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2.3 Contabilidade de Custos

2.3.4 Formação do Preço de Venda

2.3.4.2 Margem de Contribuição

A margem de contribuição é definida pela margem gerada por determinado produto sendo ela a diferença entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis, e determina o quanto o produto contribui para cobertura dos custos fixos, como indica trata-se de uma importante ferramenta gerencial.

Sobre a margem de contribuição Padoveze (2003, p. 278), afirma que:

Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto ou serviço e os custos e despesas variáveis por unidade de produto ou serviço. Significa que, em cada unidade vendida, a empresa lucrará determinado valor, Multiplicado pelo total vendido, teremos a margem de contribuição total do produto para a empresa.

Para Wernke (2005, p. 99):

A expressão “Margem de Contribuição” designa o valor resultante da venda de uma unidade após serem deduzidos, do preço de venda respectivo, os custos e despesas variáveis (como matérias-primas, tributos incidentes sobre a venda e comissão dos vendedores) associados ao produto comercializado. A margem de contribuição pode ser conceituada como o valor (em$) que cada unidade comercializada contribui para, inicialmente, pagar os gastos fixos mensais da empresa e, posteriormente, gerar o lucro do período.

A margem de contribuição unitária e a margem de contribuição total podem ser calculadas através das seguintes equações:

Quadro 7: Cálculo da margem de contribuição

MCu = PVu – CVu – Dvu ou MC Total = MCu x Quantidade Vendida

Fonte:Vieira (2009, p. 39)

Onde:

MCu = Margem de Contribuição Unitária; PVu = Preço de Venda Unitário;

CVu = CustoVariável Unitário; DVu = Despesa Variável Unitária.

O cálculo da margem de contribuição unitária consiste da subtração entre o preço de venda unitário e os custos e despesas variáveis unitários. A margem de contribuição total consiste da multiplicação da margem de contribuição unitária pela quantidade vendida.

2.3.4.3 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio representa o volume de vendas em que a entidade atinge a igualdade entre receitas e o custo total, representado pela soma dos custos fixos e variáveis, alcançando o equilíbrio entre ambas e conseqüentemente um resultado nulo, não ocorrendo lucro nem prejuízo.

Para Berti (2009, p. 147): “Ponto de equilíbrio é o momento em que o resultado das operações da empresa é nulo, ou seja, a receita total é igual á soma dos custos e despesas

totais. Se a empresa operar acima deste nível, passa a ter um resultado positivo (lucro), abaixo desse nível o resultado é negativo (prejuízo).”

Segundo Wernke (2005, p. 119):

O Ponto de Equilíbrio (PE) pode ser considerado como nível de vendas, em unidades físicas ou em valor ($), no qual a empresa opera sem lucro ou prejuízo. O número de unidades vendidas no Ponto de Equilíbrio é o suficiente para a empresa cobrir seus custos (e despesas) fixos e variáveis, sem gerar qualquer resultado positivo (lucro).

O ponto de equilíbrio pode ser calculado e analisado em três aspectos, contábil, econômico e financeiro, os quais geram relevantes informações para análise e contribuem para o processo de tomada de decisões.

Sobre o ponto de equilíbrio contábil, Crepaldi (2002, p. 229), define que: “O Ponto de equilíbrio contábil é obtido quando há volume (monetário ou físico) suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, ou seja, o ponto em que não há lucro ou prejuízo contábil. É o ponto de igualdade entre a receita total e o custo total.”

O ponto de equilíbrio contábil pode ser calculado pela seguinte equação:

Quadro 8: Cálculo do ponto de equilíbrio contábil PEC = CDFT

MC

Fonte: Crepaldi (2002, p. 229)

Onde:

PEC = Ponto de equilíbrio contábil; CDFT = Custos e despesas fixas totais; MC = Margem de contribuição

Quanto ao ponto de equilíbrio econômico, Crepaldi (2002, p.229), conceitua que: “O ponto de equilíbrio econômico ocorre quando existe lucro na empresa e esta busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em relação á taxa de atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido.”

Calcula-se o ponto de equilíbrio econômico pela equação:

Quadro 9: Cálculo do ponto de equilíbrio econômico

PEE = CDFT + Custo de Oportunidade MCu

Fonte: Crepaldi (2002, p. 230)

Onde:

PEE = Ponto de equilíbrio econômico; CDFT = Custos e despesas fixas totais MCu = Margem de contribuição unitária.

Ainda, para Crepaldi (2002, p. 230), quanto ao ponto de equilíbrio financeiro, contempla que: “O ponto de equilíbrio financeiro é representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa possa cumprir com seus compromissos financeiro. Nem todos os custos de produção representam desembolsos. Desta forma, os resultados contábeis e econômicos não são iguais aos financeiros.”

O ponto de equilíbrio financeiro pode ser obtido através da seguinte equação:

Quadro 10: Ponto de equilíbrio financeiro

PEF = CDFT – Despesas não Desembolsáveis MCu

Fonte: Crepaldi (2002, p. 230)

Onde:

PEF = Ponto de equilíbrio financeiro; CDFT = Custos e despesas fixas totais; MCu = Margem de contribuição unitária.

2.3.4.4 Margem de Segurança

Para Padoveze (2003, p. 290): “A margem de segurança pode ser definida como volume de vendas que excede ás vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O volume de vendas excedente, para se analisar a margem de segurança, pode ser tanto o valor das vendas orçadas, como o valor real das vendas.”

Bruni e Famá (2004, p. 262), conceituam e definem que:

A margem de segurança consiste na quantia ou índice das vendas que excedem o ponto de equilíbrio da empresa. Representa o quanto as vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuízo, podendo ser expressa em quantidade, valor ou percentual. Pode ser calculada em quantidade, em unidades monetárias ou em percentual.

A margem de segurança em quantidade (MSQ), pode ser obtida através da seguinte equação:

Quadro 11: Cálculo da margem de segurança em quantidade

MSQ = Vendas Atuais – Ponto de Equilíbrio em Quantidade

Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 263)

Calcula-se a margem de segurança em unidades monetárias (MS$), pela equação:

Quadro 12: Cálculo da margem de segurança em unidades monetárias MS$ = MSQ x Preço de Venda

Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 263)

A margem de segurança em percentual é obtida através da equação:

Quadro 13: Cálculo da margem de segurança em percentual Margem de Segurança Percentual = MSQ/Vendas Atuais

2.4 Análise de Balanços

A análise de balanços permite a visualização da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade em analise, gerando um conjunto de informações que servem tanto para usuários internos, no controle planejamento e gestão, quanto aos usuários externos, na avaliação para investimentos, liberação de créditos e conhecimento da situação atual da entidade.

Para Zdanowicz (1998, p.15), ao tratar sobre as demonstrações contábeis, define que: “As Demonstrações Contábeis segundo a dinâmica patrimonial informam a evolução dos fenômenos patrimoniais que, no fim do exercício social, evidenciam o resultado da atividade econômica exercida sobre o patrimônio no período.”

Segundo Matarazzo (2003, p.15): “As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir.”

Basso (2005, p.31), ao tratar da análise de balanços, conceitua como: “Extração de dados e informações para a interpretação, estudos e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.”

Matarazzo (2003, p. 18), ainda define que:

Em linhas gerais, podem-se listar as seguintes informações produzidas pela Análise de Balanços: • • • Situação financeira. • • • Situação econômica. • • • Desempenho. • • •

Eficiência na utilização dos recursos.

• • •

Pontos fortes e fracos.

• • • Tendências e perspectivas. • • • Quadro evolutivo. • • •

Adequação das fontes ás aplicações de recursos.

• • •

Causas das alterações na situação financeira.

• • •

Causas das alterações na rentabilidade.

• • •

Evidência de erros da administração.

• • •

Providências que deveriam ser tomadas e não foram.

• • •

2.4.1 Análise Horizontal

A análise horizontal demonstra por meio comparativo de dois períodos ou mais, o acréscimo ou decréscimo das contas ao longo dos anos, levando a analisar fatores e conseqüências destes, e permitindo através desta análise e planejamento, fazer projeções com base nos históricos da entidade.

Para Zdanowicz (1998, p. 60): “A analise horizontal permite avaliação do aumento ou da diminuição dos valores, que expressam os componentes patrimoniais ou de resultados através do confronto de uma série histórica de períodos.”

Segundo Matarazzo (2003, p. 247):

Na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a técnica dos números-índices em que no primeiro ano todos os valores são considerados iguais a 100. Através da regra de três obtêm-se os valores dos anos seguintes; a variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100.

Zdanowicz (1998, p. 59-60), ainda complementa que:

A análise horizontal é, ainda, conhecida por análise de evolução. Para realizar-se a análise horizontal, deve-se ter alguns cuidados, a saber:

a] os valores objeto da análise horizontal devem estar corrigidos, ou seja, deflacionados ou inflacionados á mesma data-base;

b] implica, necessariamente, em uma série de períodos iguais, possibilitando comparações entre si;

c] escolha de um período-base, que não será, necessariamente, o primeiro da série histórica;

d] o período-base poderá ser o primeiro, o segundo, o último da série histórica ou qualquer outro, desde que represente um exercício social normal;

e] o período-base deverá ser aquele em que a empresa tenha exercido suas atividades em condições normais ou satisfatórias, isto é, não seja um período apático.

2.4.2 Análise Vertical

A analise vertical caracteriza-se por demonstrar a representação analítica de cada conta, bem como cada grupo em relação ao total do Ativo ou Passivo e Patrimônio Liquido, demonstrando em percentuais esta relação. Na demonstração de resultado apresenta a representação percentual de cada conta em relação a venda bruta da entidade, permitindo em ambos os casos análise de equivalência das contas na composição patrimonial e na formação do resultado.

Para Matarazzo (2003, p. 243): “Análise Vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso calcula o percentual de cada conta em relação a um valor-base. Por exemplo, na Análise Vertical do Balanço calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do Ativo.”

Segundo Zdanowicz (1998, p. 58-59): “A análise vertical é, também, denominada de estrutura ou composição ou percentual. A análise é o processo que objetiva a medição percentual de cada componente patrimonial ou de resultado econômico em relação ao total de que faz parte.”

Matarazzo (2003, p. 243), sobre a análise vertical, ainda, complementa que objetiva: “Mostrar a importância de cada conta em relação a demonstração financeira a que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das proporções normais.”

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