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Métodos avaliação postural

No documento Voz e postura (páginas 174-179)

De forma a excluir doenças sistémicas, que pudessem condicionar alterações da mo- bilidade, todos os doentes incluídos no estudo foram sujeitos a um exame físico com- pleto (incluindo análises sanguíneas, exame oftalmológico, neurológico e ortopédico sumário).

Para avaliação da postura todos os doentes realizaram SOT na PDC (SMART EquiTest, NeuroCom, Clackmas, OR, USA. Versão 8.5.0), antes e depois do tratamento com terapia da fala (como descrito na página 85).

Tal como no estudo anterior, o grupo controlo realizou o mesmo estudo posturo- gráfico, no dia de recrutamento e quatro semanas depois.

Métodos de avaliação vocal

A todos os doentes incluídos no estudo foi realizada uma avaliação vocal completa antes e depois do tratamento com terapia da fala.

A avaliação vocal incluiu colheita de história clínica vocal e otorrinolaringológica, um exame objectivo otorrinolaringológico completo, videolaringoestroboscopia rígida e flexível, avaliação áudio-perceptiva vocal usando a escala GRBAS212, análise acústica vo-

cal e avaliação da qualidade de vida vocal usando o questionário VHI-30220, nas mesmas

condições descritas para a parte I (página 110). Foi ainda realizada avaliação fonorres- piratória através da medição do TMF, nas condições descritas na parte II A (página 148). Avaliação videolaringoestroboscópica

O protocolo videolaringoestroboscópico incluiu uma avaliação neurolaríngea (avaliação da mobilidade das pregas vocais, coordenação e uso dos músculos acessórios da fonação) realizada com laringoscópio flexível, para garantir que a eventual alteração da mobili- dade, era diagnosticada na posição laríngea fisiológica (página 112). O exame incluiu a observação da laringe em repouso, durante a inspiração e a expiração, e um conjunto de

tarefas fonatórias repetitivas que permitem avaliar as assimetrias anatómicas e de movi- mento (página 112).

Considerou-se paralisia do nervo laríngeo recorrente quando a prega vocal não apresentava mobilidade e uma parésia do nervo laríngeo recorrente quando foi obser- vada uma hipomobilidade na abdução ou adução das pregas vocais durante a VLE.

Todos os participantes tinham sido avaliados antes da cirurgia da glândula tiróide (protocolo do Serviço de ORL do Hospital Cuf Infante Santo) e apresentavam uma VLE normal pré-operatória.

Reabilitação vocal

Tal como no estudo anteriormente descrito, o tratamento decorreu em 8 sessões, com a duração de 60 minutos, num período de quatro semanas, realizadas por três te- rapeutas com experiência profissional há mais de dez anos, segundo um protocolo pre- viamente estabelecido e discutido de forma a uniformizar metodologias. Cada doente realizou as 8 sessões de terapia sempre com a mesma terapeuta da fala.

Embora se tenha seguido o protocolo do Serviço para a patologia em questão, o número e a frequência de repetição dos exercícios foram adaptados a cada doente para optimizar a eficácia do tratamento.

Protocolo de tratamento para patologia hipofuncional

Objectivos

Com o objectivo geral de melhoria da qualidade vocal foram definidos os seguintes ob- jectivos específicos:

◆ Promoção de bons hábitos vocais/higiene vocal ◆ Redução/Eliminação de abuso/mau uso vocal ◆ Redução da hipofunção glótica

◆ Promoção do aumento da coaptação glótica ◆ Promoção do aumento da intensidade vocal

Programa de intervenção

◆ Relaxamento através de massagem manual laríngea e da cintura escapular ◆ Exercícios de tonificação muscular/glótica alternando com hidratação e ex-

ercícios de suavização

◆ Exercícios ao nível da intensidade vocal

◆ Relaxamento através de massagem manual laríngea e da cintura escapular

Técnicas5

Técnica de mudança de posição da cabeça com sonorização - (página 150) No caso

das disfonias hipofuncionais o doente deve deslocar a cabeça num plano horizontal (a direcção depende do lado da parésia/paralisia). Este exercício melhora a aproxi- mação das pregas vocais, reduzindo a soprosidade, ajuda na redução da bitonalidade e melhora a qualidade vocal.

Técnica de movimentos cervicais - (página 150) Este exercício tem um papel impor-

tante na redução de contracturas compensatórias associadas às parésias/paralisias laríngeas.

Técnica de rotação dos ombros - (página 150) Tal como o exercício anterior tem a

função de reduzir a tensão laríngea associada às alterações da mobilidade laríngea.

Técnica de modulação de frequência e intensidade - (página 151)

Técnica de sons fricativos - (página 151) Estes exercícios são utilizados nas disfonias

hipofuncionais por treinarem a economia de ar durante a produção vocal.

Técnica de sons plosivos – Consiste na repetição de sons plosivos (/pppp.../, /tttt.../,

/kkkk.../) não vozeados ou, posteriormente, vozeados (estimulação da vibração da mucosa das pregas vocais), para promover o encerramento glótico, melhorar o papel da cavidade oral como ressoador e diminuir a nasalidade.

Técnica de fonação inspiratória – Visa promover a competência glótica, condição

essencial para uma boa qualidade vocal e uma fonação sem esforço. Consiste na emissão de som durante a inspiração, por oposição ao mecanismo fisiológico habi-

tual. Este procedimento favorece a aproximação das pregas vocais e o afastamento das bandas ventriculares, com a estimulação simultânea da vibração da mucosa.

Técnica de emissão em Tempo Máximo de Fonação – Consiste na emissão de vogais

sustentadas, sem esforço e em diferentes frequências, durante o TMF. Particular- mente adaptado para casos de hipotonicidade, este exercício tem os objectivos de melhorar o encerramento glótico e aumentar a resistência à passagem do ar expirado.

Técnica de escalas musicais - (página 152)

Técnica de esforço – Com comprovada eficácia no tratamento de parésias/paralisias

laríngeas e outras incompetências glóticas, esta técnica consiste na emissão de sílabas plosivas vozeadas simultaneamente à execução de um esforço (ex: soco no ar ou mãos em gancho). Tem o objectivo de aproximar as estruturas laríngeas, devendo ser efec- tuado com cuidado para evitar a tensão das bandas ventriculares ou a subida vertical da laringe.

Análise estatística

A análise estatística foi realizada com a mesma metodologia descrita na parte II A (pá- gina 152).

No documento Voz e postura (páginas 174-179)