

É interessante a discussão promovida por Momo (2014) quando utiliza-se de uma frase comumente utilizada pelo senso comum, ao afirmar que “as crianças de hoje não são como as de antigamente”. O mundo mudou, as formas de viver as infâncias também mudaram. A autora conclui que a infância pós-moderna demanda urgência, rapidez no atendimento de seus desejos, imediatismo, uma vez queincorporaram em suas condutas essas características próprias do tempo contemporâneo. As crianças atualmente parecem nunca estar satisfeitas ou possuírem o suficiente, já que são interpeladas pelas pedagogias das mídias e do consumo.

5.2 Lugar de criança é na escola? Ponderações sobre modos de