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Na Era da Tecnologia, o computador é o carro-chefe, pois, em seu início, em 1943, ele era uma máquina gigantesca, de cálculo, que ocupava uma sala inteira, passou por transformações, e, em 1971, surgiu o primeiro microcomputador. A revolução cibernética produzida pelo computador transformou radicalmente o diálogo dos diferentes povos com suas culturas e a relação das audiências com a informação.

Na segunda metade dos anos 1990, o advento e a disseminação do acesso à internet pela população possibilitou que os dados, e não propriamente a informação, fossem transmitidos em segundos ao redor do mundo4.

A comunicação aparece de forma diferenciada da conhecida nos meios de massa; a comunicação one-to-one, o mesmo que, em marketing “one-to-onde” perpassa a impressão que promove acesso a conteúdos de escolha exclusivamente do usuário. Os

hiperlinks trazem consigo a característica de permitir que o sujeito faça e refaça seu caminho, sem que haja linearidade. Em “O Labirinto da Hipermídia”, termo denominado e título de um compêndio escrito por Lucia Leão, a combinação de caminhos é infinita, embaralhada, difusa e caótica (LEÃO: 2005).

4 Sem polemizar, cabe aqui a explanação sobre a diferença entre dados e informação. Dados são códigos

que constituem a matéria-prima da informação, é a informação não tratada. Os dados representam um ou mais significados que, isoladamente, não podem transmitir uma mensagem ou representar algum conhecimento. Em uma pesquisa eleitoral, por exemplo, são coletados dados, cada participante da pesquisa fornece suas opiniões e escolhas sobre determinados candidatos, mas essas opiniões não significam muita coisa no âmbito da eleição. Só depois de ser integrada com as demais opiniões é que teremos algo significativo. Informações são dados tratados. O resultado do processamento de dados são as informações. As informações têm significado, podem ser tomadas decisões ou se fazer afirmações considerando as informações. No exemplo da pesquisa eleitoral, os pesquisadores coletam dados dos entrevistados, mas, quando inseridos nos sistemas e processados, produzem informações e essas informações revelam quem tem mais chance de ser eleito, entre outras. Desta forma, podemos dizer que as informações são o conjunto de dados que foram processados, seja por meio eletrônico, seja por meio mecânico ou manual, e que produziu um resultado com significado (HOOLY; PIERCY; NICOULAAUD: 2010).

A ideia de rede e o acesso a qualquer conteúdo em qualquer lugar desde que se tenha acesso transforma radicalmente o conceito de acesso à informação. De tudo isso, a Comunicação Mediada por Computador (CMC) cresce de forma exponencial socialmente.

Briggs e Burke complementam por afirmar que:

“Da década de 1960 em diante, todas as mensagens, públicas e privadas, verbais ou visuais, começaram a ser consideradas "dados", informação que podia ser transmitida, coletada e registrada, qualquer que fosse seu lugar de origem, de preferência por meio da tecnologia eletrônica” (BRIGGS; BURKE, 2006, p. 260).

Os dados digitais provenientes do desenvolvimento da computação são homogeneizados em parâmetros binários (0 e 1), que, ao serem decodificados, acabam transformados em tipos comuns de informação, tais como imagem, texto, áudio, vídeo, que podem, assim, ser combinadas, comprimidas e transferidas por canais digitais.

“A tecnologia digital tornou possível o uso de uma linguagem comum: um filme, uma chamada telefônica, uma carta, um artigo de revista, qualquer deles pode ser transformado em dígitos e distribuído por fios telefônicos, microondas, satélites ou ainda por um meio físico de gravação, como um CD, um DVD, um flash-drive. A digitalização tornou o conteúdo totalmente plástico, isto é, qualquer mensagem, som ou imagem pode ser editado e alterado, parcial ou totalmente, tanto na forma quanto no conteúdo” (JAMBEIRO, 2009, p. 25).

O conceito de Web 2.0 surgiu em meados dos anos 2000 e caracteriza uma segunda geração da Internet em que o usuário passa a ser produtor também e autor de uma espécie de conhecimento volátil na web e não somente receptor como até então.

Nossa indagação, nesse cenário apresentado, seria se o sujeito encontrará ferramentas e possibilidades totalmente a favor do seu desenvolvimento cognitivo.

“As oportunidades de comunicação oferecidas pelas tecnologias digitais permitem novas possibilidades de interagir e de aprender com muitos outros, diferentes e singulares, que se somam, compartilham e co-existem na imensa diversidade que institui a sociedade em rede”

(ARCOVERDE, 2006, p. [ ]).

A homogeneização das linguagens texto, imagem, áudio e vídeo através do digital faz com que parte da mesma matéria se misture e se confunda. E essa mistura entre todos esses tipos de linguagens é chamada de multimídia (SANTAELLA: 2010).

Anteriormente, cada mídia se concentrava em um dispositivo que tinha sua função específica: o rádio, para ouvir música; a TV, para assistir a conteúdos audiovisuais; o telefone, para fazer uma chamada de voz; o videocassete, para assistir a filmes. A partir do momento em que todas essas funções foram transformadas em dados digitais, um único aparato foi capaz de suportar todas essas utilidades. Conforme aponta Lucia Santaella:

“Mídias, que antes existiam em suportes físicos separados – papel para o texto e a imagem impressa, película química para a fotografia e o filme, fita magnética para o som e o vídeo -, que dependiam de meios de transporte distintos – fio de telefone, onda de rádio, satélite de televisão, cabo – passaram a combinar-se em um mesmo todo digital, produzindo a convergência de vários campos midiáticos tradicionais. Foram assim fundidas as quatro formas principais de comunicação humana: o documento escrito (imprensa, magazine, livro), o audiovisual (televisão, vídeo, cinema), as telecomunicações (telefone satélites, cabo) e a informática (computadores e programas informáticos). A esse processo cabe com justeza e expressão „convergência das mídias‟ que está na base do hibridismo midiático”

O termo convergência das mídias tem a origem de seu significado com a união entre computadores e telecomunicações, pois, de acordo com Briggs e Burke:

“[...] o Financial Times de Londres produziu um estudo sobre „Computadores e comunicações‟, em outubro de 1992. O artigo começava proclamando „a lenta, mas inevitável, convergência [notar a palavra e o adjetivo que a acompanha] entre a computação e as telecomunicações‟, acrescentando que ela supriria a „força motriz‟ para „uma implosão de novas tecnologias e práticas de processamento de informação‟” (BRIGGS; BURKE, 2006, p. 284).

A convergência das mídias pode ser caracterizada como um fenômeno ainda em processo, mas que, além de unir diferentes funcionalidades em um único aparato a fim de dispor dados e não propriamente informações aos seus utilizadores, também altera as formas de sua utilização, tornando tudo um ato de transformação cultural. Conforme aponta H. Jenkins: “Se o paradigma da revolução digital presumia que as novas mídias substituiriam as antigas, o emergente paradigma da convergência presume que novas e antigas mídias irão interagir de formas cada vez mais complexas” (JENKINS, 2008, p. 30-31).

É interessante observar que, sempre que um novo meio ou uma nova técnica são criados, a tendência é encontrar motivos para exterminar o antigo meio ou técnica e glorificar as vantagens que o novo tem a oferecer, essa reação advinda das mudanças que o novo pode proporcionar como ocorreu, por exemplo, com PCs (Computadores Pessoais), posteriormente, com os laptops e as mídias móveis, que abriram conceitos de uma “revolução” no social em termos de tempo, espaço, distância, praticidade e “conhecimento”, transmutados em linguagens de espetáculo e sedução.

A finalidade das mídias digitais embaladas em mobilidade é bem interessante nesse contexto e faz surgir, por exemplo, os aparelhos celulares. Com a funcionalidade do telefone fixo convencional, o qual objetiva novas funções espetaculares e estéticas inclusive, supérfluas em sua maioria. Os “teletudo” agregados em “funções

maravilhosas” e de status, inclusive para a grande massa, ganha a intenção de consumo exacerbado por meio do capital, que, se comparado a um computador convencional, televisor ou a um telefone comum, supera-os em dinamismo e entretenimento, a gerar, hoje, as tribos de polergarezinhos em massa.