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Aula 19. Direito Constitucional Processo Legislativo Analista Judiciário - Área Judiciária TJ GO Prof. Nathalia Masson

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Aula 19

Direito Constitucional – Processo Legislativo

Analista Judiciário - Área Judiciária – TJ GO

Prof. Nathalia Masson

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Sumário

SUMÁRIO ... 2

PROCESSO LEGISLATIVO ... 3

(1)RECADO INICIAL ... 3

(A)PRIMEIRAS PALAVRAS SOBRE O TEMA ... 3

(B)PROCESSO LEGISLATIVO:ESPÉCIES ... 7

(C)ESPÉCIES NORMATIVAS ... 9

(C.1)INTRODUÇÃO ... 9

(C.2)LEIS ORDINÁRIAS PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO ... 10

(1)FASE INTRODUTÓRIA ... 13

(1.1)PRIMEIRAS PALAVRAS ... 13

(1.2)INICIATIVA PRIVATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ... 15

(1.3)INICIATIVA DOS CHEFES DO MINISTÉRIO PÚBLICO (PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA E PROCURADORES-GERAIS DE JUSTIÇA) ... 16

(1.4)INICIATIVA DE LEI DO PODER JUDICIÁRIO ...17

(1.5)INICIATIVA POPULAR ... 18

(1.6)CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE INICIATIVA ... 19

(2)FASE CONSTITUTIVA (ATOS DE DELIBERAÇÃO LEGISLATIVA, VOTAÇÃO E DELIBERAÇÃO EXECUTIVA SANÇÃO OU VETO PRESIDENCIAL) ... 28

(2.1)ACASA INICIADORA ... 28

(2.2)DELIBERAÇÃO... 29

(2.3)VOTAÇÃO PLENÁRIA ... 31

(2.4)DELIBERAÇÃO EXECUTIVA (SANÇÃO OU VETO PRESIDENCIAL) ... 40

(2.4.1)PRIMEIRAS PALAVRAS ... 40

(2.4.2)SANÇÃO ... 40

(2.4.3)VETO... 42

(3)FASE COMPLEMENTAR (OU DE INTEGRAÇÃO DE EFICÁCIA) ... 50

(3.1)PROMULGAÇÃO ... 50

(3.2)PUBLICAÇÃO ... 52

(C.3)PROCEDIMENTO LEGISLATIVO SUMÁRIO OU REGIME DE URGÊNCIA CONSTITUCIONAL (ART.64,§§1º A 4º, CF/88)... 54

(C.4)LEIS COMPLEMENTARES ... 56

(C.5)LEIS DELEGADAS ... 60

(C.6)MEDIDAS PROVISÓRIAS ... 66

(C.6.1)ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ... 66

(C.6.2)LEGITIMIDADE PARA A EDIÇÃO ... 66

(C.6.3)PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS LEGITIMADORES ... 70

(C.6.4)LIMITES MATERIAIS À EDIÇÃO ... 75

(C.6.5)PRODUÇÃO DE EFEITOS (EFICÁCIA DA MEDIDA) ...80

(C.6.6)PROCEDIMENTO ... 81

(C.6.7)REJEIÇÃO E CONVERSÃO DA MP EM LEI ... 84

(C.6.8)ÚLTIMAS OBSERVAÇÕES SOBRE AS MEDIDAS PROVISÓRIAS ... 93

C.7.DECRETOS LEGISLATIVOS ... 96

C.8.RESOLUÇÕES ... 97

(2)QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA ... 99

(3)OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR ... 125

(4)RESUMO DIRECIONADO ... 153

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 167

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PROCESSO LEGISLATIVO

(1) Recado Inicial

Lembre-se de duas coisas importante, caro aluno:

(i) Esta aula, datada de novembro de 2021, foi produzida para o concurso de Analista Judiciário - Área Judiciária do TJ GO, banca UFG. Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera no mundo jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua aprovação estudando um material desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso!

(ii) Estamos diante de um tema bastante relevante para a sua preparação. Estudar o processo legislativo envolve conhecer os dispositivos constitucionais que tratam do assunto, os aspectos doutrinários e, ainda, algumas decisões do STF sobre o tema. Note que seu estudo terá que avançar pelas três camadas do Direito Constitucional: leitura da CF/88, investigação da doutrina, análise de decisões do STF. Mas já lhe adianto que dessas três camadas, a mais exigida em provas de concursos públicos é a 1ª, referente à literalidade da Constituição. Por isso, dê bastante atenção àquilo que nosso texto constitucional determina: grande parte das questões de prova que futuramente você enfrentará serão extraídas dali.

No mais, lhe desejo muito ânimo nesse momento de estudo, muita atenção na leitura desse material, e muita paz interior, na certeza de que o futuro lhe reserva algo absolutamente harmônico e compatível com seus atos e atitudes do presente. Sua dedicação e seu esforço serão recompensados.

Creia-me.

(A) Primeiras palavras sobre o tema

Vou começar este item lhe perguntando: você sabe o que essa expressão “Processo legislativo”

significa?

Ela designa um conjunto de atos pré-ordenados que devem ser praticados (na ordem determinada pela Constituição) para que possamos elaborar as espécies normativas primárias. Tais espécies normativas são aquelas que retiram seu fundamento de validade diretamente da Constituição e que podem inovar o ordenamento jurídico; elas estão descritas no art. 59, CF/88.

A atividade de legislar, regulada pelo poder constituinte originário em seção especial (Tít. IV, Cap. I, Seção VIII, que engloba os artigos 59 a 69, CF/88), é exercida com primazia, mas não com exclusividade, pelo Poder Legislativo. Já que este último Poder não exerce essa atribuição de forma

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isolada e exclusiva, poderemos identificar em nosso ordenamento jurídico situações nas quais outro Poder exercerá, de modo atípico ou secundário, função de natureza legislativa: pensemos, por exemplo, na atribuição presidencial de editar medida provisória ou lei delegada. Ambas são espécies primárias (estão listadas pelo art. 59, CF/88) e não são confeccionadas pelo Legislativo, mas, sim, pelo Poder Executivo.

Outro detalhe introdutório importante é o seguinte: como a disciplina jurídica do processo de formação das leis tem matriz essencialmente constitucional – pois os princípios que regem o procedimento de elaboração das espécies normativas estão no texto da Constituição –, vale registrar que as linhas básicas do modelo constitucional federal referente ao processo legislativo são de absorção compulsória pelas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal1. Vou ilustrar: em âmbito federal o Presidente da República pode editar Medidas provisórias, certo? Bom, se uma Constituição estadual resolver prever essa possibilidade para o Governador, deverá observar as regras que estão na CF/88 regendo a edição/produção de efeitos dessa espécie normativa. Desta forma, assim como a MP editada em âmbito federal, a editada pelo Governador só poderá produzir efeitos por 60 dias, prorrogáveis (uma única vez) por mais 60. Não poderia o documento constitucional estadual determinar que naquela entidade federativa a MP produziria efeitos por mais tempo.

Da mesma forma, também em homenagem ao princípio da simetria, as matérias nas quais a iniciativa pertencer de forma reservada ao Presidente da República (art. 61, § 1°, CF/88) deverão ser atribuídas aos Governadores e Prefeitos, no que couber2. Deste modo, como só o Presidente apresenta (na esfera federal) projetos de lei sobre temas que estão elencados no art. 61, § 1°, somente os governadores apresentarão projetos de lei sobre esses mesmos temas em âmbito estadual.

No mais, considero importante já lhe lembrar que eventuais desobediências às regras constitucionais de processo legislativo vão gerar a inconstitucionalidade formal da lei ou do ato normativo elaborado. Essa inconstitucionalidade, fruto de um processo legislativo ilegítimo, poderá ser:

(i) reconhecida pelo Poder Judiciário no exercício do controle repressivo de constitucionalidade – tanto no âmbito do controle difuso como no do concentrado;

(ii) evitada no controle de constitucionalidade político preventivo, desenvolvido externamente ao

1. Conforme ADI 637 – MA, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, noticiada no Informativo 358, STF.

2. Conforme ADI 822-RS, STF, Rel. Min. Octavio Gallotti.

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Poder Judiciário, pelo Poder Legislativo (através da atuação das Comissões de Constituição e Justiça) e pelo Poder Executivo, por meio do veto jurídico presidencial;

(iii) refreada pelo Poder Judiciário, por meio do excepcional controle de constitucionalidade jurisdicional preventivo, no qual os parlamentares defendem seu direito líquido e certo ao devido processo legislativo, o que os permite manejar o mandado de segurança individual (impetrado pelos parlamentares federais perante o Supremo Tribunal Federal) em todas as oportunidades em que forem desrespeitadas as normas constitucionais procedimentais referentes à elaboração das espécies normativas. Conforme posicionamento estável do STF, o “parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de leis e emendas constitucionais que não se compatibilizam com o processo legislativo constitucional”3.

Para auxiliar na fixação, visualize o esquema4 posto abaixo:

Não custa destacar que o STF5 tem reafirmado esse entendimento, ao considerar que o sistema constitucional pátrio não autoriza que o controle de constitucionalidade judicial prévio seja utilizado como regra. A jurisprudência da Corte está consolidada no sentido de, ordinariamente, não serem admitidas as demandas judiciais com essa finalidade.

3. Conforme MS 24.642, STF, Rel. Min. Carlos Velloso, noticiado no Informativo 337, STF.

4. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

5. No julgamento do MS 32.033/DF, relatado pelo Min. Gilmar Mendes, noticiado no Informativo 711, STF.

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O STF, portanto, segue reconhecendo somente duas exceções a essa regra: (1) proposta de emenda à Constituição manifestamente ofensiva a cláusula pétrea; e (2) projeto de lei ou de emenda em cuja tramitação se verifique evidente afronta a cláusula constitucional que disciplina o correspondente processo legislativo. Percebe-se que, em ambos os casos, o vício de inconstitucionalidade está diretamente relacionado aos aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa. Nessas circunstâncias, a impetração de segurança é admissível porque busca corrigir vício efetivamente concretizado, antes e independentemente da final aprovação da norma.

Bom, informações introdutórias já apresentadas, vamos iniciar nossa específica análise das normas que regem o processo legislativo no Brasil.

Questão para fixar

[CS-UFG - 2019 - Prefeitura de Goianira - GO - Agente Administrativo] No Brasil, são responsáveis pela criação das leis:

A) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

B) a Presidência da República e o Ministério da Justiça.

C) o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça.

D) a Procuradoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União.

Comentário:

A alternativa que melhor corresponde ao disposto no art. 61, CF/88, é a letra ‘a’, sendo, portanto, o nosso gabarito – tendo em vista que a atividade legiferante é exercida, com primazia, pelo Poder Legislativo.

Vejamos a redação desta norma: “A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição”.

Gabarito: A

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(B) Processo Legislativo: Espécies

Existem diversas classificações possíveis para o processo legislativo. Uma muito importante e constante em prova, futuro Analista do TJ GO, é aquele referente às suas fases e ritos procedimentais.

Nesse contexto, o processo legislativo pode ser classificado de três formas. Vejamos:

(i) Ordinário: utilizado para a elaboração de lei ordinária. É o procedimento básico previsto na Constituição da República e caracteriza-se pela total ausência de prazos para a realização dos atos de deliberação e votação;

(ii) Sumário ou abreviado: assemelha-se ao ordinário, pois possui as mesmas fases e os mesmos atos, mas distingue-se deste por possuir prazo para a deliberação e votação. Sua utilização fica na dependência da vontade do Presidente da República, a quem a Constituição confere, com exclusividade, legitimidade para solicitar a tramitação dos projetos de sua iniciativa no regime de urgência constitucional;

(iii) Especial: utilizado para a feitura das demais espécies normativas, a saber, emenda constitucional, lei complementar, lei delegada, medida provisória, decreto legislativo, resolução e as Leis Financeiras (PPA – Plano Plurianual, LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, LOA – Lei Orçamentária Anual). Os procedimentos especiais baseiam-se em ritos diferenciados, que se afastam (ao menos em algum aspecto) da normativa geral estabelecida para a elaboração das leis ordinárias.

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Esquematicamente6:

Um detalhe importante: em se tratando do procedimento de elaboração das leis complementares, é certo afirmar que, em termos constitucionais7, seguem o mesmo processo de formação das leis ordinárias, só havendo uma única diferença constitucionalmente estabelecida: a maioria para a aprovação – afinal, para a validação dos projetos de leis complementares é exigida manifestação favorável de maioria absoluta (art. 69, CF/88), enquanto a aprovação das leis ordinárias exige, tão somente, a manifestação favorável de maioria simples (art. 47, CF/88). Por isso, já se discutiu se o procedimento de feitura de leis complementares segue o procedimento ordinário, em razão da semelhança, ou se o procedimento é especial, em virtude da distinção constitucional referente à maioria de aprovação. Somos partidários da segunda corrente: o procedimento é especial, porque específico em face daquele previsto para a lei ordinária.

6. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

7. Diz-se “em termos constitucionais” porque os regimentos internos das Casas Legislativas estipulam outras distinções para os procedimentos das duas espécies normativas. Por exemplo: regimentalmente há a previsão de que as leis ordinárias possam ser votadas e aprovadas nas comissões, enquanto as leis complementares precisam necessariamente ir à plenário.

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Observe o esquema abaixo8:

Outra coisa que deve ser dita é a seguinte: em que pese a circunstância de a lei complementar ser aprovada por uma maioria mais difícil de ser alcançada que a maioria de aprovação da lei ordinária, não há hierarquia entre elas. Ambas são espécies normativas primárias, que se situam abaixo da Constituição Federal (são normas infraconstitucionais).

Ademais, lembremos que uma outra distinção que a Constituição Federal de 1988 estabelece entre essas duas espécies normativas é referente ao aspecto material. Enquanto LC tem matéria taxativa (a CF/88 determina expressamente que certos assuntos deverão ser regulamentados via LC), LO tem matéria residual (será utilizada naquelas hipóteses em que a CF/88 não pediu expressamente nenhuma outra espécie normativa: não pediu LC, nem Resolução, nem Decreto-legislativo).

Em conclusão, em nossa Constituição, há uma diferença formal entre LO e LC (maioria de aprovação), e uma material (LC tem matéria taxativa e LO tem matéria residual). Vale destacar, por fim, que nos regimentos internos das Casas Legislativas existem outras distinções formais/procedimentais entre LO e LC.

(C) Espécies normativas (C.1) Introdução

Temos sete espécies normativas primárias, a saber: (1) emendas constitucionais; (2) leis complementares; (3) leis ordinárias; (4) leis delegadas; (5) medidas provisórias; (6) decretos legislativos;

e (7) resoluções.

Futuro Analista, uma vez que o procedimento das emendas constitucionais é estudado em aula pertinente (referente à reforma e revisão constitucional), iniciaremos nosso estudo com a análise do

8. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

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procedimento de elaboração das leis ordinárias.

(C.2) Leis ordinárias – processo legislativo ordinário

Parece uma informação básica demais, todavia, não custa começar o tópico lhe lembrando que o processo legislativo ordinário é aquele que deve ser observado na elaboração das leis ordinárias.

Trata-se do procedimento mais básico e completo. Caracteriza-se pela ausência de prazos para a realização dos atos de deliberação e votação. Apesar de mais demorado, este procedimento comporta uma maior oportunidade para o exame, o estudo e a discussão do projeto. Divide-se em três fases, a saber:

(1) introdutória;

(2) constitutiva; e (3) complementar.

A cada uma das fases corresponde a prática de certos atos. Na fase introdutória um único ato é praticado, qual seja, a iniciativa. Já na fase constitutiva temos a realização de três atos, a deliberação, a votação e a sanção ou veto (deliberação executiva). Por fim, na fase complementar, também denominada “fase de integração de eficácia”, realizam-se a promulgação e a publicação.

Esquematicamente9 podemos resumir o processo legislativo ordinário da seguinte forma:

9. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

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Vejamos algumas questões que já cobraram essas informações iniciais referentes ao processo legislativo:

Questões para fixar

[FCC - 2015 - TCM-RJ - Auditor-Substituto de Conselheiro - Adaptada] Julgue a assertiva:

Lei ordinária e lei complementar guardam relação de hierarquia entre si, porque a primeira subordina-se à segunda.

[MPE-BA - 2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto - Adaptada] No que tange à disciplina normativo- constitucional expressa do processo legislativo (artigo 59 e seguintes da Constituição Federal de 1988), julgue a assertiva:

Existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, bem como entre lei federal e estadual.

Comentário:

Você bem sabe que, segundo o STF, não há hierarquia entre LO e LC, pois ambas são espécies normativas primárias infraconstitucionais. Por esta razão, as duas assertivas devem ser marcadas como falsas. Em complemento a resposta, lembremos que também não há hierarquia entre lei federal e lei estadual, como afirma a segunda assertiva. A distinção entre elas refere-se ao campo material de atuação constitucionalmente estabelecido.

Gabarito: Errado/Errado [CETRO - 2013 - ANVISA - Técnico Administrativo - Área 1 - Adaptada] Sobre o previsto na Constituição

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Federal acerca do processo legislativo, julgue a assertiva:

As leis complementares, assim como as leis ordinárias, são aprovadas por maioria simples dos presentes em sessão da Câmara dos Deputados.

[FUNCAB - 2015 - PC-AC - Perito Criminal] Em relação ao processo legislativo, julgue o item:

As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

[VUNESP - 2016 - IPSMI - Procurador - Adaptada] Julgue a assertiva:

No processo legislativo, as leis complementares serão aprovadas por dois terços dos membros do Congresso Nacional.

[CONSULPLAN - 2017 - Câmara de Nova Friburgo-RJ - Agente Legislativo - Adaptada] Sobre o Processo Legislativo previsto na Constituição da República Federativa do Brasil, julgue a assertiva:

As leis complementares serão aprovadas por maioria relativa.

[VUNESP - 2016 - Prefeitura de Alumínio - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] No que se refere ao processo legislativo, julgue a assertiva:

Lei complementar deve ser aprovada por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Comentário:

A solução adequada para estas cincos assertivas depende de você se lembrar de algumas informações básicas que já foram ensinadas nesta aula:

(i) De acordo com o art. 47 da CF/88, leis ordinárias são aprovadas por maioria simples (maioria relativa);

(ii) Leis complementares, nos termos do art. 69 da CF/88, são aprovadas por meio de maioria absoluta.

Com estas simples informações você já é capaz de identificar que somente a segunda assertiva é verdadeira e todas as demais são falsas.

Gabarito: Errado/Certo/Errado/Errado/Errado [FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito] Dentre as espécies normativas passíveis de serem manejadas no ordenamento jurídico brasileiro estão a lei ordinária e a lei complementar.

Como semelhança ou distinção, dentre outras, pode-se mencionar:

A) Assemelham-se em razão da necessidade de tramitação pelo Legislativo competente em dois turnos, exigindo-se quórum de maioria simples, para posterior submissão à sanção.

B) Distinguem-se em razão das matérias que devem ser objeto de cada uma dessas espécies normativas, sendo portanto, critério material, não havendo hierarquia entre os atos normativos.

C) A necessidade de quórum qualificado de aprovação mais rígido para a lei ordinária, em razão de sua tramitação mais ágil, exigindo-se menos horas de debate na fase de deliberação.

D) A necessidade de quórum diferenciado para aprovação da lei complementar, exigido apenas a depender da iniciativa dessa espécie normativa.

E) São semelhantes porque o processo de tramitação legislativo observa exatamente as mesmas formalidades, à exceção da sanção, que demanda ato complexo entre Presidência da Câmara do Legislativo e

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Chefe do Executivo no caso da lei complementar.

Comentário:

A Constituição Federal de 1988 somente apresenta uma única distinção formal entre essas duas espécies normativas, a saber, a maioria de aprovação (que, em lei complementar, é absoluta; e, para lei ordinária, é simples; ver artigos 47 e 69, ambos da CF/88). Vale destacar que nos regimentos internos das Casas Legislativas existem outras distinções formais/procedimentais entre as duas espécies normativas.

Ressalte-se, ademais, que uma outra distinção que a Constituição Federal de 1988 estabelece entre essas duas espécies normativas é referente ao aspecto material. Enquanto LC tem matéria taxativa, LO tem matéria residual.

Por fim, lembremos que entre elas não existe hierarquia.

Em conclusão, podemos assinalar a alternativa ‘b’ como sendo nossa resposta, já que as demais não estão sintonizadas com o texto constitucional.

Gabarito: B

(1) Fase introdutória (1.1) Primeiras palavras

A fase introdutória é a que inaugura o processo de elaboração das leis ordinárias, por meio do ato “iniciativa” – termo que pode ser conceituado como sendo a capacidade de deflagrar o processo legislativo, isto é, de iniciá-lo.

Nossa Constituição Federal estabelece um rol amplo daqueles que são legitimados a estrear o processo legislativo ordinário, afinal a prerrogativa foi atribuída a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos (art. 61, caput, CF/88).

Essa capacidade de apresentar um projeto de lei, dando início ao processo legislativo, pode ser classificada em diferentes tipologias, para melhor ser compreendida:

(i) Iniciativa parlamentar: presente na nossa Constituição Federal, é extraída da concessão da prerrogativa para apresentação de projetos de lei aos membros e comissões do Poder Legislativo.

Assim, a iniciativa pode ser, por exemplo, de um Deputado Federal, de um Senador da República, das Mesas Diretoras, das Comissões internas, da Presidência das Casas.

(ii) Iniciativa extraparlamentar: quando a iniciativa pode ser exercida por autoridades ou instituições que não integram o Poder Legislativo. No nosso texto constitucional, podemos visualizar essa hipótese quando a iniciativa é concedida ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais

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Superiores, ao Procurador-Geral da República e, ainda, aos cidadãos.

(iii) Iniciativa concorrente ou plúrima: é a que pertence simultaneamente a mais de um legitimado.

Exemplo no atual texto constitucional: a iniciativa de lei sobre a organização do Ministério Público da União é da competência concorrente entre o Presidente da República e o Procurador-Geral da República (art. 61, § 1º, II, “d” c/c art. 128, § 5º, ambos da CF/88).

(iv) Iniciativa vinculada: absolutamente excepcional e dependente de previsão constitucional expressa, envolve as situações nas quais o legitimado é obrigado a dar início ao processo legislativo, na forma e nos prazos estabelecidos pela Constituição. Exemplo: são vinculadas as iniciativas para apresentação dos projetos das leis orçamentárias (Lei do Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, Lei do Orçamento Anual – LOA), que devem ser apresentados ao Legislativo, privativamente pelo chefe do Executivo, nos prazos estabelecidos pela Constituição10.

Nos dizeres do STF, a teoria geral do processo legislativo, ao versar sobre a questão da iniciativa vinculada das leis,

adverte que esta somente se legitima – considerada a qualificação eminentemente constitucional do poder de agir em sede legislativa – se houver, no texto da própria Constituição, dispositivo que, de modo expresso, a preveja. Em consequência desse modelo constitucional, nenhuma lei, no sistema de direito positivo vigente no Brasil, dispõe de autoridade suficiente para impor, ao chefe do Executivo, o exercício compulsório do poder de iniciativa legislativa.11

(v) Iniciativa geral: é a regra geral no processo legislativo. Outorgada a certos legitimados para apresentação de projeto de lei sobre matérias variadas, indeterminadas, isto é, para apresentação de projetos que tragam direito novo sobre diversas matérias, com exceção daquelas que estão reservadas a alguma autoridade ou órgão. No nosso atual diploma constitucional, os legitimados possuidores de iniciativa geral são os membros ou comissões da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional e, ainda, o Presidente da República e os cidadãos.

Mas saiba, estimado aluno, que possuir iniciativa geral não significa possuir competência irrestrita para apresentar projetos de lei sobre qualquer matéria, qualquer assunto. Em verdade, quem tem iniciativa geral detém a prerrogativa de apresentar projetos de lei sobre diversas matérias, ressalvadas as hipóteses de iniciativa reservada. Por exemplo: como nossa Constituição reservou ao Supremo Tribunal Federal a iniciativa para apresentar o projeto de lei complementar que disporá

10. Conforme dispõe o art. 35, § 2º, ADCT.

11. MS 22.690, Rel. Min. Celso de Mello.

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sobre o Estatuto da Magistratura (art. 93, CF/88), nenhum outro legitimado, mesmo os que tenham iniciativa geral, poderão apresentar projeto de lei relativamente a este assunto. Do contrário, se o fizerem, estarão violando uma regra da Constituição e, consequentemente, estarão construindo um projeto inconstitucional.

(vi) Iniciativa privativa (exclusiva ou reservada): ocorre quando o processo legislativo só pode ser deflagrado por determinadas autoridades ou órgãos, sob pena de se configurar um vício formal de iniciativa, caracterizador da inconstitucionalidade do ato normativo. A iniciativa privativa do Presidente da República para os temas elencados no art. 61, § 1º, CF/88 é um clássico exemplo de iniciativa reservada, afinal, ou o projeto é apresentado pelo Presidente ou então, se apresentado por qualquer outra autoridade ou entidade, será inconstitucional. Outros exemplos: a iniciativa da Câmara dos Deputados (art. 51, IV, CF/88) e do Senado Federal (art. 52, XIII, CF/88) para apresentar o projeto de lei fixando a remuneração de seus servidores Vale lembrar que a competência para fixar o subsídio para os Deputados Federais e os Senadores da República é do Congresso Nacional, nos termos do art. 49, VII, CF/88).

(1.2) Iniciativa privativa do Presidente da República

Nossa Constituição Federal (em seu art. 61, § 1º) reservou algumas matérias à iniciativa privativa do Presidente da República, de modo a colocar a regulamentação dos assuntos na sua dependência única e exclusivamente, não podendo haver, em nenhuma hipótese, regulamentação destas matérias por iniciativa de outras autoridades ou órgãos.

Em homenagem ao princípio da simetria, o dispositivo que agrega as matérias que são de iniciativa privada do Presidente da República é de repetição obrigatória para os demais entes federados. Estes, ao regulamentarem o processo legislativo nos seus documentos fundamentais (Constituições estaduais e Leis Orgânicas municipais e distrital), devem observar rigorosamente a previsão expressa da Constituição Federal e reservar, ao chefe do Poder Executivo respectivo, a possibilidade de deflagrar o processo legislativo.

Vou exemplificar este cenário com a iniciativa de projeto de lei que cria cargos, funções ou empregos públicos na administração federal direta e autárquica ou promove o aumento de sua remuneração (art. 61, § 1°, II, ‘a’, CF/88). Como em âmbito federal a iniciativa é presidencial, o poder decorrente deverá, necessariamente, reservar essa mesma iniciativa em âmbito estadual ao

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Governador do Estado-membro.

(1.3) Iniciativa dos chefes do Ministério Público (Procurador-Geral da República e Procuradores-Gerais de Justiça)

O Ministério Público, órgão autônomo e independente, possui a prerrogativa de deflagrar o processo legislativo por meio da apresentação do projeto de lei complementar que regulamentará sua organização. A iniciativa será do Procurador-Geral em concorrência com o chefe do Poder Executivo.

Na esfera federal a iniciativa é concorrente entre o Procurador-Geral da República e o Presidente da República (art. 61, § 1º, II, “d”, c/c art. 128, § 5º, todos da CF/88).

Em âmbito estadual a referida iniciativa será do Governador, concorrentemente com o Procurador-Geral de Justiça. Noutro giro, a iniciativa em âmbito distrital, de lei complementar de organização do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, será do Procurador-Geral da República, concorrentemente com o Presidente da República, visto ser o MPDFT uma ramificação do Ministério Público da União (art. 128, I, “d”, CF/88).

Em relação aos Ministérios Públicos que atuam em conjunto com os Tribunais de Contas, destaca-se que não haverá iniciativa concorrente entre o chefe do Executivo e o Procurador-Geral da República. A iniciativa será do respectivo Tribunal de Contas devido à vinculação que aqueles (MPs) têm com estes.

Por fim, será de iniciativa privativa do Ministério Público (do Procurador-Geral da República e dos Procuradores-Gerais de Justiça) a lei que regulamente a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, a política remuneratória e os planos de carreira (art. 127, § 2º, CF/88).

Em relação às mencionadas iniciativas, é possível organizá-las da seguinte maneira12:

12. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

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(1.4) Iniciativa de lei do Poder Judiciário

Vejamos os casos em que o processo legislativo somente poderá ser exercido por iniciativa dos órgãos integrantes do Poder Judiciário:

(i) a Constituição reservou aos Tribunais em gerala proposta de criação de novas varas (art. 96, I, “d”, CF/88);

(ii) separou, somente para o Supremo Tribunal Federal, a iniciativa para apresentar o projeto de lei complementar que disporá sobre o Estatuto da Magistratura (art. 93, CF/88);

(ii) ressalvou, para o STF, Tribunais Superiores e Tribunais de Justiça (art. 96, II, CF/88):

– a alteração do número de membros dos Tribunais inferiores;

– a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos Tribunais inferiores, onde houver;

– a criação ou extinção dos Tribunais inferiores;

– a alteração da organização e da divisão judiciárias;

(iv) por fim, a Constituição outorgou aos Tribunais de Justiça a iniciativa de elaboração de lei que regulamenta a organização judiciária em âmbito estadual (art. 125, § 1º, CF/88).

(18)

(1.5) Iniciativa popular

Vou começar lhe informando que em nosso ordenamento o rigor excessivo das exigências constitucionais postas no art. 61, § 2° dificulta muito a apresentação, na Câmara dos Deputados, de projetos de lei (ordinária ou complementar) de iniciativa popular. Alguns autores, por isso mesmo, afirmam tratar-se a iniciativa popular de um “instituto decorativo”13 em nossa Constituição.

Exatamente por causa disso, são poucas as leis resultantes desse mecanismo de deflagração.

Spor enquanto, somente a Lei nº 11.124/2005 (que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social) e a Lei Complementar nº 135/2010 (conhecida como “Lei da ficha limpa”) foram frutos dessa específica modalidade de iniciativa.

Pois bem. Vejamos agora quais são esses tais requisitos: de acordo com a Constituição, o projeto de lei de iniciativa popular deve ser subscrito por pelo menos um por cento do eleitorado nacional (só cidadãos podem assinar), distribuídos em pelo menos cinco Estados-membros sendo que, em cada um dos Estados-membros participantes, não se pode reunir menos que três décimos por cento do número total de eleitores de cada um deles (art. 61, § 2º, CF/88). Para lhe ajudar a gravar esses detalhes, sugiro a memorização do número “1503”14:

13. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Do Processo Legislativo. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 208.

14. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

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No mais, saiba que por aplicação do princípio da simetria, o poder derivado decorrente, ao elaborar as Constituições estaduais, deve prever a iniciativa popular de lei em âmbito estadual (art. 27, § 4º, CF/88). E, pelo mesmo princípio, existe também iniciativa popular em âmbito municipal, com a apresentação de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado, conforme art. 29, XIII, CF/88.

Observe o esquema15 abaixo:

(1.6) Considerações finais sobre iniciativa

Em finalização ao estudo do ato “iniciativa”, uma última questão precisa ser examinada. Saiba que o vício de iniciativa é um vício de forma, que mostra que houve uma clara violação ao trâmite legislativo constitucionalmente previsto e ocasiona a inconstitucionalidade total da lei produzida.

Assim, quando a iniciativa for conferida de forma privativa a alguém, só temos dois caminhos: (1) ou a exclusividade para a propositura é respeitada ou (2) a lei resultante do projeto será inconstitucional.

Não há meio termo. Tal inconstitucionalidade, decorrente do vício de inciativa, pode ser classificada como ‘inconstitucionalidade formal propriamente dita subjetiva’.

Apesar das considerações acima feitas, a doutrina discute o efeito da sanção presidencial em relação a projetos viciados por usurpação de iniciativa reservada: seria essa manifestação de

15. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

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concordância presidencial dada a um projeto de lei capaz de sanar o vício de iniciativa? O que você acha?

Veja bem: quando a iniciativa violada é aquela conferida de forma reservada aos Tribunais ou ao PGR creio que não haja qualquer discussão digna de destaque. A sanção não pode convalidar o projeto simplesmente porque ela é resultado de um ato praticado pelo Presidente da República e este não pode, com sua concordância manifestada na sanção, suprir a necessária manifestação da entidade/autoridade a quem a Constituição conferiu a possibilidade de deflagração do processo legislativo.

O problema, no entanto, ganha contornos distintos quando a iniciativa está reservada ao Presidente da República, é usurpada e, posteriormente, ele mesmo sanciona (expressa ou tacitamente) o projeto de lei.

Será que neste último caso, teria a sanção presidencial força normativa para corrigir o projeto de lei apresentado por quem não estava constitucionalmente autorizado para tanto? Em outras palavras: a iniciativa do Presidente foi usurpada, mas ele depois concordou com o projeto (tanto que o sancionou).

Essa concordância dada posteriormente não resolve o problema?

Segundo a doutrina majoritária não. A sanção não acarreta a convalidação do projeto de lei. O argumento, que me parece irrefutável, é a supremacia da Constituição, que torna nula (e não simplesmente anulável) qualquer lei adversa ao documento constitucional. E como todo ato nulo, essa lei terá por característica fundamental a impossibilidade de ser convalidada.

Em conclusão, e exemplificando, quando um projeto de lei que trata de tema para o qual a Constituição reservou iniciativa exclusiva para o Presidente da República é apresentado por um parlamentar, a inconstitucionalidade já contaminou a espécie normativa. De nada adianta que o projeto seja discutido e aprovado pelas duas Casas Legislativas e, posteriormente, remetido à deliberação executiva, pois nem mesmo a posterior concordância do Presidente da República, por meio da sanção, será capaz de corrigir o vício formal de iniciativa. Afinal, este defeito, tal qual um “pecado original”, vai contaminar de nulidade incorrigível toda a formação da lei, nunca podendo ser convalidado, corrigido, sequer através da sanção presidencial.

Para reforçar essa nossa posição, saiba que é esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal:

A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o

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condão de sanar o vício radical da inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula nº 5, STF16.

Questões para fixar

[CS-UFG - 2017 - Câmara de Anápolis - GO - Analista Administrativo - Ciências Jurídicas] Nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 61, §1º, são de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

A) resolvam definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

B) aprovem o estado de defesa e a intervenção federal, autorizem o estado de sítio, ou suspendam qualquer uma dessas medidas.

C) fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas.

D) autorizem referendo e convoquem plebiscito.

Comentário:

A questão cobrou o conteúdo do art. 61, §1º, I, CF/88. Vejamos, inicialmente, o disposto neste artigo: “São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas”. Deste modo, nosso gabarito encontra-se na alternativa ‘c’.

Gabarito: C [VUNESP - 2016 - Prefeitura de Sertãozinho-SP - Procurador Municipal - Adaptada] A respeito do processo legislativo brasileiro, julgue a assertiva:

O sistema jurídico brasileiro não contempla hipótese de projeto de lei cuja iniciativa é vinculada.

Comentário:

Contempla sim! Os artigos 166, §6º e 165, §9º da CF/88, comprovam que os projetos de lei relativos ao plano plurianual e às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais são de iniciativa vinculada. Sendo assim, a assertiva é falsa!

Gabarito: Errado [CESPE - 2013 - DPF - Delegado] Em relação ao processo legislativo e ao sistema de governo adotado no Brasil, julgue o seguinte item:

A iniciativa das leis ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, bem como ao Presidente da República, ao STF, aos Tribunais Superiores,

16. ADI 2.867-ES, STF, Rel. Min. Celso de Mello, noticiada no Informativo 332, STF.

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ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos. No que tange às leis complementares, a CF não autoriza a iniciativa popular de lei.

Comentário:

Quando o caput do art. 61 enuncia aqueles que podem deflagrar o processo legislativo, está listando os legitimados à apresentação de projetos de lei ordinária e de lei complementar. Por esse motivo, é absolutamente equivocado dizer que nossa Constituição não autoriza iniciativa popular para apresentação de projetos de lei complementar. Deste modo, o item é falso.

Gabarito: Errado [TRT 16R - 2015 - TRT - 16ªR-MA - Juiz do Trabalho Substituto - Adaptada] Sobre o processo legislativo, julgue a assertiva:

A iniciativa do Presidente da República, parlamentares e cidadãos é geral (salvo a matéria de iniciativa reservada); as do Procurador Geral da República e do Poder Judiciário são restritas a determinadas matérias.

Comentário:

Como sabemos, o caput do art. 61 não diferencia os detentores de iniciativa geral e os possuidores de iniciativa reservada, no entanto, uma leitura global do texto constitucional nos permite concluir que alguns dos legitimados do citado dispositivo somente podem apresentar projetos de lei sobre temas previamente delimitados pela Constituição. É este o caso do PGR, do STF e dos Tribunais Superiores – para os quais a iniciativa fica restrita à determinadas matérias. Os demais legitimados listados pelo art. 61 (membros e comissões da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional; Presidente da República e cidadãos) possuem iniciativa geral, o que significa a possibilidade de poderem apresentarem projetos de lei sobre temas múltiplos/variados/indeterminados. Por essa razão, o item pode ser marcado como verdadeiro.

Gabarito: Certo [VUNESP - 2016 - Câmara de Taquaritinga - SP - Técnico Legislativo] Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre a iniciativa do processo legislativo.

A) A iniciativa reservada é a regra, competindo a iniciativa do processo legislativo concorrentemente ao Executivo, ao Legislativo, ou ao povo.

B) A Constituição reserva a iniciativa de certas matérias a titular determinado, como o Chefe do Poder Executivo ou aos Tribunais, o que é denominado poder geral de iniciativa.

C) A iniciativa popular, por meio de apresentação de projeto de lei, não é contemplada pelo processo legislativo previsto na Constituição Federal de 1988.

D) O poder de emendar não é reservado apenas aos parlamentares, da mesma forma que a iniciativa, ele é estendido ao Executivo, ao povo e aos Tribunais.

E) Diz-se vinculada a iniciativa quando a apresentação do projeto de lei sobre determinada questão é exigida pela Constituição, em data ou em prazo certo.

Comentário:

Nossa alternativa correta é a apresentada pela letra ‘e’! Sabemos que a iniciativa vinculada é aquela que, além de ser excepcional, depende de previsão constitucional expressa. Caracteriza-se por envolver situações

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nas quais o legitimado é obrigado a dar início ao processo legislativo, na forma e nos prazos previstos pelo texto constitucional. São exemplos projetos de lei cuja iniciativa é vinculada os projetos de leis orçamentárias, que deverão ser apresentados privativamente pelo Chefe do Executivo ao Poder Legislativo, nos prazos constitucionalmente estabelecidos.

Quanto às alternativas equivocadas, a da letra ‘a’ erra pois a iniciativa reservada é a exceção (enquanto a geral é a regra do processo legislativo), que permite que determinados titulares, como o PGR e os Tribunais, apresentem projetos de lei somente sobre matérias previamente determinadas (tratando-se, assim, da reserva de iniciativa, exceção ao poder geral de iniciativa, razão pela qual a letra ‘b’ também está errada).

A letra ‘c’ erra ao dizer que a iniciativa popular não está prevista em nosso texto constitucional. Está sim: no art. 61, §2º.

Por fim, a letra 'd' também está falsa, visto que o poder de emendar é exclusivo dos parlamentares, enquanto a iniciativa para a apresentação de projetos de lei alcança o chefe do Executivo, os Tribunais, o Procurador- Geral da República e os cidadãos

Gabarito: E [ESAF - 2015 - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional - Adaptada - Adaptada] Sobre o processo legislativo, analise o item:

No âmbito do Poder Judiciário, a competência para apresentar projeto de lei é exclusiva do Supremo Tribunal Federal.

Comentário:

Estamos claramente diante de um item falso! Já sabemos que a Constituição Federal reservou aos Tribunais em geral a apresentação de projetos com proposta de criação de novas varas (art. 96, I, ‘d’); ressalvou, ainda, ao STF, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça, em seu art. 96, II da CF/88, a iniciativa para a alteração do número de membros dos Tribunais inferiores, bem como sua criação e extinção. O texto constitucional outorgou, ainda, aos Tribunais de Justiça a iniciativa para elaboração de lei que regulamenta a organização judiciária em âmbito estadual (art. 125, §1º da CF/88).

Gabarito: Errado [CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária] Com relação à organização dos poderes e às funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir:

Situação hipotética: Por iniciativa de deputado federal, tramitou e foi aprovado, no Congresso Nacional, projeto de lei que trata de regime jurídico dos militares das Forças Armadas. Assertiva: Nessa situação, o projeto deverá ser vetado pelo presidente da República, porque existe vício de constitucionalidade formal.

Comentário:

Item verdadeiro! De fato, há vício formal no que se refere à iniciativa. Por força do disposto no art. 61, §1º, II, alínea ‘f’ da CF/88, são de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre os militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

Gabarito: Certo

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[FCC - 2015 - TRT 1ªR-RJ - Juiz do Trabalho Substituto - Adaptada] Após várias audiências públicas e intensos debates parlamentares, determinado Senador da República tomou a iniciativa de propor Projeto de Lei Complementar dispondo sobre as férias dos juízes, a fim de reduzi-las para um único período de 30 dias por ano. Depois de aprovado por ambas as Casas do Congresso Nacional, com o quórum qualificado de maioria absoluta, foi sancionado e promulgado pelo Presidente da República.

No caso hipotético, considere:

I) A Lei Complementar aprovada padece de vício de inconstitucionalidade formal, uma vez que não obedeceu ao quórum qualificado de 2/3.

II) A Lei Complementar aprovada padece de vício de inconstitucionalidade formal, uma vez que, além de o Projeto ser de iniciativa privativa do Supremo Tribunal Federal, sua tramitação deveria ter começado pela Câmara dos Deputados.

Comentário:

A primeira assertiva deverá ser marcada como falsa, enquanto a segunda deverá ser marcada como verdadeira. Sabemos que por força do disposto no caput do art. 93 da CF/88, tal lei complementar é de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, daí o seu vício formal subjetivo.

Gabarito: Errado/Certo [FGV - 2012 - Senado Federal - Técnico Legislativo - Processo Legislativo - Adaptada] Algumas matérias são de iniciativa reservada, isto é, o Legislativo só pode normatizá‐las depois de a autoridade titular da competência formular um juízo de conveniência e oportunidade sobre o debate. A propósito da deflagração do processo legislativo, julgue a assertiva abaixo:

A sanção presidencial supre o vício de projeto de lei em que não tenha sido observada a iniciativa privativa do Presidente da República.

[CESPE - 2014 - MDIC - Analista Técnico - Administrativo] No que se refere à organização político- administrativa do Estado e ao Poder Legislativo, julgue o próximo item:

Se um projeto de lei ordinária de iniciativa parlamentar invadir a iniciativa privativa do presidente da República, a sanção desse projeto pelo chefe do Poder Executivo federal sanará o vício deflagrado no processo legislativo.

[CESPE - 2016 - TRT 8ªR-PA e AP - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação - Adaptada] Acerca do processo legislativo, julgue a assertiva de acordo com as disposições da CF:

A sanção e promulgação de projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da República, mas apresentado por parlamentar, sana o vício de iniciativa, por convalidação.

Comentário:

Todas as assertivas apresentadas deverão ser marcadas como falsas! É entendimento firmado pelo STF o de que a sanção presidencial ao projeto de lei não convalida (não corrige) o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa.

“A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda

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quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da inconstitucionalidade.

Insubsistência da Súmula 5/STF. [ADI 2.867, rel. min. Celso de Mello, j. 3-12-2003, P, DJ de 9-2-2007.] = ADI 2.305, rel. min. Cezar Peluso, j. 30-6-2011, P, DJE de 5-8-2011.”

Gabarito: Errado/Errado/Errado [FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público - Adaptada] Acerca da participação do Poder Executivo no Processo Legislativo, julgue a assertiva:

Segundo a jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, o processo legislativo de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, inaugurado pelo Congresso Nacional, poderá ser aproveitado, caso haja sanção.

Comentário:

Outro item falso! Já está firmado na jurisprudência do STF o entendimento no sentido de que a sanção presidencial à projeto de lei cuja iniciativa é privativa do Chefe do Executivo não convalida o vício, tornando o projeto formalmente inconstitucional.

Gabarito: Errado [FCC - 2018 - ALESE - Analista Legislativo - Processo Legislativo] Entendendo que os vencimentos de uma determinada carreira de servidores públicos integrante dos quadros da Administração direta estadual encontram-se fixados em patamar muito inferior àquele praticado no âmbito da iniciativa privada, João, deputado estadual, apresenta projeto de lei perante a Assembleia Legislativa de determinado Estado, aumentando os vencimentos da referida carreira. O projeto em questão:

a) apresenta vício de iniciativa, uma vez que a propositura de projeto de lei dessa natureza, quando realizada por integrante do Poder Legislativo, depende da existência de autorização concedida ao parlamentar autor do projeto, pelo Secretário de Estado responsável pela Secretaria a que se vincula a carreira beneficiada.

b) não apresenta vício de iniciativa, uma vez que a Constituição da República prevê que a remuneração dos servidores públicos e o subsídio daqueles submetidos a esse regime somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, atribuindo assim ao Poder Legislativo a iniciativa geral de leis que concedam aumento para servidores integrantes da administração direta.

c) apresenta vício de iniciativa, uma vez que a Constituição da República, em norma de reprodução obrigatória pelos Estados, prevê que as leis que disponham sobre criação de cargos na Administração direta ou aumento de sua remuneração são de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.

d) não apresenta vício de iniciativa, já que, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, ao assegurar aos servidores públicos o direito à revisão anual, a Constituição da República atribuiu aos integrantes do Poder Legislativo a faculdade de, em caso de mora do Poder Executivo, propor projetos de lei que concedam aumentos aos servidores públicos da administração direta.

e) apresenta vício de iniciativa, o qual, no entanto, conforme entendimento pacífico no Supremo Tribunal Federal, poderá ser sanado caso, uma vez aprovado o projeto de lei pela Assembleia Legislativa, venha ele a ser sancionado pelo Governador do Estado.

Comentário:

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Nossa alternativa correta é a da letra ‘c’! Por força do art. 61, §1º, II, ‘a’, do texto constitucional, dispositivo este de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais, são de iniciativa privativa do Presidente da República (e, consequentemente, do Chefe do Poder Executivo regional: Governador), as leis que disponham sobre a criação de cargos, funções ou empregos públicos na Administração direta e autárquica, bem como o aumento de sua remuneração.

Gabarito: C [FGV - 2014 - DPE-RJ - Técnico Médio de Defensoria Pública - Adaptada] O processo legislativo é o conjunto de regras procedimentais tendentes a regulamentar a elaboração das espécies normativas. A soberania popular é exercida de várias formas, como através da iniciativa popular. Sobre o instituto, a Constituição Federal prevê:

Que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento da população nacional.

Comentário:

Sabemos que, pela regra do “1503” disposta no art. 61, §2º da CF/88, a iniciativa popular só pode ser exercida pela apresentação de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado (e não da população) nacional. Deste modo, o item é falso.

Gabarito: Errado [TRF 2ªR - 2017 - TRF 2ªR - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Quanto ao Legislativo no Brasil, julgue a assertiva:

O instituto da iniciativa popular pode ser exercido pela apresentação ao Poder Legislativo Federal de projeto de lei subscrito por não menos do que 2% (dois por cento) do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por dez dos Estados, com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles.

[CESPE - 2016 - PC-PE - Agente de Polícia - Adaptada] No que se refere ao processo legislativo, julgue a assertiva:

A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação ao Congresso Nacional de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, nove estados da Federação.

[NC-UFPR - 2015 - Prefeitura de Curitiba-PR - Procurador - Adaptada] Sobre o processo legislativo constitucional, julgue a assertiva:

A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Comentário:

Todos os itens são falsos! Conforme nos dita o texto constitucional em seu art. 61, §2º, o projeto de lei de iniciativa popular deverá ser subscrito por, ao menos, um por cento do eleitorado nacional (o que significa que apenas cidadãos podem assinar, e não qualquer um do povo), que deverá estar distribuído em pelo menos cinco Estados-membros da Federação, sendo que, em cada um deles, não poderão estar reunidos menos do que três décimos por centro do número total de eleitores de cada um deles. Trata-se, assim, da

(27)

regra do 1503.

Gabarito: Errado/Errado/Errado [FCC - 2019 - DETRAN-SP - Oficial Estadual de Trânsito - Adaptada] De acordo com as normas do processo legislativo dispostas na Constituição Federal de 1988, julgue a assertiva:

São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na Administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração.

Comentário:

A assertiva está em plena harmonia com o art. 61, § 1°, II, ‘a’, por isso deve ser assinalada como verdadeira.

Gabarito: Certo [FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - Agente Administrativo] Projeto de lei ordinária, de iniciativa popular, dispondo sobre a criação de cargos na Administração direta federal, é aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em ambos por maioria de votos, presente a maioria absoluta dos membros respectivos.

Encaminhado à apreciação do Presidente da República, este decide vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade, no prazo de 15 dias úteis contados de seu recebimento. Considerados esses elementos à luz das regras do processo legislativo na

Constituição Federal, o veto do Presidente da República está

(A) incorreto, porque projeto de lei de iniciativa popular não se submete à sanção ou ao veto presidencial.

(B) correto, pois o projeto deveria ter sido aprovado pela maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

(C) correto, pois o projeto versa sobre matéria de lei de iniciativa privativa do Presidente da República.

(D) incorreto, pois já teria decorrido o prazo estabelecido na Constituição para a sua oposição, importando sanção.

(E) incorreto, por não haver inconstitucionalidades no trâmite do projeto de lei.

Comentário:

Certos temas somente podem ser objeto de um projeto de lei se este for apresentado pelo Presidente da República. São as hipóteses de iniciativa privativa do Presidente, descritas no art. 61, § 1° da CF/88. Destarte, nossa resposta encontra-se na letra ‘c’. O veto presidencial é adequado, haja vista o fato de estarmos diante de uma inconstitucionalidade.

Gabarito: C

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