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LEIS E DOCUMENTOS QUE ASSEGURAM A INCLUSÃO ESCO- ESCO-LAR NO BRASIL

No documento DIÁLOGOS III DIÁLOGOS VOLUME III (páginas 50-54)

2 HISTÓRIA DO SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

3 LEIS E DOCUMENTOS QUE ASSEGURAM A INCLUSÃO ESCO- ESCO-LAR NO BRASIL

Elencamos aqui um breve resumo de algumas leis que regulamen-tam a educação especial inclusiva no Brasil, garantindo a inclusão escolar de alunos com necessidades especiais no ensino regular.

Podemos observar que na Constituição de 1988 no artigo 205, vem garantir a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvol-vimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No artigo 206, inciso I, estabelece a ―igualdade de condições de acesso e permanência na escola‖ como um dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).

No Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90 - O ar-tigo 55 reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que ―os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino‖.

Com a LDB 9394/96 a lei busca no artigo 59 assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; sendo que os sistemas de ensino devem garantir a todos. A lei também estabelece as normas para organização da educação básica, possibi-litando avanços nos cursos mediante verificação do aprendizado.

Além destes documentos importantes temos documentos e decretos elencados abaixo, até o no de 2011:

* Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001 - Desta-ca que ―o grande avanço que a déDesta-cada da eduDesta-cação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana‖.

* – Resolução CNE/CP nº1/2002 - Estabelece as Diretrizes Curricu-lares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formação docente voltada para a atenção à diversidade e que con-temple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.

* Lei nº 10.436/02 - Reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas

formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia.

* Portaria nº 2.678/02 - Aprova diretriz e normas para o uso, o en-sino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braile para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território nacional.

* Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Clas-ses Comuns da Rede Regular - O Ministério Público Federal divulga o do-cumento com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão.

* Decreto nº 5.296/04 - Regulamenta as leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas e critérios para a promoção da acessibili-dade às pessoas com deficiência ou com mobiliacessibili-dade reduzida (implementa-ção do Programa Brasil Acessível).

* Decreto nº 5.626/05 - Regulamenta a Lei nº 10.436/02, visando à inclusão dos alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras como discipli-na curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradu-tor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda lín-gua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regu-lar.

* Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos - Lançado pe-la Secretaria Especial dos Direitos Humanos, pelo Ministério da Educação, pelo Ministério da Justiça e pela UNESCO. Objetiva, dentre as suas ações, fomentar, no currículo da educação básica, as temáticas relativas às pessoas com deficiência e desenvolver ações afirmativas que possibilitem inclusão, acesso e permanência na educação superior.

* Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE - Traz como eixos a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a implantação de salas de recursos multifuncionais e a formação docente para o atendimento educa-cional especializado.

* Decreto nº 6.094/07 - Estabelece dentre as diretrizes do Compro-misso Todos pela Educação a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas.

* Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educa-ção Inclusiva/2008 - Traz as diretrizes que fundamentam uma política públi-ca voltada à inclusão escolar, consolidando o movimento histórico brasileiro.

* Decreto nº 6.571/2008 - Dá diretrizes para o estabelecimento do atendimento educacional especializado no sistema regular de ensino (escolas públicas ou privadas).

* Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência/2009 - Aprovada pela ONU e da qual o Brasil é signatário. Estabelece que os Esta-dos Parte devem assegurar um sistema de educação inclusiva em toEsta-dos os níveis de ensino. Determina que as pessoas com deficiência não sejam exclu-ídas do sistema educacional geral e que as crianças com deficiência não se-jam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório; e que elas tenham acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vi-vem (Art.24).

* 2011 – Plano Nacional de Educação (PNE) - Projeto de lei ainda em tramitação. A Meta 4 pretende ―Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.‖

Entende-se que muitos foram os ganhos em relação a leis e elabora-ção de documentos oficiais para a inclusão escolar, mas ainda há muitas lutas por parte de profissionais e familiares que seja colocada em prática e não apenas no papel, há também muitos retrocessos no atual momento, mas a luta é uma bandeira sempre hasteada por parte de muitos que labutam para os direitos humanos e inclusão social, para que assim sejam realmente, inclu-ídas nossa história efetivar a verdadeira mudança do nosso contexto social. 4 A ESCOLA E A INCLUSÃO

A educação inclusiva e um processo em que se amplia à participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da pratica e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. E uma abor-dagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularida-des, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

A Educação Inclusiva atenta à diversidade inerente a espécie huma-na, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Dessa maneira o aluno tenha posse do instrumental teórico e os meios necessários para que perceba e assuma verdadeiramente, seu papel

ativo na história, enquanto cidadão capaz de interpretar e participar da construção do mundo e sobretudo, de fazer-se a si mesmo ao interagir com a realidade e o mundo do trabalho de forma crítica, consciente e produtiva.

A existência humana não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar. Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. (FREIRE, 1987, p.78).

O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, a qual se apresenta numa grande variedade de formas incluindo escolas es-peciais, unidades pequenas e a integração das crianças com apoio especiali-zado. O ensino especial é desde sua origem um sistema separado de educa-ção das crianças com deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das crianças com deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares.

Na escola, o Currículo deve ser entendido como algo abrangente, dinâmico e existencial, numa dimensão profunda e real que envolve todas as situações circunstanciais da vida escolar e social do aluno. Assim vale dizer que é a escola em ação, isto é, a vida do aluno e todos que sobre eles possam ser determinadas, influência no processo educacional.

Entendendo, também, o Currículo como construção social do co-nhecimento escolar, a escola buscará a desenvolver ações de coco-nhecimento que leve o aluno a compreender o modo que vivemos e as formas de atuar nesse mundo, considerando de suma importância, o saber que o educando já tem adquirido, seu conhecimento de mundo, experiências e vivências cultu-rais.

Nesse sentido, a escola se propõe a trabalhar os conteúdos curricula-res da Base Nacional Comum e da Parte diversificada os temas transversais e locais, visando desenvolver no aluno a criatividade, o lúdico e o imaginário, com contexto social, introduzindo valores éticos.

As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Bá-sica (Parecer CEB/CNE nº 11/2000) indicam a necessidade de a educação profissional do aluno com necessidades educacionais especiais ser realizada através de cursos oferecidos pelas redes regulares de ensino, públicas ou privadas, por meio de adequações e apoios, tanto em relação a programas

específicos de educação profissional, como em relação a atividades vincula-das à preparação para o trabalho.

Uma Escola inclusiva não prepara para a vida – ela é a própria vida que flui devendo possibilitar o desenvolvimento da sensibilidade e da capa-cidade crítica e construtiva dos educandos-cidadãos que nela estão. O direito à igualdade de oportunidades não significa um modo igual de educar a todos e, sim, dar a cada um o que necessita em função de seus interesses e caracte-rísticas individuais.

Os momentos de socialização das crianças durante as brincadeiras, em sala de aula buscam o compromisso de todos os alunos perceberem como o seu papel é fundamental como um incentivador direto para a aprendiza-gem do aluno incluso também foram identificados nas respostas dos entrevis-tados.

A inclusão precisa ser oportuna para uma aprendizagem que ele-mentos do conhecimento venham agregar no aprendizado dos educandos, propiciando uma formação para uma sociedade mais humana e solidária e não supressora desse indivíduo que faz parte e tem nas leis seus direitos ga-rantidos.

Assim sendo, uma nova ética se impõe, conferindo a todos igualda-de igualda-de valor, igualdaigualda-de igualda-de direitos e a necessidaigualda-de igualda-de superação igualda-de qualquer forma de discriminação.

A ideia fundamental é disponibilizar uma organização escolar que, tendo como foco a educação profissional, inclusiva, se caracterize pela exis-tência e articulação das seguintes características: morais e de respeito aos direitos humanos, o verdadeiro espírito de cidadania. A escola deve ter flexi-bilização de uso do material pedagógico; adaptação de equipamentos; adap-tação da estrutura curricular; eliminação de barreiras de qualquer natureza; processos diferenciados de avaliação; e principalmente a capacitação ade-quada de recursos humanos.

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