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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Letramento: a construção de um conceito

Numa sociedade dinâmica e marcada pela velocidade da propagação de informações, novas demandas relacionadas à leitura e à escrita emergem e impulsionam atitudes dos indivíduos e grupos sociais. A partir destes movimentos surgem termos necessários para explicar atitudes que vão além do simples “saber ler e escrever”. Neste contexto, tem se exigido dos indivíduos o uso social da língua de uma maneira abrangente, inserido nos contextos sociais de forma a atender e facilitar as práticas comunicativas. Soares (2005, p. 29) menciona que “Já não se quer apenas que dominem a tecnologia do ler e escrever, mas que também saibam fazer uso dela [...], transformando assim seu estado ou “condição”, como consequência do domínio dessa tecnologia.”

Neste sentido, ao considerarmos aquele que não somente se apropria do sistema de escrita, mas utiliza-a para inserir-se nas práticas comunicativas, por vezes, modificando sua condição social, tornando-se sujeito ativo no contexto individual e comunitário, nos remetemos ao que Soares (2005) chamou de alfabetismo. Rojo (2009, p. 13 apud IRINEU; ARAÚJO, 2019), salienta a noção de alfabetismo como “[...] a capacidade de acessar e processar informações escritas como ferramenta para enfrentar as demandas cotidianas”. O termo parece ter causado estranheza e acabou sendo pouco utilizado na literatura sobre a aprendizagem da língua e pode ser compreendido como o contrário do já bem estabelecido “analfabetismo”. Já esta expressão, por sua vez, bastante difundida na nossa língua, apoia-se no prefixo grego a(n) para negar algo, ou seja, analfabeto é aquele que não sabe ler nem escrever. Para Soares (2005 apud SILVA, 2009, p. 29), a reflexão sobre a difusão do termo analfabetismo no Brasil nos leva a refletir sobre um fenômeno semântico significativo, relacionando-o às condições sócio- históricas de ausência de políticas públicas voltadas para a efetiva difusão da leitura e da escrita

27 no Brasil. Podemos inferir, portanto, que a nossa significativa ligação com a palavra analfabetismo está essencialmente ligada ao que nos falta enquanto nação: familiaridade com as práticas de escrita.

Em relação ao verbete alfabetização, que se refere ao processo de aquisição da leitura e da escrita, observamos a sua ligação etimológica com a apropriação do nosso sistema de escrita alfabético e das convenções para seu uso, o que poderia trazer incompletude em virtude das novas demandas sociais. No Brasil há uma estreita relação entre o conceito de alfabetização e a concepção de “[...] um primeiro movimento rumo ao reconhecimento dos princípios do sistema alfabético do Português Brasileiro, o que é alcançado mediante ensino sistemático” (BRAGANÇA; BALTAR, 2016, p.3-4). Segundo Soares (2018 apud. SILVA, 2019),

[...] ampliar o significado da palavra alfabetização, para que designe mais que o que tradicionalmente e correntemente vem designando, seria, como tem sido, uma tentativa infrutífera, pela dificuldade, ou mesmo impossibilidade, do ponto de vista linguístico, de intervir artificialmente em um significado já consolidado na língua. Refletindo sobre condições sócio-históricas, apontamos o também fenômeno semântico ocorrido na língua inglesa, no final do século XIX, com o aparecimento de termos como literacy, para designar a ampliação das habilidades e uso social da língua. Sobre isso, Grando (2012, p. 2) destaca que “O surgimento de uma nova palavra sempre está ligado à falta de uma palavra que possa explicar o sentido de algum fenômeno.”. Considerando aspectos etimológicos, literacy vem do latim litera (letra), acrescido do sufixo cy, que denota estado ou condição. Portanto, literacy é o estado ou condição que assume quem aprende a ler ou escrever. Este termo nos remete aos usos sociais da língua e suas implicações políticas, sociais, econômicas, culturais e linguísticas, no âmbito individual e nos grupos (SOARES, 2005).

Soares (2005, p.29) apresenta, em seu livro “Alfabetização e Letramento”, o termo literacy como sinônimo de alfabetismo, o que, segundo a autora, “[...] representou, certamente, uma mudança histórica nas práticas sociais: novas demandas sociais pelo uso da leitura e da escrita exigiram uma nova palavra para designá-las”. Posteriormente, o termo alfabetismo foi gradativamente sendo substituído por letramento numa tentativa de tradução da palavra inglesa literacy, para representar a necessidade de ampliação de representação dos processos de uso da leitura e escrita nas sociedades contemporâneas. Nota-se na disposição dos termos, conceitos e discussões, que o termo letramento se destaca pela evidência dada ao contexto sociocultural do indivíduo, bem como as possíveis mudanças ou impactos causados pelo ato de ler e escrever, ampliando assim o sentido até então dado, no Brasil, ao termo alfabetização.

28 Segundo a literatura consultada, Soares (2011) aponta que a palavra letramento parece ter sido usada pela primeira vez o Brasil pela pesquisadora Mary Kato, em 1986, no livro “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística.” O vocábulo, como tradução para o novo sentido de literacy, foi apoderado por dois principais campos: pelo da Linguística Aplicada e pelo da Educação. Estudiosas como Leda Verdiani Tfouni, Angela Kleiman, Magda Soares e Roxane Rojo foram as primeiras pesquisadoras brasileiras a demonstrarem interesse pelo campo buscando, portanto, definir os limites dos sentidos para esse novo termo (VIANA et al., 2016).

De acordo com as contribuições dos NEL – Novos Estudos do Letramento- (SOARES, 2004; 2009; BARTON, 1994), “no inglês o termo literacy refere-se tanto à ‘alfabetização’ quanto ao ‘letramento’, de forma que, no lugar de o Brasil ter cunhado o termo ‛letramento’, poderia operar também apenas com o termo ‘alfabetização’, ressignificando conforme o arcabouço epistemológico da área” (BRAGANÇA; BALTAR, 2016, p.4). Tal disposição de termos poderia, entretanto, causar desarranjos conceituais por não se ter clareza no sentido empregado: “[...] se está falando de ‘alfabetização’ no sentido de ‘domínio do código da língua escrita’ ou em “[...] condições sociais de uso da escrita?” (KLEIMAN, 1995, p.28). Este ponto de indagação pode se revelar como basilar para discussões referentes ao que seria apropriar-se da língua materna, assim como suas implicações sociais.

Essas discussões dão ênfase a um complexo e permanente debate sobre o uso e conceituação dos vocábulos ‘alfabetização’ e ‘letramento’. Há uma corrente teórica que defende a distinção conceitual entre o que seria considerado alfabetização e o que seria letramento, apesar de os considerarem vocábulos inseparáveis. Soares (1998) ainda define letramento como “resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita; o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais”. Portanto, segundo o autor, seria considerado letrado aquele que faz uso social da leitura e da escrita, interagindo com seus pares e vivenciando situações de leitura e de escrita como mediadoras de práticas comunicativas. Considerando tais proposições, não poderíamos conceber um sujeito letrado, por apenas ter a capacidade de compreender o sistema de escrita, mas sim pelas suas interações sociais mediadas pelo uso desta tecnologia.

Em contrapartida, Ferreiro (2002) problematiza o uso dos dois conceitos alfabetização e letramento. A autora questiona a necessidade de uso do segundo termo, por considerar que tal processo – conforme conceituação – já se encontra contemplado no que considera alfabetização. Assim, Ferreiro “[...] rejeita a coexistência dos dois termos com o argumento de que em alfabetização estaria compreendido o conceito de letramento, ou vice-

29 versa, em letramento estaria compreendido o conceito de alfabetização.” (SOARES, 2004, p. 15). É relevante considerar que Ferreiro (2002) não nega o termo letramento. Os questionamentos da pesquisadora têm uma relação com o quadro referente ao ensino e aprendizagem da leitura e da escrita no Brasil e suas insuficiências, ou seja, indica a necessidade dos países pobres se esmerarem, prioritariamente, com o analfabetismo.

As discussões acerca do termo letramento e todas as possibilidades de uso (e desuso) são complexas e amplas. Segundo o glossário CEALE (SILVA, 2019), "letramento é palavra que corresponde a diferentes conceitos, dependendo da perspectiva que se adote: antropológica, linguística, psicológica, pedagógica”5.

Outros autores contribuem com a discussão sobre a abrangência da palavra e do conceito letramento. Mortatti (2004, p.11), por exemplo, afirma que “[...] até por ser uma palavra recente, nem sempre são idênticos os significados que lhe vêm sendo atribuídos [...], assim como os objetivos com que é utilizada (a palavra letramento)”. Já Tfouni (2010) sugere que não pode haver a redução do seu significado ao significado de alfabetização e ao ensino formal. Para a autora, letramento é um processo mais amplo que a alfabetização e deve ser compreendido como um processo sócio-histórico. A mesma ainda ressalta a necessidade de não restringir a palavra letramento ao ambiente escolar ou mesmo ao processo de alfabetização. Sobre isso diz,

Em termos sociais mais amplos, o letramento é apontado como sendo produto do desenvolvimento do comércio, da diversificação dos meios de produção e da complexidade crescente da agricultura. Ao mesmo tempo, dentro de uma visão dialética, torna-se uma causa de transformações históricas profundas, como o aparecimento da máquina a vapor, da imprensa, do telescópio, e da sociedade industrial como um todo (TFOUNI, 2010, p. 23).

Considerando a abrangência do termo até aqui discutida, entender o conceito letramento como práticas de leitura e de escrita capazes de mudar condição do indivíduo e por consequência, bem como interferir diretamente no grupo o qual faz parte, nos leva a refletir sobre as várias dimensões sociais a serem atingidas por este processo. Estudos apontam a possibilidade de identificarmos os processos de letramento para além dos espaços escolares, sendo possível apontá-los como legitimadores de práticas e estratificações sociais, por exemplo. Sobre isto, Barton (1994) cita que diferentes culturas ou diferentes períodos históricos pressupõem diferentes usos da escrita, pois esses, além de estarem relacionados aos diversos domínios da vida dos sujeitos (familiar, religioso, escolar etc.), a depender de suas relações sociais, implicam também em diferentes ideologias.

30 A partir destas reflexões, torna-se necessário estabelecer que o conceito de letramento toma formas proporcionais ao papel social da escrita em determinados grupos, sendo equivocado, portanto, classificar ou hierarquizar as práticas de letramento. Mesmo não podendo hierarquizar, portanto, é possível considerar que alguns usos da escrita podem ser mais importante ou gozar de mais prestígio que outros grupos, conforme se aproximem ou se distanciem dos letramentos dominantes. (STREET, 2014).

A partir desta compreensão, Street (2014) observou as múltiplas possibilidades de letramento em um grupo no qual desenvolvia sua pesquisa sobre migração. Percebendo os movimentos dos moradores locais e suas práticas de linguagem, o pesquisador identificou que essas atividades eram mediadoras de diversas formas de letramento. Não encontrando na literatura algo que conceituasse ou caracterizasse tais fenômenos, Brian Street elaborou a distinção entre dois modelos de letramento: o autônomo e o ideológico.

Para Street (2014), o modelo autônomo concebe a escrita como autônoma, e por si só composta de características desvinculadas do contexto sociocultural. Segundo o autor, este modelo é um forte representante da escola tradicionalista, que considera os processos de aquisição e uso da escrita como uma atividade individual e sem interferências externas, como por exemplo, as relações sociais do grupo ao qual o indivíduo pertence. Para Matte e Araújo (2012) este modelo “[...] ainda concebe a oralidade e a escrita como “faces da mesma moeda”, mas que concomitantemente se dividem, atribuindo à escrita uma ligação direta “de progresso, civilização e de mobilidade social” (2012, p.98).

Este modelo autônomo, apontado por Street, assemelha-se à “concepção tradicional de alfabetização”, que orienta o ensino da escrita pelos gestores de políticas públicas em educação no Brasil. Street (2003), citando caso análogo, trava um confronto com agentes governamentais, ao diagnosticar que as políticas educacionais se baseiam nesse modelo de letramento, o que contribui para fortalecer o atroz ‘mito do letramento6’ (GEE, 2008). Outra crítica apontada por Street (2014) a este modelo de letramento, relaciona-se a sua perspectiva epistemológica da escrita. Segundo o autor, a ideia de uma aprendizagem autônoma ou individual, “estava assentada em princípios (ainda evolucionistas) de uma grande divisão entre letrados e iletrados” (VIANA et al., 2016, p.29). Logo, é a partir destas reflexões que se inaugura a perspectiva sociocultural da escrita, chamada de New Literacy Studies (NLS) ou,

6 Conforme ressalta Gee (2008), o “mito do letramento”, ou a crença de que possuir habilidades letradas produz inúmeras consequências positivas para o indivíduo, hoje em dia está desacreditado, porque “o letramento, por si só, abstraído das condições históricas e das práticas sociais, não tem nenhum efeito ou, pelo menos, nenhum efeito previsível” (GEE, 2008, p. 45).

31 como ficou conhecido no Brasil, os Novos Estudos do Letramento (NEL).

Em acordo com os apontamentos das pesquisas anteriormente citadas, Street (2014) apresenta o modelo ideológico de letramento. Sobre este modelo, o autor defende que as práticas de letramento estariam relacionadas às construções culturais e de poder da sociedade. Portanto, o letramento, sob este viés, concebe a escrita não como um processo individual, mas como uma ferramenta sociocultural, podendo esta ser contestada. A partir deste entendimento, instituições de poder, como a escola7 , podem utilizar a escrita para legitimar desigualdades sociais através da valorização de letramentos dominantes. Sobre isto, Street (1984, p.1) destaca: Vou tentar estabelecer alguns dos fundamentos teóricos para uma descrição de tais práticas e concepções e vou desafiar os pressupostos, implícitos ou explícitos, que atualmente dominam o campo do letramento. Devo afirmar que o que as práticas particulares e os conceitos de leitura e escrita são para uma dada sociedade depende do contexto, que já estão incorporados em uma ideologia e não podem ser isolados ou tratados como “neutros” ou meramente “técnicos”.

Considerando, então, as formas como os sujeitos constroem e ressignificam essas práticas, para Barton e Hamilton (2004, p. 109 apud VIANA et al., 2016, p.31) letramento,

[...] não reside simplesmente na mente das pessoas como um conjunto de habilidades a serem aprendidas, e não apenas jaz sobre o papel, capturado em forma de texto para ser analisado. Como toda a atividade humana, letramento é essencialmente social e se localiza na interação interpessoal.

Ancorados em proposições convergentes com as que apresentamos no parágrafo anterior, passamos a entender o conceito de letramento como o uso social da língua. Isso implica em uma aprendizagem da língua em sua modalidade escrita, mas também permeada pela oralidade, de modo que essa aprendizagem seja entendida como a introdução do indivíduo às variadas práticas sociais de uso da língua escrita ou, em outros termos, e de modo bem mais amplo, às culturas do escrito (FERREIRO, 2015).

Tomando por base essa concepção de letramento, torna-se inferível que o desenvolvimento do indivíduo como um cidadão, um profissional e um contínuo aprendiz passa, impreterível e imprescindivelmente, pela apropriação da prática social da escrita, uma vez que esta é, segundo Bazerman (2007), um dos mais importantes recursos dos quais dispomos para uma efetiva participação social e política. Nesse sentido, saber escrever implica o domínio de uma atividade social e de um saber por meio dos quais expressamos e compartilhamos com os outros nossas ideias e sentimentos, bem como os significados que atribuímos ao mundo e aos

7 As observações feitas a respeito da escola revelam uma reflexão ampla que se propõe generalista, mas reconhecemos o avanço desta agência no que se refere ao letramento.

32 eventos que nos rodeiam (BAZERMAN, 2013).

Com isso, concordamos com Irineu e Araújo (2019), quando afirmam que se faz necessário pensar sobre o letramento não só como um conjunto de habilidades, conforme aponta Soares (1998), mas também como um agrupamento de práticas de uso da linguagem, com suas diversidades contextuais, subjetividades e ideologias presentes nas circunstâncias de produção e recepção de textos. Diante dessa reflexão, os autores ainda trazem à tona a necessidade de expandir o conceito de letramento, até então singular, para uma concepção pluralizada, ou seja, consideraríamos agora “os letramentos”, ou melhor definindo, os multiletramentos (ROJO, 2009).

Isso se justifica pelo julgamento de que em uma sociedade como a nossa, complexa e variada linguisticamente, não se deve falar em letramento. Deve-se falar, portanto, em multiletramentos, ou seja, considerar as práticas de linguagem em um contexto social e histórico, assim como culturalmente organizadas pelos sujeitos nas suas mais diversas dimensões de uso (IRINEU; ARAÚJO, 2019).

Aos considerarmos essas diversas dimensões alcançadas por meio da apropriação da escrita como prática social por parte do indivíduo, retomamos nossa reflexão sobre o papel da escola como propulsora da aprendizagem e domínio das habilidades relacionadas à leitura e a escrita, ou seja, como agência de letramento. A respeito disso, Rojo (2009, p.101 apud IRINEU; ARAÚJO, 2019) destaca que “um dos objetivos principais da escola é justamente possibilitar que seus alunos possam participar das várias práticas sociais que se utilizam da leitura e a escrita (letramentos) na vida da cidade, de maneira ética, crítica e democrática [...]”. Análises como estas apontam a necessidade de refletirmos sobre a articulação entre práticas sociais e a aprendizagem da leitura e da escrita. É neste cenário de possíveis distorções e contradições na educação brasileira, que nos propomos a pensar sobre a chegada e apropriação do conceito letramento por parte dos professores. Todo o arcabouço teórico proveniente dos novos estudos sobre a linguagem acarretou uma mudança conceitual sobre as formas de aprender e de ensinar a língua materna, mais especificamente em sua linguagem escrita, a partir da década de 1980. O que se concebia como alfabetização até então, do ponto de vista teórico e apesar de associado ao letramento, por vezes pareciam não coincidir. Além do mais, em torno deste dilema encontravam-se os professores alfabetizadores que tiveram que transformar este “novo saber” em algo familiar, repensando suas práticas a fim de que pudessem continuar atuando em seus espaços de trabalho.

A partir deste cenário de mudanças, inferimos que possíveis construções de saberes não científicos relacionados ao letramento podem ter se constituídos. Observando tal fenômeno

33 através do prisma da TRS, entendemos que este conhecimento socialmente partilhado suscita uma representação, ou seja, um saber prático não-científico, transformando o desconhecido em algo familiar para os indivíduos (MOSCOVICI, 2001; JODELET, 2001). No intuito de auxiliar na compreensão desta proposta de pesquisa, discorreremos na próxima sessão sobre a TRS que servirá de base teórico-metodológicas para o presente estudo.