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Onde:

IVS = Índice de Vulnerabilidade Social

T1= Índice de Desenvolvimento Humano Municipal T2= Índice de Rendimentos

T3= Índice de Educacional

Os índices com valores próximos ou iguais a 1,0 (um) correspondem às áreas de menor vulnerabilidade enquanto as de maior vulnerabilidade possuem valores situados próximos ou iguais a 8,0 (oito).

Indicadores e valores para avaliação da vulnerabilidade a ocorrência da esquistossomose.

No estabelecimento do IVE atribuiu-se peso 2(dois) as variáveis ligadas ao hospedeiro definitivo e peso 1(um) as variáveis ligada ao hospedeiro intermediário, tendo em vista que os condicionantes geoambientais isoladamente não constituem as condições necessárias à proliferação da doença. A forma como se darão as relações sociais nestes espaços é que poderá ou não viabilizá-la.

Assim, o resultado auferido para cada indicador foi multiplicado ao peso que reflete a sua influência na ocorrência da doença. Em seguida, estes valores foram associados e o resultado dividido pela soma dos pesos que compõem cada tema utilizado na função estatística expressa a seguir:

IVE= IAA(2) + IVS(2) + IVB(1) 5

Onde:

IVE= Índice de Vulnerabilidade a Esquistossomose IAA=Índice de Adequabilidade Ambiental

IVS= Índice Vulnerabilidade Social IVB= Índice Vulnerabilidade Biofísica

De acordo com as análises procedidas, a vulnerabilidade foi hierarquizada em cinco classes: muito-baixa, baixa, moderada, alta e muito-alta, as quais são atribuídos valores que variam de 1,0 (um) a 8,0 (oito). Os índices com valores próximos ou iguais a 1,0 (um) correspondem às áreas de menor vulnerabilidade, enquanto as de maior vulnerabilidade possuem valores situados próximos ou iguais a 8,0 (oito), descritas conforme Quadro 1.

Quadro 1 - Índice de vulnerabilidade a ocorrência da esquistossomose.

Valores da vulnerabilidade Potencialidade Topologia

<1,6 Muito Baixa

1,6 - 3,2- Baixa

>3,2 – 4,8 Moderada

>4,8 – 6,4 Alta

>6,4 – 8,0 Muito-Alta

Fonte: Silva, Marília M. B. L., 2017.

Procedimentos metodológicos do Objetivo 5

Zonear os distintos padrões epidemiológicos de ocorrência da esquistossomose no estado;

Hipótese: O zoneamento das áreas endêmicas contribui na percepção dos

diferentes fatores de risco associados a disseminação da doença, facilitando o trabalho de gestores na vigilância e monitoramento do agravo.

Para compreensão dos distintos padrões epidemiológicos de disseminação da esquistossomose em Sergipe foram consideradas publicações acadêmicas acerca dos modelos reprodutivos da doença em municípios endêmicos do estado, como também, foram realizados trabalhos de campo - momento em que aplicamos questionários semiestruturados, entrevistas e observamos a conduta comportamental da população frente as coleções hídricas reconhecidas como focos de transmissão da doença - visando uma melhor caracterização dos padrões apontados na literatura.

Este momento da pesquisa foi fundamental tanto para o reconhecimento, em lócus, das condições potencias de disseminação da doença no estado. Como também, na produção de material iconográfico, levantamentos de dados diretos e aprimoramento

metodológico.

Foram realizadas 27 (vinte e sete) visitas as áreas endêmicas para a esquistossomose no estado, no período de Novembro de 2015 a Maio de 2017, totalizando em média 54 (cinquenta e quatro) dias em campo. As saídas foram planejadas de modo que permitissem a cobertura das áreas endêmicas abrangendo os períodos de estiagem e chuvosos, objetivando analisar hábitos comportamentais da população e condições socioambientais das áreas endêmicas em diferentes períodos do ano.

Como auxílio aos trabalhos de campo foi utilizado GPS - para localização das comunidades visitadas e das coleções hídricas infectadas - e máquina fotográfica, para produção de material iconográfico, possibilitando a aplicação de técnicas de observação para a categorização das áreas.

As visitas a campo eram acompanhadas por agentes de saúde da busca ativa dos municípios, os quais nos conduziam as áreas endêmicas para a aplicação dos questionários e entrevistas, bem como, aos espaços identificados como focos de transmissão da doença, contribuindo para identificação e caracterização dos locais de contato com a água e exposição dos indivíduos.

Os questionários, fonte de dados primários, continham perguntas referente as características socioeconômicas (infraestrutura habitacional, renda familiar, ocupação, dentre outros), demográficas (gênero, idade, local de residência, naturalidade, grau de escolaridade) e comportamentais (hábitos de higiene pessoal, atividades de lazer, local e tempo de contato com as fontes hídricas) da população.

As entrevistas contribuíram para análise da percepção da população quanto os riscos de transmissão da doença. De maneira geral, estas foram bastante simples com um pequeno número de questões e linguagem pouco formal, perpassando assim, uma ideia de diálogo. Neste momento evitou-se utilizar instrumentos de auxílio como gravadores ou câmeras, pois, estes poderiam inibir ou alterar o comportamento dos entrevistados (Figura 3).

Figura 3 - Entrevista com população de áreas endêmicas do estado.

Fonte: Trabalho de campo, 2017. Acervo fotográfico de Silva, Marília M. B. L.

Além disso, foram entrevistados gestores da saúde dos referidos municípios (secretários de saúde, coordenadores dos centros de endemias e zoonoses, agentes de saúde, dentre outros), os quais nos informavam sobre a atuação do município em relação ao controle e vigilância da doença.

Nesta etapa da pesquisa foram obtidas informações esclarecedoras que colaboraram, significativamente, para a compreensão da dinâmica social das áreas endêmicas. As informações obtidas são resgatadas durante o corpo do texto quando pertinente a temática abordada.

Em cada território hiperendêmico, identificado no objetivo 1 deste estudo, foi determinado para investigação três dos municípios com os maiores índices de positividade de acordo com o PCE. Acrescido de três municípios localizados em áreas focais do estado - Lagarto, no Centro Sul Sergipano, São Domingos, no Agreste Central e Pirambu, no Leste Sergipano.

No Baixo São Francisco foi efetivado levantamento das características epidemiológicas nos municípios de Ilha das Flores, Neópolis e Japoatã, totalizando 12 pontos visitados, todos eles com características ecológicas e ambientais semelhantes, áreas rurais ou periurbanas próximas a projetos de desenvolvimento.

No Sul Sergipano foram visitadas as áreas endêmicas dos municípios de Itabaianinha, Cristinápolis e Estância, totalizando 20 pontos investigados, ambos com características epidemiológicas similares, áreas rurais e mesmo tipo de espécie do hospedeiro intermediário, Biomphalaria Glabrata.

Na Grande Aracaju foi realizada investigação nos municípios de Aracaju e São Cristóvão, totalizando 6 pontos visitados, ambos com características ecoepidemiológicas semelhantes, áreas periféricas de centros urbanos. No Quadro 2 estão expostos os pontos das áreas visitadas.