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PARTE 1 O PROBLEMA E A CONSTRUÇÃO DO QUADRO TEÓRICO

VII. INSTRUMENTOS DE TRABALHO

Este capítulo apresenta os instrumentos de trabalho criados com o propósito de apoiar a recolha, validação, análise e síntese da informação do trabalho de campo.

A aplicação dos instrumentos para recolha e tratamento de dados respeita princípios de transparência, confiança e confidencialidade, ou seja, princípios éticos que constam nos protocolos de investigação acordados com as escolas. Tal protocolo encarna o espírito da metodologia, na definição de Carey (2011), explicitado no capítulo anterior, bem como aspetos gerais do figurino da investigação e métodos utilizados. Foi com base no protocolo que as escolas concordaram em participar na investigação. Foi preparado um texto base para o protocolo para ser assinado pelo investigador (doutorando) e por cada escola, instrumentos de planeamento e organização, de registo e tratamento, e de síntese.

• Protocolo - explicitou o objetivo e o objeto da investigação, especifica métodos para a recolha de dados nas escolas e a sua validação e utilização para efeitos da investigação e seu uso ulterior. Para além da natureza técnica do protocolo, sublinha-se a transversalidade do seu teor ético patente nos diversos momentos da investigação.

• Instrumentos de planeamento e organização – teve como objetivo a preparação das atividades de recolha de informações junto dos interlocutores e, ao mesmo tempo, fazer um balanço da recolha de informações:

o Ficha de caracterização da escola;

o Rosto do dossier para registos de campo;

o Ficha para preparação da recolha de informação; o Registos de entrevista para validação.

• Registos e tratamentos - estes instrumentos destinaram-se ao registo e validação da informação recolhida junto das diversas fontes. Após a sua validação foi efetuado um primeiro tratamento da informação, onde se avaliou a sua relevância:

o Tratamento e análise de registos: entrevistas; o Tratamento e análise de excertos de documentos.

129 • Episódios críticos

o Matriz para relato de episódios críticos e sua superação.

Estrutura e conteúdo de protocolo estabelecido com as escolas

• A estrutura do protocolo enviado a cada escola e o texto consistiram no seguinte: “Doutorando: (Nome).

• Instituição a visitar: Agrupamento de escolas / Escola XXXX.

• Objetivo: Desenvolvimento de um estudo de caso no âmbito de uma investigação do programa de Doutoramento em Educação, Especialidade - Avaliação em Educação, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.

• Tema: A sustentabilidade das práticas da autoavaliação das escolas. • Objeto do protocolo:

o aspetos gerais da investigação na escola;

o entrevistas com elementos da comunidade escolar;

o consulta de documentos relacionados com o processo e produtos da autoavaliação;

o recolha e validação da informação; o tratamento e divulgação da informação. • Aspetos gerais da investigação na escola:

o período para a recolha de dados:

 pontualmente ao longo de um ano escolar

• durante as visitas às escolas, em função da evolução da investigação e da disponibilidade dos interlocutores,

• através de videoconferência19. o interlocutores:

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 indivíduos ou painéis com elementos da comunidade escolar – diretor e/ou adjunto, pessoal docente e não docente, discentes e outros –  detentores de informação relevante.

o organização:

 a escola indica uma pessoa de contacto, que facilite a comunicação entre o doutorando e os múltiplos interlocutores.

o agendamento das visitas às escolas:

 têm em conta a disponibilidade indicada pelos interlocutores a entrevistar e a possibilidade de aceder a recursos documentais,

 excetuando na primeira deslocação à escola, algumas das entrevistas podem realizar-se através de videoconferência, respeitando o agendamento a disponibilidade do interlocutor.

• Entrevistas com elementos da comunidade escolar: o os potenciais interlocutores são identificados

 com base nas funções que desempenharam no processo de autoavaliação da escola,

 com base em informações recolhidas no desenvolvimento do estudo e que tenham indiciado algum tipo de relacionamento relevante entre o elemento da comunidade escolar e o objeto de estudo.

o concretizam-se

 mediante a disponibilidade manifestada pelos interlocutores,  sem prejuízo da sua atividade na escola.

o realizam-se presencialmente, mas em situações acordadas e quando os recursos assegurassem uma boa comunicação, pode realizar-se através de videoconferência;

o os aspetos explorados são do conhecimento prévio dos interlocutores, para que estes estejam devidamente preparados e mesmo documentados.

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o o doutorando solicita registos escritos associados às práticas de autoavaliação passadas ou presentes que indiciem conter informação relevante;

o o acesso a documentos, que não os disponibilizados publicamente, carece de autorização prévia da Direção da escola.

• Recolha e validação da informação:

o nas entrevistas a recolha de informação é efetuada através de apontamentos;  para cada entrevista foi preparado um documento específico, para a

organização dos registos com a informação que o doutorando considera relevante,

 a informação organizada, é remetida ao entrevistado, que pode validar o conteúdo da informação , corrigi-la e completá-la.

o dos documentos consultados

 são registadas as informações que se consideraram relevantes em documento específico, que é organizada em moldes idênticos ao da informação recolhida nas entrevistas;

 a informação extraída da consulta de documentos é cruzada com aquela que foi recolhida nas entrevistas para melhor contextualizar ou validar a informação;

 quando o doutorando considere facilitador do desenvolvimento da investigação e eficiente em termos de utilização do tempo, solicitará autorização para obter cópia de documentos à Direção da escola, suportando os custos que tal possa acarretar e respeitando os princípios de confidencialidade.

• Tratamento e divulgação da informação

o o doutorando é responsável pelo tratamento da informação validada, que tenha em vista os objetivos da investigação;

o após o tratamento, a informação recolhida pode ser divulgada em contextos académicos, relacionados com a investigação, desde que garantida a sua confidencialidade;

132 o confidencialidade

 o nome da escola não será divulgado, sendo substituído por uma designação codificada;

 não são feitas referências a nomes reais dos entrevistados ou que constem nos documentos;

 do mesmo modo, no caso dos documentos anexos à dissertação, são omitidas as referências nominais e símbolos que permitam o reconhecimento da escola ou de pessoas.

o salvaguarda de conflito de interesses

 o doutorando nunca exerceu nenhuma atividade inspetiva junto da escola em estudo, e não utilizará a informação recolhida na escola para a sua atividade profissional, nem utilizará informações da Inspeção-Geral da Educação sobre a escola que não sejam do domínio público.

Dossier de escola - Base informática para recolha de informações

• Propósito: cada dossier de escola diz respeito exclusivamente a uma escola (eventualmente integrada num agrupamento) e aglutina o essencial da preparação do desenvolvimento do trabalho de campo, os registos do trabalho efetivamente concretizado e os registos com a informação recolhida nas entrevistas, após a respetiva validação, bem como excertos dos documentos analisados. Tal base existe apenas em suporte eletrónico.

• Momento da organização: antes e após o desenvolvimento do trabalho de campo, à medida que cada registo que integra o dossier estiver consolidado. O dossier só ficou concluído após todo o processo de recolha de dados e a respetiva validação. • Fontes de informação: as que foram utilizadas no preenchimento das diversas fichas

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A. Instrumentos de planeamento e organização da informação recolhida

1. Ficha de caracterização da escola para seleção

• Propósito: organizar um conjunto de informações de caracterização de cada escola selecionada. Trata-se de uma apresentação da escola onde o ´caso’ aconteceu.

• Momento do preenchimento: foram preenchidas antes do início do trabalho de campo, utilizando a informação dos relatórios da avaliação externa de escola, que a sinalizou como ‘caso’ da investigação e após a atualização e validação de informações fatuais pela sua Direção.

• Fontes para recolha de informação: a informação foi extraída maioritariamente dos relatórios de avaliação externa da Inspeção-Geral da Educação, também utilizada para a sinalização de escolas com um trajeto de autoavaliação relevante para o caso. Antes do início do trabalho de campo foi solicitado a cada escola a confirmação da informação constante no se registo-síntese e atualização dos dados referentes ao ano letivo 2011-2012. Os registos-síntese devolvidos pela escola foram considerados como fonte de informação válida. (Anexo I)

2. Rosto de dossier para registos de campo

• Propósito: fornecer um conjunto de dados numéricos sobre cada atividade de campo;

• Momento do preenchimento: imediatamente após a realização do trabalho de campo e, ulteriormente, após validação pelos interlocutores dos registos das entrevistas.

• Fontes de informação: o próprio doutorando, a partir dos elementos que dispõe de cada visita à escola para recolha e registo de dados. (Anexo II)

3. Ficha para preparação da visita à escola

• Propósito: organizar uma visita eficiente à escola, evitando desperdícios de tempo. Permitiu ainda ajudar a organizar as entrevistas e alertar o investigador (doutorando) para alguma falha de comunicação com os seus interlocutores de escola que pudesse perturbar a eficiência da visita. Destinou-se, igualmente, a

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informar a Direção da escola e os interlocutores sobre aspetos da organização da visita.

• Registo do trabalho efetivamente realizado: permitiu comparar com a visita preparada e apoia a reflexão sobre as diferenças entre o previsto e o executado, de forma a melhorar a preparação de uma próxima visita. Também permitiu o registo de reflexões sobre cada um dos momentos da visita efetivamente realizada.

• Momento do Preenchimento: algumas semanas antes da visita, depois de consultada a pessoa de contacto e após a concretização da visita à escola.

• Fontes de informação: pessoa de contacto /Direção da escola, interlocutores. (Anexo III)

B. Instrumentos para registos e tratamento da informação

1. Ficha da visita concretizada

• Propósito: registar as entrevistas realizadas e os documentos analisados. Esta ficha utilizou como base a correspondente Ficha de Preparação da Visita à Escola. As entrevistas planeadas corresponderam na íntegra e os documentos analisados superaram sempre os que estavam planeados.

• Registo do trabalho efetivamente realizado: permitiu comparar com a visita planeada e foi utilizada para codificar os documentos recolhidos. Ocasionalmente, foram feitas anotações sobre aspetos específicos das entrevistas.

• Momento do Preenchimento: Durante e após a concretização da visita à escola. As colunas «Função» e «Propósito» nunca foram preenchidas, pois esses dados já contavam de outros registos.

• Fontes de informação: o investigador, os interlocutores dos painéis e a Direção, para as fontes documentais. (Anexo IV)

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1. Registos de entrevistas para validação

• Propósito: submeter para validação dos inquiridos os registos das entrevistas, convertida em registos escritos; permitir que os interlocutores pudessem validar, corrigir ou completar os registos com informação que ainda não consta das notas.

• Momento do preenchimento: é realizado após a conclusão da visita à escola onde decorreu a entrevista, a partir das notas de campo.

• Tratamento da informação: organização das notas de campo em registos que correspondem a unidades semânticas (abordagem exclusiva de um assunto) produzidas por um único interlocutor (informante). Quando num painel diferentes interlocutores se pronunciaram sobre um mesmo assunto, ainda que com opiniões idênticas, produziram-se diferentes registos. (Anexo V)

2. Tratamento e análise de registos de entrevista validados

• Propósito: categorizar os registos validados em função dos aspetos a explorar e respetivas dimensões do modelo de análise. Ao mesmo tempo, identificar outros aspetos merecedores de aprofundamento, assinalando tais situações no espaço ‘Observações’; proceder à triangulação dos registos efetuados nas diferentes entrevistas entre si e com os documentos analisados para tornar mais consistente a sua análise.

• Momento do preenchimento: após a validação das notas extraídas durante as entrevistas pelos interlocutores.

• Fontes de informação: fichas de registos validados. (Anexo VI)

3. Tratamento e análise de registos documentais

• Propósito: indicar ou extrair evidências em documentos informativas para os ‘aspetos a explorar’ da investigação, e que de algum modo contribuíssem para responder às respetivas questões base; encontrar informações passíveis de serem trianguladas com aquelas recolhidas nas entrevistas; identificar outros aspetos a explorar a partir dos registos.

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• Fontes de informação: notas extraídas de documentos e reflexões sobre as mesmas.

• Validação dos registos: os registos extraídos dos documentos não foram submetidos à validação do seu teor pelos seus autores, pois são documentos reais e já anteriormente submetidos a alguma forma de escrutínio público.

• Categorização dos registos extraídos dos documentos: foram mantidas as mesmas categorias do tratamento e análise dos registos das entrevistas, para mais facilmente permitir a sua triangulação com estes.

• Comentários: o espaço destinado a comentários corresponde àquele que foi destinado às ‘Observações’ no tratamento das entrevistas. Para além de algumas notas pessoais, na coluna dedicada aos comentários o investigador procurou também estabelecer relações com a informação recolhida nas entrevistas. (Anexo VII)

4. Matriz para relatos de episódios críticos e sua superação

• Propósito: recolher, de um modo estruturado, informações sobre constrangimentos e ameaças ao desenvolvimento da autoavaliação na escola e sobre o modo como foram superados, assegurando a continuação da autoavaliação de escola; refletir sobre a informação recolhida para compreender como se assegurou a continuidade da autoavaliação.

• Momento do preenchimento: durante o trabalho de campo nas escolas.

• Fontes de informação: interlocutores (informantes) responsáveis pelas narrativas. (Anexo VIII)

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