• Nenhum resultado encontrado

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.2 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Ao consultar o site da Secretaria de Educação do município de Rio Claro, encontra-se a legislação pertinente à educação e, dentro dessa, aquelas que abordam a temática do atendimento educacional especializado. Apresenta-se, a seguir, a análise da legislação municipal referente à Educação Especial.

Em novembro de 2005, foi promulgada a “Lei Orgânica do Município” de Rio Claro, que traz, no título VII, capítulo I, seção IV, a parte referente à educação. O capítulo 256 dispõe que o dever do município em relação à educação será efetivado mediante a garantia de “II – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência física e ou sensoriais, preferencialmente na rede regular de ensino ou, na ausência desta, em convênio com entidades filantrópicas” (RIO CLARO, 2005, p. 75).

Em agosto de 2009, foi aprovada a Resolução SME nº 009, que dispõe sobre o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas da Rede Municipal de ensino e dá providências correlatas. O art. 1º define como sendo o público-alvo da Educação Especial os alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

O art. 2º é reservado à organização do atendimento educacional, dispondo que os alunos com necessidades educacionais especiais devem ser atendidos nas classes comuns das escolas e em todos os níveis, cabendo exceções somente quando houver uma situação específica que não permita a inclusão direta na classe comum. A coordenadora da Educação Especial do município informou que no ano de 2011 não houve nenhuma situação específica que o aluno não pudesse freqüentar a sala de aula comum.

O art. 7º dispõe que o AEE será implementado através de:

I – turmas com caráter complementar ou suplementar, para atividades especializadas desenvolvidas em sala de recursos multifuncionais e, excepcionalmente, em salas de recursos específicas, com atendimento por professor especialista, em horários

programados de acordo com as necessidades dos alunos, e, em período diverso daquele em que freqüentarem a classe comum da própria escola ou de unidade diversa;

II – o encaminhamento de alunos às instituições conveniadas com o poder público municipal que, em virtude de condições específicas, não puderam ser integrados às classes comuns do ensino regular (RIO CLARO, 2009, p. 03).

O art. 8º é referente à organização das salas de recursos e especifica que:

I – o funcionamento diário das salas de recursos será de 5 (cinco) horas-aula diárias para atendimento de pequenos grupos com turmas de, no máximo, 08 alunos.

II – o apoio suplementar oferecido aos alunos em salas de recursos terá como referência o desenvolvimento de atividades que não deverão ultrapassar a 2 (duas) horas diárias e a 10 (dez) horas semanais para cada aluno, levando-se em consideração a especificidade de cada caso (RIO CLARO, 2009, p. 03).

O art. 9º é reservado às especificidades a serem observadas para criar e manter, na unidade educacional, as salas de recursos, estabelecendo que só poderá ocorrer quando houver:

I – comprovação de demanda avaliada pedagogicamente, na própria unidade educacional ou em unidade próxima;

II – professor especialista;

III – espaço físico adequado, não segregado;

IV – recursos e materiais didáticos específicos (RIO CLARO, 2009, p. 03).

Em relação à formação profissional para atuação nas SRMs, a Resolução nº 009 determina que seja necessário o curso superior de graduação, de licenciatura plena correspondente à Educação Especial, e, ainda, para atuação nas salas de recursos específicas, deve-se ter formação específica na área de atendimento. O art. 13 estabelece que, para além das funções docentes, caberá ao professor da sala de recursos:

I – participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;

II – participar dos Conselhos de Classe/Série/Ano, das Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPCs) e/ou outras atividades coletivas programadas pela escola;

III – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público- alvo da Educação Especial;

IV – elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;

V – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola;

VI – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;

VII – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno;

VIII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação;

IX – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares (RIO CLARO, 2009, p. 03 - 04).

Essas atribuições seguem a legislação nacional (Resolução nº 04/09 e Nota Técnica nº 11/10), exceto os incisos I e II, sendo essas atribuições mais específicas do município de Rio Claro. Com a promulgação de novas legislações referentes a Educação Especial após o ano de 2009, há a intenção de reescrever essa Resolução no ano de 2012.

No início de 2010, foi aprovada a Resolução SME n° 001 que trata do convênio entre a Secretaria Municipal de Educação em regime de cooperação com Instituições Particulares que, comprovadamente, ofereçam „atendimento educacional‟ gratuito aos alunos com deficiência física, intelectual, auditiva, visual, múltipla ou com transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades, desde que verificada a impossibilidade de atendimento dessa clientela em escolas da rede municipal de ensino. Interessante observar que essa Resolução utilizou o termo „atendimento educacional‟, não especificando tratar-se de atendimento especializado e/ou substitutivo à escolarização.

5.3 A ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA