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Congresso Nacional por meio de Resolução autoriza o Presidente a elaborar, editar e logo promulgar e publicar a lei delegada. Não haverá apreciação prévia por parte do Poder Legislativo. Não custa lembrar, todavia, que o Congresso poderá, posteriormente, controlar a constitucionalidade dessa lei delegada, consoante prevê o art. 49, V, CF/88 (aliás, essa é uma modalidade de controle político repressivo de constitucionalidade).

Por fim, existe uma possibilidade de controle congressual prévio em se tratando de lei delegada: se apresenta quando o Presidente recebe do Congresso a autorização via resolução, estando obrigado a editar um projeto de lei delegada, que o Congresso avaliará previamente (aprovando ou rejeitando por completo), antes de ela entrar em vigor. Mas aí já não estamos falando de lei delegada típica, mas sim de lei delegada atípica, descrita no art. 68, § 3°, CF/88.

Gabarito: Errado

(C.6) Medidas Provisórias (C.6.1) Aspectos introdutórios

A medida provisória (MP) foi introduzida na Constituição de 1988 em substituição ao antigo decreto-lei e está consagrada no texto constitucional enquanto espécie normativa primária e geral, com força de lei, desde a promulgação da Constituição em 1988. Passou por uma significativa reforma, feita pela EC nº 32/2001, que alterou seu regime de forma substancial, instituindo modificações que vigoram ainda hoje.

do art. 25, § 2º, CF/88, quando indica uma competência estadual (para explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado) e determina o cumprimento por meio da edição de lei, jamais de medida provisória. Ora, caro aluno, não seria lógico impor essa restrição para o Presidente da República, pois se trata de atribuição estadual, tampouco impô-la aos Estados se o manuseio do instrumento a eles fosse completamente vedado. É exatamente dessa preocupação do poder constituinte originário em afastar a utilização da MP na específica hipótese, que extraímos o indicativo constitucional de cabimento dessa espécie normativa também na esfera estadual.

Do mesmo modo, e também pelo ideal de simetria, compreende-se possível a edição de MP na esfera municipal. Neste caso, além da necessária obediência ao regramento básico imposto pela Constituição Federal, é preciso que haja previsão expressa do cabimento da espécie normativa na respectiva Constituição estadual e também na Lei Orgânica Municipal, para que os Prefeitos Municipais possam fazer uso das medidas. Aí você me questiona: mas por que tem que haver previsão também na Constituição do Estado? Isso ocorre em razão da necessidade de a Lei Orgânica observar os princípios estabelecidos tanto na Constituição Federal, quanto no documento estadual (art. 11, parágrafo único, ADCT). Deste modo, se neste último não há qualquer menção à possibilidade de edição de MP por parte do Governador, as Leis Orgânicas dos Municípios que compõem aquele Estado estarão proibidas de permitir aos Prefeitos a utilização do instrumento normativo, sob pena de desrespeitarem a previsão constitucional estadual.

Te convido para analisar o esquema52 posto abaixo:

52. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

Questões para fixar

[CESPE - 2015 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Conhecimentos Gerais] Julgue o próximo item, relativo ao regime das leis e atos normativos previstos na CF:

Os estados não são obrigados a prever medida provisória no seu processo legislativo. Entretanto, caso optem por incluir tal medida entre os instrumentos do processo legislativo estadual, eles devem observar os princípios e limites estabelecidos a esse respeito na CF.

Comentário:

Item correto por estar de acordo com o entendimento consolidado no STF! É perfeitamente possível que tenhamos MP em âmbito estadual, desde que: (i) a Constituição do Estado preveja expressamente este instrumento em seu texto para ser manejado pelo Governador; (ii) a simetria com o modelo federal seja observada.

No mais, o texto do art. 25, § 2°, CF/88 só corrobora essa possibilidade, ao listar uma competência legislativa estadual expressa (para regulamentar, diretamente ou mediante concessão, o serviço de gás canalizado local) na qual é obrigatória a edição de lei, sendo incabível a utilização de MP.

Encerro os comentários dessa questão lhe trazendo uma decisão do STF, que vai reforçar o que já foi explicitado aqui:

“É constitucional instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela Constituição Federal, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo legislativo federal.” (STF ADI 691, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 19.06.92 e ADI 812-MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 14.05.93)

Gabarito: Certo [FUNDATEC - 2015 - PGE-RS - Procurador do Estado] A Constituição do Estado “X” estabelece a possibilidade de o Governador do Estado adotar medida provisória, em caso de relevância e urgência. Tal previsão é:

A) Constitucional, porque o Poder Constituinte Derivado Decorrente autoriza o Estado a legislar plenamente para atender as suas peculiaridades.

B) Constitucional, porque o Poder Constituinte Derivado Reformador autoriza o Estado a legislar concorrentemente, dotando-lhe de competência suplementar e supletiva.

C) Inconstitucional, porque apenas o Presidente da República tem legitimidade ativa para a sua adoção, sendo este o atual entendimento jurisprudencial do STF.

D) Constitucional, porque o Poder Constituinte Derivado Decorrente confere ao Estado capacidade de auto-organização, mediante a qual rege-se pela constituição e leis que adotar, observados os princípios da Constituição Federal.

E) Inconstitucional, porque a adoção de medidas provisórias pelo Governador do Estado está condicionada exclusivamente à hipótese de federalização de graves violações a direitos humanos.

Comentário:

Claro que nossa alternativa correta é a da letra ‘d’! Tal norma de Constituição Estadual será considerada constitucional, uma vez que os Estados podem prever a Medida Provisória em seus textos, desde que respeitados os limites e princípios adotados pelo texto constitucional federal, em homenagem à simetria.

Gabarito: D [VUNESP - 2017 - Câmara de Sumaré-SP - Procurador Jurídico] Com base nos caracteres gerais da Medida Provisória, julgue a assertiva:

As medidas provisórias terão sua votação iniciada no Senado.

[Serctam - 2016 - Prefeitura de Quixadá-CE - Assistente Jurídico] Considerando as normas constitucionais sobre processo legislativo, julgue a assertiva:

As medidas provisórias terão sua votação iniciada no Senado Federal.

[TRT 8R - 2013 - TRT 8ªR-PA-AP - Juiz do Trabalho] Em relação às medidas provisórias, julgue a assertiva:

As medidas provisórias terão sua votação iniciada, de forma alternada, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Comentário:

Três itens, todos com o mesmo erro! O texto constitucional é categórico ao dispor, no §8º do art. 62, que as medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. Afinal, se a MP é editada pelo Presidente da República, a Câmara tem que ser mesmo a Casa Iniciadora e o Senado a revisora.

Gabarito: Errado/Errado/Errado [CESPE - 2016 - PC-PE - Agente de Polícia - Adaptada] No que se refere ao processo legislativo, julgue a assertiva:

É de competência do Senado Federal examinar as medidas provisórias e emitir parecer sobre elas, antes que sejam apreciadas pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

[FAURGS - 2015 - TJ-RS - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A questão refere-se à Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Sobre os atos normativos e seus respectivos processos legislativos, de acordo com os artigos 59 a 69, julgue a assertiva:

Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer antes de serem apreciadas, em sessão conjunta, pelo Congresso Nacional.

[FUNIVERSA - 2015 - Secretaria da Criança-DF - Especialista Socioeducativo - Direito e Legislação] Quanto ao processo legislativo, julgue o item:

Conforme posicionamento do STF, o exame prévio de medida provisória por comissão mista de deputados e senadores será facultativo desde que o projeto seja aprovado posteriormente em plenário.

Comentário:

Outra reunião de itens falsos! Por força do art. 62, §9º da CF/88, caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Esta é uma formalidade

imprescindível, segundo o STF:

(...) As comissões mistas e a magnitude das funções das mesmas no processo de conversão de medidas provisórias decorrem da necessidade, imposta pela Constituição, de assegurar uma reflexão mais detida sobre o ato normativo primário emanado pelo Executivo, evitando que a apreciação pelo Plenário seja feita de maneira inopinada, percebendo-se, assim, que o parecer desse Colegiado representa, em vez de formalidade desimportante, uma garantia de que o Legislativo fiscalize o exercício atípico da função legiferante pelo Executivo. [ADI 4.029, rel. min. Luiz Fux, j. 8-3-2012, P, DJE de 27-6-2012.]

Gabarito: Errado/Errado/Errado [FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Técnico Legislativo] Segundo a Constituição Federal de 1988, constitui uma inovação primária na ordem jurídica promovida pelo chefe do Executivo ad referendum do Parlamento:

(A) Decreto do Presidente da República.

(B) Medida Provisória.

(C) Proposta de lei complementar de iniciativa privativa do chefe do Executivo.

(D) Decreto-lei.

(E) Lei delegada.

Comentário:

O ato normativo primário editado pelo chefe do Executivo a ser referendado pelo Parlamento é a medida provisória (artigos 59 e 62, ambos da CF/88). Nesse sentido, a letra ‘b’ é a nossa resposta.

Gabarito: B