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Informações de produção, despachos e dados econômicos

3. INFORMAÇÕES DO SETOR DO CIMENTO DA COLÔMBIA

3.1 Informações de produção, despachos e dados econômicos

O setor da construção na Colômbia é muito importante para a economia do país já que

tem contribuído com o seu crescimento e a geração de emprego. Segundo cifras do DANE

(2014a), durante o quarto trimestre do ano 2013, o setor da construção na Colômbia a preços

básicos, representou 8,2% do total do Produto Interno Bruto (PIB) e registrou um crescimento

anual de 9,8% em relação ao ano anterior (Tabela 1).

Tabela 1 – Crescimento (%) PIB - Setores e construção civil – Colômbia

Atividades

2012 2013

Agricultura, silvicultura, caça e pesca

2,5

5,2

Exploração de jazidas

5,6

4,9

Indústria de manufatura

-1,1

-1,2

Eletricidade, gás da cidade e água

2,1

4,9

Construção

6,0

9,8

Varejo, reparação, restaurantes e hotéis

4,3

4,3

Transporte, armazenamento e comunicação

4,9

3,1

Estabelecimentos financeiros, seguros, imóveis e serviços às

empresas

5,0

4,6

Serviços Sociais, à comunidade e pessoais

5,0

5,3

Subtotal valor agregado

3,9

4,2

Impostos menos subvenções sobre a produção e importações

5,1

4,5

PRODUTO INTERNO BRUTO

4,0

4,3

Fonte: DANE (2014a)

Nota: Variação percentual anual - Séries dessazonalizadas

No que tem a ver com a empregabilidade do setor, durante finais do ano 2013, o setor

da construção empregou 1.386.580 pessoas ou 6,4% do total da população economicamente

ativa na Colômbia, representando o sétimo setor produtivo com a maior participação de

trabalhadores em todo o país (CAMACOL, 2014). Ver Gráfico 1.

Gráfico 1 – Porcentagens de pessoas empregadas por setores na Colômbia

Fonte: Elaborado pela autora, baseada em CAMACOL (2014, p. 3)

O setor da construção está composto por várias indústrias que fornecem-lhe insumos,

dentro delas: ferro, aço, vidro, cerâmica, plásticos, madeiras, cimento, entre outras. O cimento

constitui uma parte muito importante dentro do processo da construção na Colômbia, já que

este é uma matéria-prima base para a edificação de casas e obras de infraestrutura.

Na Colômbia segundo o DANE (2014b) a produção de cimento para o ano 2013 foi de

11.252.000 toneladas e os despachos de 10.866.000 toneladas, o que significou um

incremento na produção comparado com o ano 2012 de 3,0%, ver Gráfico 2.

Gráfico 2 - Produção e despacho cimento 2013 – Colômbia

Uma característica do cimento é que é um produto considerado commodity, é dizer,

um produto com uma diferenciação muito baixa, porque pela regulamentação, tem que ser

produzido com umas especificações técnicas mínimas de resistência e estabilidade, porque

seu uso tem alto impacto nas condições sismo-resistentes das construções e na qualidade das

obras de infraestrutura, além de ter alto impacto na segurança e qualidade de vida das pessoas

(HAGUENAUER, 1997).

Na Colômbia são várias as normas que regem a elaboração do cimento, porém, as duas

mais importantes são a NTC 121 (ICONTEC, 2013a), que estabelece os requisitos físicos e

mecânicos do cimento e a NTC 321 que estabelece os requisitos químicos para sua elaboração

(ICONTEC, 2013b).

Além das normas descritas, a indústria cimenteira na Colômbia, também é

influenciada pelas políticas locais e regionais para o tema da extração das matérias-primas,

produção, distribuição e o estabelecimento dos preços. No tema dos preços na Colômbia, é a

Superintendencia de Industria e Comercio (SIC) a instituição que verifica os acordos

competitivos para que não exista nenhuma restrição na livre concorrência, já que na Colômbia

neste momento existem têm grandes empresas cimenteiras que são as que têm a maior

participação do mercado.

Um tema que tem alto impacto na produção de cimento é a gestão ambiental, já que a

produção em nível global responde por 5% das emissões totais de CO

2

(Dióxido de Carbono)

(FICEM, 2013), é por esta razão que a indústria está constantemente procurando alternativas

para fazer seus processos mais limpos e menos prejudiciais para o ambiente e a comunidade.

Segundo a FICEM (2013), em geral se estima que a indústria cimenteira do mundo alcançou a

co-processar 20 milhões de toneladas de combustíveis alternos em 2011, tentando reduzir suas

emissões de CO

2

, e além disso, tem reduzido suas emissões específicas netas de CO

2

por

Gráfico 3 – Emissões netas específicas de CO

2 por tonelada de cimento

Fonte: FICEM (2013)

A indústria cimenteira na Colômbia tem investido em inovações para conciliar o

desenvolvimento de sua atividade com a proteção do meio ambiente e o comprometimento

com a sociedade.Tal compromisso se faz presente desde a extração da matéria-prima, com

medidas para diminuir o impacto ambiental local, até o final do processo produtivo, com a

redução das emissões, por exemplo, o uso de energias renováveis está cada vez mais presente

na produção do cimento. Isto é possível pelo co-processamento de resíduos (como pneus,

óleos usados, plásticos, tintas etc.) e/ou pelo uso de biomassa (moinha de carvão vegetal,

casca de arroz, bagaço de cana etc.), que emitem menor quantidade de CO

2

que os

combustíveis tradicionais utilizados. Esse processo, além de dar uma destinação

ambientalmente adequada a rejeitos de outras atividades, permite reduzir o uso de

combustíveis tradicionais não-renováveis, como o coque de petróleo, o óleo combustível e o

carvão mineral.

Uma das grandes cimenteiras do país está promovendo soluções novas na extração

mineira e na produção do concreto, o que a tem levado a obter perto de 7% de seus receitas,

de produtos inovadores (COLOMBIA INN, 2013).

Respeito ao segmento de clientes que atende a indústria cimenteira na Colômbia

podem se classificar basicamente em varejo, construtores, governo e consumidor final, muitos

deles atendidos através de intermediários, pelo impacto que os custos de distribuição têm na

indústria.

Por fim, é importante também destacar que a indústria do cimento da Colômbia é

muito importante em nível regional, já que está posicionada dentro dos cinco países

produtores de cimento maiores de América Latina e o Caribe. O Brasil para o ano 2012

manteve a liderança na produção de cimento, seguido de México, Colômbia e Argentina

(FICEM, 2013). Ver Tabela 2.

Tabela 2 - Produção de cimento em América Latina e Caribe

PAÍSES

2010

2011

2012

Argentina

10.423

11.592

10.716

Barbados

229

223

175

Bolívia

2.414

2.658

2.714

Brasil

59.117

64.093

68.809

Chile

4.417

4.650

5.044

(2)

Colômbia

9.505

10.779

10.925

Costa Rica

1.500

1.400

1.400

(2)

Cuba

1.730

1.736

1.825

Equador

5.287

5.706

6.025

El Salvador

1.290

(1)

1.320

(1)

1.380

(1)

Guadalupe e Martinica

441

431

435

Guatemala

2.794

2.850

2.880

Haiti

nd

nd

nd

Honduras

1.600

1.620

1.730

(1)

Jamaica

723

766

760

México

34.503

35.398

36.800

(1)

Nicarágua

600

(1)

700

(1)

730

(1)

Panamá

1.491

1.766

2.252

Paraguai

1.100

(1)

820

(1)

800

(1)

Peru

8.298

8.499

9.847

Porto Rico

697

717

743

República Dominicana

4.100

3.800

4.000

Trinidad e Tobago

791

827

654

Uruguai

834

968

872

Venezuela

7.120

(1)

7.760

(1)

8.280

(1)

América Latina e Caribe

161.004

(3)

171.079

(3)

179.796

(3)

Fonte: FICEM (2013)

Notas: (1) International Cement Review

(2) Dados prévios

(3) Totais não incluem Haiti