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3.2 DESIGN DIGITAL

3.2.6 Interface

A sociedade contemporânea está estruturada em torno da informação. "Ela nos permite interagir entre nós e com nosso ambiente, sendo assim, um requisito vital para nossa sobrevivência como sociedade.” (FORMIGA, 2011).

Muitos autores concordam que o casamento entre imagem e texto é o jeito mais eficiente de transmitir estas informações. Recursos visuais são imprescindíveis para a interconexão entre usuário e tecnologia, efetivando a comunicação da mensagem que se está querendo transmitir e, assim, produzindo uma experiência muito mais rica e significativa.

Em cada meio de comunicação existe uma superfície onde o leitor ou o usuário lê e usa a informação, uma interface. Segundo Royo (2009), a história da interface se deu inicio pelo interesse do ser humano em registrar o conhecimento adquirido pela sociedade, se utilizando de instrumentos e suportes para gerar comunicação. Dito isso, o próprio autor conclui que, da própria geração de signos e símbolos na comunicação humana, a sociedade evoluiu diversificando-se e especializando- se com o tempo.

Segundo Lemos (1997), as interfaces digitais atuam como mediadores cognitivos, como desmontrado de forma objetiva na Figura 4. A mediação é desenvolvida através de operações envolvendo vários agentes e iniciada por usuários por meio da manipulação direta de informações.

Figura 4 - Diagrama ontológico do design

Fonte: Quintão, 2014

Como a comunicação evoluiu em cada etapa histórico-cultural, a linguagem visual das interfaces digitais também amadureceu muito nos últimos anos; foi ficando mais sóbria, flat, com menos elementos decorativos e mais foco em permitir que o usuário realize tarefas com facilidade (TEIXEIRA, 2014). Sendo assim, se a camada do software que faz a interface com o usuário não é agradavelmente usável, o resultado de todo o trabalho tecnológico árduo por parte de bastidores pode ter sido insignificante ou negativamente impactado, pois não atingiu quem deveria: o usuário final.

Para construir uma interface eficiente no que diz respeito à informação visível, Ferreira Nunes (2014) manifesta-se com a base de que há de se obedecer a certos requisitos:

1. Consistência: a consistência em um sistema evita a frustração provocada por

comportamentos inesperados (nos menus, comandos de entrada e exibições de informações). A apresentação visual de uma interface, o uso adequado de combinação de cores, o uso de nomes e ícones para o mesmo assunto e o uso de um mesmo nomeou ícone para funções diferentes são orientações para assegurar a consistência de um sistema.

2. Feedback: necessário em todo o tipo de comunicação. A interação do usuário com o computador ou qualquer outro sistema necessita de um feedback.

3. Níveis de habilidade e comportamento humano: requisitos em que os softwares são desenvolvidos dentro de um contexto social para criar sistemas úteis para um certo grupo de pessoas. É necessário identificar e compreender esse grupo, investigar como as pessoas realizam suas tarefas, o que pensam e o que sentem. Por exemplo, uma interface boa para um engenheiro pode revelar-se inadequada para alguém sem qualificações similares. Os requisitos visuais são recursos em que são inseridos ícones e fotografias (são ótimas ferramentas para iniciantes, pois ajudam a visualizar e compreender diversos aspectos da

interface). É importante que os ícones apresentem as seguintes características: fácil

reconhecimento, fácil recordação e fácil discriminação, ou seja, a diferenciação clara entre dois ou mais ícones.

4. Percepção humana: a interface estabelece uma interação visual humano-computador. Todas as informações em um sistema, como o tamanho do texto, o tipo de fonte, o comprimento das linhas, a localização e a cor são fatores que interferem diretamente na percepção da informação, uma interface bem planejada não exige que o usuário

memorize todas as funções de um sistema.

5. Metáfora: do termo grego metaphora significa mudança, transposição, transparência, baseia-se na técnica de substituir um signo por outro para tornar a comunicação mais efetiva (FERREIRA; NUNES, 2014). Ferreira e Nunes (2014) destacam o exemplo do desktop, em que o usuário interpreta a tela do computador como a mesa em que ele vai manusear seu material de trabalho.

6. Minimização de carga de memória na interface: relacionado a reduzir o esforço exigido do usuário para memorizar suas características e sistemas, por tal motivo é recomendável utilizar comandos de fácil memorização e ícones. “É preciso, durante todo o processo de desenvolvimento, constante preocupação com a escolha e com o projeto dos signos, para que não gerem dúvidas e tornem a interface a mais poderosa possível”. (FERREIRA; NUNES, 2014, p. 45).

7. Eficiência no diálogo, no movimento e nos pensamentos: relacionado ao esforço que o usuário necessita fazer para realizar a uma tarefa e à distância dos ícones. Alguns exemplos são os ícones de recortar, copiar e colar: quando estão perto um do outro, é possível clicar em um desses ícones e em seguida no outro, assim o usuário não perde tempo procurando o ícone que precisa.

8. Classificação funcional dos comandos: relacionada com os requisitos funcionais, são comandos exibidos através de ícones e menus.

9. Manipulação direta: refere-se ao usuário se sentir no comando das funções representadas em um sistema.

10. Exibição exclusiva de informações relevantes: serve para destacar as informações mais importantes em um sistema, isso faz com que o usuário não perca tempo

explorando vários menus, textos e imagens até encontrar o que precisa.

11. Uso de rótulos e abreviações: baseia-se em adotar abreviações padronizadas, rótulos consistentes e cores previsíveis. Não se deve alterar os significados dos itens

padronizados e muito menos usar signos eventuais para representar itens novos.

12. Uso adequado de janelas: nesse requisito deve ser evitado abrir novas janelas, com algumas exceções. “É preciso procurar tirar o máximo proveito do espaço da tela. Deve-se, portanto, evitar o excesso de interfaces de sites com propagandas, banners e

afins”. (FERREIRA; NUNES, 2014, p. 48).

Os requisitos aqui apresentados são essenciais, afinal, a forma como o projeto está estruturado na aplicação definirá as interações com o cliente, sua relação com o sistema e o nível de conformidade (GOLÇALVES, 2019).

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