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INTERDIÇÕES DE OWONRIN MEJI:

No documento Buzios 16 (páginas 100-106)

Owonrin Meji, proibe aos seus filhos: O uso de roupas e objetos demasiadamente coloridos (mais de duas cores); banho de mar; o coito com parceiros que sejam filhos de Omolu. Não devem beber vinho de palma nem comer galinha d’Angola, veado, pipoca, milho e sorgo. SENTENÇAS DE OWONRIN MEJI:

(1) Se Oshala não der a ordem, nenhuma guerra arrazará o país.

(O cliente deve oferecer um adimu a Oshalá para evitar que algo de ruim lhe aconteça). (2) É diante daqueles que dão generosamente que as pessoas se curvam e não diante dos que são avarentos.

(O cliente deve oferecer o sacrificio sem medir as despesas dele proviniente).

(3) Não se deve jamais colocar uma esteira zã kplakpla (*), sobre uma esteira de junco. (Se o cliente se propõe a qualquer tipo de empresa com outra pessoa, será ele quem deverá dirigir a empresa).

(*) Esteira de má qualidade.

(4) Um gancho serve para puxar as coisas para junto de nós e não para afastá-la. (O cliente receberá a recompensa pelos seus esforços).

(5) A guerra não pode abater o rochedo.

(Os inimigos nada poderão contra o cliente que, no final, sairá vitorioso.). ITAN DE OWONRIN MEJI

(1) Owonrin Meji fazia parte do elenco de Oduduwa e vivia em sua companhia e de seus irmãos, num lugar lá no alto.

Ele era por demais violento, atacava indiscriminadamente homens e animais e não exitava em abater maldosamente a quem avistasse.

Descontente, Oduduwa mandou chamá-lo a sua presença mas, temendo ser castigado, Owonrin Meji refugiou-se sobre a Terra.

Descoberto a esconderijo, Oduduwa ordenou que se transformasse em Sakpata e que passasse a viver para sempre na Terra em que vivem os homens e os bichos. É por isso que, sempre que alguém faz um juramento sobre Sakpata, deve recolher uma pitada de terra do chão e engolir.

(2) Um dia Kpo (*) disse a Sonu (*): “Eu gostaria de conhecer a tua casa. Sonu respondeu-lhe no entanto, que aquilo não seria muito fácil.

Tempos depois os dois amigos voltaram a encontra-se casualmente e Kpo disse: “Amigo Sonu, eu vou aproveitar a ocasião para acompanhá-lo até sua casa e assim afinal, poderei conhecê-la.”

Os dois seguiram então em direção à casa de Sonu e, logo que a avistaram, Kpo já sabendo sua localização, resolveu voltar.

Diante do ocorrido, Sonu ficou muito preocupado: “Kpo só queria saber onde fica minha casa, seu procedimento é muito ruim e eu não confio nem um pouco em seu caráter. É melhor que eu consulte Ifá para conhecer suas verdadeiras intenções.”

Na hora da consulta, Owonrin Meji apresentou-se transmitindo a seguinte mensagem: “É necessário que me tragas folhas de palmeiras ainda verdes e que me entregues o pano estampado que te serve de vestes neste momento. Eu oferecerei um sacrificio em teu nome, mas terás que mudar de residência.”

Quando Sonu lhe entregou as folhas de dendezeiro, Owonrin Meji embrulhou-as no pano estampado e ordenou que, naquela noite, colocasse o fardo sobre a esteira em que costumava dormir e que fosse se esconder num lugar próximo onde pudesse, em segurança, assistir o que iria acontecer.

Sonu seguiu integralmente as orientações, durante a noite, Kpo chegou sorrateiramente e aproximando-se, saltou sobre o feixe de folhas que julgava ser Sonu adormecido, abocanhando-o furiosamente.

Os espinhos existentes nos talos das folhas penetraram profundamente em suas patas e em seu focinho. Espantado, Kpo arrancou os espinhos e o sangue jorrou, enquanto os ferimentos começram a coçar terrivelmente.

Desesperado com a coceira, Kpo cravou as garras com toda a força no próprio focinho, fazendo com que os ferimentos abrissem mais e a coceira aumentasse. Quando mais Kpo se coçava, mais se dilacerava e mais insuportável se fazia coceira de suas feridas.

O sangue jorrava abundantemente sobre a terra e, em pouco tempo, enfraquecido pela hemorragia, o animal tombou sobre o solo.

Enquento teve forças, se coçou de forma tão furiosa que seu focinho ficou completamente descarnado. Não resistindo ao sofrimento e a hemorragia, Kpo acabou morrendo, vítima de sua própria maldade.

Seguro em seu esconderijo, Sonu bradou ileso e feliz: “E je un sanananana!” ( Kpo atirou-se sobre os espinhos e os espinhos o mataram!)

Foi assim que, com a ajuda de Ifa, Sonu livrou-se de seu inimigo. (*) Leopardo.

(**) Onça pintada.

Ebó: Uma folha de dendezeiro verde e inteira; uma esteira; um pedaço de pano estampado imitando a pele da onça; dois galos. Arruma-se tudo sobre a esteira, primeiro o pano e sobre ele, a folha de dendezeiro enrolada. Sacrifica-se um galo para Elegbara deixando o eje correr sobre o igba. O galo é colocado no meio da folha (cabeça e tudo). Faz-se então, um embrulho com o pano estampado, enrola-se na esteira e leva-se pra dentro da mata. O outro galo, depois de passado no corpo do cliente, é apresentado a Elegbara e posto em liberdade.

Este ebó é indicado para pessoas que estejam sendo ameaçadas por inimigos ou que estejam sobre ameaça de acidentes graves.

(3) Lin (*) havia declarado guerra sem tréguas a Ta (**). A árvore, cheia de medo, foi consultar Ifá a quem perguntou: “Veja só, Lin me declarou guerra, mas ela possui uma tropa muito numerosa e eu sou sozinho! O que devo fazer para evitar tal guerra?”

Owonrin Meji, surgindo na consulta determinou: “Pegue alguns de seus filhos (galhos e ramos) e com eles faça cacetes, pilões gamelas que deverão ser colocadas em sua casa antes que decorram sete dias.

No sétimo dia, os grãos de milho, em grande quantidade, atacaram Ta e foram caindo, aos montes, nas bocas dos pilões, pensando que com isto iriam sufocar a árvore. Tá e sus ramos transformados em cacetes nada mais tiveram a fazer, que socá-los, transformando- os em farinha.

Foi assim que a árvore Ta, triunfando sobre os inimigos, em regozijo, pôs-se a cantar: Ta-tin huwa e wu li hwã to egbe.

O Wele-Meji! Ahwã towe ja we na wu me tõ! (Atati esmagou o milho na gurra de hoje.

O Owonrin Meji! Que tua guerra seja sempre vitoriosa!). (*) espiga de milho.

(**) certo tipo de árvore.

Ebó Onze cacetinhos de madeira, onze espigas de milho verde, milho seco solto, uma gamela, farinha de milho (fubá). Arruma-se tudo dentro da gamela, seguindo a seguinte ordem: O milho seco no fundo da gamela, as espigas arrumadas em volta com as pontas mais finas viradas pra cima, os cacetinhos de madeira por cima do milho, (espetados para que permaneçam em pé). O fubá, em boa quantidade é espalhado por cima de tudo. A gamela permanece diante de Elegbara até que o milho das espigas esteja completamente duro e seco. Depois disto, leva-se a uma mata e despacha-se aos pés de uma árvore.

É indicado para resolver pendências e casos de justiça.

(4) Existem duas qualidades de Sakpata, um chamado Zunxolu, Rei da Floresta, é selvagem e o outro, chamado Je-Xolu, Rei das Pérolas, é doméstico.

Je-Xolu possuia duzentos cavalos e igual número de bois, galinhas d’Angola, igbis, galinhas e galos caipiras, cabritos, cães, gatos e porcos. Era nesta época solteiro e, todo animal que comessasse a criar reproduzia-se abundantemente, mas por proibição de Owonrin Meji, signo pelo qual veio ao mundo, estava impedido de abater qualquer animal.

Certo dia um desconhecido, abatido pela fome, bateu em sua porta e Je-Xolu,, não tendo como alimentá-lo, sacrificou uma galinha, oferecendo-a ao estranho.

No outro dia surgiu outro estranho, ao qual foi oferecido um cabrito. No outro dia a um terceiro, foi oferecido um porco, a um quarto, um cavalo e depois, a um outro, um boi.

Desta forma foi sendo abatido um animal de cada espécie, até que chegou a vez da galinha d’Angola que, na hora de ser sacrificada, pôs-se a gritar: “Tu vais me matar! Tu vais me matar!” Com estes gritos todos os animais despertaram.

Na manhã seguinte, os animais se reuniram num lugar secreto e constataram que, de cada espécie, faltava uma unidade e concluiram: “é isto o que nosso dono pretende fazer a todos nós, ele nos matará a todos”

Naquele tempo, Zunxolu nada possuia de seu, nem jamais fizera qualquer prece a Oduduwa para que o grande Vodun dispensasse alguns bens em seu favor.

No dia exato em que os animais pertencentes a Je-Xolu estavam reunidos, Zunxolu passou pelo local, havendo se alimentado somente de ervas, por todo o caminho, cujos restos ia abandonando em seu percurso.

Os animais vendo as folhas e raizes caídas no chão, foram seguindo a trilha, acabando por chegar a casa de Zunxolu que, neste exato momento, tinha diante de si uma galinha d’Angola que se destinava a um sacrificio. Vendo a casa invadida por tantos animsis, entre os quais inumeras galinhas d’angola, Zunxolu pegando um pouco de oshe- dudu (*) salpicou de preto sua galinha para que não se confundisse com as muitas que acabaram de chegar. É preciso que se saiba que, naquela época, as galinhas d’angola eram inteiramente brancas.

Quando todos os animais acabaram de entrar em sua casas, Zunxolu tocou-os todos para dentro de um grande aposento que possuia, trancando-os. Depois, munido de um sino, pôs- se a badalar para apressar alguns animais que pudessem ter se atrazado no caminho.

No dia Seguinte, Je-Xolu dando falta de seus bichos, resolveu sair pra procurá-los e, seguindo as pegadas chegou a casa de Zunxolu, a quem, depois de saldar, perguntou: “Todos os meus animais desapareceram, não terá você visto para onde eles foram?”

“Não, tenho aqui apenas uma galinha d’Angola que crio pra oferecer em sacrificio!” respondendo o outro, mostrando sua galinha d’Angola.

Todos os animais presos no quarto, ouviram a conversa e, apesar de reconhecerem a voz de seu verdadeiro dono, ficaram bem quietos para não terrm que seguí-lo de volta, correndo o risco de serem posteriormente sacrificados para servirem de alimentos para alguém.

Foi assim que Zunxolu ficou com tudo e Je-Xolu sem nada. É por isto que quando a variola entra numa casa não se deve imolar qualquer animal, nem permitir que corra sangue no chão. Se esta regra não for obedecida, a fúria da doença será ncontrolável e ela transformando-se em epidemia, se alastrará por todo o país.

Não se deve violar a interdição de Sakpata. (*) Sabão preto - Sabão da Costa.

Ebó: Onze pedaços de pano vermelho, pipoca, sabão da costa, yerosun. Prepara-se uma grande quantidade de pipoca e deixa-se num alguidar aos pés de Omolu. Traça-se o signo de Owonrin Meji sobre o yerosun, faz-se a saudação do Odu, mistura-se o yerosun a uma bola de sabão da costa, manda-se a pessoa doente tomar banho durante onze dias com este sabão. Depois de cada banho, o cliente tem que secar o corpo num dos pedaços de pano vermelho. Retira-se um pouco da pipoca contida no alguidar, embrulha-se no pano em que a pessoa se enxugou e despacha-se em cima de um formigueiro. A cada punhado de pipocas que se retirar do alguidar, acende-se uma vela. A pipoca deve ser em quantidade suficiente para os onze banhos e não pode sobrar nenhuma depois do ultimo banho.

(5) Todo o fogo se apaga, mas o fogo que ilumina a cauda do papagaio Kese (*) , não se apaga jamais.

E isto que é revelado através deste signo: Todas as evidências de por meios naturais, sobrepor-se aos inimigos. Pobreza e miséria serão superados de forma que haja condições de se fazer os sacrifícios necessários.

Fogo mantinha uma rivalidade com Chuva, Sol também tinha rivalidade com Chuva e a mesma rivalidade existia entre Chuva e o papagaio Kese.

Foi determinada uma data para que a querela existente fosse decidida através de um combate e, no dia determinado, os três inimigos de Chuva lançaram-se simultaneamente sobre ela.

Sol, encoberto pelas nuvens não pode brilhar e Fogo foi extinto pelas águas de Chuva. Somente Kese não foi afetado pelo inimigo e suas penas vermelhas, apesar de molhadas, conservaram todo o seu esplendor, Kese saiu incólume do combate.

Foi a partir deste dia que suas penas vermelhas passaram a ser utilizadas como símbolo de vitória.

(*) Papagaio de rabo vermelho, o mesmo que o odide dos Yoruba. As penas de sua cauda (eko dide) são consideradas sagradas.

Cânticos de Ifá referente a este Itan: Olu lebe lobe Ina Olu lebe lobi Orun, Olu lebe lobi eko, Ojo ki ilo ko pa ina eko.

Tradução: O Grande Senhor criou o Fogo, O Grande Senhor criou o Sol, O Grande Senhor criou o Ekodidé,

A Chuva que cai, não pode apagar o fogo da cauda de Kese.

Ebó: Água de chuva, carvões, uma pena ekodidé, um galo. Acende-se o braseiro e quando o fogo estiver bem vivo, despeja-se em cima a água de chuva contida num vasilhame qualquer. Recolhe-se as brasas já apagadas numa panelinha de barro e coloca-se sobre elas, espetadas, a pena. Faz-se a prece do ebó, pede-se o que se quer e deita-se nos pés de Elegbara até que se obtenha a graça pretendida. Quando isto ocorrer, sacrifica-se um galo sobre os carvões e a pena, oferece-se a Elegbara e despacha-se num lugar alto.

Prece: Esta é a prece mais importante do Owonrin Meji. Antes de pronunciá-la, deve-se comer uma quarta parte de um obí anteriormente mergulhada em azeite de dendê. Depois disto, oferece-se à Terra: água, azeite de dendê, os fragmentos restantes do obí e moedas, observando-se a ordem aqui descrita. Todo este cuidado deve ser tomado porque neste signo as influências advindas da feitiçaria são por demais fortes e perigosas.

A prece deve ser feita, para maior segurança, todas as vezes em que sair um ebó deste signo.

Egun owonon, Egun ko eugudu Yinlon kpada alatosi omo ewi. Oko olowo ni komo Iyami Aje. Oni pa mi õgun koni pa mi. Ikú ko si.

Tradução:

Egun não pode recusar o vulto de argila representando uma certa pessoa.

Ela irá para o lugar onde se encontra o filho de Ewi.

O mais belo ornamento de um homem rico é o filho de Minha Mãe Ajé.

A guerra e a bruxaria não podem me matar. Não haverá morte.

(6) Havia naquele tempo, dois homens que foram colocados em confronto pelo destino em situações absolutamente diversas.

O primeiro deles se chamava Próspera na Tua Proximidade e era um rico senhor, comerciante de escravos. O segundo homem, mísero escravo, recebera o nome de Nada pode impedir que Prospere Quem tem que Prosperar.

O pobre escravo havia sido comprado como mercadoria de um fazendeiro vizinho, uma galinha d’Angola que, imediatamente começou a dar cria enchendo seu dono de pintinhos. O infeliz, imaginou logo que, se vendesse os filhotes de sua galinha d’Angola, poderia, em pouco tempo, obter dinheiro suficiente para comprar sua alforria.

O malvado senhor, pressentindo as intenções do escravo e não querendo abrir mão de seus serviços, ordenou-lhe que fosse ao mercado e, aproveitando-se de sua ausência, matou o animal e toda a sua prole.

Ao retornar, o escravo deparou desolado com a mortandade provida por seu amo e, tratou de limpar os bichos mortos e, depois de defuma-los, guardou-os entre as palhas que cobriam a miserável choupana em que habitava.

Dias depois, o mesmo vizinho presenteou o escravo com uma ovelha prenhe que imediatamente começou a dar crias o que recendeu as esperanças do escravo.

Mas a história voltou a se repetir e novamente os animais foram abatidos pelo malvado senhor de escravos. O infeliz servo, agindo da mesma forma anterior, limpou e defumou os animais guardando-os junto com os demais.

Ao saber do acontecido, o bondoso vizinho resolveu presenteá-lo, semanalmente, com uma pequena quantia em dinheiro pra ser economizada até atingir o valor do resgate.

Certo dia, surgiram na cidade alguns homens que transportavam a ossada de um príncipe morto em combate, num lugar muito distante dali. Estes homens já vinham viajando a muito e muitos dias e seus recursos financeiros esgotaram-se por completo.

Sem condições de prosseguirem em sua viagem, resolveram colocar a venda os ossos do príncipe, garantindo que aquele que os apresentasse ao rei, seria regiamente recompensado.

Novamente o malvado maquinou uma forma de impedir a libertação de seu escravo e pegando todo o dinheiro por ele acumulado, comprou a ossada, apresentando-se depois e dizendo: “Tomei a liberdade de lançar mão do teu dinheiro pra comprar os ossos do príncipe morto em combate. Posso garantir, desta forma que, se um dia conseguires dinheiro suficiente para sua alforria e mais uma boa quantia para uma viagem até o palácio real, nosso rei irá recompensar-te de tal forma, que a segurança de tua velhice estará garantida.

O jovem viu mais uma vez seus sonhos serem desfeitos e, conformado com sua desdita, guardou os ossos junto com os animais defumados.

Passaram-se os anos, e um dia uma epidemia assolou a capital do país. O Rei, tratou de consultar seu advinho e na consulta surgiu Owonrin Meji que exigiu um sacrifício no qual era necessário uma certa quantidade de galinha e pintos d’Angola, assim como de ovelha e carneirinhos defumados a mais de três anos.

Os mensageiros do rei saíram, país afora, em busca dos ingredientes necessários ao ebó que terminaria com a moléstia que dizimava a população e, depois de muitos dias de busca infrutífera, chegaram a cidade onde viviam nossos heróis e, no mercado, anunciaram as suas pretensões.

Ao ouvir o que desejavam aqueles homens, o escravo apresentou-se e colocou a disposição seu estoque de carnes defumados e o chefe dos mensageiros ordenou-lhe que recolhesse tudo de seu e que os acompanhasse até o palácio real, o que não pode ser evitado pelo senhor de escravos que nada era diante da autoridade dos arautos reais.

Desta forma, o pobre escravo juntando seus poucos pertences, dirigiu-se ao palácio real, onde entregou ao Babalawo do rei o material necessário ao ebó determinado.

Feito o ebó, o resultado foi surpreendente e muita gente já desenganada, recuperou a saúde como que por milagre.

Muito contente, o rei mandou que fosse dado ao jovem escravo, além do valor correspondente a sua alforria, o direito a um terço dos impostos arrecadados no reino, tornando-o desta forma, muito rico.

Pouco tempo depois, o ex-escravo relatou à sua majestade, a passagem relativa aos ossos do príncipe que ainda estavam em seu poder, o que deixou o rei muito emocionado por tratar-se dos despojos de seu próprio filho. como recompensa por mais este obséquio, o rei concedeu ao jovem, a mão de sua própria filha em casamento, ficando assegurado que, após sua morte, caberia ao rapaz o reinado por inteiro.

Rico e poderoso, o mancebo mandou que fossem buscar seu antigo amo e, ao contrário que se esperava, demonstrando bondade e compreensão, soube perdoar todo o mal que lhe foi feito oferecendo-lhe um lugar de destaque na corte real.

Este caminho determina a realização de um sonho, através de persistência, resignação e bondade.

Ebó Uma galinha, dois pintos, uma ovelha e tudo mais que se oferece a Eshú. Sacrifica-se os animais sobre o Igba de Elegbara, com tudo o mais e despacha-se no local determinado pelo jogo.

SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO

No documento Buzios 16 (páginas 100-106)