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Para a construção dos dados da pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos: Roteiro de Análise Documental (RAD) – Apêndice I; Roteiro de Entrevista com Coordenador (a) (REC) – Apêndice II; Roteiro de Entrevista com Docente responsável pelo ensino da APS (RED) – Apêndice III; Roteiro de Roda de Conversa (RRC) – Apêndice IV. Além disso, também compõem a construção desses dados, as anotações em Diário de Campo (DC) realizadas durante o processo da pesquisa.

Cabe salientar que a análise dos documentos permite compreensões valiosas do contexto explorado pelo pesquisador, essa análise buscou fazer a interface com as descrições dos eventos aos quais se refere, nesse caso, sobre a formação de terapeutas ocupacionais para o cuidado na APS (MAY, 2004).

Já as entrevistas e as Rodas de Conversa promoveram uma forma de encontro entre o pesquisador e os participantes. Essa interação social é entendida como uma conversa orientada por um objetivo, sendo esse estabelecido pelo pesquisador (MANZINI, 2003).

Composição dos Participantes das RC)

Média de Idade dos estudantes por RC

Período que estavam cursando RC 1 7 mulheres 1 homem 23 anos 7º

RC 2 6 mulheres 23 anos 9º

RC 3 4 mulheres

2 homens 23 anos 8º

RC 4

8 mulheres 24 anos 10º

RC 5 7 mulheres 1 homem 21 anos 7º

RC 6 9 mulheres 26 anos 7º

RC 7 8 mulheres 24 anos 7º

RC 8 6 mulheres 23 anos 7º

RC 9 8 mulheres 23 anos 7º

De maneira específica, dentre as várias formas de entrevista, utilizamos nesta pesquisa a modalidade semi-estruturada, com a elaboração de um roteiro prévio, sendo esse um artefato que auxilia a organização da interação social no momento da entrevista e busca gerar e manter as conversações (MANZINI, 2003; MAY, 2004). Utilizamos também um Roteiro para Roda de Conversa, essa ferramenta apresenta características que fomentam a construção de um espaço democrático de participação (GOMES et al., 2008).

Os instrumentos foram desenvolvidos pelo próprio pesquisador que contou com a contribuição coletiva de sete juízas para a adequação do escopo dos roteiros, foram elas: cinco professoras do ensino superior (quatro doutoras e uma mestra) e duas terapeutas ocupacionais (mestras) que atuam na APS. Todas foram convidadas a participar de maneira voluntária e a seleção obedeceu à disponibilidade de contribuir na construção desses instrumentos e, por consequência, com a construção dos dados desta pesquisa.

O critério utilizado pelo pesquisador para a escolha das juízas, que contribuíram para adequação dos Roteiros de Construção dos Dados, foi o conhecimento sobre suas experiências no campo da pesquisa, ensino e prática profissional, relacionadas aos campos da APS, formação de profissionais de saúde e formação de terapeutas ocupacionais. A seguir, descrevemos de forma detalhada esses instrumentos.

A) Roteiro de Análise Documental (RAD)

O RAD possuiu a finalidade de conhecer os PPP e, se possível, as ementas de disciplinas/módulos ou núcleos temáticos dos cursos de terapia ocupacional que participaram do estudo, desde que, esses documentos fossem disponibilizados publicamente nos sítios virtuais institucionais ou disponibilizados pelos coordenadores e docentes participantes da pesquisa. Esse instrumento possibilitou obter informações sobre a inserção de conteúdos práticos e teóricos da APS. Foram investigados também o tempo de funcionamento do curso, a carga horária total, o período e a metodologia de ensino adotada nas atividades relacionadas ao ensino da APS.

B) Roteiro de Entrevista com Coordenador (a) (REC)

O REC, composto por oito questões norteadoras, permitiu conhecer as informações sobre o funcionamento dos cursos de Terapia Ocupacional por meio da trajetória do coordenador na gestão; o número médio de formandos por ano e de discentes do último ano e os docentes do curso envolvidos na formação para a APS. O contato por meio do REC permitiu uma melhor inserção no campo de pesquisa, a sensibilização do coordenador junto aos docentes e estudantes que participaram da pesquisa e a organização prévia dos encontros (horário e local) para realização das entrevistas e Rodas de Conversa. Além disso, favoreceu conhecer se a temática da APS é parte da agenda de discussões para reformulações curriculares, desenvolvimento de projetos de extensão e de pesquisas do curso.

C) Roteiro de Entrevista com Docente responsável pelo ensino da APS (RED)

O RED, formado por onze questionamentos norteadores, contribuiu para identificar a interface entre a trajetória de formação profissional do docente e a APS; a metodologia de ensino aprendizagem; as atividades de formação nos campos do ensino, pesquisa e extensão; os apoios oferecidos para a garantia da formação para a APS; os serviços e os equipamentos territoriais e comunitários, onde são desenvolvidas as atividades de formação prática, a modalidade de gestão dos serviços de APS do município, a dinâmica de acompanhamento dos estudantes no campo de prática da APS; o conceito de cuidado da APS e do cuidado realizado pelos terapeutas ocupacionais nesse nível assistencial; os desafios da formação voltada para APS e as mudanças e/ou ajustes para garantir uma melhor formação do terapeuta ocupacional para a APS.

D) Roteiro de Roda de Conversa (RRC)

A Roda de Conversa é um método de ressonância coletiva que consiste na criação de espaços de diálogo, que servem para alimentar circuitos de troca sobre o vivido entre seus participantes (RAMOS et al., 2013).

O RRC possui dez perguntas norteadoras, buscou compreender por meio da interação entre os estudantes: os conceitos de Atenção Primária à Saúde (ou Atenção Básica à Saúde); as disciplinas, atividades e experiências desenvolvidas nos serviços da

APS durante a formação; os conceitos de estudantes sobre o cuidado de terapeutas ocupacionais na APS; a formação para APS, os desafios e as mudanças necessárias a fim de garantir uma melhor formação para esse campo.

Na Roda de Conversa quem conduz o processo é visto como facilitador participante de um diálogo, que por meio da vivência e dos saberes de cada um promove a problematização, em busca de informações para a reflexão (GOMES et al., 2008). Assim, o pesquisador principal foi o facilitador do grupo, que contou com a participação de um pesquisador auxiliar para organização de recursos técnicos e gravação das sessões, em quatro dos nove encontros. Esse pesquisador auxiliar era um profissional da área e foi familiarizado com o objeto de estudo e com os instrumentos de construção de dados da pesquisa.

E) Diário de Campo (DC)

O pesquisador por meio do DC buscou registrar momentos da pesquisa como também as características de seu desenvolvimento. Ele também serviu de registro para as percepções do pesquisador sobre sua integração com os participantes e o campo empírico. Essas anotações incitam a memória e contribuem para promover uma familiarização com o contexto vivido a partir dos eventos observados (MAY, 2004).