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A parede interior 7 (piso 2) corresponde ao elemento separativo que tem como compartimento emissor a Oficina de máquinas e ferramentas (piso 1 e 2), constituída por duas paredes exteriores e duas paredes interiores, e como compartimento receptor o Auditório (piso 2), constituído por uma parede exterior e três paredes interiores, tal como se encontra representado na Figura 4.25.

Figura 4.25 – Representação esquemática dos compartimentos em estudo: a) Oficina de máquinas e ferramentas (piso 1 e 2); b) Auditório (piso 2).

Refira-se que no compartimento emissor, a Oficina de máquinas e ferramentas, não existe nenhuma laje de piso, pois este compartimento possui duplo pé-direito e ocupa o volume referente aos pisos 1 e 2. Sendo assim, a transmissão a analisar para este caso de estudo trata-se da transmissão que tem origem na Ofic. de máquinas e ferramentas (piso 1 e 2) e atinge o Auditório (piso 2) através da zona da parede interior 7 referente ao piso 2 e dos seus elementos de flanco.

É importante recordar a existência da junta de dilatação na caixa-de-ar da parede interior 7, a qual influência significativamente as ligações rígidas entre elementos e reduz o número de

encaminhamentos marginais. Na Figura 4.26 são apresentados os encaminhamentos considerados no cálculo da transmissão sonora da parede interior 7 (piso 2).

Figura 4.26 – Encaminhamentos considerados no estudo da parede interior 7 (piso 2): a) corte AA’; b) planta.

No que se refere ao bordo 3 (de acordo com a numeração da Figura 4.1), não existem encaminhamentos marginais porque não foram consideradas qualquer tipo de ligações rígidas nesse bordo, uma vez que a cobertura se localiza num plano superior à parede interior 7. A única ligação ao nível do bordo 3 trata-se do tecto falso mas como não constitui uma ligação rígida este foi desprezado pois a sua influência seria muito reduzida, para além de que à data das medições in situ a sua colocação ainda não tinha sido terminada.

Analisando a Figura 4.26 verifica-se que dois dos encaminhamentos marginais foram considerados nulos devido à presença da junta de dilatação. Por outro lado, observa-se a consideração dos encaminhamentos Fd1 e Fd2 que dizem respeito apenas ao pano 1 e os encaminhamentos Df1, Df2 e Df4 que dizem respeito apenas ao pano 2.

Alguns dos parâmetros calculados para os elementos que englobaram o estudo da parede interior 7 são apresentados no Anexo 2.3.

A partir da análise dos valores obtidos para o coeficiente de transmissão de cada um dos encaminhamentos calculados com base no Método detalhado e no Método simplificado 2, é possível concluir que o encaminhamento mais relevante é Fd1, o que está de acordo com o esperado visto que o encaminhamento Fd1 diz respeito à transmissão da parte do pano 1 situada no piso 1 para a parte do pano 1 situada no piso 2 e dado que devido à junta de dilatação não existe mais nenhum elemento a ligar a este pano, esta transmissão é caracterizada por um coeficiente Kij nulo, originando um coeficiente de transmissão elevado.

Por outro lado, este encaminhamento desenvolve-se ao longo da maior dimensão da parede interior 7. O encaminhamento Df2 é menos relevante devido ao facto de resultar de uma ligação em canto e por se desenvolver ao longo da menor dimensão da parede, isto é, ao longo do pé-direito do Auditório.

Na Figura 4.27 encontram-se representados graficamente os valores de Dn,T (dB)para a parede

interior 1 (piso 2) obtidos a partir da aplicação do Método detalhado, do Método Simplificado 2 e a partir das medições in situ.

Figura 4.27 – Análise gráfica de Dn,T obtidosna aplicação do Método detalhado e do Método simplificado 2 e nas medições in situ para a parede interior 7 (piso 2).

Ao contrário do que aconteceu no estudo das lajes existe agora uma diferença bastante significativa entre o Método detalhado e Método simplificado 2, entre os 2 e os 5 dB. Comparando os modelos com as medições in situ verifica-se também que existe uma grande diferença.

Na Tabela 4.11 são apresentados os valores de DnT,w para cada um dos métodos de previsão

aplicados, bem como para os resultados obtidos nos ensaios.

Tabela 4.11 – Valores de DnT,w obtidos na aplicação dos métodos de previsão e nas medições in situ para a parede interior 7 (piso 2).

Parede interior 7 (piso 2) DnT,w (dB)

Método detalhado 39

Método simplificado 1 55 Método simplificado 2 44 Método simplificado 3

(sem transmissão marginal) 56 Método simplificado 3

(com transmissão marginal) 52

Medições in situ 27 0 10 20 30 40 50 60 70 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 Mét. Detalhado Met. Simplificado 2 Medições "in situ"

Dn,

T

(dB

)

Para além de os resultados apresentarem discrepâncias inaceitáveis entre os métodos de previsão usados, a parede interior 7 (piso 2) apresenta também uma grande diferença entre os métodos de previsão e os valores das medições in situ.

Mais uma vez, o Método detalhado é o que apresenta o valor único mais conservativo, sendo o Método simplificado 3 sem considerar a estimação da transmissão marginal aquele que apresenta o isolamento sonoro mais sobrestimado. Uma possível justificação das discrepâncias entre os método de previsão da norma EN 12354-1 [N.5] pode estar relacionada com o facto do elemento em estudo ser uma parede dupla, o que fez com que se tivesse de recorrer a um método próprio para estas situações como é o caso do Método de Lopez.

Em relação à diferença substancial entre os métodos de previsão e os ensaios in situ esta pode ter como origem a existência de uma zona não fechada na parte superior da parede interior 7 (piso 2), como se pode ver na Figura 4.28. Dado que, na altura dos ensaios in situ, o tecto falso do Auditório não se encontrava totalmente colocado e não existe laje de tecto, o som proveniente da Ofic. de máquinas e ferramentas pode passar através deste espaço e passar directamente para o Auditório, causando um decréscimo do isolamento medido in situ.

Figura 4.28 – Fotografia do parede dupla interior 7 vista a partir da Ofic. de máquinas e ferramentas (piso 1 e 2).