• Nenhum resultado encontrado

LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL PARA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

No decreto-lei no5.622/2005 (BRASIL, 2005), determina-se que essa modalidade

de curso tenha momentos presenciais, para avaliações dos estudantes, estágios obrigatórios, apresentação e defesa de trabalho de conclusão de curso e atividades relacionadas a laboratórios de ensino. Estes momentos podem ser realizados tanto na sede como nos pólos abertos pela instituição. Os cursos de graduação à distância devem ter a mesma duração definida para os cursos presenciais. Esse decreto regulamenta todas as condições para o credenciamento das instituições que pretendam oferecer cursos à distância, e os dois outros o complementam. Uma vez credenciados, de acordo com o Parecer CES/CNE no 301/03 (BRASIL, 2003) as universidades e

centros universitários podem criar novos cursos superiores sem necessidade de autorização ministerial, mas esses cursos ficam submetidos aos processos de reconhecimento do ministério. Por outro lado, o Ministério da Educação facultou aos cursos presenciais oferecerem até 20% de sua carga horária em sistema semipresencial.

Com o novo ordenamento legal para EaD no país, definindo em seu Artigo 1o,

como “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino-aprendizagem ocorrerão com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação; com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. Ele determina que os cursos e programas a distância devem ser projetados com a mesma duração dos presenciais e estabelece a equivalência dos certificados e diplomas. Determina ainda que os Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância, definidos pelo MEC, devem pautar as regras para a regulação, supervisão e avaliação dessa modalidade de ensino (Artigo 7o).

Este decreto atende com precisão o objetivo da EaD, que busca dá uma mobilidade atemporal aos envolvidos, mas com prioridade aos estudantes. Há uma norma de condução de curso que lembra em muito a modalidade presencial. Dando característica de importância para a pesquisa e a extensão, além dos trabalhos de

conclusão do curso e os estágios. No Artigo 2o deste decreto, é significante a

determinação da atuação da EaD, podendo esta atuar desde as séries iniciais, abrangendo também a Educação de Jovens e Adultos (EJA) até o doutorado. Apesar de procurar atender as necessidades da EaD, este decreto, modela-se basicamente no sistema presencial, haja vista no inciso 1o, que determina uma carga horária para os

cursos, com referência no sistema presencial.

Art. 2o - A educação a distância poderá ser ofertada nos seguintes níveis e

modalidades educacionais;

I-educação básica, nos termos do art. 30 deste Decreto;

II- educação de jovens e adultos, nos termos do art. 37 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996;

III- educação especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes; IV- educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) técnicos, de nível médio; e

b) tecnológicos, de nível superior;

V- educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) seqüenciais;

b) de graduação; c) de especialização; d)de mestrado; e e)de doutorado.

No Artigo 4o, solicita a realização de exames presenciais, logo no parágrafo II, fica claro a importância do sistema de avaliação presencial, onde terá maior valor que a avaliação a distância. Nota-se que a autonomia proposta por este decreto é condicionada e limitada.

Art.4o- A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção,

conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante:

I-cumprimento das atividades programadas; e II- realização de exames presenciais.

No Artigo 12, parágrafo II do decreto 5.622/2005 e nos parágrafos VI, VII e VIII à regulamentação e orientação para o funcionamento do corpo técnico pedagógico da EaD. A exigência por profissionais qualificados é incisiva. Essas qualificações exigidas ao corpo técnico-pedagógico são relevantes, mas há de se pensar que não há um parágrafo para os direitos desses profissionais. A falta de amparo legal deixa clara a necessidade de uma ampla discussão a título de promover um esclarecimento da atuação da Lei. A forma como tem sido tratada essa questão salarial, pode ser interpretada de diversas formas e tornar-se prejudicial ao corpo técnico-pedagógico.

Art.12 - O pedido de credenciamento da instituição deverá ser formalizado junto ao órgão responsável, mediante o cumprimento dos seguintes requisitos:

II- histórico de funcionamento da instituição de ensino, quando for o caso; VI- projeto pedagógico para os cursos e programas que serão ofertados na modalidade à distância;

VII- garantia de corpo técnico e administrativo qualificado;

VIII- apresentar corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor e, preferencialmente, com formação para o trabalho com educação à distância.

As orientações sobre as atribuições e irregularidades no âmbito pedagógico das instituições de ensino que se destinam a trabalhar nessa modalidade, são encontradas no Artigo 17. Em nenhum momento é citada a preocupação com os profissionais. A proteção ao pedagógico, financeiro e físico das instituições são pontos de citações e amparo, mas não há preocupação com o setor humano, a fonte de sustentabilidade da instituição. Não lhes garantido condições mínimas de trabalho, salário ou carga horária coerente com as atribuições a serem desenvolvidas.

Art.17 Identificadas deficiências, irregularidades ou descumprimento das condições originalmente estabelecidas, mediante ações de supervisão ou de avaliação de cursos ou instituições credenciadas para educação a distância, o órgão competente do respectivo sistema de ensino determinará, em ato próprio, observado o contraditório e ampla defesa:

I-instalação de diligência, sindicância ou processo administrativo;

II- suspensão do reconhecimento de cursos superiores ou da renovação de autorização de cursos da educação básica ou profissional;

III- intervenção;

IV- desativação de cursos; ou

V- descredenciamento da instituição para educação à distância.

No decreto-lei 5.773/2006 (BRASIL, 2006) dispõe sobre o exercício das funções, regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e curso superiores de graduação e seqüenciais no sistema federal de ensino. É nesse decreto que há a atribuição da competência a Secretaria de Educação a Distância, além da instrução e consignação de (re)credenciamento de instituições para o ensino superior a distância, nos parágrafos III, IV e V.

Art.5o No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete ao Ministério da Educação, por intermédio de suas Secretarias, exercer as funções de regulação e supervisão da educação superior, em suas respectivas áreas de atuação.

§4 À Secretaria de Educação a Distância compete especialmente:

II- instruir e decidir os processos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos superiores à distância, promovendo as diligências necessárias; (Redação dada pelo Decreto no 6.303, de 2007).

III- propor ao CNE, compartilhadamente com a Secretaria de Educação Superior e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, diretrizes para a elaboração, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação para credenciamento de instituições específico para oferta de educação superior a distância;

IV- estabelecer diretrizes, compartilhadamente com a Secretaria de Educação Superior e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, para a elaboração, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação para autorização de cursos superiores à distância.

Mesmo sendo um dos mais recentes decretos sobre a EaD, faz apenas uma pequena referência às questões do trabalho docente. É neste decreto no Artigo 15, alínea “e” que há o primeiro pronunciamento acerca de algumas garantias trabalhistas. Há de se verificar que este aborda a questão de maneira abrangente, citando todas as instituições de ensino, estando subentendido que esta regulamentação também se estenderá para a modalidade EaD. No artigo 16 refere-se à formatação dos cursos das turmas, números de alunos, infra-estrutura, seleção e contratação dos profissionais, plano de carreira e do regime de trabalho dos professores. Não há recomendação do número de alunos por turma, mas transfere para as instituições de ensino a composição da turma, podendo esta flexionar, para mais ou para menos, atendo especificamente ao currículo do curso. Mas a exigência na formação do corpo docente, incluindo a experiência profissional, entenda-se nesse caso, a experiência na modalidade presencial. O Artigo 16 remete ao docente uma consideração mínima aos seus direitos, como menciona a possibilidade de plano de carreira e o regime de trabalho ao qual serão submetidos.

Art.15 O pedido de credenciamento deverá ser instruído com os seguintes documentos: “e”) certidões de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

Art.16 O plano de desenvolvimento institucional deverá conter, pelo menos, os seguintes elementos:

IV- organização didático-pedagógica da instituição, com a indicação de número de turmas previstas por curso, número de alunos por turma, locais e turnos de funcionamento e eventuais inovações consideradas significativas, especialmente quanto a flexibilidade dos componentes curriculares, oportunidades diferenciadas de integralização do curso, atividades práticas e estágios, desenvolvimento de materiais pedagógicos e incorporação de avanços tecnológicos;

V- perfil do corpo docente, indicando requisitos de titulação, experiência no magistério superior e experiência profissional não-acadêmica, bem como os critérios de seleção e contração, a existência de plano de carreira, o regime de trabalho e os procedimentos para substituição eventual dos professores do quadro.

No decreto-lei 5.773/2006, na subseção V, parágrafo 26, tem-se uma abordagem clara das normas e regras que devem ser adotas para se criar um curso de formação

em modalidade em EaD. Mas não cita as formas legais para a contratação e a forma de se balizar a mão-de-obra do trabalhador e suas remunerações.

Subseção V

Do Credenciamento Específico para Oferta de Educação a Distância

Art.26 A oferta de educação a distância é sujeita a credenciamento específico, nos termos de regulamentação própria.

§1o O pedido observará os requisitos pertinentes ao credenciamento de

instituições e será instruído pela Secretaria de Educação Superior ou pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, conforme o caso, com a colaboração da Secretaria de Educação a Distância.

§2o O pedido de credenciamento de instituição de educação superior para a

oferta de educação a distância deve ser instruído com o comprovante do recolhimento da taxa de avaliação in loco e documentos referidos em regulamentação específica.

§3o Aplicam-se, no que couber, as disposições que regem o credenciamento e o (re)credenciamento de instituições de educação superior.

A partir do Artigo 30 é dada ao docente uma referência mais substancial pra o credenciamento às instituições de ensino. As atribuições das atividades trabalhista dos docentes da EaD, vem de maneira singela, caracterizando o profissional e sua relação trabalhista com o empregador, que esta, esteja especificada com as normas de contrato legal, e será utilizada como uma das formas de autorização para o funcionamento da instituição.

Art.30 O pedido de autorização de curso deverá ser instruído com os seguintes documentos:

III- relação de docentes, acompanhada de termo de compromisso firmado com a instituição, informando-se a respectiva titulação, carga horária e regime de trabalho;

De maneira geral os decretos citados neste trabalho trazem a superficialmente, conteúdos de como se dará a EaD nas instituições de ensino que se destina para tal modalidade, não abordando em momento algum como deverá ser a relação de trabalho entre os professores e as instituições. O que faz confirmar o desamparo legal que os profissionais da EaD enfrentam. Porque de certo só tem mesmo uma carga horária extensiva e intensiva, turmas com um número alto de alunos, faltam de benefícios legais e uma descrença no trabalho desenvolvido.

5 DOCENTES DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: DILEMAS E

Documentos relacionados