Banco emissor
6.3.5 Limites para utilização de garantias ilíquidas
É considerada líquida a garantia cujo prazo para monetização (conversão em reserva bancária), quando de sua execução, é compatível com a janela de liquidação da câmara. Inversamente, considera-se ilíquida a garantia cujo prazo para monetização supera o prazo disponível até o horário previsto para a liquidação.
Sob tal definição, títulos públicos federais podem ser considerados líquidos, uma vez que, em caso de necessidade, a câmara pode realizar operação de venda, definitiva ou compromissada, de tais títulos, recebendo os correspondentes recursos financeiros, no mesmo dia, em prazo inferior ao de sua janela de liquidação. Por outro lado, a título de exemplo, na ausência de linha de assistência à liquidez colateralizada por ações, estas são consideradas ilíquidas, uma vez que a liquidação de operações de compra e venda de tais ativos ocorre somente no terceiro dia útil após o registro do negócio, ou seja, em D+3.
O que permite à câmara aceitar determinadas garantias ilíquidas são o seu caixa disponível da BM&FBOVESPA exclusivamente destinado à câmara e os contratos de assistência à liquidez, firmados entre a BM&FBOVESPA e bancos, por meio dos quais a câmara é capaz de obter, em um curto espaço de tempo, recursos para o cumprimento dos pagamentos por ela devidos na janela de liquidação.
Para controlar sua exposição às garantias ilíquidas e mitigar os riscos relacionados ao processo de liquidação de garantias, a câmara impõe restrições à utilização das garantias depositadas. Para tanto, as garantias depositadas por um participante ou grupo de participantes pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro são por ela classificadas como líquidas ou ilíquidas, em função dos mecanismos de fornecimento de liquidez em situação de falha na liquidação, utilizando metade da capacidade de monetização de cada tipo de garantia para lhe assegurar a capacidade de cumprir suas obrigações, mesmo que ocorra inadimplência simultânea de dois participantes.
Para a definição dos limites aplicáveis à utilização de garantias ilíquidas por determinado participante ou grupo de participantes, considere as seguintes variáveis:
i
V
: valor, em moeda nacional, do total de garantias do tipoi
,i 1
,2
, ...,n
, depositadas pelo participante ou grupo de participantes pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro, com exceção das garantias constituídas por ativos depositados no exterior; a denominação “tipoi
” de garantia refere-se ao tipo de ativo, ou instrumento, que a constitui, tal como ações, CDBs, títulos públicos federais etc.;Dol
V
: valor, em moeda nacional, dos dólares depositados em garantia pelo participanteou grupo de participantes pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro;
V
j Dol, ;,jDol
V
: valor, em moeda nacional, dos ativos do tipoj
,j 1
,2
, ...,n
Dol, denominados em dólar, depositados no exterior como garantia pelo participante ou grupo de participantes pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro; a denominação “tipoj
” refere-se ao tipo do ativo que constitui a garantia, tal como ADR e título de emissão do tesouro norte-americano;k Euro
V
, : valor, em moeda nacional, do total de ativos do tipok
,k 1
,2
, ...,n
Euro, denominadaos em euro, depositadaos no exterior como garantia pelo participante ou grupo de participantes pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro; a denominação “tipok
” refere-se ao tipo do ativo, ou instrumento, que constitui a garantia, tal como título de emissão do tesouro alemão;i
LIQ
: limite, em moeda nacional, para monetização da garantia do tipoi
,i 1
,2
, ...,n
, excluídas as garantias constituídas por ativos no exterior, no prazo da janela de liquidação da câmara, de acordo com os contratos de assistência à liquidez; para a garantia do tipoi
considerada líquida, independentemente da existência de contratode assistência à liquidez,
LIQ
iassume valor infinito; DolLIQ
: limite, em moeda nacional, para monetização de dólares no prazo da janela de liquidação da câmara, de acordo com os contratos de assistência à liquidez;,
j Dol
LIQ
: limite, em moeda nacional, para monetização em dólar da garantia do tipoj
,j 1
,2
, ...,n
Dol, depositada no exterior e denominada em dólar, no prazo da janela de liquidação da câmara, de acordo com os contratos de assistência à liquidez; para a garantia do tipoj
considerada líquida, independentemente da existência de contratoEuro
LIQ
: limite, em moeda nacional, para monetização de euros no prazo da janela de liquidação da câmara, de acordo com os contratos de assistência à liquidez; ek Euro
LIQ
, : limite, em moeda nacional, para monetização em euro da garantia do tipok
,k 1
, 2, ...,n
Euro, depositada no exterior e denominada em euro, no prazo da janela de liquidação da câmara, de acordo com os contratos de assistência à liquidez; para a garantia do tipok
considerada líquida, independentemente da existência de contratode assistência à liquidez,
LIQ
k Euro, assume valor infinito.Os valores
V
i,V
j Dol, eV
k Euro, correspondem aos valores atribuídos aos respectivos ativos depositados pelo participante ou participantes pertencentes ao mesmo conglomeradofinanceiro quando da apuração de risco.
(a) Classificação de liquidez para garantias denominadas em moeda local
O total
V
i de garantias depositadas por determinado participante ou grupo de participantes pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro,i 1
,2
, ...,n
, é segregado em uma parcela ilíquida e um parcela líquida, respectivamenteV
iIliq eV
iLiq. A parcela considerada ilíquida é dada pelo valor que excede metade do limite disponível à câmara para a monetização de garantias do tipoi
, sendo a parcela remanescente considerada líquida, ou seja,::Iliq Liq i i i
V V
V
(6.21) Iliq i i iLIQ
V
max
V
, 0
2
(6.22) Liq i i iLIQ
V
min
V ,
2
(6.23)Considerando todo o conjunto de garantias
V
1,V
2, ...,V
n depositadas pelo participante ou grupo de participantes pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro, a câmara considera, respectivamente como ilíquida e líquida, as parcelasn Iliq Iliq i i
V
V
1
e n Liq Liq i iV
V
1
(6.24)(b) Classificação de liquidez para garantias constituídas por ativos depositados no exterior e denominados em dólar
As parcelas líquidas e ilíquidas das garantias constituídas por dólares e outros ativos depositados no exterior e denominados em dólar são determinadas de forma conjunta, devido ao fato de a monetização desses ativos em moeda nacional depender, em última instância, dos limites para operação de compra e venda de dólares.
A parcela de garantias constituídas por ativo do tipo
j
,j 1
,2
, ...,n
Dol que não pode ser imediatamente monetizada em dólares, denominadaV
j DolIliq, , é dada pelo valor dos ativos do tipoj
depositados em garantia que excede a metade do valor da linha de liquidez em dólares para tal ativo. Na medida em que a parcelaV
j DolIliq, não pode ser imediatamente monetizada em dólares, também não pode ser imediatamente monetizado em moeda nacional, sendo considerada, portanto, ilíquida., ,
max
,, 0
2
j Dol Iliq j Dol j DolLIQ
V
V
(6.25)A parcela de garantias constituídas por ativo do tipo
j
que pode ser imediatamente monetizada em dólares é dada por, , ,
Liq Iliq
j Dol j Dol j Dol
V
V
V
(6.26)Do ponto de vista do processo de monetização de garantias, tal parcela é tratada tal como os dólares depositados em garantia, ou seja, sua monetização em moeda nacional depende apenas de operação de venda de dólares. A parcela de dólares e ativos do tipo
j
monetizados em dólares considerada ilíquida, denominadaV
DolIliq, é dada por:, 1
max
, 0
2
Dol nIliq Liq Dol Dol Dol j Dol
j
LIQ
V
V
V
(6.27)A soma dos termos
V
DolIliq e ,1 Dol n Iliq j Dol j
V
, por conseguinte, representa a parcela do valor total das garantias depositadas no exterior sob a forma de dólares e/ou outros ativos denominados em dólar, que não pode ser monetizada no prazo da janela de liquidação da câmara, caracterizada, portanto, como ilíquida.(c) Classificação de liquidez para garantias constituídas por ativos depositados no exterior e denominados em euro
As parcelas líquidas e ilíquidas das garantias constituídas por ativos depositados no exterior denominados em euro são determinadas de forma conjunta, devido ao fato de a monetização desses ativos em moeda nacional depender, em última instância, dos limites para operação de compra e venda de euros.
A parcela de garantias constituídas por ativo do tipo
k
,k 1
, 2, ...,n
Euro que não pode ser imediatamente monetizada em euros, denominadaV
k EuroIliq, , é dada pelo valor dos ativos do tipok
depositados em garantia que excede a metade do valor da linha de liquidez em euros para tal ativo. Na medida em que a parcelaV
k EuroIliq, não pode ser imediatamente monetizada em euros, também não pode ser imediatamente monetizada em moeda nacional, sendo considerada, portanto, ilíquida.k Euro Iliq k Euro k Euro
LIQ
V
V
,,
max
,, 0
2
(6.28)Por conseguinte, a parcela das garantias constituídas pelo ativo do tipo
k
que pode ser imediatamente monetizada em euros é dada por:Liq Iliq
k Euro k Euro k Euro
V
,V
,V
, (6.29)A monetização em moeda nacional da parcela
V
k EuroLiq, depende de operação de venda de euro. Dessa forma, a parcela de ativos denominados em euro considerada ilíquida, denominadaIliq Euro
V
, é dada por:Euro
n
Iliq Liq Euro Euro k Euro k
LIQ
V
V
,1
max
, 0
2
(6.30)A soma dos termos
V
EuroIliq eEuro n Iliq k Euro k
V
, 1
, por conseguinte, representa a parcela do valor total das garantias depositadas no exterior e denominados em euro que não pode ser monetizada no prazo da janela de liquidação da câmara, caracterizada, portanto, como ilíquida.A parcela do total de garantias depositadas no exterior que é considerada ilíquida, denominada Iliq
Exterior
V
, é dada por:Dol Euro
n n
Iliq Iliq Iliq Iliq Iliq Exterior Dol j Dol Euro k Euro
j k
V
V
V
,V
V
,1 1
(6.31)Liq Iliq Exterior Exterior Exterior