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3.4 – EXIGÊNCIAS REGULAMENTARES

3.4.3 Medição dos tempos de reverberação

onde, L1,2m (dB) corresponde à média do nível sonoro no exterior para medições a 2 m da

fachada e L2 (dB) se refere à média do nível sonoro no compartimento receptor.

Relativamente às exigências regulamentares, tanto as distâncias das posições do microfone e da fonte, como os tempos de duração e número de medições são em tudo semelhantes ao anteriormente descrito para as medições de compartimentos. O mesmo acontece com a correcção devido ao ruído de fundo e o cálculo do tempo de reverberação, que será abordado na secção seguinte.

3.4.3 Medição dos tempos de reverberação

Como já foi referido, é necessário proceder à medição do tempo de reverberação do compartimento receptor de maneira a se poder caracterizar o índice de isolamento padronizado, tanto para o caso da medição de compartimentos a partir da equação (3.2), como para a medição de fachadas com base na equação (3.4). A metodologia para a medição do tempo de reverberação em compartimentos encontra-se descrita na norma EN ISO 354 [N.3].

Tal como foi definido na secção 2.2.6, o tempo de reverberação pode ser definido como o tempo, em segundos, necessário para que a pressão sonora tenha um decréscimo de 60 dB. No entanto, devido à existência de ruído de fundo nem sempre é possível medir esta quebra, pois seria necessária uma elevada potência sonora proveniente da fonte [18]. Assim sendo, é corrente a medição do tempo de reverberação utilizando quebras menores, normalmente de 20 dB (T20) ou 30 dB (T30), e cujos valores podem ser admitidos como sendo um terço ou metade

do valor do tempo de reverberação para uma quebra de 60 dB.

Em termos de posicionamento do microfone, a norma refere as seguintes distâncias mínimas regulamentares:

 1,7 m entre posições de microfone diferentes;

 2,0 m entre a posição do microfone e a fonte sonora;

No que se refere às diferentes posições da fonte sonora estas devem estar separadas por uma distância de 3 m. Deve ser usada uma fonte sonora omnidireccional.

É ainda exigido pela norma um número mínimo de posições da fonte sonora igual a dois, enquanto que no caso do microfone o número mínimo de posições deverá ser de três para cada posição da fonte.

Outro aspecto importante a verificar trata-se do nível sonoro produzido pela fonte sonora. Nestas medições, deve procurar garantir-se que o valor mais baixo do nível sonoro, no espectro de frequências considerado, supere o ruído de fundo verificado no compartimento em pelo menos 10 dB.

3.5 – PROCEDIMENTOS

Em primeiro lugar, foi feito o registo em planta dos pontos de medição correspondentes às diferentes posições do microfone, juntamente com as posições da fonte sonora. A escolha destes pontos teve sempre como referência os valores relativos às distâncias definidos nas normas EN ISO 140-4 [N.1] e EN ISO 140-5 [N.2].

Antes e depois de cada utilização do sonómetro foi feita a sua calibração encaixando o calibrador Brüel & Kjær 4231 no microfone 4189 da Brüel & Kjær.

Antes de se dar inicio à realização dos ensaios procedeu-se à equalização do sinal proveniente da fonte sonora, de maneira a se conseguir obter um som o mais uniforme possível em todas as bandas de frequência. Por outro lado, ajustaram-se os ganhos no amplificador Brüel & Kjær 2716 com o objectivo de garantir a exigência normativa relacionada com o ruído de fundo no compartimento. No caso da medição de níveis sonoros tentou-se que o nível sonoro no compartimento receptor fosse, em todas as frequências, superior em 10 dB ao nível sonoro do ruído de fundo. No caso da medição de tempos de reverberação procurou-se ajustar os ganhos para que o valor mais baixo do nível sonoro do compartimento, no espectro de frequências considerado, fosse superior ao ruído de fundo em 10 dB.

Após a escolha dos pontos, montagem do equipamento e ajuste dos ganhos procedeu-se à realização dos ensaios. Os procedimentos da medição do isolamento de compartimentos e de fachadas foram em tudo semelhantes, quer no que diz respeito à medição de níveis sonoros, apesar de terem sido usadas fontes sonoras diferentes, quer em termos da medição do tempo de reverberação.

As medições dos níveis sonoros foram determinadas com base no conceito do nível sonoro contínuo equivalente Leq,em dB (A), que se define como sendo um valor constante do nível de

pressão sonora que, para um dado intervalo de tempo, apresenta a mesma quantidade de energia que o nível sonoro variável realmente verificado nesse intervalo de tempo [14]. Estas medições foram realizadas com uma duração de 30 segundos, valor bastante superior ao exigido pela norma, devido ao facto de haver uma elevada probabilidade de interferências exteriores que num intervalo de tempo mais curto teriam uma maior influência do valor ponderado.

Os valores dos ensaios foram obtidos em bandas de frequência de um terço de oitava.

3.6 – CONCLUSÃO

Neste capítulo foram abordados alguns princípios gerais relacionados com os métodos de medição in situ do ruído por via aérea. Este capítulo, à semelhança do capítulo 2 para o caso dos métodos de previsão, pretende abordar o tema dos ensaios in situ de uma forma geral como preparação para o capítulo seguinte onde se inicia a aplicação prática dos métodos de previsão e dos ensaios in situ a casos de estudo.

É importante referir ainda que, na realização dos ensaios in situ, houve certas situações onde foi de todo impossível respeitar as exigências regulamentares relacionadas com as distâncias mínimas e com o nível sonoro do ruído de fundo. Isto porque por um lado alguns dos compartimentos estudados possuíam um tamanho bastante reduzido e por vezes encontravam-se preenchidos com os mais variados tipos de equipamentos, o que tornava bastante difícil o cumprimento de algumas distâncias mínimas e, por outro lado, algumas medições foram realizadas com um ruído de fundo muito elevado. Estas situações aconteceram com maior frequência nas medições do edifício escolar da Marinha dado que ainda havia obras a decorrer.