• Nenhum resultado encontrado

eficácia por decurso de prazo.

Comentário:

Por força do §10 do art. 62 da CF/88, é constitucionalmente vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Sendo assim, a primeira assertiva é falsa e a segunda verdadeira.

Gabarito: Errado/Certo [FCC - 2019 - DETRAN-SP - Oficial Estadual de Trânsito - Adaptada] De acordo com as normas do processo legislativo dispostas na Constituição Federal de 1988, julgue a assertiva:

Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar decretos legislativos, com força de lei, devendo submetê-los de imediato ao Congresso Nacional.

Comentário:

Item falso. Consoante prevê o art. 62, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. A propósito, é o Congresso que edita decretos legislativos, não o Presidente.

Gabarito: Errado

pública (formalmente reconhecido pelo Congresso Nacional) que acometeu o país durante a pandemia do Coronavírus.

– detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;

– matéria reservada à lei complementar;

– matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

Quanto à matéria tributária, pode-se dizer que, em geral, não representa uma vedação material à edição de medida provisória. O STF entende ser perfeitamente possível a regulamentação de matéria tributária através de MP – exceto nas hipóteses em que a própria Constituição exigiu a edição de lei complementar para regular o tema (ex: art. 146, CF/88) –, devendo, contudo, ser observado o princípio da anterioridade tributária (nos casos em que ele se aplica). E, em respeito a este princípio constitucional55, um imposto instituído ou majorado através de MP só poderá ser cobrado a partir do próximo exercício financeiro. Entenda-se como “próximo exercício financeiro” o seguinte àquele em que tenha havido a conversão da medida provisória em lei, e não aquele posterior ao que tenha havido a edição da medida. Para exemplificar: MP1 editada em 2017 e convertida em lei no ano de 2018:

cobrança possível a partir do exercício financeiro de 2019.

Exceções a este regramento são aquelas ocasionadas pela edição de MP que majora ou institui impostos que não se submetem à anterioridade tributária, nos termos do art. 150, § 1°, CF/88 (Imposto de Importação – II; Imposto de Exportação – IE; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF; e Imposto Extraordinário de Guerra – IEG).

Outros limites materiais expressos à edição de medida provisória estão espalhados no texto constitucional, são eles:

– art. 25, § 2º, CF/88: impossibilidade de uma MP estadual regulamentar a exploração, direta ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado;

– art. 246, CF/88: vedação para regulamentar artigos da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação da EC nº 32/2001, inclusive).

Temos também limites implícitos, a saber, os artigos 49, 51 e 52, todos da CF/88, que veiculam

55. Previsto no art. 150, III, ‘b’, CF/88, o STF decidiu, na ADI 939-DF, que é uma garantia individual do contribuinte, portanto, cláusula pétrea.

as matérias que são de competência exclusiva do Congresso e competência privativa das Casas Legislativas. Isso porque são vedadas MPs que disciplinem matérias para as quais a iniciativa tenha sido reservada a órgãos ou autoridades específicas, pois nestes casos a apresentação do projeto depende de os titulares da iniciativa entenderem-na conveniente.

Outro limite implícito à edição de MP foi confirmado pelo STF na ADI 4717, em abril de 2018, e refere-se à matéria ambiental. Em que pese não haver restrição expressa no art. 62, § 1°, CF/88, nossa Corte Suprema informou que a MP pode veicular normas referentes ao tema, mas desde que sejam favoráveis ao meio ambiente. Destarte, normas que importem em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e participação da sociedade civil e dos órgãos e instituições de proteção ambiental, no intuito de assegurar o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Em conclusão, e nas palavras do STF: “a proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória”.

Por fim, estimado aluno, seguem duas últimas considerações importantes para nosso estudo:

(i) Como a medida provisória é um ato normativo primário (que extrai seu fundamento de validade diretamente do texto da Constituição), esses limites materiais poderão ter sua constitucionalidade discutida no controle (difuso e concentrado) realizado pelo Poder Judiciário, bem como no excepcional controle repressivo realizado pelo Poder Legislativo, que pode não converter a MP em lei, ao argumento de que ela é inconstitucional.

(ii) Ainda sobre os limites materiais, veja a tabela abaixo, estimado aluno, que nos permite comparar os temas que expressamente não podem ser reguladas por MP e os que não podem ser objeto de lei delegada56:

56. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

Questões para fixar

[FCC - 2019 - DETRAN-SP - Oficial Estadual de Trânsito - Adaptada] De acordo com as normas do processo legislativo dispostas na Constituição Federal de 1988, julgue a assertiva:

É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito tributário.

Comentário:

O tema ‘direito tributário’ não é assunto cuja regulamentação esteja vedada à MP, o que torna a assertiva falsa.

Gabarito: Errado [FGV - 2019 - TJ MA - Analista Judiciário - Direito] É admissível, à luz da Constituição Federal, que medida provisória disponha sobre:

(A) a fiscalização financeira da administração pública direta e indireta.

(B) finanças públicas.

(C) concessão de garantias pelas entidades públicas.

(D) majoração de impostos.

(E) emissão e resgate de títulos da dívida pública.

Comentário:

Eis uma questão mais complexa, que exigia bastante do candidato! Vimos, em nossa aula, que nossa Constituição veda que Medidas Provisórias tratem de matéria que tenha sido reservada à lei complementar (art. 62, § 1º, CF). Desta forma, as MPs não podem versar sobre os assuntos mencionados no art. 163 da CF/88.

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I – finanças públicas;

II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;

III – concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;

VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.

Destarte, nossa resposta está na letra ‘d’, pois MP pode determinar a majoração de impostos, conforme autoriza o art. 62, § 2°, CF/88.

Gabarito: D [VUNESP - 2020 - Valiprev - SP – Procurador] A Constituição Federal autoriza a edição de medida provisória, dentre outras, sobre matéria relativa:

(A) ao direito processual civil.

(B) à cidadania.

(C) ao direito eleitoral.

(D) ao direito tributário.

(E) aos partidos políticos.

Comentário:

Letra ‘a’: Nos termos do art. 62, § 1º, I, ‘b’, CF/88, “direito processual civil” não pode ser objeto de MP.

Letra ‘b’: Nos termos do art. 62, § 1º, I, ‘a’, CF/88, matéria relativa à “cidadania” não pode ser objeto de MP.

Letra ‘c’: Nos termos do art. 62, § 1º, I, ‘a’, CF/88, “direito eleitoral” não pode ser objeto de MP.

Letra ‘d’: O tema “direito tributário não representa uma limitação material a edição de MP (conforme o art.

62, § 2º, CF/88, indica). Neste sentido, essa é a nossa resposta.

Letra ‘e’: Nos termos do art. 62, § 1º, I, ‘a’, CF/88, matéria relativa aos “partidos políticos” não pode ser objeto de MP.

Gabarito: D

(C.6.5) Produção de efeitos (eficácia da medida)

Sabia, prezado aluno, que tão logo é editada, a medida provisória já começa, imediatamente, a produzir seus efeitos? Isso acontece pois ela é um ato normativo pronto e acabado, elaborado pelo Presidente da República e que possui força de lei.

Como sua produção de efeitos é imediata, a medida provisória deve, logo após sua edição, ser encaminhada para apreciação e posterior manifestação do Congresso Nacional, que pode aprová-la (e convertê-la em lei ordinária) ou rejeitá-la (quando então seu texto será encaminhado para o arquivo e não poderá constituir objeto de nova medida provisória na mesma sessão legislativa, nos termos do art.

62, § 10, CF/88).

A eficácia da MP, de acordo com o § 3º, do art. 62, é de sessenta dias, prorrogáveis, nos termos do § 7º do mesmo artigo, uma única vez, por igual período (lembrando que esta prorrogação é automática, isto é, o Presidente não precisa pedir essa prorrogação). O prazo, pois, em que a MP produz efeitos é usualmente de cento e vinte dias, podendo, todavia, ser mais amplo que isso se ocorrerem as hipóteses dos §§ 4º, 11 e 12, do art. 62, CF/88.

Nestes casos, estende-se o prazo de produção de efeitos da medida em razão da:

(i) Recesso parlamentar (art. 62, § 4º, CF/88): durante o recesso, o funcionamento das Casas do Congresso Nacional é descontinuado e as votações suspensas, aguardando o retorno às atividades legislativas. Mas a MP continua a produzir seus efeitos. No entanto, mesmo com a eficácia intacta, a contagem do seu prazo de eficácia fica suspensa, isto é, paralisada enquanto durar o período do recesso parlamentar.

(ii) Não edição do decreto legislativo a que se refere o § 3º (caso de rejeição da MP) em até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, uma vez que nessa situação as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a vigência da MP conservar-se-ão por ela regidas, conforme preceitua o art. 62, § 11, CF/88;

(iii) Aprovação de um projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, pois nesse caso a MP manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto, mesmo que durante esse período da deliberação executiva (que dura, no máximo, 15 dias úteis – art.

66, § 1º, CF/88) vença o prazo de eficácia (de 60 + 60 dias) da MP, por força da autorização do art. 62, § 12, CF/88.