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Interferência para que a criança brinque com pares do mesmo sexo

CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.2 Concepções sobre desenvolvimento infantil

3.3.3 Brincadeiras

3.3.3.3 Interferência para que a criança brinque com pares do mesmo sexo

Com o objetivo de verificar se os participantes interferiam para que as crianças brincassem com crianças do mesmo sexo, foi questionado primeiramente aos progenitores se seus filhos brincavam com outras crianças, além das do espaço escolar. As educadoras não responderam a essa questão. Posteriormente, foi questionado a todos os participantes se eles interferiam para que as crianças brincassem com outras do mesmo sexo. Ambas as questões foram analisadas a partir de três agrupamentos: por sexo da criança, por sexo dos pais e por nível socioeconômico/educacional.

3.3.3.3.1 Interação entre pares

De acordo com as respostas dos progenitores para a pergunta sobre se seus filhos brincavam com outras crianças, além das do espaço escolar, a única forma que apresentou diferença na presença e na ausência de categorias foi a comparação por nível socioeconômico/educacional, pois a categoria “não” não surgiu no grupo EPI. Na comparação entre os grupos de progenitores de meninas e progenitores de meninos e entre os grupos de pais e mães, não houve diferenças entre as categorias citadas. Quando analisada a diferença em termos percentuais, a análise por nível socioeconômico/educacional e por sexo dos pais apresentou um total de 40% de diferença entre as categorias EPU e EPI e de mães e pais. A análise por sexo do filho apresentou diferença de 20% entre os grupos de meninas e meninos. Assim, a diferença apresentada de forma mais detalhada nessa questão é a por nível socioeconômico/educacional.

Análise por sexo da criança

Quando as respostas foram divididas pelo sexo da criança, com o objetivo de saber se meninas ou meninos brincavam mais com outras crianças, as respostas foram agrupadas da

seguinte forma: meninas: sim, 53%; não, 23%; e pouco, 25%; e meninos: 63%, sim; 13%, não; e 25%, pouco. Apesar dos percentuais diferentes, os dois grupos apresentaram as mesmas categorias.

Análise por sexo dos pais

Quando as respostas foram agrupadas de acordo com o sexo dos pais, foram distribuídas da seguinte forma: as mães: 50% responderam sim; 15%, não; 35%, pouco; os pais: 65% responderam sim; 20%, não; e 15%, pouco. Apesar dos percentuais diferentes, mães e pais apresentaram as mesmas categorias.

Análise por nível socioeconômico/educacional

Os pais do grupo EPU responderam que seus filhos brincavam com outras crianças: 58% disseram sim; 28%, não; e 15%, pouco. Quanto aos pais do grupo EPI, os resultados foram estes: 58% responderam sim; e 35%, pouco. Aqui houve uma diferença, pois apenas o grupo EPU afirmou que os filhos não brincavam com outras crianças.

Tabela 18- Brincadeiras: interação entre pares

Pública n = 40 Privada n = 40

Menina n=20 Menino n=20 TOTAL Menina n=20 Menino n=20 TOTAL

Sim 9 14 23 12 11 23 45% 70% 58% 60% 55% 58% Não 7 4 11 2 1 3 35% 20% 28% 10% 5% 8% Pouco 4 2 6 6 8 14 20% 10% 15% 30% 40% 35%

Como demonstrado na tabela acima, a maioria das crianças apresenta a possibilidade de brincar com outras crianças (58% do grupo EPU e EPI). Entretanto, 28% do grupo EPU afirmaram que os filhos não brincam com outras crianças, porém, no grupo EPI, essa categoria não apareceu. Quando somadas as categorias ‘pouco’ e ‘não’, o percentual sobe para 43% tanto no grupo EPU, quanto no EPI.

Ao comentar sobre quem eram ou de onde seriam as crianças que interagiam com seus filhos, os participantes citaram: irmãos das crianças sobre os quais os pais estavam respondendo a pesquisa; filhos dos amigos dos pais que têm idades similares às das crianças dos pais entrevistados; crianças da vizinhança - de outras casas ou do mesmo prédio ou condomínio; os primos das crianças filhas dos pais entrevistados; e crianças em parques, restaurantes, praças e praias, com quem nem os pais nem as crianças apresentam outros vínculos familiares ou de amizade.

3.3.3.3.2 Interferência na interação entre pares

Os participantes também foram questionados sobre se interferiam para que as crianças brincassem com crianças do mesmo sexo. As categorias que surgiram foram: sim e não. A análise por ausência e presença de categorias indicou que o nível socioeconômico/educacional foi o que apresentou mais diferenças entre as categorias, pois o grupo EPI foi o único que não apresentou uma das duas categorias. Os resultados das diferenças percentuais entre os grupos também apontaram que, no nível socioeconômico/educacional (115%), houve mais diferenças do que na comparação entre o sexo das crianças (25%) e o dos pais (35%).

Análise por sexo da criança

Quando a diferença foi analisada pelo sexo da criança, as respostas foram: 75%, não, e 25%, sim, para meninas, e 88% não, e 13% sim, para meninos.

Análise por sexo dos pais

Quando analisadas as diferenças entre os grupos de mães e de pais, 90% das mães afirmaram ‘sim’, e apenas 10% afirmaram que não interferem para que o filho brinque com uma criança do mesmo sexo. Já 73% dos pais afirmaram sim, e 28%, não.

Análise por nível socioeconômico/educacional

Como as respostas foram analisadas de acordo com o nível socioeconômico/educacional, 68% dos pais do grupo EPU afirmaram que não interferem para que os filhos brinquem com crianças do mesmo sexo, e 33% afirmaram que sim. No grupo EPI, 95% dos pais afirmaram que não interferem. Esses resultados mostram que a maior diferença entre os grupos foi no nível socioeconômico/educacional, pois os pais do grupo EPI não interferem para que seus filhos brinquem com crianças do mesmo sexo, enquanto 33% dos pais do grupo EPU o fazem.

Todas as educadoras afirmaram que não interferem para que as crianças brinquem com outras do mesmo sexo. Desse total de 100%, 55% afirmaram que interferiam para o oposto, ou seja, para que meninas e meninos brincassem juntos.

Tabela 19- Interferência para que as crianças brinquem com pares do mesmo sexo

Público n = 40 Privado n = 40 Educadora n = 20

Menina n=20 Menino n=20 TOTAL Menina n=20 Menino n=20 TOTAL Público n=10 Privado n=10 TOTAL Não 12 15 27 18 20 38 10 10 20 60% 75% 68% 90% 100% 95% 100% 100% 100% Sim 8 5 13 2 0 2 0 0 0 40% 25% 33% 10% 0% 5% 0% 0% 0%

De forma geral, o estudo mostrou que a maioria dos progenitores (68% EPU e 95% EPI) não interfere para que os filhos brinquem com crianças do mesmo sexo e que todas as educadoras também não.