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PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM

No documento DIÁLOGOS III DIÁLOGOS VOLUME III (páginas 119-132)

Nei Junio de Souza Lopes

INTRODUÇÃO

O avanço das Tecnologias da Informação e da Comunicação ganha-ram espaço e transformaganha-ram profundamente as demandas por educação e qualificação profissional. A educação passou a ser mais dinâmica devido à necessidade de novos conhecimentos e novas qualificações, denominada de educação continuada. Com isso a necessidade e urgência de se repensar o ensino e a aprendizagem de forma mais contemporânea. Porém esse novo método de ensino gera opiniões divergentes, o que acaba exigindo uma boa avaliação das estratégias adotadas para que as vantagens superem as desvan-tagens e possa, assim, ser um método eficaz

Diante desse contexto, indaga-se quais tecnologias e quais as abor-dagens mais adequadas para acelerar o processo de ensino e aprendizagem que favoreçam qualificação profissional?

O presente artigo tem como finalidade discutir as abordagens tecno-lógicas da educação a distância, destacando as vantagens e desvantagens de se fazer um curso superior à distância, apontando esse, como uma saída para suprir a demanda de qualificação profissional no Brasil, mostrando também os avanços dessa modalidade de ensino e o quanto pode ser proveitoso para o aluno e professor.

Quanto aos procedimentos técnicos esta pesquisa é bibliográfica, uma vez que busca fonte para fundamentar o tema proposto. O método utili-zado na pesquisa será o dedutivo que segundo Silva (2001), tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raci-ocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclusão. Quanto à abordagem a pesquisa será qualitativa, que de acordo com Silva (2001) é considerada como aquela em que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito.

Educação à distância (EAD)

ori-Brasil, ela surgiu com a fundação do Instituto Rádio Motor em 1939, segui-do pelo Instituto Universal Brasileiro, em 1941.

A EAD cresce no Brasil, desde que foi normatizada pela Lei de Di-retrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, e oficializada por meio dos Decretos: nº. 2494/98 que regulamenta o Art. 80 (Ensino à Distância) da LDB (Lei nº 9.394/96), seguido do Decreto MEC 2561/98 – Altera a Reda-ção dos Artigos 11 e 12 do Decreto 2494/98; o Decreto nº. 5.773, de 09 de maio de 2006 que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervi-são e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e pós-graduação

Mais de 410 mil alunos fazem curso a distância no país. O número de aluno matriculados nessa modalidade dobrou nos últimos anos no Brasil.

No início havia certo ―pré-conceito‖ em relação à qualidade dos cursos, devido à inevitável comparação com os cursos presenciais.

Vantagens do EAD

Existem disciplinas que utilizam recursos tecnológicos que favore-cem o aprendizado e por isso se adequam melhor à modalidade EAD. O que por ventura pode faltar numa sala de aula, fica disponível para os alunos por meio de aplicativos e softwares. Inúmeros recursos auxiliam na comunicação e na troca de informações como chats, fóruns, correio eletrônico, platafor-mas de transferência de arquivos e buscadores, como o Google. Outra van-tagem está na flexibilidade tanto para os professores quanto para os alunos. Vantagens para o Discente

Martins e Moço, (2009) ressaltam que dentre as várias vantagens, destacam-se: a possibilidade de realizar mais pesquisas na própria Internet a respeito dos assuntos; o acesso a informações a qualquer momento e qual-quer lugar; as aulas estão disponíveis por determinado prazo.

Vantagens para o Docente

Para o professor as vantagens são: a possibilidade de deixar disponí-vel mais material e conteúdo do que aquele possídisponí-vel de se levar para sala de aula; ter um ambiente de diálogo favorável no qual as críticas podem ser impessoais; inclusão de adendos informativos que possam motivar os alunos e contextualizá-los com as novidades acadêmicas, diferentemente de livros que sofrem pequenas alterações a cada edição.

Também é possível reconhecer vantagens quanto ao caráter geográ-fico e social do ensino a distância. Como as instituições de ensino superior

estão mais concentradas em centros específicos, fica difícil o acesso por aque-les que moram em cidades menores e em regiões rurais e não possuem possi-bilidade de mudança para outros locais. Martins & Moço (2009) esclarecem que, além disso, o custo dos cursos à distância é significativamente inferior aos custos dos cursos presenciais, pois além de não requererem estrutura física (mesas, cadeiras, projetores, dentre outros), também proporcionam economia aos estudantes em virtude da ausência de necessidade de desloca-mento e de realizar refeições fora de casa.

Desvantagens do EAD

Ainda hoje o ensino a distância é visto com desconfiança no meio acadêmico.

Muitos ainda duvidam da sua eficácia e acreditam que o ensi-no presencial seria mais efetivo, uma vez que suportam a ideia de que o relacionamento entre aluno e professor, e entre cole-gas, é parte fundamental do processo de aprendizado (BOR-GES; WEINBERG, 2006).

. Dentre às inúmeras críticas, há também quem afirme que o ambi-ente virtual não proporciona um ambiambi-ente para interação entre alunos e professores. Leszczynski (2010) acrescenta, que ―os pontos apresentados para embasar o questionamento ao ensino a distância, se baseiam em: - difi-culdade de tirar dúvidas: o aluno não consegue solucionar sua dúvida no mesmo momento, pois tem de esperar a resposta via e-mail ou fórum do professor‖.

Segundo às críticas o estudo fica estagnado até que a resposta seja obtida e gera problemas caso essa resposta não seja satisfatória e seja neces-sário uma outra pergunta em cima da dúvida anterior. Tal problema poderia retardar a velocidade de aprendizado e estudo.

Apesar da existência dos fóruns, acompanhar um debate através deles torna-se uma atividade longa, que pode durar até dias e que pode limitar a discussão aos recursos da linguagem escrita, que é diferente da oral e não permite a interação por meio da interpretação facial e de ironias, destaca Leszczynski (2010).

Muitas pessoas tem dificuldade em criar uma rotina de estudos por conta própria sem haver um horário estabelecido, local característico e, por-tanto, podem tender a deixar as atividades acumulares e não fazer tudo com a atenção e dedicação necessária para um aprendizado efetivo.

Outra possível desvantagem é não estimular o trabalho em grupo e não desenvolver as habilidades de apresentar-se em público.

Os cursos à distância tendem a não estimular trabalhos em grupos que envol-vam contato presencial entre os alunos e muito menos a apresentação de traba-lhos em classe. Esses trabatraba-lhos são importantes tanto do ponto de vista dos alunos desenvolverem a cooperação através do trabalho em grupo como tam-bém estimulam as pessoas a ultrapassarem o medo comum de falar em público. Tal efeito, pode ser sentido no futuro profissional e acabar prejudicando os mais inibidos em entrevistas de empresa e dinâmica de grupo (BORGES; WEINBERG, 2006).

Muitos críticos também corroboram da opinião que existem poucas atividades presenciais e por isso, a avaliação do aprendizado fica restrita a facilidade que os alunos tem em fazer consultas a livros, internet e até mes-mo pessoas, e não a de estudar e posteriormente, pôr em prática o raciocínio lógico nas provas presenciais.

Credenciamento

Conforme previsto no Art. 80 da Lei 9.394/96 (LDB), a instituição interessada em oferecer cursos superiores a distância precisa solicitar creden-ciamento específico à União.

É importante ressaltar que "Os processos de credenciamento de EAD, novos e em tramitação, devem ser complementados, junto ao Inep, com a lista de endereços dos polos em que a IES pretende realizar atendi-mentos presenciais", conforme previsto na Portaria Normativa nº 2, de 10 de janeiro de 2007.

A criação de cursos de graduação em direito, medicina, odontologia e psicolo-gia, inclusive em universidades e centros universitários, deverá ser submetida, respectivamente, à manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advoga-dos do Brasil ou do Conselho Nacional de Saúde. (MINISTÉRIO DA EDU-CAÇÃO, 2004).

Qualidade pedagógica da educação a distância

De acordo com Avancini (2011), o avanço da educação a distância deverá gerar um sistema híbrido, no qual as novas tecnologias da comunica-ção serão incorporadas às salas de aula convencionais, assim como algumas características do ensino presencial serão mantidas. O avanço da educação a distância deverá gerar um sistema híbrido, no qual as novas tecnologias da comunicação serão incorporadas às salas de aula convencionais, assim como algumas características do ensino presencial serão mantidas.

A discussão sobre usar ou não a internet no ensino tornou-se ultrapassada, uma vez que ela já se provou uma ferramenta útil em todos os níveis de ensino. O efeito positivo se vê nas notas. (BORGES; WEINBERG, 2006).

A educação a distância, com características próprias tem, na atuali-dade, condição de utilizar como veículo para a comunicação as últimas con-quistas da tecnologia: livros, discos compactos, vídeos ou transmissões de televisão, que permitem interações e a veiculação da proposta de ensino com agilidade e qualidade. Contudo, o valor da proposta, mesmo quando adota os últimos desenvolvimentos da tecnologia, continua residindo, como qual-quer outra proposta educacional, na qualidade dos conteúdos e em suas propostas para o ensino. (VALENTE, 2002).

Segundo Castro (2009, p.78), o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), o novo ―Provão‖, trouxe novidades interessantes. Em metade dos cursos de nível superior avaliados, os programas à distância mostram resultados melhores do que os presenciais. O autor alega também que na prática, em boa parte das nossas faculdades, estudar é apenas passar vinte horas por semana ouvindo o professor ou cochilando. Mas isso não é possível no EAD. Para preencher o tempo legalmente estipulado, o aluno tem de ler, fazer exercícios, buscar informações, etc. Portanto, mesmo nos cursos sem maiores distinções, o EAD acaba sendo uma aprendizagem inte-rativa, com todas as vantagens que decorrem daí.

Em graduação, há uma avaliação por disciplina, obrigatoriamente. Já nas especializações, são, no mínimo, duas provas escritas. Além disso, as boas instituições pedem, em média, dois trabalhos por semana, com hora limite para a postagem na rede. Por sua natureza, a EAD apresenta uma particularidade: o meio eletrônico garante o registro de cada passo do aluno, dando destaque à avaliação processual. É possível saber quantas vezes ele entrou no ambiente virtual, o tempo passado em fóruns e chats e qual a qua-lidade dessa participação. Cabe ao tutor avaliar o comportamento de cada um no ambiente virtual.

A evasão na EAD é outro ponto curioso. Na graduação e na pós graduação à distância, a minoria dos discentes desiste antes de se formar, enquanto nos presenciais essa taxa passa a ser um pouco maior, de acordo com o Censo de 2006 do Inep.

A evasão ocorre quando não há dedicação. Se as tarefas não são feitas em uma semana, na próxima é necessário correr muito para acompanhar. Quem não consegue colocar os estudos em dia desiste, pois percebe que não tem mais

co-Referenciais de qualidade para Educação superior a distância

No contexto da política permanente de expansão da educação supe-rior no País, implementada pelo MEC, a EAD coloca-se como uma modali-dade importante no seu desenvolvimento.

Desde sua implementação muitas mudanças foram implementadas em razão das alterações provocadas pelo amadurecimento dos processos, principalmente no que diz respeito às diferentes possibilidades pedagógicas, quanto à utilização de tecnologias de informação e comunicação e em fun-ção das discussões teórico-metodológicas que tem permeado os debates aca-dêmicos.

No Brasil, a modalidade de educação a distância obteve respaldo le-gal para sua realização com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 –, que estabelece, em seu artigo 80, a pos-sibilidade de uso orgânico da modalidade de educação a distância em todos os níveis e modalidades de ensino. Esse artigo foi regulamentado posterior-mente pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998, mas ambos revogados pelo Decreto 5.622, em vigência desde sua publicação em 20 de dezembro de 2005.

No Decreto 5.622, ficou estabelecida a política de garantia de quali-dade no tocante aos variados aspectos ligados à modaliquali-dade de educação a distância, notadamente ao credenciamento institucional, supervisão, acom-panhamento e avaliação, harmonizados com padrões de qualidade enuncia-dos pelo Ministério da Educação.

Entre os tópicos relevantes do Decreto, tem destaque:

a) a caracterização5 de EAD visando instruir os sistemas de ensino; b) o estabelecimento de preponderância da avaliação presencial dos

estudantes em relação às avaliações feitas a distância;

c) maior explicitação de critérios para o credenciamento no docu-mento do plano de desenvolvidocu-mento institucional (PDI), princi-palmente em relação aos pólos descentralizados de atendimento ao estudante;

d) mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na educação superior, desvinculada da previsão de condições adequadas;

5 O artigo 1º do Decreto caracteriza a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

e) permissão de estabelecimento de regime de colaboração e coope-ração entre os Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de Educação e diferentes esferas administrativas para: troca de in-formações; supervisão compartilhada; unificação de normas; pa-dronização de procedimentos e articulação de agentes;

f) previsão do atendimento de pessoa com deficiência;

g) institucionalização de documento oficial com Referenciais de Qualidade6 para a educação a distância.

Organização Didático-Pedagógica

Esta dimensão contempla os seguintes aspectos: a) aprendizagem dos estudantes;

b) práticas educacionais dos professores e tutores;

c) material didático (seus aspectos científico, cultural, ético, estético, didático-pedagógico e motivacional, sua adequa-ção aos estudantes e às tecnologias de informaadequa-ção e comu-nicação, sua capacidade de comunicação etc.) e às ações dos centros de documentação e informação (midiatecas); d) currículo (sua estrutura, organização, encadeamento ló-gico, relevância, contextualização, período de integraliza-ção, dentre outros);

e) sistema de orientação docente e à tutoria (capacidade de comunicação através de meios eficientes; de atendimento aos estudantes em momentos a distância e presenciais; ori-entação aos estudantes; avaliação do desempenho dos estu-dantes; avaliação de desempenho dos professores e tutores; avaliação dos pólos de apoio presencial).

f) ao modelo de educação superior à distância adotado (uma soma dos itens anteriores combinada com análise do fluxo dos estudantes, tempo de integralização do curso, in-teração, evasão, atitudes e outros);

Sistemas de Comunicação

O desenvolvimento da educação a distância em todo o mundo está associado à popularização e democratização do acesso às tecnologias de informação e de comunicação. No entanto, o uso inovador da tecnologia

6 O Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005, no parágrafo único do artigo 7º, estabelece que os Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância pautarão as regras para a regulação,

aplicada à educação deve estar apoiado em uma filosofia de aprendizagem que proporcione aos estudantes efetiva interação no processo de ensino aprendizagem, comunicação no sistema com garantia de oportunidades para o desenvolvimento de projetos compartilhados e o reconhecimento e respeito em relação às diferentes culturas e de construir o conhecimento.

Portanto, o princípio da interação e da interatividade é fundamental para o processo de comunicação e devem ser garantidos no uso de qualquer meio tecnológico a ser disponibilizado.

Tendo o estudante como centro do processo educacional, um dos pi-lares para garantir a qualidade de um curso a distância é a interatividade entre professores, tutores e estudantes. Hoje, um processo muito facilitado pelo avanço das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação).

Acesso gratuito

Internet gratuita será oferecida a estudantes de baixa renda de uni-versidades e institutos federais. Nos primeiros seis meses, a medida deve beneficiar, pelo menos, 400 mil alunos com renda familiar mensal de até meio salário mínimo. O Governo Federal vai disponibilizar, já neste segun-do semestre, internet gratuita, por rede móvel, para alunos em situação de vulnerabilidade social de universidades e institutos federais. Assim, eles po-derão acompanhar as aulas remotas neste período de enfrentamento à Covid-19.

Segundo o ministro da Educação, Milton Ribeiro. ―Será uma boa iniciativa colocarmos à disposição de alunos que não têm condições de com-prar esse tipo de dados telefônicos‖.

Para viabilizar a iniciativa, foi realizada licitação de forma que mais de uma empresa possa prestar o serviço. A prestação será coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A meta é atingir 900 mil estu-dantes do Ensino Superior e da Educação Profissional, Científica e Tecnoló-gica em situação de vulnerabilidade socioeconômica com renda per capita de até meio salário mínimo; até um salário mínimo; e até um salário mínimo e meio.

Nos primeiros seis meses, deverão ser atendidos, 400 mil alunos de 797 municípios. O investimento é de R$ 24 milhões. A renda mensal familiar per capita é a soma total da renda bruta no mês de todos aqueles que com-põem a família, dividida pelo número de seus integrantes.

Os alunos que já tem algum tipo de pacote de internet particular vão receber bônus de dados móveis extras que serão gerenciados pelas institui-ções de ensino e terão um crédito de 10 a 40 GB, com validade de 90 dias. Já

os alunos sem nenhuma conectividade devem receber pacotes de dados em chips pré-pagos, com créditos de dados de 5 a 40 GB e validade de 30 dias. Cada universidade e instituto deverá definir quais sites e sistemas os estudan-tes poderão acessar. A estimativa da RNP é de que cada aluno gaste, em média, 20GB para acessar os conteúdos educacionais e participar ao vivo das aulas remotas.

Atualmente, 25 das 69 universidades federais estão realizando ativi-dades remotas. Já na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, 15 das 41 instituições estão ministrando aulas on-line.

Desvantagens de um estudo a distância

Dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ADEB) mostram que em quatro anos - de 2004 a 2008 - o número de matrículas nesta modalidade de ensino aumentou sete vezes no Brasil. O bom do cres-cimento da educação a distância no ensino superior revela a importância de pensar o uso dessa modalidade, adaptada a um mundo cada vez mais veloz e conectado. ―O papel das instituições de ensino nesse processo muda, então, para se tornarem mediadoras e orientadoras do processo de aprendizagem‖. (LESZCZYNSKI, 2010).

Leszczynski (2010) ainda afirma que o ensino a distância requer um plano de aulas muito bem estruturado. EAD se antecipa o planejamento da disciplina com um guia de estudos. Esse percurso, essa conectividade que o aluno instaura num processo de educação a distância tem um pano de fundo que é o planejamento. Essa é a didática. A educação a distância não existe sem uma concepção de educação, sem um guia de orientações.

Cada recurso didático empregado na educação a distância contém características estruturais específicas e níveis de diálogos possíveis de acordo com a própria mídia, os quais interferem no nível da distância transacional. Da mesma forma, em um ambiente de sala de aula o nível de diálogo e par-ticipação dos alunos é propiciado pela abordagem pedagógica assumida pelo professor e respectivas estratégias e mediações pedagógicas.

Em EAD, o professor, chamado tutor, tem contato direto com os alunos e é o responsável por tirar as dúvidas e avaliar a participação deles nas tarefas. O grande desafio é o grau de formação dos tutores exigida por lei. Eles devem apenas ser formados na área em que vão fazer a tutoria há, pelo menos, dois anos. Um curso só será bom e atingirá seu objetivo (fazer com que todos aprendam).

O professor precisa ter novas habilidades, dominar as linguagens midiáticas, consiga desenvolver diferentes narrativas, sejam virtuais, escritas, orais. E o pa-pel da universidade é pensar num currículo que proporcione à formação do aluno um conhecimento que lhe possibilite intervir na sua realidade. (LES-ZCZYNSKI, 2010).

Para isso, o nível de exigência das provas, que são discursivas, é o mesmo das aplicadas nas faculdades presenciais. Muitas vezes, elas se tor-nam ainda mais difíceis pelo acúmulo de conteúdos cobrados. Isso porque, num curso de qualidade, o conhecimento sobre o material complementar disponível no ambiente virtual também é avaliado.

Quem é disperso não se dá bem, isso é fato, quem é pouco compro-metido ou necessita de alguém cobrando o tempo inteiro para que estude não pode fazer uma faculdade a distância. É necessário ter um método de estudo e um compromisso com a própria aprendizagem. A Educação a dis-tância requer leitura e interpretação de textos e ter concentração é básico para essas tarefas mesmo que o curso seja presencial.

Isso significa que obter o diploma não é tão fácil como algumas pes-soas imaginam. Para começar, vale lembrar que o tempo de duração do

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