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2.3 Contabilidade de Custos

2.3.3 Os Componentes Fixos do Custo no Comércio

Os componentes fixos do custo no comércio caracterizam-se principalmente por custos incorridos com o funcionamento da estrutura da organização, sendo estes de caráter fixo, independente do volume de operações realizadas.

Para Bruni e Fama (2004, p. 32): “Fixos, são custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não variam, qualquer que seja o volume de atividades da empresa.”

Segundo Berti (2006, p. 65), define que:

Custo fixo é aquele custo que ocorre na empresa independente de essa estar ou não, em atividades, estar operando; o custo ocorre e a organização tem que se responsabilizar pelo mesmo. Os custos fixos mais comuns são: aluguel, salários fixos mensais, encargos sociais sobre salários, retirada de diretores (pró-labore) etc.

Classificam-se estes componentes em despesas operacionais, despesas administrativas, depreciação e custo com pessoal.

2.3.3.1 Despesas Operacionais

Despesas operacionais referem-se ás despesas realizadas nas atividades operacionais cotidianas da entidade.

Para Basso (2000, p. 71): “O grupo despesas operacionais reúne as contas representativas de despesas ligadas ás operações normais da entidade.”

Franco (1991, p. 84 ), define sobre despesas operacionais que: “Além do custo das vendas, o custo comercial é também formado pelas despesas decorrentes da atividade operacional da empresa (despesas com vendas, administrativas, tributárias, com pessoal, financeiras e outras). Essas despesas geralmente ocorrem em todos os tipos de empresas.”

2.3.3.2 Despesas Administrativas

Basso (2000, p. 71), define que despesas administrativas decorrem de: “Operações efetuadas pela gerência da entidade.”

Segundo Bomfim e Passareli (2008, p. 135) afirmam que: “Despesas administrativas decorrem do esforço desenvolvido pela empresa no sentido de cumprir eficazmente as suas funções administrativas de planejamento, organização e controle.”

Bomfim e Passareli (2008, p. 162) ainda citam que: “As despesas administrativas são as decorrentes da administração da empresa, Taís como os impostos (não relacionados com a aquisição das mercadorias), os aluguéis, os honorários dos diretores, os salários do pessoal administrativo, o material de escritório etc.”

Estas despesas provém das funções administrativas da empresa, a qual trabalha em paralelo e oferece suporte ao setor de vendas das mercadorias da entidade.

2.3.3.3 Depreciação

A contabilidade contabiliza gradativamente como despesas valores pertinentes ao desgaste ou perda de valor de um bem, o qual possui vida útil e valores residuais estimados, referem-se estes a depreciação.

Para Franco (1997, p. 176): “A depreciação – perda de valor de um bem em virtude de seu uso ou da ação do tempo – é o fenômeno natural no patrimônio e deve ser contabilizada periodicamente.”

Basso (2000, p. 179), sobre depreciação, define que:

Os elementos que integram o ativo imobilizado, como visto, têm como característica comum a durabilidade, isto é, permanecem no patrimônio da entidade por período prolongado, geralmente acima de dois exercícios sociais. Esse fato faz com que a técnica contábil encontre formas plausíveis para ratear os custos do imobilizado ao longo dos períodos contábeis em que esses elementos estiverem em uso. Tal procedimento se constitui na adoção do artifício da depreciação.

Segundo Padoveze (2003, p. 138):

A depreciação representa a perda de valor dos bens – perda considerada como uma despesa ou um custo contábil. Em função disso, ela deve fazer parte dos conceitos de formação do custo dos produtos e serviços, para fins de formação de preço de venda, como instrumento de recuperação dos investimentos nos ativos imobilizados operacionais.

A depreciação é calculada pela taxa depreciável, geralmente anual, aplicada a cada bem, taxa obtida através da divisão de 100% pela vida útil estimada. Sendo as taxas mais utilizadas as taxas padrões definidas pela receita Federal do Brasil, demonstradas no quadro a seguir:

Quadro 3: Taxa anual e vida útil estimada para a depreciação

Espécie de bens Taxa Anual Vida útil estimada

1- Edifícios e construções 4% 25 anos

2- Equipamentos e ferramentas 10% 10 anos

3- Máquinas, móveis e utensílios, instalações. 10% 10 anos

4- Veículos 20% 05 anos

5- Semoventes (animais Tração) 20% 05 anos

2.3.3.4 Custos com Pessoal

Os custos com pessoal, referem-se á valores despendidos ao pagamento dos salários, gratificações e demais verbas trabalhistas devidas aos colaboradores provenientes de seu vínculo empregatício, bem como os encargos sociais provenientes deste vínculo, custos estes do pessoal ligado diretamente ao setor produtivo da entidade.

Segundo Bruni (2008, p. 151): “A mão-de-obra direta, consiste no segundo grande componente de custos contábeis. Correspondente aos esforços produtivos das equipes relacionadas á produção dos bens comercializados ou dos serviços prestados.”

Para Padoveze (2003, p. 130):

Considera-se como custo da mão-de-obra, além do salário, todos os encargos ligados á manutenção dos recursos humanos na empresa, sejam esses encargos de caráter fiscal, previdenciário, legal, social ou espontâneo, desde que tenham um caráter de generalidade, isto é, sejam obrigatórios ou de acesso a todos os funcionários da empresa.

Conforme Vieira (2009, p. 18):

A mão-de-obra é o elemento humano utilizado para a transformação dos materiais diretos em um produto. As horas necessárias do pessoal ou da quantidade de funcionários diretos, utilizados no processo de fabricação é que determina o custo com mão-de-obra. Ë muito variável a participação da mão-de-obra no processo produtivo, pois depende do ambiente em que se utiliza. A mão de obra pode ser classificada em mão-de-obra direta e mão-de-obra indireta [...].

Ainda, conforme Vieira (2009, p. 19), ainda define que:

Para calcular o custo com mão-de-obra direta é preciso calcular qual o valor a ser atribuído por hora de trabalho, baseado na legislação e no contrato de trabalho. São direitos do trabalhador: repouso semanal remunerado, férias, 13 salário, contribuição para o INSS, remuneração dos feriados, faltas abonadas, FGTS, e outros garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais.

Segundo estes, o quadro seguinte demonstra base para efetuação do cálculo de custo com pessoal:

Quadro 4: Cálculo com pessoal DESCRIÇÃO VALORES Salário Base ( + ) Adicionais ( + ) Insalubridade ou periculosidade SUB TOTAL ( + ) Provisão 13° salário ( + ) Provisão de férias ( + ) Provisão 1/3 s/ Férias SUB TOTAL ( + ) FGTS ( + ) INSS ( + ) Outros ( + ) Previsões

TOTAL DE CUSTO C/ MOD

Fonte: Vieira ( 2009, p. 19)

2.3.3.5 O Sistema de Custeio Variável Aplicado no Comércio

O sistema de custeio variável caracteriza-se pela metodologia de empregar aos produtos somente os custos variáveis, ou seja, aqueles que variam diretamente em relação ao volume vendido, no caso comercial, metodologia que determina que os custos fixos sejam diretamente lançados no resultado, em vista de ser considerado uma despesa que ocorre independentemente da variação do volume de atividades ou produtos vendidos.

Para Crepaldi (2002, p. 222), o custeio variável: “Fundamenta-se na separação dos gastos em gastos variáveis e gastos fixos, isto é, em gastos que oscilam proporcionalmente ao volume da produção/venda e gastos que se mantêm estáveis perante volumes de produção/venda oscilantes dentro de certos limites.”

Wernke (2002, p. 89) define que:

Pela concepção do Custeio Direto ou Variável somente devem ser apropriados aos produtos ou serviços os gastos a eles associados (normalmente classificáveis como

custos diretos ou custos variáveis e despesas variáveis). Assim, os demais gastos necessários para manter a estrutura produtiva (em geral considerados custos indiretos, custos fixos ou despesas fixas) não devem ser considerados quanto ao

custeamento dos produtos fabricados ou dos serviços prestados.

Wernke (2002, p. 90), ainda ressalta sobre o Custeio Variável que: “Não é aceito pela legislação tributária para fins de avaliação de estoque: somente é permitido pelo Fisco se forem adequados os valores aos que seriam obtidos se fosse adotado o Custeio por Absorção.”

Apresenta o custeio variável característica e definição de uso nas funções gerenciais na entidade, permitindo que a mesma possua conhecimento especifico de custos e resultados, analíticos de cada mercadoria, produto ou serviços que esta comercialize em suas atividades.

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