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Informações sobre as Medidas para Garantir a Sustentabilidade Financeira dos

No documento Relatório de Gestão 2015 (páginas 143-146)

7. DESEMPENHO FINANCEIRO E INFORMAÇÕES CONTABEIS

7.2 Informações sobre as Medidas para Garantir a Sustentabilidade Financeira dos

A literatura acerca das finanças públicas reza que a receita pública tendo a finalidade estatal traduz-se de forma simplificada como sendo á entrada de recursos nos cofres públicos para fazer frente às despesas e investimentos que atendam às demandas sociais.

Para Machado, (sd, apud PIRES, 1996, p.72) as receitas públicas são definidas da seguinte forma:

É um conjunto de ingressos financeiros com fontes e fatos geradores próprios e permanentes oriundos da ação e de atributos inerentes à instituição, e que, integrando o patrimônio, na qualidade de elemento novo, produz-lhe acréscimos, sem, contudo gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros.

Ressalta-se que nem todo ingresso de recursos nas contas públicas equivale a uma receita, pois temos como exemplos os estornos de despesas no próprio exercício, assim como os valores que temporariamente adentram os cofres públicos, com épocas certas para posteriores devoluções como é o caso dos: depósitos para quem de direito; consignações a pagar; depósitos para recursos ou depósito em caução.

Na Universidade Federal de Sergipe a receita pública consolidada está dividida em dotação direta e transferências governamentais. A dotação direta é composta pelos créditos pertencentes à instituição, oriundos das fontes do Tesouro e de Recursos próprios e as transferências governamentais, por meio de descentralizações de créditos, se referem aos créditos oriundos de terceiros executados pela universidade.

As receitas do Tesouro financiam as despesas obrigatórias17, os investimentos18 e aproximadamente 80% dos dispêndios de custeio19. As receitas que suprem as despesas obrigatórias

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são garantidas pelo Governo Central, já os créditos orçamentários para fazer frente às despesas de custeio e capital – OCC das Instituições Federais de Ensino Superior - IFES são definidos no MEC, pela aplicação da matriz ANDIFES.

Em se tratando da matriz ANDIFES, a literatura vigente versa que, na distribuição dos créditos entre as IFES são considerados dois componentes, denominados de input e output. No item input são enfatizadas as necessidades das IFES, levando em conta os indicadores físicos de tamanho, especificamente, a área construída e o número de alunos matriculados, considerando também alguns indicadores de qualidade, como volume de gastos, inclusive com recursos próprios. O output é composto por parâmetros e indicadores como: 1º) qualidade, sendo que essa é considerada como a avaliação pela CAPES dos cursos de pós-graduação e verificação do índice de qualificação do corpo docente; 2º) produtividade, que é compreendida como a relação entre ingresso e diplomação, quantitativo de certificados, teses e doutorados e; 3º) eficiência, definida como a relação entre aluno/docente, docente/funcionário.

Diante desse contexto, torna-se claro o fato de que a alocação de um montante expressivo de créditos orçamentários (custeio e capital) para a UFS, assegurados pelo governo, depende, sobremaneira, do esforço conjunto de discentes, docentes, técnicos, enfim, da instituição como um todo buscando ampliar a produtividade com qualidade aceita pelos padrões estabelecidos pelos órgãos avaliadores. (Vasconcelos, Geovânia. 2009).

Cabe informar, também, que dentre as medidas governamentais para garantir o financiamento da educação, segundo a Constituição Federal, art. 212 cabe ao Governo Federal a aplicação do percentual de 18% dos impostos federais deduzindo as transferências da União para os estados e municípios, o que garante uma determinada aplicabilidade mínima da receita pública visando os fins pretendidos nas políticas educacionais.

Em relação à receita própria, essa é composta dentre outros meios pela celebração de convênios com órgãos públicos municipais e estaduais, pela capacidade da instituição de prestar serviços remunerados à comunidade, pelas taxas acadêmicas, pela participação dos comensais do Restaurante Universitário.

Desse modo, podemos afirmar que quanto mais veloz for a UFS na capacidade de prestar serviços remunerados ou na formulação de parcerias com instituições privadas e órgãos municipais e estaduais, maiores serão as possibilidades de elevação da receita própria. No entanto, em relação aos serviços educacionais prestados à comunidade, esses, em observância à missão precípuo da instituição e à sua constituição jurídica, devem ser garantidos a todos de forma pública, gratuita e com qualidade referendada pela sociedade.

Dentre as fontes financiadoras da instituição temos, também, as transferências governamentais, via Termo de Execução Descentralizada que são dotações de outros órgãos federais executados pela universidade para efetivação de fins comuns. São formalizados através de convênios ou projetos. Essas fontes são relevantes para a instituição, pois acrescem de forma significante a receita

18 Os investimentos na instituição são as realizações de obras, assim como as diversas aquisições de móveis e equipamentos.

19 As despesas de custeio equivalem a toda e qualquer despesas para garantir a manutenção e o funcionamento da

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orçamentária total, possibilitando realizações no campo da educação superior, sem o comprometimento dos créditos pertinentes à UFS.

Assim como a receita própria, as transferências governamentais sofrem oscilações percentuais com acréscimos e decréscimos. Nos exercícios de 2014 e 201, a crise das finanças públicas impactou negativamente gerando decréscimos de tais despesas.

Salienta-se que as Transferências Governamentais garantem na UFS a residência médica, a qualificação em nível de mestrado e doutorado do corpo docente, diversos projetos de extensão e de assistência à graduação, dentre outros que beneficiam as pessoas e grupos com eles envolvidos. Possibilita também a ampliação da estrutura física, com construções e montagens de espaços que favorecem a melhoria e a ampliação dos serviços prestados pela instituição possibilitando maior inserção social por meio da educação de terceiro grau. Considerando que o ano de 2015 foi marcado por restrições orçamentárias, a sustentabilidade financeira reques o ajuste das despesas a nova realidade da receita do momento presente.

As transferências Governamentais vinculadas aos projetos e convênios solicitados pela UFS e aprovados por terceiros, mostram-se como válvulas de escape que propiciam a captação e ampliação dos recursos, amenizando assim as limitações que são impostas às demais fontes inerentes à instituição.

Uma breve análise acerca dos ingressos que compõem o orçamento da instituição evidencia que as receitas oriundas do Tesouro e dos Recursos Próprios, sobretudo, as advindas do Tesouro são fundamentais frente ao papel supridor das necessidades essenciais enfrentadas pela UFS; No entanto essas fontes sofrem limitações, tanto pelas restrições impostas pela matriz ANDIFES como pela dificuldade interna em relação à prestação de serviços com recebimento de remunerações. Diante do exposto, a elaboração de projetos que garantam a captação de transferência governamental apresenta-se como importante alternativa para possibilitar o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico da instituição.

Este desenvolvimento perseguido pelos gestores e almejado pela sociedade é fruto de políticas públicas que pregam e visam à inserção social através da educação superior e requerem como lastro um financiamento sólido que garanta a execução das ações necessárias aos fins propostas pelos formuladores das políticas educacionais.

Alude-se que em anos de crises financeiras, como a que ocorreu em 2015, o esforço institucional marcado pelo gerenciamento preciso que ajustaram as despesas a nova realidade de redução das receitas e as constantes negociações com o Ministério da Educação para garantir o envio dos recursos foram cruciais para que a Universidade Federal de Sergipe s mantivesse, com êxito, a Sustentabilidade Financeira exigida para o Padrão de Qualidade do Ensino que a instituição faz jus.

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7.3 Tratamento Contábil da Depreciação, da Amortização e da Exaustão de Itens do

No documento Relatório de Gestão 2015 (páginas 143-146)