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A laje de piso C corresponde ao elemento separativo que tem como compartimento emissor a Oficina de serralharia (piso 1) e como compartimento receptor o Auditório (piso 2). Ambos os compartimentos são constituídos por uma parede exterior e por três paredes interiores, tal como se encontra representado na Figura 4.12.

Figura 4.12 – Representação esquemática dos compartimentos em estudo: a) Oficina de serralharia (piso 1); b) Auditório (piso 2).

Na Figura 4.9 encontra-se ilustrado o interior do Auditório (piso 2) durante a realização dos ensaios in situ. Nesta figura é possível observar a laje de piso C cujo revestimento final do pavimento foi desprezado visto não ocupar a totalidade da laje e haver ainda zonas em que este revestimento ainda não estava completamente colocado.

Figura 4.13 – Fotografia do interior do Auditório (piso 2) durante a realização dos ensaios in situ.

Em termos de disposição, estes compartimentos não possuem as mesmas dimensões. Como se pode ver na Figura 4.12 b) a laje de piso C corresponde apenas à laje de pavimento do Auditório, logo possui dimensões inferiores em relação às lajes de pavimento e cobertura da Oficina de serralharia. Assim, parte da laje de cobertura da Oficina de serralharia corresponde ao pavimento da Biblioteca que se situa no piso 2. Deste modo, quando se procede à aplicação dos métodos da norma EN 12354-1 [N.5] é necessário considerar também a transmissão

marginal proveniente desta parte da laje de piso da Biblioteca (piso 2), a qual se considerou dividia em duas partes distintas.

Na Figura 4.14 são apresentados os encaminhamentos considerados no cálculo da transmissão sonora da Laje de piso C.

Figura 4.14 – Encaminhamentos considerados no estudo da laje de piso C: a) corte AA’; b) corte BB’.

Na definição dos encaminhamentos representados na Figura 4.14 há que ter em conta a existência de uma junta de dilatação na caixa-de-ar da parede interior 7 (parede dupla). Neste caso, a junta de dilatação faz com que apenas o pano interior esteja ligado à laje de piso C, não alterando substancialmente os encaminhamentos marginais a considerar. A influência desta junta de dilatação é apenas sentida no cálculo de alguns coeficientes de absorção no bordo, onde o facto da parede exterior 3 e da parede interior 9 ligarem apenas ao pano interior da parede dupla faz alterar o tipo de ligações rígidas comparando com a situação sem junta de dilatação.

Alguns dos parâmetros calculados para os elementos que englobaram o estudo da laje de piso C são apresentados no Anexo 2.3.

A partir da análise dos valores obtidos para o coeficiente de transmissão de cada um dos encaminhamentos calculados com base no Método detalhado e no Método simplificado 2, é possível concluir que o encaminhamento mais relevante é Ff1, logo seguido de Fd1 e de Df1. Esta maior relevância da transmissão marginal ao nível do bordo 1 da laje deve-se ao facto da ligação rígida ser uma ligação em T, ao contrário das ligações dos restantes bordos onde se considerou ligações rígidas em cruz pela razão descrita na secção 4.3, o que implica que encaminhamentos Ff1, Fd1 e Df1 sejam caracterizados por um valor inferior do coeficiente Kij e

por isso apresentem um coeficiente de transmissão maior. Para além disso, a transmissão no bordo 1 ocorre ao longo da maior dimensão da laje. Por seu lado, Df2 corresponde ao encaminhamento menos relevante pois envolve dois dos elementos com maior isolamento, a parede exterior 3 no piso 2 e a laje de piso C, e esta transmissão dá-se segundo a menor dimensão da laje.

Na Figura 4.15 encontram-se representados graficamente os valores de Dn,T (dB)para a laje de

piso C obtidos a partir da aplicação do Método detalhado, do Método Simplificado 2 e a partir das medições in situ.

Figura 4.15 – Análise gráfica de Dn,T obtidosna aplicação do Método detalhado e do Método simplificado 2 e nas medições in situ para a laje de piso C.

Este gráfico apresenta a mesma tendência dos casos de estudo anteriores já que os dois modelos se encontram mais uma vez muito próximos, sendo o isolamento calculado pelo Modelo simplificado 2 sempre ligeiramente superior ao calculado pelo Método detalhado. Por outro lado, verifica-se uma diferença ainda maior dos modelos em relação aos resultados obtidos pelas medições in situ, quer as baixas, quer para as altas frequências.

Na Tabela 4.8 são apresentados os valores de DnT,w para cada um dos métodos de previsão

aplicados, bem como para os resultados obtidos nos ensaios.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 Mét. Detalhado Met. Simplificado 2 Medições "in situ"

Frequência (Hz) Dn,

T

(dB

Tabela 4.8 – Valores de DnT,w obtidos na aplicação dos métodos de previsão e nas medições in situ para a laje de piso C.

Laje de piso C DnT,w (dB)

Método detalhado 50

Método simplificado 1 52 Método simplificado 2 52 Método simplificado 3

(sem transmissão marginal) 59 Método simplificado 3

(com transmissão marginal) 54

Medições in situ 53

Analisando esta tabela conclui-se que apesar das grandes diferenças (cerca de 10 dB) que é possível verificar no gráfico da Figura 4.15 quando comparando o Método detalhado e o Método simplificado 2 com os ensaios in situ, em termos de valor único estas diferenças são bastante menores, correspondendo a 3 dB para o Método detalhado e 1 dB para o Método simplificado 2. Ainda assim, a diferença entre os métodos detalhado, simplificado 1 e simplificado 2 e os valores in situ é ligeiramente superior ao caso da laje de piso A, sendo consideravelmente inferior ao caso da laje de piso B. Em termos de disposição arquitectónica o compartimento emissor possui para este caso uma nova alteração em comparação com os anteriores, resultante da não existência de uma parede que ligaria ao bordo 1 da laje. Comparando os valores das medições in situ para a laje de piso C com os da laje de piso B verifica-se uma redução significativa do isolamento na laje de piso C, apesar de estas apresentarem a mesma constituição. A alteração da geometria da Ofic. de serralharia do piso 1 pode ser assim a causa para esta diferença de valores.

O valor único obtido através do Método simplificado 3 desta laje coincide com o da laje de piso B, mas os valores in situ são completamente diferentes. Mais uma vez, a diferente disposição arquitectónica deve ser responsável por estas discrepâncias.