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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.3 Instrumentos de pesquisa

Nesta seção, são apresentados e descritos os instrumentos6 utilizados para a coleta de dados desta investigação, de acordo com os objetivos que se pretendeu alcançar e com a orientação teórica apresentada anteriormente.

2.3.1 Entrevistas

Logo no início da fase de diagnóstico desta pesquisa, utilizaram-se dois tipos de entrevista com cada aluno participante:

• Dia 25/04/03 – entrevista semi-estruturada (GILHAM, 2000b), em português,

em que os aprendizes responderam perguntas sobre suas concepções de erro, correção, ensino/aprendizagem e sobre como vivenciavam o erro neste contexto específico. Essa entrevista foi gravada em áudio e esperava-se investigar como os alunos entendiam alguns conceitos relevantes para esta

6 Os modelos de questionários e entrevistas, bem como suas transcrições, podem ser encontrados

pesquisa e observar de que forma essas concepções se manifestavam na sala de aula. A entrevista em português foi feita também com P, porém com um enfoque um pouco mais amplo, uma vez que se pretendia documentar alguns aspectos da sua formação.

• Dias 09/05 e 16/05/03 – entrevista aberta (GILHAM, op.cit.), em inglês, com

duração entre quinze e vinte minutos, em que os aprendizes relataram suas experiências prévias com a língua inglesa desde a infância até a adolescência, ou até o término do ensino médio. Havia algumas perguntas orientadoras, mas houve uma preocupação em se deixarem os aprendizes à vontade para explorarem o assunto. Essa entrevista foi gravada em vídeo e esperava-se coletar uma amostra da IL destes alunos na fase de diagnóstico, além de conhecer um pouco melhor quem eram os participantes e suas histórias de vida como aprendizes de língua estrangeira.

O fato de os aprendizes estarem sendo gravados em vídeo durante uma entrevista em inglês pode ser um fator inibidor e, de alguma forma, influenciar nas características de suas produções orais. Por esse motivo, duas aulas típicas também foram utilizadas como fontes de dados durante a fase de diagnóstico para que se coletassem os dados quanto às características da IL desses alunos.

As entrevistas em inglês foram feitas, ainda, com o objetivo de se promover uma sessão de visionamento com cada aluno para que se pudesse verificar quais

aspectos da oralidade os incomodava. A sessão de visionamento será melhor descrita mais adiante.

2.3.2 Gravações das aulas em vídeo

Foram gravadas sete aulas, em vídeo, durante a fase de diagnóstico, compreendidas no período entre 23/05 e 04/07/03 e dezesseis aulas durante a fase de intervenções, compreendidas entre 01/08 a 28/11/03. O objetivo da gravação das aulas em vídeo era registrar a maneira como os participantes deste contexto vivenciavam o erro durante as aulas, ou seja, como se dava a interação entre a professora e os alunos e dos alunos entre si nos momentos em que esses alunos produziam enunciados imprecisos. Além disso, essas gravações também foram utilizadas para que se observassem as características da IL dos alunos na primeira fase da pesquisa, pela escolha de duas aulas que foram consideradas típicas.

Os alunos pareciam não se incomodar com a presença da filmadora, apesar de, em alguns momentos, tanto da fase de diagnóstico, quanto da fase interventiva, mencionarem o fato de estarem sendo filmados. Novamente, é preciso reconhecer que a gravação em vídeo pode ter um efeito nas variáveis afetivas envolvidas no processo de ensino/aprendizagem, mas creio que se trate de uma limitação imposta pela proposta deste tipo de pesquisa.

A própria pesquisadora (Pe), enquanto observava as aulas, operou a câmera filmadora. A qualidade da imagem e do som foi satisfatória, visto que se tratava

de um grupo pequeno, podendo-se focalizar o grupo como um todo, sem, contudo, perder a nitidez do som durante a interação dos alunos entre si, bem como com P. A câmera ficava o tempo todo parada sobre um tripé, o que deixava Pe livre para tomar notas de campo durante as aulas com o intuito de transformá-las em diários.

2.3.3 Notas de campo e diários reflexivos

As notas de campo foram feitas durante a observação das aulas com o intuito de se registrar os momentos considerados mais relevantes para o desenvolvimento da investigação. Essas notas de campo eram transformadas em diários, por meio dos quais, Pe tentava refletir sobre os principais eventos registrados à luz da teoria que embasa o trabalho.

2.3.4 Questionário

No final da fase interventiva, os alunos responderam a um questionário com cinco perguntas abertas, por meio das quais, pretendeu-se investigar se (e como) eles perceberam as intervenções implementadas durante este período.

2.3.5 Sessões de visionamento

No início da fase interventiva, foram realizadas sessões de visionamento com todos os aprendizes com o intuito de investigar se eles eram capazes de

observar quais eram seus próprios erros e, em caso afirmativo, se os erros observados por eles em suas produções orais eram os mesmos observados por P e Pe.

Durante as sessões de visionamento, os alunos ficavam com o controle remoto em seu poder e eram instruídos a pararem o vídeo e fazerem comentários sempre que se sentissem incomodados por algum erro ou por qualquer outro aspecto de seu desempenho oral. Cada vez que os aprendizes paravam a gravação, os comentários eram anotados a fim de se registrar o que provocou estranhamento por parte deles. Esses dados também foram usados como subsídios para a tomada de decisões sobre quais aspectos lingüísticos teriam prioridade de tratamento.