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Manifestações Docentes quanto à Avaliação Institucional

5.1 Metodologia de Abordagem e de Procedimento

5.2.9 Manifestações Docentes quanto à Avaliação Institucional

De maneira geral, tiveram poucos registros quanto à manifestação de professores, em relação à avaliação de seus próprios trabalhos. Como já discutido anteriormente, há um processo que contempla a divulgação dos resultados, para cada docente e, após esse conhecimento, têm-se as ações articuladas entre a coordenação de curso e o Núcleo de Apoio Pedagógico – NAP.

Os próprios professores já estão buscando uma sintonia de seus trabalhos com a prática da avaliação institucional. Registram-se discordâncias de resultados em pequenos casos, de forma isolada. Há um entendimento, na maioria dos casos, que o instrumento de avaliação tornou-se um aliado no trabalho docente. “[...] os profissionais do curso, eles têm feito uma avaliação mais crítica dos resultados. É uma informação ou outra à respeito de uma determinada avaliação. [...] A avaliação que a gente faz com esse processo, hoje, ela é muito satisfatória, e na verdade passou a ser incorporada como uma ferramenta de trabalho aqui dos nossos professores”. (Entrevista Coordenação de Curso H, p. 03).

Uma coordenação de curso, de forma isolada, afirmou, durante entrevista, que “Segundo alguns (professores) o questionário é fraco”. (Entrevista Coordenação de Curso I, p. 02). Como já discutido anteriormente, essa manifestação pode ser o reflexo da falta de abertura para participação do docente em debates sobre as finalidades e objetivos da avaliação institucional, bem como a apresentação das ações desencadeadas, a partir de seus resultados.

Ainda nesse sentido - que trata da reformulação da sistemática e do próprio instrumento de avaliação - uma coordenação de curso defendeu que outras formas de avaliar o professor poderiam ser levadas em consideração, de forma a averiguar o seu envolvimento em atividades diversas do curso, e não somente em sala de aula. “[...] o professor deveria ser avaliado pelo coordenador, porque na realidade, o que eu tenho percebido é assim: o professor, ele é bom em sala de aula, mas ele não ajuda no curso, de maneira geral”. (Entrevista Coordenação de Curso I, p. 02). Concluindo, a coordenação que reivindica essa modalidade de avaliação, questiona: “Então, esse é um professor que nos atende?”. (Entrevista Coordenação de Curso I, p. 02).

Uma coordenação de curso - ao falar sobre algumas falhas no instrumento de avaliação, e que podem prejudicar o docente – destacou que “[...] têm itens que não se aplicam a todos os professores. Por exemplo, têm professores que usam diferentes meios para dar aula, com um data show. [...] Como é que uma disciplina de metodologia vai fazer

atividades externas? [...] talvez existam mais itens, que não se aplicam a todos os professores”. (Entrevista Coordenação de Curso E, p. 04). Ao ser questionada sobre uma proposta, para solucionar o problema apresentado, a coordenação de curso informou que “[...] deveria ter um item, como opção: não se aplica [...] para que o aluno possa ver que não se aplica ao professor”. (Entrevista Coordenação de Curso E, p. 04).

5. 2.10 Manifestações Discentes quanto à Avaliação Institucional

A grande maioria das coordenações de cursos aponta nas entrevistas que para os alunos não está evidente o que é a Avaliação Institucional, quais os seus objetivos e propostas. “[...] Muitos deles (professores) reclamam que há uma confusão por parte dos alunos, daquilo o que é realmente avaliar o professor”. (Entrevista Coordenação do Curso C, p. 02).

O corpo discente entende a Avaliação Institucional como um instrumento punitivo, quando cobra demissões imediatas de professores, fazem ameaças ou realizam avaliações abertas e paralelas, como foi o caso citado anteriormente, ocorrido em um curso. No que se refere às ameaças, ainda que por meio de comentários, colheu-se o seguinte relato: “[...] o aluno chegou para o professor e disse assim: agora eu acabo com sua raça [...]” (Entrevista Coordenação do Curso C, p. 06). A percepção errônea sobre as finalidades da avaliação pode ser percebida também em discursos de alunos, que dizem: “[...] Isso (a Avaliação Institucional) não vale nada mesmo não”. (Entrevista Coordenação do Curso C, p. 06).

Diante do exposto, vale reforçar que a avaliação é “global”, “participativa”, “qualitativa”, devendo considerar a participação consciente de todos os envolvidos no processo, visando a qualidade de ensino, a (re)construção do processo ensino-aprendizagem, por meio do processo internacional dos diferentes atores sociais: alunos e professores, além das diferentes estratégias pedagógicas aplicadas, o tipo de discurso empregado, a intencionalidade/subjetividade presentes naquele que avalia e nos que são avaliados.

Quanto à percepção dos alunos, nos resultados do processo de avaliação do trabalho docente, deve-se fazer uma análise delicada. O avaliador precisa saber as finalidades da avaliação, precisa estar preparado para vê-la como um instrumento de melhoria no processo de ensino. Quem avalia utiliza o poder de julgar, de opinar. Por isso, conforme bem pontua Hadjii (1994, p. 22-23) “[...] a avaliação é o instrumento de ambição do homem”.

No entanto, contrariando as recomendações sobre como deve ser esse processo, “[...] eles (os alunos) sempre reclamam que não conhecem o resultado dessa avaliação. Primeiro porque eles queriam que a avaliação fosse exposta, aberta. Segundo, eles acham que não tem efeito nenhum, porque no ano seguinte, no semestre seguinte, o professor (que teve uma avaliação negativa) está lá do mesmo jeito”. (Entrevista Coordenação do Curso E, p. 04).

Ainda, na participação do processo de Avaliação Institucional “Diziam (os alunos) que não surtia resultados práticos, pois os maus professores jamais eram afastados, ou sequer notavam melhorias nas aulas, após a avaliação negativa”. (Entrevista Coordenação do Curso F, p. 02).

Nesse sentido, mais uma vez, nota-se a deficiência nas ações institucionais quanto à promoção de campanhas, entre os alunos, visando a conscientização sobre o que vem a ser a Avaliação Institucional, para esclarecer sobre seus objetivos e finalidades. “[...] eles (os alunos avaliadores) precisam de maturidade” (Entrevista Coordenação do Curso C, p. 06). Nesse contexto, nota-se um grau elevado de risco para os docentes, pois “[...] o nosso aluno (avaliador) não está preparado para fazer essa avaliação, porque ele nem sempre tem maturidade suficiente”. (Entrevista Coordenação do Curso E, p. 01).

5.2.11 Avaliação Institucional, Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI e Projeto