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Comentário:

Outro item falso! O requerimento de regime de urgência só poderá ser feito pelo Presidente da República (art. 64, §1º da CF/88), para projetos de lei que sejam de sua iniciativa.

Gabarito: Errado [IBADE - 2020 - Prefeitura de Linhares - ES - Analista de Controle Interno – Direito] Acerca do processo legislativo, considerando as regras expressas na Constituição Federal, é correto afirmar que as Leis Complementares serão aprovadas:

(A) por maioria simples.

(B) por maioria absoluta.

(C) da mesma forma que as leis ordinárias.

(D) por todos os membros do Congresso Nacional em unanimidade.

(E) e forma mais rígida do que a necessária para aprovação das emendas constitucionais.

Comentário:

Nos termos do art. 69, CF/88, as leis complementares são aprovadas por maioria absoluta (maioria dos membros integrantes da Casa legislativa). Desta forma, nossa resposta encontra-se na letra ‘b’.

Gabarito: B

genérica, precisa ser restrita e bem delineada, conforme exigência do art. 68, § 2º, CF/88. Não existe

“delegação em branco”.

Ademais, segundo o Supremo Tribunal Federal, a delegação legislativa externa só pode ser veiculada mediante resolução – saiba que seu examinador, para lhe confundir, vai trocar essa espécie normativa e colocar alguma outra, normalmente lei ordinária.

Na própria resolução constará a necessidade, ou não, de o Poder Legislativo apreciar o projeto eventualmente elaborado pelo Poder Executivo, conforme art. 68, § 3º, CF/88. Isso quer dizer que ao elaborar a resolução autorizando o Presidente a editar a lei dele gada, o Poder Legislativo estará determinando qual das duas modalidades de delegação será adotada, a de trâmite típico ou atípico. Vejamos cada uma delas:

(1) Delegação típica (ou própria): é a que se presume, por ser a mais básica. Neste caso, o Congresso Nacional concede a autorização ao Presidente da República e este, atuando de acordo com o tema delimitado na resolução (que deve respeitar os limites materiais à edição de lei delegada – art. 68, § 1°, CF/88) a elabora, promulga e publica, sem que haja nenhum outro momento de participação do Poder Legislativo. Efetivada a delegação pelo Poder Legislativo, todo o processo de elaboração da lei delegada típica se esgota no âmbito do Poder Executivo, sem que tenhamos nova participação do Congresso.

(2) Delegação atípica (ou imprópria): o Congresso Nacional autoriza o Presidente da República a editar a lei delegada, mas determina que, antes, ele elabore um projeto (de lei delegada) e o submeta à apreciação do próprio Congresso, que o avaliará em votação única, sendo vedada a apresentação de qualquer emenda – o Congresso Nacional somente poderá aprovar ou rejeitar o texto em sua totalidade46. Se aprovado o projeto da lei delegada, ela será encaminhada ao Presidente da República para que ele a promulgue e publique. Caso seja rejeitado o projeto da lei delegada, ele será arquivado (todavia, pode vir a ser reapresentado, na mesma sessão legislativa, desde que haja requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer uma das Casas do Congresso Nacional, conforme o art.

67, CF/88 – princípio da irrepetibilidade).

Em resumo, e com outras palavras:

- na lei delegada típica, o Presidente já pode editar a lei delegada, logo após a autorização do Congresso Nacional ser formalizada na resolução. Isso porque na resolução o Poder Legislativo não

46. A doutrina fala que neste caso temos uma autêntica inversão do processo legislativo, pois a função do Poder Legislativo, ao aprovar ou rejeitar o projeto em sua totalidade, seria uma espécie de ‘sanção’ ou ‘veto’. Fala-se, pois, que a rejeição do projeto de lei delegada pelo Legislador seria uma espécie de ‘veto legislativo’.

terá exigido que o Presidente da República edite, antes da lei delegada, um projeto;

- já na lei delegada atípica, o Presidente obterá do Congresso Nacional a autorização para editar primeiro um projeto de lei delegada, que por ele será apreciado (em votação única, na qual é vedada a inserção de emendas). Caso o Congresso aprove o projeto, o Presidente poderá promulgar e publicar a lei delegada, caso o Congresso rejeite o projeto, o mesmo será enviado para o arquivo.

No mais, é vedada a delegação de matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional, de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, matéria reservada à lei complementar; a legislação sobre a organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; a nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; e os planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos (o art. 68, § 1º, CF/88, enuncia esses limites materiais à edição de lei delegada).

Para fixar melhor esse ponto, te convido para analisar o esquema47 posto abaixo:

47. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

É isso aí meu caro aluno. Estamos quase encerrando esse tópico. Mas, antes, farei alguns últimos registros importantes para sua prova:

(i) Diante da iniciativa solicitadora do Presidente da República, é o Congresso Nacional que decide, discricionariamente, se é cabível a delegação ou não. Em conclusão, não há direito público subjetivo para o Presidente da República em obter a autorização para a edição das leis delegadas, de forma que seu pedido pode ser validamente denegado.

(ii) A permissão dada pelo Congresso Nacional, por resolução, ao Presidente da República para que este edite uma lei delegada sobre tema específico, não importa abandono de sua função legiferante.

Exatamente por essa razão o Congresso poderá sustar a delegação a qualquer momento, se entender conveniente, bem como editar lei sobre o mesmo assunto objeto da delegação, mesmo durante o período em que esteja vigorando a autorização;

(iii) O Presidente da República, ao receber a autorização congressual, devidamente formalizada em uma resolução, obtém uma faculdade para legislar sobre certo assunto por meio da lei delegada, não estando obrigado a editá-la. Pode, então, não editar a lei.

(iv) Se por acaso o chefe do Poder Executivo extrapolar os limites da delegação legislativa, a parte da lei delegada em que ele se excedeu poderá ser suspensa pelo Poder Legislativo, conforme art. 49, V, CF/88, através de um decreto legislativo. Tal possibilidade demonstra que aquele que estabeleceu os limites (o Congresso Nacional) é o primeiro interessado em fiscalizar seu cumprimento, devendo possuir um instrumental capaz de corrigir eventuais desrespeitos. Ressalte-se que esta hipótese exemplifica uma excepcional modalidade de controle de constitucionalidade: o político-repressivo (‘político’ porque o controle de constitucionalidade estará sendo realizado por órgão externo ao Poder Judiciário; ´repressivo’ porque atingirá espécie normativa já pronta e acabada, que está produzindo seus efeitos);

Agora sim, para terminarmos nosso estudo das leis delegadas, quero lhe lembrar, futuro Analista do TJ GO, que essa espécie normativa quase não tem utilidade no atual ordenamento jurídico, estando o Presidente da República absolutamente desinteressado em utilizá-la, por já possuir um canal de comunicação aberto com a atividade legiferante mais sedutor, porque independente de autorização do Poder Legislativo: a possibilidade de editar medidas provisórias. Falaremos delas no próximo item. Mas fique com essa ideia em sua mente: quase não temos leis delegadas em âmbito federal em razão de o Presidente preferir, claro, usar um caminho mais fácil, que é o da edição de medidas provisórias.

Questões para fixar

[UFRRJ - 2015 - UFRRJ - Auxiliar em Administração] O ato normativo elaborado e editado pelo Presidente da República em virtude de autorização do Poder Legislativo, expedida mediante resolução e dentro dos limites nela traçados (Constituição, art. 68, caput e §§), segundo o Manual de Redação da Presidência da República (2002), é a definição de:

A) lei ordinária.

B) lei delegada.

C) decreto.

D) medida provisória.

E) portaria.

Comentário:

É claro que na hipótese apresentada pela questão estamos a falar da lei delegada, prevista no art. 68 da Constituição Federal! Letra ‘b’ é nossa resposta.

Gabarito: B [VUNESP - 2016 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - Adaptada] Sobre o processo legislativo, julgue a assertiva:

A elaboração de lei delegada pelo Presidente da República depende de decreto legislativo autorizativo, editado pelo Congresso Nacional e que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício, sem sujeição do projeto ao Congresso Nacional.

Comentário:

Eis uma armadilha comum que sua banca não hesitará em apresentar! Por força do que dispõe o art. 68, §2º, a delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução (e não decreto legislativo autorizativo) do Congresso Nacional, que deverá especificar o seu conteúdo e os termos de seu exercício. O item, portanto, é falso.

Gabarito: Errado [IESES - 2016 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] Quanto às leis delegadas previstas pela Constituição da República Federativa de 1988 é INCORRETO afirmar que:

A) A lei delegada é elaborada pelo Presidente da República que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

B) A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

C) Não é objeto de delegação de poderes legislações eleitorais.

D) É objeto de delegação de poderes toda legislação que trata de diretrizes orçamentárias.

Comentário:

Veja que a banca pede para que seja marcado o único item incorreto! Devemos sempre ter atenção a esse específico pedido, já que, por vezes na ‘empolgação’, assinalamos logo a primeira alternativa correta que encontramos! Bom, no caso dessa questão, deveremos assinalar a letra ‘d’: conforme determina o art. 68,

§1º, III, a legislação que trata de diretrizes orçamentárias não poderá ser objeto de delegação.

Gabarito: D [FUNIVERSA - 2015 - Secretaria da Criança - DF - Especialista Socioeducativo - Direito e Legislação - Adaptada] Em relação ao processo legislativo, à máxima da proporcionalidade e do sopesamento, aos direitos fundamentais, ao Ministério Público e ao Poder Constituinte, julgue o próximo item:

Na delegação legislativa própria, caberá ao Presidente da República elaborar lei a respeito de matéria que lhe tenha sido delegada pelo Congresso Nacional, devendo o Congresso Nacional apreciar a lei delegada elaborada pelo Presidente, aprovando-a ou rejeitando-a por completo.

Comentário:

Na delegação própria, que é a delegação típica (descrita no art. 68, § 2°, CF/88), a autorização dada pelo

Congresso Nacional por meio de Resolução autoriza o Presidente a elaborar, editar e logo promulgar e publicar a lei delegada. Não haverá apreciação prévia por parte do Poder Legislativo. Não custa lembrar, todavia, que o Congresso poderá, posteriormente, controlar a constitucionalidade dessa lei delegada, consoante prevê o art. 49, V, CF/88 (aliás, essa é uma modalidade de controle político repressivo de constitucionalidade).

Por fim, existe uma possibilidade de controle congressual prévio em se tratando de lei delegada: se apresenta quando o Presidente recebe do Congresso a autorização via resolução, estando obrigado a editar um projeto de lei delegada, que o Congresso avaliará previamente (aprovando ou rejeitando por completo), antes de ela entrar em vigor. Mas aí já não estamos falando de lei delegada típica, mas sim de lei delegada atípica, descrita no art. 68, § 3°, CF/88.

Gabarito: Errado

(C.6) Medidas Provisórias (C.6.1) Aspectos introdutórios

A medida provisória (MP) foi introduzida na Constituição de 1988 em substituição ao antigo decreto-lei e está consagrada no texto constitucional enquanto espécie normativa primária e geral, com força de lei, desde a promulgação da Constituição em 1988. Passou por uma significativa reforma, feita pela EC nº 32/2001, que alterou seu regime de forma substancial, instituindo modificações que vigoram ainda hoje.