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ANEXO C RESUMOS DAS ENTREVISTAS

C.5 José Augusto Ferrarin

É diretor de tecnologia da Extreme Tecnologia

Caracterização da empresa

No momento trabalha completamente como fábrica de projetos e de desenvolvimento. Mas não é objetivo da empresa ficar unicamente no modelo de fábrica, até pelas características do mercado baiano.

Não há cultura de contratação de fábrica em Salvador. Há clientes que fazem questão do projeto dentro da própria empresa contratante, com equipe alocada ao projeto. No mercado de São Paulo há grande clientes que realmente contratam no esquema de fábrica, coisa que ainda é uma barreira aqui na Bahia.

Apesar de haver uma equipe dedicada unicamente à fábrica. Já são feitas contratações para alocação direta em clientes.

Apesar disso, é importante para a empresa manter a cultura de fábrica, pois a idéia é con- quistar projetos fora do estado.

Tendência da expansão do modelo de fábrica

Acima do modelo tradicional não. Haverá um aumento conjunto, proporcional, já que em geral as empresas de informática usam as fábrica como uma sistemática interna de desenvolvi- mento. Uma espécie de quarteirização dos serviçosde desenvolvimento. Não há uma tendência de aumento, até por que não há movimentos do governo do estado em começar a usar a estrutura de fábrica, e este é o grande comprador de serviços neste mercado.

Os incentivos do governo - SECTI

O maior efeito dos incentivos do governo, através da SECTI aparecem associados ao de- senvolvimento de produtos. Inclusive os APL (arranjos produtivos locais)6tendem a criar asso- ciações interessantes entre grupos de empresas, principalmene em torno de produtos. Mas não há nada especificamente voltado para incentivar a criação de fábricas de software.

Perfil do profissional da fábrica É bom deixar claro que o profissional que trabalha em uma fábrica tem características bem diferenciadas em um funcionãrio que trabalha alocado, especialmente no que diz respeito ao contato direto com o cliente. Não ter contato com o cliente pode desviar a preocupação do desenvolvedor da fábrica exclusivamente para a parte técnica,

6É uma forma de reunir empresas em grupos com atividades e interesses similares. Assim, ações e programas

esquecendo que aquilo é feito para atender ao cliente, que é o mais importante para a fábrica. Há inclusive a preocupação de se fazer um trabalho, no sentido de lembrar da importância do cliente.

Quem sai da faculdade geralmente tem foco unicamente voltado para as questões técnicas. Mas às vezes não se preocupa com questões como qualidade do produto final, performance e outras questões que são importantes quando se pensa no cliente.

Característica do trabalho da fábrica

O trabalho na fãbrica é muito focado. A fronteira de trabalho de cada um é muito bem definida, e o profissional fica um pouco limitado às suas tarefas. O profissional pode inclusive se acomodar, o que é ruim para a empresa e para o crescimento profissional do indivíduo. A própria fábrica não tem interesse em alimentar o profissional para fazer atividades não previstas pelo processo para ele.

O processo de software e a institucionalização

O processo retira do profissional a disponibilidade de tomar decisões sozinho. A fábrica é responsável por coletar os indicadores e as necessidades de mudança, e estas mudanças só podem ocorrer através do processo. No modelo de fábrica, o feed-back do desenvolvedor é o menos rico, pela atividade que desenpenha, que é muito técnica.

Processo de seleção

O perfil técnico é realmente priorizado. As outras características necessárias, se não exis- tirem serão desenvolvidas com treinamentos. Mas o básico deve vir com ele, principalmente lógica de programação. No entanto é importante que o desenvolvedor tenha vontade de se desenvolver e aprender, e produza com qualidade.

O ambiente de fábrica de software é mais difícil de se desenvolver como Analista de sistemas

A fábrica tem espaço para os dois perfis de profissional, pois ela é multidisciplinar. Há uma cultura de que todos têm que ser desenvolvedores antes de assumir uma função como Analista, o que é errado, pois são duas funções diferentes. No entanto, o profissional que inicia como desenvolvedor, na fábrica, ele não será muito ajudado, pois a rotina da fábrica não vai ajudar a desenvolver competências associadas à análise. O profissional vai ter que “se virar” por fora, estudando e desenvolvendo por conta própria as outras características. Em uma fábrica ele pode estar em mais de um projeto sem nem mesmo saber. É uma linha de produção, ele cumpre as tarefas que recebe. Em um projeto tradicional ele se envolve com os objetivos do projeto, e com

as atividades da equipe como um todo. A fábrica e a administração dos custos

O custo é uma questão importante para a fábrica. Em uma fábrica em crescimento, nâo há muito problema, pois há a possibilidade de absorver o pessoal, à medida que eles se desen- volvem. No entanto, imaginando a fábrica com crescimento estagnado, há a necessidade de se ajustar a mão-de-obra para manter a relação do custo com a receita. Na fãbrica estruturada, o processo é responsável pela qualidade do projeto, não a equipe, como acontece nos projetos tra- dicionais. O desenvolvedo acaba sendo um preenchedor de código, dentro de uma metodologia. O projeto já chega para ele todo especificado, e amarrado pela equipe de projeto.

Profissionais oriundos da Educação técnica

Haveria espaço e interesse da empresa por profissionais formados em cursos técnicos para atender aos cargos de desenvolvimento. Também seria interessante orientar os cursos de gradu- ação para focar mais na formação dos profissionais de projeto, pois geralmente os alunos saem da faculdade com um perfil técnico demais. A mão-de-obra técnica é muito bem vinda.

ANEXO D -- RESULTADO DA TABULAÇÃO DO